Fundando em 27.03.2004, o Horizonte Futebol Clube foi ao estádio Olímpico João Havelange enfrentar o Flamengo, insituição de mais de 115 anos de existência. A partida, válida pela fase oitavas-de-final na Copa do Brasil 2011, terminou empatada por 1a1. Mais do que o resultado em si, surpreende observar a grandeza do clube cearense no que tange a sua postura dentro de campo: mesmo pressionado pelo tradicional adversário, o time comandado pelo treinador Roberto Carlos saía para o jogo, desfilava bonitas jogadas individuais (sobretudo através do talentoso atacante Siloé, que por diversas vezes bagunçou a defesa rubro-negra) e ainda encaixava algumas tramas que causavam dificuldades ao sistema defensivo de Vanderlei Luxemburgo.
O jogo
Estreando no Rio de Janeiro pela Copa do Brasil 2011 (nas fases anteriores dispensou o jogo de volta através do resultado no campo oponente), o Flamengo tomou a iniciativa e procurou abrir o placar com um time escalado mais solto que o habitual: Renato Abreu na lateral esquerda, Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho na armação, e Negueba e Wanderley mais à frente. O prêmio pela formação mais voltada ao ataque veio com 17 minutos: o xará do treinador recebeu, chutou e a bola ganhou velocidade quando desviou na marcação, entrando no canto direito.
As chances continuavam a aparecer, como em chute forte de Willians que o goleiro Alex rebateu dando uma "manchete" e viu a bola chocar-se com a trave esquerda. A maior chegada dos visitantes no primeiro tempo ocorreu aos 35 minutos, quando Júnior Cearense chutou com força e o goleiro Felipe espalmou usando ambas as luvas. Soltando-se cada vez mais em campo, o Horizonte foi ao ataque na base da habilidade de Siloé e, derrubado por David faltosamente na grande área, o time teve pênalti para cobrar. Quem se encarregou de ir para a bola foi Elanardo, que empatou a partida.
No intervalo, Luxemburgo optou por trocar o volante chileno Maldonado (que era envolvido na maioria dos lances que se davam sobre si) pelo lateral-esquerdo Rodrigo Alvim, aproximando Renato da criação de jogadas. Porém, Renato aparecia mesmo era nos chutes de longe, como em cobrança de falta que colocou Alex para trabalhar, realizando bela defesa. Era evidente que o Flamengo não se contentava com o resultado de 1a1, até porque este dá ao Horizonte o direito de empatar sem gol dentro de casa. Porém, muito pouco era produzido para um time que, no papel, era franco favorito ao duelo. De quebra, o Horizonte ainda causava alguns alvoroços nas investidas em contra-ataque, um deles de chance clara de gol mas que não teve continuidade nos pés de Jackie Chan (que entrara no lugar de Diego Palhinha, outro jogador interessante, que quando esteve em campo mostrou comprometimento com a marcação e competência com a bola nos pés, até sair explicitando cansaço). A maior oportunidade flamenguista de desempatar a partida aconteceu aos 42 minutos, com Ronaldinho Gaúcho cabeceando em total liberdade mas mandando a bola sobre o travessão - minutos antes, ele e Luxemburgo abriram os braços um para o outro, dando a entender que a insatisfação era mútua.
Vamos aguardar o jogo de volta. Após assistir essa partida de ida, fui convidado pelo desenrolar do jogo a recordar que a Copa do Brasil é um terreno fértil para surpresas. Se bem que, pela personalidade desse time do Horizonte, não me surpreenderia se o clube cearense pudesse desfrutar do maior feito de sua história, que começou a ser contada há bem pouco tempo.
Outros resultados
Avaí 1a1 Botafogo (3a3 no agregado, Avaí avança nos gols marcados fora)
Atlético/PR 5a0 Bahia (6a1 no agregado)
Goiás 0a1 São Paulo
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