Em Eindhoven, o PSV correu atrás do prejuízo diante do Benfica (havia perdido por 4a1 em Lisboa), abriu 2a0 com 24 minutos de jogo, mas nos instantes finais da primeira etapa sofreu um gol do zagueiro brasileiro Luisão. No segundo tempo, um pênalti convertido pelo atacante paraguaio Óscar Cardozo decidiu a parada em favor dos portugueses, que na semifinal farão um duelo doméstico com o Braga.
O jogo
No duelo entre o vice-líder holandês e o vice-campeão português, muito equilíbrio desde o apito inicial do árbitro alemão Wolfgang Stark. Com uma formação que valorizava o jogo pelos flancos, o time da casa apostava nas participações do húngaro Balázs Dzsudzsák e do camisa 9 Jeremain Lens, possivelmente o melhor jogador em campo: com habilidade, velocidade, disposição e bom passe, esse jovem holandês de 23 anos tem tudo para despontar no futebol.
O Benfica tentava manter-se sem correr riscos através de uma marcação adiantada, dificultando a saída de bola de um adversário que demonstrava preferência em manter a bola no chão, típico da escola holandesa. Mas não por acaso, o PSV chegou aos gols através daqueles dois personagens citados no parágrafo anterior: Dzsudzsák e Lens. Aos 14 minutos, Lens avançou pela direita e cruzou rasteiro uma bola que atravessou a área e passou também por Dzsudzsák. Dois minutos depois, porém, uma jogada semelhante terminou balançando a rede: Lens foi acionado com enfiada de bola, cruzou rasteiro a partir da direita e Dzsudzsák esticou-se para completar pra dentro. 1a0 PSV, explodindo o público que apoiava a equipe no estádio Philips.
Não demorou para a explosão do primeiro gol virar um incêndio de alegria nas arquibancadas: aos 24 minutos, uma roubada de bola no campo de ataque foi parar nos pés de Lens, que acreditou no lance e chutou para grande defesa de Roberto Jiménez com a luva direita. Mas o rebote que bateu em Javi García voltou justamente em Lens, que dessa vez conseguiu passar pelo goleiro espanhol, colocando 2a0 no placar e deixando o PSV a um gol da classificação. A jogada do gol merece uma menção ao meio-campista Otman Bakkal, que agiu bem tanto na dividida de carrinho quanto no passe que serviu Lens: o camisa 28 estava praticamente deitado no momento da assistência e mesmo assim encontrou o companheiro no ataque.
A tensão do treinador Jorge Jesus (que aos 20 minutos trocara o argentino Eduardo Salvio, lesionado, por Carlos Martins) contrastava com a empolgação da torcida local, refletindo um cenário que se tornava cada vez mais vantajoso para os donos da casa. O Benfica marcou todos os seus gols na Liga Europa através de jogadores sul-americanos. Curiosamente, nenhum desses gols foi marcado por um brasileiro. Nenhum até os 47 minutos do primeiro tempo: falta cobrada pela direita, o goleiro sueco Andreas Isaksson afastou apenas parcialmente e Luisão conferiu a sobra com um voleio certeiro, digno dos grandes atacantes, colocando a bola praticamente no ângulo esquerdo. Golaço, que tirava um peso psicológico incalculável dos benfiquistas no caminho até os vestiários.
Veio o segundo tempo e o Benfica parecia saber controlar melhor o ímpeto ofensivo do PSV, que passava a depender de dois gols para conduzir a partida à prorrogação. E, para liquidar de vez a fatura em favor dos lusitanos, César Peixoto avançou pela esquerda, invadiu a área e foi derrubado no carrinho do brasileiro Marcelo: pênalti. Cardozo encarregou-se da cobrança e colocou a bola no meio do gol para marcar 2a2.
O treinador Fred Rutten parecia perceber que não haveria mais chances pro seu time: faltavam cerca de 30 minutos para o apito final e a equipe precisava de 4 gols. Realizou as três substituições às quais tinha direito mas o PSV pouco conseguiu desenvolver depois de ceder o empate. Melhor para o Benfica, que avança para a semifinal na Liga Europa depois de ficar sob pressão no primeiro tempo de jogo. Os benfiquistas, certamente, não esquecerão do que até o presente momento é o único gol de jogador brasileiro da equipe na competição.
Outros resultados
Spartak Moscou 2a5 Porto (3a10 no agregado)
Twente 1a3 Villarreal (2a8 no agregado)
Braga 0a0 Dynamo de Kiev (1a1 no agregado, Braga avança pelo gol marcado fora)
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