Mesmo sem conseguir se impôr em Old Trafford, o Manchester United conquistou uma vitória por 2a1 em seus domínios e garantiu classificação para a fase semifinal na Liga dos Campeões da Europa. Pior para o Chelsea, que pela segunda vez nas últimas quatro temporadas acaba tendo o mesmo algoz na caminhada em busca do título inédito.
Ryan Giggs, que havia sido o autor da assistência para o gol de Wayne Rooney na partida de ida, tratou de distribuir os passes para gol também no duelo de volta, dessa vez servindo Javier Hernández e Park Ji-Sung.
O jogo
A última vez que o Manchester United perdeu dentro de casa ocorreu há mais de um ano - mais precisamente em 3 de abril de 2010, numa derrota por 2a1 exatamente para o Chelsea. E, a julgar pelo início de jogo de ambas as equipes, dava pinta de que os Azuis de Londres pudessem repetir o feito em pleno Old Trafford. Com Ramires apresentando-se como elemento-surpresa no ataque e a dupla Nicolas Anelka e Fernando Torres funcionando muito bem na trama de jogadas ofensivas, a equipe comandada por Carlo Ancelotti ficou perto de abrir o placar. Teve bola cabeceada por Torres que passou perto da trave direita, duas finalizações de Anelka que passaram com grande proximidade dos postes e ainda uma defesa de Edwin van der Sar em chute frontal de Frank Lampard. Sem precisar de tantas oportunidades quando o adversário, o time da casa foi à rede através de Javier Hernández: aos 42 minutos, o atacante mexicano completou pra dentro após passe caprichado do galês Ryan Giggs.
No intervalo, Ancelotti trouxe para campo o marfinense Didier Drogba. Poderia ter colocado o atacante ao lado de Torres e Anelka, o que certamente proporcionaria um poder-de-fogo incrível ao time londrino. Mas o treinador italiano optou por tirar o camisa 9 espanhol... Mais tarde, aos 14 minutos, ainda trocou Anelka por Salomon Kalou, mantendo o time com dois atacantes. Com Rio Ferdinand (mancando desde o primeiro tempo e nem por isso deixando o campo de jogo) e Nemanja Vidic sendo muito bem protegidos por Michael Carrick, o Manchester United dificultava as tentativas de penetração do Chelsea. E, para piorar as coisas pro lado visitante, aos 24 minutos Ramires recebeu o segundo cartão amarelo pessoal e foi expulso de campo após um lance em que alguns árbitros sequer marcariam falta sobre Nani - não foi o caso do português Olegário Benquerença, o mesmo apitador do polêmico duelo entre Internazionale e Barcelona, pela semifinal na temporada passada.
Se alguém imaginava que a desvantagem numérica ia derrubar de vez as pretensões do Chelsea, teve uma surpresa aos 30 minutos: Michael Essien passou bonito para Drogba, o camisa 11 girou o corpo no momento em que dominava no peito e soltou um chute rasteiro para superar van der Sar. Era tudo o que o Chelsea precisava para pôr fogo na partida e partir em busca do gol que o classificaria. Mas eles não contavam com a astúcia dos comandados de Alex Ferguson: no minuto e no ataque seguinte, Ryan Giggs descolou mais uma assistência daquelas que desmontam qualquer sistema defensivo e o sul-coreano Park Ji-Sung mandou pra dentro. 2a1 United, numa ducha de água fria nos planos Azuis de incendiar o jogo.
Ancelotti trocou o zagueiro brasileiro Alex pelo lateral-direito português Paulo Ferreira, recompondo o miolo de defesa com o remanejamento do sérvio Branislav Ivanovic. No meu entender, uma mexida fora da proporção exigida pelo contexto: o Chelsea precisava de dois gols e, embora sem mais atacantes no banco (a não ser Torres e Anelka, que foram substituídos), parecia mais adequado colocar ou o israelense Yossi Shai Benayoun ou o russo Yuri Valentinovich Zhirkov. E olha que Paulo Ferreira até mostrou boa participação nos minutos em que esteve em campo, dando duas enfiadas de bola interessantes.
Com todo o respeito ao trabalho de Carlo Ancelotti - que na temporada passada estreou no Chelsea dando ao clube uma inédita dobradinha -, acho que Roman Abramovich talvez precise olhar para um técnico de maior ousadia quando da necessidade de mudar o rumo de um jogo.
O time de Ferguson, vivo em 3 competições, aguarda o vencedor do duelo entre Schalke 04 e Internazionale para conhecer o adversário na fase semifinal continental. O próximo compromisso, porém, é por outra semifinal: na Copa da Inglaterra, o time faz o clássico de Manchester na casa dos Citizens, no próximo sábado.
Outro resultado
Shakhtar Donetsk 0a1 Barcelona (1a6 no agregado)
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