Os três minutos de acréscimo nessa partida de volta deram o tom do que o futebol é capaz de proporcionar. Não, não aconteceu nenhum gol nesse período. Lance polêmico, nada disso. Na realidade, dá para se dizer que não houve jogo nesse período. E é exatamente aí que está a surpresa.
Bayern de Munique e Arsenal são duas das equipes que mais se dedicam ao ataque, a um jogo marcado pela ofensividade e dedicação em aproximar a bola da área adversária a todo momento. São possivelmente os dois clubes mais fáceis de se comparar ao modelo-Barcelona.
Na partida de ida, em Londres, o Bayern conseguiu uma contundente vitória por 3a1, dando a entender que a eliminatória estaria resolvida, faltando apenas "cumprir tabela" no estádio Allianz Arena. Seria até covardia, pois os bávaros detém invencibilidade de respeito nesse campo.
Mas, não é demais lembrar, é de futebol que estamos falando. Com menos de três minutos, os visitantes marcaram um a zero em jogada belíssima, de toque de bola pelo chão em velocidade, chegando a Walcott através de Rosický e terminando na conclusão de Giroud.
O Arsenal, apesar do belo início, ainda precisava de mais dois gols para passar a frente. E levou um sufoco do Bayern em alguns momentos, com Robben, Kroos, Muller, Lahm e Luiz Gustavo se apresentando bastante. O volante brasileiro, por sinal, fez grande partida no geral.
Mas o Arsenal resistiu. Ora graças ao goleiro Fabianski, ora devido à falta de capricho da equipe anfitriã. Por vezes, o Bayern parecia um time displicente. Mas, quando avançava, conseguia ser envolvente. Há que se respeitar esse forte conjunto comandado hoje por Heynckes e futuramente por Guardiola.
O desacreditado Arsenal, por sua vez, mostrou não estar em Munique a passeio. Gervinho entrou muito bem no jogo e protagonizou jogada maravilhosa aos trinta e três minutos do segundo tempo, com o lance quase resultando no segundo gol.
Talvez você esteja pensando como uma partida como essa pode ter terminado com os acréscimos relatados no parágrafo inicial. É que, aos quarenta minutos, a classificação-de-véspera do clube da Baviera foi colocada em risco: Cazorla caprichou na cobrança de escanteio e Koscielny fez 2a0.
O Bayern não queria que a bola voltasse ao Arsenal de jeito nenhum, com Neuer segurando a redonda perto da rede e retardando a reposição em meio-campo, que por sinal pertencia ao seu próprio time. Uma confusão se iniciou e logo acabou. O jogo tinha que continuar.
E continuou, com o ótimo Bayern de Munique prendendo a bola no campo de ataque, mais precisamente no canto direito, perto do vértice de escanteio, através do controle e habilidade de Robben. E o apito final acabou sendo um alívio aos alemães.
O Bayern, que pode e deverá jogar mais que isso, avança para as quartas-de-final. O Arsenal, que concentra seus esforços na Premiership, talvez tenha encontrado ali mesmo, na Alemanha, a força e a confiança que precisa para arrancar em direção ao 4º lugar na tabela e retornar na próxima Liga dos Campeões. Mas uma lição fica: em futebol, não se ganha de véspera.
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