Tanto Botafogo quanto Avaí têm algo a lamentar e a comemorar após o término da partida de ida válida pela fase oitavas-de-final na Copa do Brasil 2011. O Avaí, que saiu na frente e abriu 2a0, lamenta ter cedido o empate mas comemora o resultado que lhe dá o direito de se classificar com igualdades em 0a0 ou 1a1 na Ressacada. Já o Botafogo, se por um lado comemora a reação vista no 1º tempo, por outro não conseguiu fazer valer o mando de campo e terá de marcar gol em Santa Catarina.
O placar de 2a2 dentro de casa diante de um público de 5.574 presentes - regado a vaias de torcedores - mostram que alguma coisa está fora de ordem em General Severiano. O primeiro semestre botafoguense está perigando: dependendo de resultados alheios na Taça Rio (o 2º turno do Campeonato Estadual) e precisando buscar o resultado na partida de volta pela Copa do Brasil para seguir na competição nacional, o início de trabalho do treinador Caio Júnior já pode ser considerado sob pressão.
O jogo
Escalado com 3 atacantes (Caio, Herrera e Abreu) e jogando dentro de casa, nada mais natural que o Botafogo tomar a iniciativa e ir ao campo ofensivo. Encolhido na própria metade do campo e contando com a dupla Rafael Coelho e William no ataque, o Avaí parecia jogar aguardando um erro do adversário. E ele ocorreu aos 13 minutos: o zagueiro João Filipe, ex-Figueirense, saiu jogando errado, a equipe catarinense contra-atacou em velocidade com Bruno acionando William e o camisa 9 não desperdiçou, pegando de primeira para estufar a rede, abrindo o placar.
A torcida não deu segunda chance ao camisa 4 e passou a vaiar o defensor toda vez que ele pegava na bola. E o que estava ruim, piorou: aos 21 minutos, Marquinhos Gabriel cruzou da esquerda e Rafael Coelho, livre de marcação, apareceu nas costas de Márcio Azevedo para cabecear. 2a0 Avaí e tome vaias para mais um jogador alvinegro, dessa vez o lateral-esquerdo Márcio Azevedo.
No minuto seguinte, Caio avançou pela esquerda, cruzou rasteiro e o argentino Germán Herrera tratou de amenizar o clima no estádio completando para a rede. Pouco depois do gol, o vaiado Márcio Azevedo deu lugar para outro cabeludo na lateral-esquerda: Cortês, recém-contratado ao Nova Iguaçu e que fazia sua estréia no novo clube. Aos 29 minutos, Alessandro quase empatou a partida ao dar bonito chute de fora da área, com a bola passando perto da trave esquerda. Com 44 minutos, o goleiro Renan viu-se em maus lençóis após o recuo de cabeça de Bruno e quem aproveitou o vacilo foi o uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu, que acompanhou o lance e dividiu com o arqueiro para empatar a partida.
É fato que o empate conquistado ainda antes do intervalo dava um novo ânimo ao Botafogo, embora alguns torcedores teimassem em vaiar alguns atletas na descida para os vestiários. Perseguição tola, pois aumentava a pressão sobre um time que precisava de apoio. A torcida que gritava pelo nome de Lucas desde o primeiro tempo foi atendida na etapa complementar, mas não aprovou a escolha de Caio Júnior para deixar o gramado: era Herrera, autor do 1º gol e figura que buscava jogo, mostrando-se participativo. Lucas atuou aberto pela direita, como se fosse um ponta, protagonizando algumas boas jogadas individuais.
Mas quem teve a maior chance de voltar a mexer no placar foi o time visitante: aos 27 minutos, Evando foi lançado na área, driblou Alessandro e também o goleiro Jéfferson, finalizou e eis que Alessandro, até então perseguido por alguns torcedores, salvou o time bloqueando uma bola que, se passasse por ele, tinha a rede como endereço certo. Alessandro ainda daria lugar para Somália, que mostrou-se esforçado mas ineficaz em praticamente todas as tentativas de cruzamentos.
Quarta-feira que vem, no estádio da Ressacada, o Avaí deverá contar com o apoio dos torcedores para buscar a classificação para a fase quartas-de-final. O Botafogo, por sua vez, talvez possa ter melhor rendimento jogando longe de sua torcida. Como diz o ditado: "muito ajuda quem não atrapalha".
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