De um lado, o modesto 17º colocado, equipe que beira a zona de rebaixamento. De outro, o badalado e bilionário líder no Campeoanto Francês. No meio dos dois, um negócio incrível, apaixonante e surpreendente chamado futebol. Resultado final: vitória do Stade de Reims sobre o Paris Saint-Germain, por 1a0, para delírio de um público que praticamente lotou o estádio Auguste-Delaune II, em Reims.
Não que tenha sido um grande jogo, longe disso. Na realidade, o primeiro tempo foi até de dar sono (ainda mais para alguém que tenha enchido a pança com um delicioso nhoque com molho de soja). Mas valeu o esforço de resistir à vontade de dormir, pois estamos aqui compartilhando os acontecimentos de mais um daqueles eventos que fazem do futebol um esporte tão especial.
A primeira etapa teve algumas poucas oportunidades para cada equipe, sendo as principais delas aos trinta e quatro minutos. Uma para cada lado, pois no contra-ataque de um quase-gol do Reims, o Paris Saint-Germain teve chance grandiosa para abrir o placar: o volante italiano Verratti bloqueou finalização que tinha o endereço do gol, Sakho emendou para afastar o perigo e, após trapalhada de Signorino no círculo central, o argentino Lavezzi partiu em disparada, tendo somente o goleiro togolês Agassa pela frente, em cena de fazer lembrar aquele duelo entre Diego Souza e Cássio, em 2012.
O desfecho do lance teve semelhanças e diferenças com o de Vasco e Corinthians. Chamou atenção a reação de Agassa, que ficou paradão, em pé, numa postura que talvez tenha complicado o raciocínio de Lavezzi, que acabou chutando para fora, também à esquerda. Diante de tamanho desperdício, o 0a0 persistiria até o intervalo.
Na volta, o sueco Ibrahimovic mandou pra rede aos dois minutos, mas foi marcado impedimento no lance, frustrando a comemoração dele e dos torcedores visitantes. Aos treze minutos não teve gol, mas ocorreu um fato que dava a enteder que a partir dali sairia a vitória do PSG: Glombard, que já havia recebido cartão amarelo no primeiro minuto do segundo tempo, recebeu o segundo por cometer nova entrada imprudente, deixando o Reims com um jogador a menos dentro de campo. Fournier, então, trocou Devaux por Ghisolfi, dois minutos depois. E, mais dois minutos passados, saiu o gol. Do Reims! Após cobrança de escanteio pela direita, Fofana ajeitou e Krychowiak completou pra rede. 1a0 e muita festa no estádio.
Ancelotti tratou de mexer no time para tentar reverter uma situação vexatória, pois é difícil de admitir uma derrota quando se tem um elenco muito mais qualificado e ainda em vantagem numérica no gramado. Imediatamente após o gol, trocou Verratti pelo inglês Beckham. Pouco depois, o argentino Pastore deu lugar para Menéz. E era pelo lado direito que o time da capital buscava a infiltração, com Beckham organizando a maioria das jogadas e contando com as aproximações de Van der Wiel e Menéz por aquele setor. Só que não. Nada dava certo. Faltava entrosamento para o trio e para o time como um todo. A troca do brasileiro Lucas (outro que rendeu abaixo do que se espera) por Gameiro foi a última tentativa de encontrar alguma alternativa. Mas a melhor chance de gol aconteceu em favor do Reims, com o goleiro italiano Sirigu evitando a ampliação na diferença com uma grande defesa no canto esquerdo, aos trinta e quatro.
Os mandantes ainda terminaram a partida com somente nove homens, pois houve uma contusão nos acréscimos quando não mais havia direito a uma nova substituição. Fato que engrandece ainda mais o feito da vitória dessa equipe, que deu forte sinal de que tem reais condições de se manter na Ligue 1. A performance do Paris SG deve dar esperanças ao Lyon, atualmente vice-líder, na disputa pelo título nacional.
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