O Bayern de Munique recebeu o Real Madrid no estádio Allianz Arena (palco da final da Liga dos Campeões da Europa nessa temporada, em dezenove de maio de dois mil e doze) e fez valer tanto a história de anos pretéritos quanto o momento recente. Com o triunfo por 2a1, o Gigante da Baviera segue invicto dentro de casa quando atua diante dos merengues (esse foi o décimo confronto entre Bayern e Real na Alemanha) e confirmou os 100% de aproveitamento nas partidas disputadas como mandante nessa temporada de Champions League (venceu todos os seis jogos disputados na Allianz Arena).
A partida foi bastante disputada, com o desempate derradeiro tendo ocorrido aos quarenta e três minutos do segundo tempo. O resultado obriga o Real Madrid a vencer ou por 1a0 ou por mais que um gol de diferença para sair classificado do estádio Santiago Bernabéu, na quarta-feira da próxima semana. Se devolver o 2a1, a partida irá para a prorrogação. O Bayern está a um empate de retornar à Allianz Arena em 19.05.2012 para a final da Liga - e, caso marque pelo menos dois gols, avançará para a decisão mesmo em caso de derrota por um gol de diferença na Espanha.
O jogo
Festiva desde antes mesmo do apito inicial, a torcida do Bayern fez bonita festa nas arquibancadas do estádio, atuando como se fosse um décimo segundo jogador. O Real Madrid não se intimidou e iniciou a partida com maior volume de jogo que os donos da casa, aproximando-se de abrir o placar aos seis minutos, quando Karim Benzema recebeu belo passe de Mesut Özil, chutou forte e Manuel Neuer rebateu maravilhosamente.
Se o Bayern tinha na torcida uma espécie de décimo segundo jogador, o Real tinha como "reforço" a presença do árbitro inglês Howard Webb (aquele mesmo da final da Copa do Mundo 2010). Aos quinze minutos, uma rápida jogada dos donos da casa foi interrompida quando, dentro da área, Franck Ribèry caiu após ser tocado por Sergio Ramos - o jogo seguiu sem qualquer infração ter sido marcada por Howard Webb.
Não vamos aqui responsabilizar o árbitro por uma eventual injutiça nesse lance. Até porque, houve pelo menos duas jogadas de pênalti para o Bayern mais claras que essa, as quais trataremos no devido momento. E o próprio Ribèry se encarregaria de tirar o primeiro zero do placar pouco depois do lance em que caíra na disputa com Ramos: após cobrança de escanteio, o hábil jogador francês pegou o rebote e chutou firme, rasteiro, estufando a rede. Luiz Gustavo estava em posição de impedimento na jogada, restando a dúvida de ter ou não participado do lance - não tocou na bola e nem foi em direção a ela, mas pode ter atrapalhado a visão do goleiro Iker Casillas. De toda forma, o arqueiro espanhol não reclamou e o gol foi confirmado. 1a0 Bayern e explosão de alegria dos torcedores bávaros.
A partir de então, viu-se uma subida de produção no Bayern, que passou a encaixar maior número de jogadas, com Arjen Robben, Ribèry e Toni Kroos fazendo boas aproximações de Mario Gómez. E a maior chance de ampliar a vantagem deu-se em lance onde Kroos encontrou Gómez e o centroavante chutou bem, mas parou em intervenção sensacional de Casillas, que espalmou esticando ambos os braços. Se o Bayern não conseguiu aumentar a diferença no final do primeiro tempo, foi castigado no início do segundo: após grande vacilo de toda a defesa bávara, a bola atravessou a pequena área e chegou até Cristiano Ronaldo, que passou para Özil finalizar, empatando a partida em Munique, aos sete minutos.
Aos quinze minutos, Jupp Heynckes tratou de colocar Thomas Müller em campo (não sei por que tão tarde), mas tirou um jogador que fazia boa partida - Bastian Schweinsteiger, que deixou o gramado explicitando chateação. Só que substituição menos compreensível fez José Mourinho: aos vinte e três, tirou Özil para colocar Marcelo. E pior: não deixou Marcelo solto o bastante para explorar jogadas ofensivas, limitando o poder de ataque madridista. Melhor para o Bayern, que foi ganhando terreno, impondo-se territorialmente e dominando as ações, em jogo que ia se concentrando no campo de defesa do Real. Os comandados de Mourinho paravam muitas das jogadas adversárias com faltas. Só que Webb se recusava a assinalar aquelas que ocorriam dentro das fronteiras da grande área, frustrando os jogadores do Bayern por pelo menos duas vezes, em penalidades cometidas por Pepe e Fábio Coentrão.
Se Heynckes seguiu até o final sem mexer novamente no time (e olha que tinha Ivica Olic no banco), Mourinho foi bisonho o bastante para gastar as três substituições e não levar Kaká a campo. E o castigo ao foco defensivista do treinador português veio aos quarenta e três minutos: em bela jogada de Philipp Lahm pelo flanco direito, o lateral alemão escapou de Coentrão, cruzou rasteiro e encontrou Gómez, que mandou pra rede e levou o público à loucura. 2a1 Bayern.
Nos acréscimos, Marcelo tomou uma atitude de marginal e pontapeou Müller sem esboçar qualquer intenção de pegar a bola. E o senhor Howard Webb afinou mais uma vez, dando apenas um cartão amarelo para o destemperado jogador brasileiro - qualquer semelhança com o "critério" visto na final da Copa 2010 no lance em que Nigel De Jong foi de voadora em Xabi Alonso parece não ser mera coincidência...
No jogo de volta, espero que o Real de Mourinho faça jus ao grande elenco que dispõe e procure atacar (não fisicamente, como fizera Marcelo). E espero que a UEFA coloque em campo um árbitro menos frouxo do que Webb. Seriam dois ingredientes relevantes para termos uma ótima partida de volta.
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