sábado, 2 de abril de 2011

Jogando Por Música, Arsenal Não Passa Pelo Time De Samba

68% do tempo de posse de bola. 11 escanteios cobrados. 19 finalizações (11 delas na direção do gol). Nada disso foi capaz de transformar uma única oportunidade em mudança no placar e o Arsenal acabou conhecendo o 3º empate consecutivo na "Premiership" (o 2º como mandante).

O ponto conquistado pelos visitantes dá um fôlego maior na empreitada anti-rebaixamento, aumentando para 2 pontos a margem que separa o Blackburn da zona indesejável. Já o Arsenal, que mira o topo da tabela, vê o líder Manchester United com 7 pontos de vantagem.

O jogo

Os 60.087 espectadores presentes no Emirates Stadium nesse sábado, se julgaram o resultado final da partida pelo desempenho inicial dos times, provavelmente estimaram uma tranqüila vitória dos comandados de Arsène Wenger. Mas não foi o que aconteceu exatamente.

Theo Walcott teve chance clara aos 5 minutos, mas sua finalização pelo lado direito no interior da grande área foi bloqueada pelo goleiro Paul Robinson, em grande forma aos 31 anos de idade. Se a chegada de Walcott poderia indicar que o jovem camisa 14 ia ter espaços pelo setor, aquela oportunidade foi apenas um "alarme falso". Os comandados de Steve Kean não tardaram a encaixar a marcação e, com as constantes subidas do sueco Martin Olsson, Theo precisou ficar mais atento defensivamente e auxiliar Bacary Sagna na proteção à defesa.

Com Jack Wilshere apoiando freqüentemente e o russo Andrey Arshavin jogando bem, o Arsenal trocava passes em seu melhor estilo, procurando brechas na defesa adversária. Aos 16 minutos, por exemplo, Arshavin e Wilshere puxaram contra-ataque veloz, Gaël Clichy recebeu na esquerda, centrou rasteiro, Arshavin pegou de primeira e teve a finalização desviada no braço do zagueiro neo-zelandês Ryan Nelsen: o árbitro Philip Dowd acertou em não marcar pênalti, pois Nelsen não aparentou intenção em tocar a bola.

Quando, dois parágrafos acima, disse que Walcott passou a prestar atenção no âmbito defensivo, não foi por acaso: aos 18 minutos, Olsson se apresentou recebendo nas costas de Sagna, invadindo a área mas, já desequilibrado, chutando na rede externa. Susto maior que esse a torcida do Arsenal teve aos 32 minutos, quando o mesmo Olsson chutou de fora da área, a bola desviou em Laurent Koscielny, Manuel Almunia levou as luvas até a bola rasteira e, sem conseguir pegar a redonda do jeito que gostaria, viu a pelota passar perto da trave esquerda.

Na marca de 39 minutos, Almunia mostrou estar ligado no jogo e tão logo pegou a bola com as mãos acionou Walcott na direita. Theo acelerou pra cima da marcação, chutou e mandou a bola à direita. Aos 46 minutos, Walcott se apresentou pelo lado esquerdo e foi por ali que receberia belo passe de Arshavin, mas Robinson foi ágil para abafar antes que a jogada pudesse ser concluída. No minuto seguinte, Samir Nasri recebeu pela direita, chutou e foi travado pelo congolês Christopher Samba no momento exato.

O segundo tempo começou de forma semelhante como terminou o primeiro: aos 8 minutos, Nasri carregou com habilidade, deu enfiada de bola pra área e veja quem apareceu na cobertura para fazer a interceptação: Christopher Samba.

Aos 12 minutos, Wenger trouxe Francesc Fàbregas para campo, colocando-o no lugar de Arshavin. Na minha opinião, um erro: Arshavin era o último homem que eu tiraria do jogo naquele momento. Mas quem é esse humilde blogueiro perto do consagrado técnico francês?

Dois minutos depois de entrar, Cesc Fàbregas já mostrou seu poder de encontrar o espaço vazio: o espanhol recebeu de Nasri, deu um passe cavado pra área mas nem Robin van Persie nem o francês que tabelara com Fàbregas conseguiram chegar na bola antes de Robinson.

Com 17 minutos foi a vez do escocês Steve Kean mexer em seu time: saiu o atacante paraguaio Roque Santa Cruz para a entrada de Jason Roberts, jogador de 33 anos natural de Granada (um país caribenho que é colônia francesa).

O Arsenal seguia melhor: aos 19 minutos, Wilshere tocou de lado na direção de Cesc, van Persie se antecipou ao espanhol, conduziu e chutou rasteiro, com Robinson defendendo à esquerda.

Aos 27 minutos, Wenger tirou Walcott e colocou o marroquino Marouane Chamakh. Dois minutos depois, a coisa melhorou para os donos da casa quando o francês Steven N'Zonzi foi expulso de campo após dividida de pés juntos com Koscielny. N'Zonzi, que acabara de lamentar um chute para fora menos de um minuto antes, deixou o campo chorando: a bem da verdade, por mais que o lance fosse visualmente feio, o jogador não pareceu querer causar qualquer dano ao oponente, como de fato não causou.

Com a vantagem numérica a seu favor, o Arsenal partiu pra 3ª substituição colocando mais um homem de ataque: o dinamarquês Nicklas Bendtner entrou no lugar de Nasri, heróico por atuar desde os 12 minutos do primeiro tempo com um galo na testa, após choque com Nelsen.

E, dos 33 aos 48 minutos do segundo tempo, o Arsenal teve ainda 8 chances de chegar ao gol da vitória. Três delas não entraram por detalhe. Aos 33, Robin van Persie fez linda jogada pelo lado esquerdo, deu de calcanhar para Wilshere, que rolou atrás e Chamakh chutou uma bola que foi bloqueada num mergulho sensacional de Olsson. A bola sobrou na direita, Bendtner passou rasteiro e ela chegou até que Clichy, que chutou sem direção e mandou a bola pela linha lateral oposta. Com 38, Sagna cruzou da direita, Chamakh cabeceou, a bola desviou em Samba e Robinson fez grande defesa. Na marca de 44, van Persie cobrou escanteio da direita, Bendtner cabeceou e a bola, finalmente, passou pelo goleiro Robinson. Mas não pelo lateral-direito espanhol Michel Salgado, que bloqueou com o peito.

Deve ter sido um empate muito amargo para o Arsenal, ainda mais levando-se em consideração que o Manchester United, pouco mais cedo, foi buscar uma vitória fora de casa após sair perdendo por 2a0.

Um comentário:

  1. O placar de ontem, mostrou ontem um sério defeito do Arsenal contra retranqueiros. Não chutar a gol de longe.

    Abraços.

    www.thegunnersbrasil.blogspot.com/

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