O Paraná Clube não foi exatamente "uma prova-de-fogo" para os comandados de Caio Júnior, mas o encontro de caráter eliminatório numa competição que reserva alguns traumas aos botafoguenses (eliminações para o Americano e para o Santa Cruz, nessa mesma fase nas duas últimas edições) precisava ser encarado com atenção especial pelo Alvinegro. E, a julgar pela atuação principalmente no segundo tempo, o Botafogo de Caio Júnior passou com louvor no teste e conquistou com folgas a classificação, construindo um incontestável 3a0 (dois gols de Abreu e um de Caio). Na próxima fase, o Glorioso terá pela frente o Avaí, que eliminou o Ipatinga para alcançar as oitavas-de-final.
O jogo
O desfalque de Somália (suspenso automaticamente pela expulsão na partida de ida) possibilitou ao treinador uma escalação mais leve, com Bruno Tiago e Éverton à frente da dupla de volantes e encostando com freqüência na dupla de atacantes. Com a agilidade e disposição de Kelvin (que, pelo estilo de jogo, pela aparência física e pela camisa por ele trajada se assemelhava ao meia Maicosuel, ex-Paraná e que hoje recupera-se de contusão para voltar a jogar pelo Botafogo), o Paraná até causava um ou outro alvoroço na defesa botafoguense, mas o máximo que conseguiu em suas investidas foi defendido pelo ótimo goleiro Jéfferson, cada vez mais justificando a titularidade na seleção brasileira.
O comportamento botafoguense era melhor dentro das quatro linhas do que nas arquibancadas: o reduzido público de 6.014 espectadores mostrou desde os primeiros minutos que não estava lá para apoiar incondicionalmente, e sim para manifestar o que o agradava e o que o desagradava, muitas das vezes de forma precipitada e pouco razoável. Mesmo assim, o primeiro gol saiu: Germán Herrera, um dos que vinham sendo "exigidos" por parcela dos torcedores, cruzou da linha-de-fundo pela direita encontrando Sebastián "El Loco" Abreu em liberdade na área. E deixar o camisa 13 uruguaio nessas condições é pedir pra levar um gol: cabeceio certeiro e 1a0 no placar, com direito a uma comemoração de desabafo em defesa do companheiro argentino, que logo foi saudado pela massa alvinegra.
Com o clima entre jogadores e torcedores bem mais leve, as coisas passaram a fluir melhores para os donos da casa. A consciência tática de Abreu - que acumulava as funções de referência na área e de armador de jogadas - atrelada a funcional parceria entre o também uruguaio Arévalo Ríos e Marcelo Mattos eram a chave para o domínio botafoguense na partida. Domínio territorial que foi refletido no placar com mais dois gols na etapa complementar: Abreu marcou o 2º novamente aproveitando passe de Herrera (dessa vez pelo chão) e Caio fechou a conta cobrando pênalti sofrido por ele próprio. Entre um gol e outro, Éverton conseguiu a proeza de, após receber toque de Herrera, mandar no travessão um chute onde o goleiro já estava batido e a baliza escancarada alguns metros na frente. Tudo bem, com o placar resolvido, a classificação sob controle e o desempenho a contento, a alegria foi garantida. Os gritos de "Ô Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar" sugerem que teremos mais botafoguenses no Engenhão no próximo domingo diante do Flamengo do que tivemos nessa quarta-feira diante do Paraná. Melhor ainda para o Botafogo se o comportamento for de apoiar o elenco sem restrições, do apito inicial ao final.
Outros resultados
Caxias 3a1 Botafogo/PB (4a1 no agregado)
Santo André 1a0 Sampaio Corrêa (3a3 no agregado, Santo André avança)
Vasco 2a1 ABC (2a1 no agregado)
Bahia 2a1 Paysandu (2a1 no agregado)
São Paulo 2a0 Santa Cruz (2a1 no agregado)
Atlético/MG 0a0 Grêmio Prudente (1a2 no agregado)
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