quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Raça Para Dar E Vencer: Flamengo 2a1 Atlético

Tão logo Ronaldinho Gaúcho deixou o Flamengo acionando a Justiça por uma dívida de cerca de quarenta milhões de reais, a presidenta da instituição devedora, Patrícia Amorim, disse que o clube seria "implacável" na busca pelos seus direitos. "Implacável". Essa me parece ser a melhor palavra para resumir o poder de marcação da equipe comandada por Dorival Júnior. Com um fôlego exuberante, o sistema defensivo do Flamengo funcionou da linha de defesa até a dupla de ataque - e vice-versa. Seria difícil ganhar do Atlético Mineiro de outra forma. Mas o Fla ainda contou com outro fator determinante: a presença marcante de uma torcida que parecia atuar em duas frentes: pró-Flamengo (o que é legítimo e redundante) e anti-Ronaldinho (o que considero lamentável).

No final das contas, o clima foi digno de um jogo decisivo. Infelizmente, alguns personagens passaram dos limites, como por exemplo o zagueiro Réver, expulso por agressão covarde (estou no aguardo para ver quantos jogos de suspensão virão para ele). A vitória rubronegra contou com dois belos gols de seus atacantes: Vágner Love e Liédson, o primeiro abrindo o placar e o segundo desempatando a partida. Uma pena que, na ocasião do primeiro gol, a arbitragem errou ao marcar escanteio para o Flamengo (a saída de bola era para posse atleticana). De toda forma, pelo conjunto dos acontecimentos, o Urubu merecia mais a vitória do que o Galo. Com essa determinação, o Fla deve passar o resto do campeonato longe da zona de descenso. Resta saber se terá fôlego e motivação para manter essa "pegada". O Atlético, que disputa o título, talvez precise buscar alternativas em seu jogo, pois nessa partida no Engenhão foi engolido pela forte marcação oponente. Sorte atleticana que lá está Cuca, técnico daqueles capazes de transformar uma equipe com uma ou outra mexida.

Ademais, o adiamento desse jogo beneficiou o Flamengo, que na ocasião do agendamento original da partida, não contava com alguns jogadores que foram fundamentais na construção do resultado de ontem, como Wellington Silva e Cléber Santana. Sem falar no próprio momento vivido pelo Atlético, que era muito mais favorável naquele momento do que nesse.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Serra Dourada, Bola Quadrada

Analisando friamente, o jogo entre Brasil e Argentina foi fraco. Mas se analisarmos a partida levando em consideração a grandeza das duas seleções e o que elas representam para o futebol mundial, então o duelo em Goiânia beirou o patético.

Do ponto de vista técnico, muitos valores individuais a se respeitar, sobretudo vestindo amarelo - o fato de o amistoso se restringir aos jogadores que atuam nas ligas argentina e brasileira foi muito mais prejudicial aos hermanos do que a nosotros.

Do ponto de vista tático, é como se o jogo sequer tivesse acontecido. Talvez a dureza dessas palavras se devam por ter, horas antes, assistido a uma ótima partida entre Chelsea e Juventus, pela Liga dos Campeões da Europa, onde o brasileiro Oscar brilhou ao marcar dois gol no empate em 2a2. Mas independentemente do que acontecera em Stamford Bridge, Brasil e Argentina não podem achar que com esse futebolzinho apresentado no estádio Serra Dourada estejam perto da tradição dessas camisas tão respeitadas pelo planeta bola. Pelo contrário: precisam aumentar a exigência em si mesmos para que, até 2014, honrem as cores que trajam. Com esse futebol, é mais um ultraje.

A Argentina não precisou de mais que um único e solitário chute para abrir o placar. O Brasil empatou em lance de bola parada e com impedimento não marcado por um auxiliar que, se não detectou a irregularidade numa jogada como aquela, não tem condições de seguir na profissão. No final, quando alguns já haviam deixado as arquibancadas, um pênalti cometido nos acréscimos deu ao Brasil a virada e a vitória. O "Superclássico das Américas" terá seu jogo de volta em Resistencia, Argentina. Resistência teremos que ter nós, torcedores numa pátria pentacampeã e entregue a uma Confederação que acredita que Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari, Muricy Ramalho, Dunga e companhia sejam técnicos de futebol. Desculpem-me, mas diferenças nos currículos à parte, nenhum destes é.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Oscar Marca Dois, Mas Juventus Busca Empate Em Londres


Teve início nessa terça-feira a fase de grupos na Liga dos Campeões da Europa. Hoje, em Stamford Bridge, Chelsea e Juventus estrearam no torneio e protagonizaram uma bela partida de futebol, que terminou empatada em 2a2 (Oscar marcou os gols dos donos da casa e, depois, os visitantes chegaram ao empate com gols de Vidal e Quagliarella). Veja como foi a transmissão da partida em tempo real, realizada através do Twitter @jogandoagora (acompanhado pela #CHEvJUV).

O jogo não marcava apenas o encontro do atual campeão europeu (o Chelsea, que alcançou o inédito caneco na história do clube) com o atual campeão italiano (a Juventus, que terminou invicta a liga nacional). Marcava também o encontro entre os líderes na Inglaterra e na Itália na presente temporada. A começar pelos dois grandes goleiros presentes em campo (o tcheco Petr Cech e o italiano Gianluigi Buffon), já tínhamos indícios de um jogo interessante.

Apesar de circularem a bola e buscarem o ataque, as equipes tinham dificuldades de criarem ocasiões claras de gol. Uma boa chance deu-se aos 28 minutos, mas Vucinic chutou na rede externa, perto da trave esquerda de Cech. Dois minutos depois, o Chelsea chegou e marcou: Oscar recebeu de Hazard e o chute desviou em Bonucci, enganando Buffon e indo parar na rede, abrindo o placar.

Mais dois minutinhos passados e Oscar, que acabara de marcar seu primeiro gol com a camisa do Chelsea (justo na sua estréia como titular), foi lá e marcou o segundo. Aliás, que golaço do jovem meia brasileiro. Com um remate maravilhoso, o ex-jogador de Internacional e São Paulo surpreendeu Buffon, colocando a bola praticamente no ângulo esquerdo. 2a0 em Stamford Bridge.

Aos trinta e sete minutos, foi a vez da Juventus chegar à rede: Vidal recebeu de Marchisio, limpou a jogada e, da meia-lua, descolou chute rasteiro, no canto esquerdo. Tão ou mais belo que o gol em si foi ver o ótimo volante chileno comemorar mancando, pois minutos antes tinha deixado o gramado com dores. Exemplo esportivo.

Teve início o segundo tempo e não demorou para vermos que a tônica de antes do intervalo se mantinha: o que era ótimo, afinal, as duas equipes buscavam o ataque. Com mais posse de bola, a Juventus dava as cartas na partida, mas a boa presença de Fernando Torres causava dificuldades à bem postada equipe italiana. Giovinco, hábil jogador vindo do Parma, não rendia atuando tão à frente e Carrera (auxiliar do suspenso Antonio Conte) o trocou pelo atacante Quagliarella. E não demorou cinco minutos para surtir efeito: aos trinta e quatro, o ex-jogador do Napoli recebeu linda enfiada de bola de Marchisio e esbanjou tranqüilidade para finalizar por baixo de Cech, igualando o placar.

Após o empate conquistado, a torcida juventina fez grande festa no setor do estádio que lhe era destinado enquanto dentro de campo a equipe alvinegra concentrava seus esforços em manter o resultado até o apito final, diminuindo seu próprio ímpeto ofensivo e mantendo sob controle as investidas dos Azuis. Um ótimo reencontro do Bianconero com a Liga dos Campeões. Seria melhor ainda se um certo Alessandro Del Piero tivesse seu contrato renovado, mas paciência... o mundo cartolístico é muitas das vezes de difícil compreensão...

domingo, 16 de setembro de 2012

Pouco Inspirados, Cruzeiro E Vasco Apenas Empatam

Cruzeiro e Vasco empataram em Varginha, pela 25ª rodada no Campeonato Brasileiro 2012. A torcida cruzeirense, insatisfeita, entoou nos últimos minutos de jogo os dizeres "Adeus, Roth". Já os vascaínos, que recentemente testemunharam uma troca de treinador (Marcelo Oliveira assumiu após a saída de Cristóvão Borges), comemoram um ponto conquistado fora de casa mas lamentam o fato de não terem conseguido uma vitória que esteve mais perto de si que do adversário.

Se para o Cruzeiro o duelo poderia ser visto como um confronto direto por vaga na Libertadores-2013, a equipe celeste perdeu a oportunidade de se aproximar do G4, mantendo-se a oito pontos do Vasco, quarto colocado. Vasco que, devido às derrotas de Fluminense e Atlético Mineiro, termina a rodada um ponto mais próximo ao topo da tabela (está a dez pontos do Tricolor Carioca e a oito do Galo, que tem um jogo a menos).

Pelo futebol apresentado, acho pouco provável que o Cruzeiro consiga arrancar em direção à Libertadores e o Vasco ao título, faltando treze rodadas para o encerramento do campeonato. No próximo domingo, às quatro da tarde, Cruzeiro e Vasco atuarão no mesmo estado, quando visitarão, respectivamente, o São Paulo e a Ponte Preta.

O jogo

As coisas começaram dando certo para os cruzeirenses, que abriram o placar aos três minutos em lance onde Renato Silva cabeceou para a própria rede numa tentativa de cortar o cruzamento de Éverton. Aos oito, Wallyson quase ampliou, parando em defesa de Fernando Prass.

Só que o Vasco conseguiu chegar ao empate: aos vinte e sete minutos, Juninho Pernambucano cobrou falta para a área, Fábio deu um soco na bola incapaz de afastar o perigo e Nilton aproveitou o rebote. 1a1 no placar.

A maior chance de desempate antes do intervalo foi dos visitantes, com o equatoriano Carlos Tenório cabeceando bem e Fábio intervindo de maneira ainda melhor, fazendo difícil defesa. No segundo tempo, Tenório teve nova oportunidade e desperdiçou de forma incrível: após driblar Fábio, chutou torto, para fora. Aos quinze, o Cruzeiro respondeu com Wellington Paulista, outro a parar em grande defesa de Prass.

O Vasco tinha mais volume de jogo, mas eram escassas as tramas de jogadas que envolvessem o sistema defensivo oponente, fato que justificou a persistência do empate até o apito final. Aos trinta e oito, um lance que faço questão de comentar: após tentativa de lançamento do argentino Walter Montillo, Prass dominou a bola no peito para somente depois pegar com as mãos. Um pouco de arte num jogo de pouquíssima inspiração. Mas eis que Wellington Paulista foi reclamar acintosamente com o goleiro adversário, provavelmente alegando que aquilo tenha sido algum tipo de provocação. Ora, Wellington, provocação é maltratar a bola - provocação com quem quer ver um jogo bem jogado. Cuide mais do seu relacionamento com a redonda antes de se indignar tão gratuita e inoportunamente.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Buscando Lugar No G4, Botafogo E Inter Empacam Com Empate

Botafogo e Internacional empataram na noite de quinta-feira, no estádio Engenhão, no Rio de Janeiro. O jogo foi escasso em oportunidades de gol, embora bastante corrido e movimentado. Com a igualdade no placar (1a1, gols de Leandro Damião e Cidinho), o Botafogo permanece no quinto lugar, a quatro pontos do último integrante da zona de acesso à próxima Libertadores - atualmente o Vasco, com quarenta e dois. O Inter, em sétimo, está dois pontos abaixo do Bota e a seis do G4. Na próxima rodada, ambos os clubes atuarão no domingo, às 18h30: enquanto o Colorado recebe o Sport em Porto Alegre, o Glorioso visita a Ponte Preta em Campinas.

O jogo

A ausência de Clarence Seedorf foi bastante sentida por um Botafogo pouco capaz de se aproximar da área adversária. Andrezinho era participativo e dava mobilidade ao meio-campo, mas a omissão de Márcio Azevedo (que pouco se apresentava no campo ofensivo) e as atuações irregulares de Lodeiro, Fellype Gabriel e Elkeson atravancavam o avanço alvinegro. Jogando em contra-ataque, o Internacional teve a maior chance de gol no primeiro tempo, quando Leandro Damião deixou a bola passar e D'Alessandro, livre na área, finalizou por cima.

Na segunda etapa a partida melhorou, sobretudo após o clube gaúcho abrir o placar: Fred recebeu do goleiro Muriel, avançou sem ser incomodado e descolou ótima enfiada de bola para Damião, que chutou rasteiro, na saída do goleiro Jéfferson, inaugurando o marcador e silenciando a então festiva torcida alvinegra. Veja vídeo.

Oito minutos depois do gol sofrido, porém, os donos da casa tiveram motivo para sorrir: aos trinta e um, dois jovens jogadores que haviam entrado no segundo tempo foram determinantes para o gol de empate, que aconteceu após excelente lançamento de Jéferson Paulista e oportuna conclusão de Cidinho.

O empate parecia não ser o objetivo de ninguém e o cronômetro avançava com os dois lados buscando a vitória. Diego Forlán, que entrou no segundo tempo (havia atuado pela seleção uruguaia e por essa razão não foi escalado com os titulares), deu uma bicicleta que passou à direita, aos trinta e sete. No minuto posterior, Elkeson teve a camisa puxada na área mas o árbitro Elmo Resende não marcou a penalidade cometida por Elton, dando cartão amarelo para o camisa nove do Botafogo pela reclamação veemente. Ainda houve tempo para Forlán balançar a rede, mas dessa vez a arbitragem acertou, indicando impedimento.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

No Fim, Talento Dá Gols E Vitória Ao Santos Sobre O Flamengo

Se no ano passado, na mesma Vila Belmiro, o duelo entre o Santos de Neymar e o Flamengo de Ronaldinho foi um dos jogos mais marcantes na temporada brasileira, dessa vez a partida envolvendo os dois clubes foi pra lá de apática.

Neymar teve performance discreta na maior parte do tempo enquanto o Fla, enfraquecido desde a saída de Ronaldinho e carente de um padrão de jogo, mostrou por que é candidato ao rebaixamento. Dorival Júnior escalou um time diferente pela décima vez em dez jogos no clube, e a atuação coletiva não justifica um repeteco.

No primeiro tempo, as aproximações do time da casa se davam basicamente em duas esferas: jogadas individuais e erros do adversário. A defesa visitante cometeu pelo menos três faltas beirando a própria área e, numa delas, o goleiro Felipe salvou a cobrança realizada por Neymar, que desviou numa barreira "aberta" e rumava para o ângulo esquerdo.

O jogo se arrastava para um monótono zero a zero. Aos trinta e nove, porém, o Flamengo teve a maior chance do jogo para abrir o placar - só que Vágner Love mandou a bola na trave direita. No minuto seguinte, o castigo: Victor Andrade, jovem de dezesseis anos que acabara de entrar, recebeu nas costas de Frauches e concluiu com categoria, na rede. Menino alegre, tirou a camisa na comemoração e por isso foi punido com cartão amarelo. Um minuto depois, quem fez a alegria dos santistas foi o também menino Neymar, que passou como quis pela marcação e finalizou encobrindo Felipe.

Se o Santos fosse depender exclusivamente do talento tático de Muricy Ramalho, dificilmente alguma coisa evitaria o 0a0. Talvez a trave direita santista, que parou aquela finalização de Love, aos trinta e nove...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Botafogo Passa Sufoco, Mas Vence Náutico E Segue Subindo

 

Pela primeira vez no Campeonato Brasileiro 2012, o Botafogo conseguiu encaixar 3 vitórias consecutivas na competição - após ser goleado pelo São Paulo por 4a0 (especulando-se a saída do treinador Oswaldo de Oliveira), a equipe de General Severiano emplacou nove pontos seguidos vencendo Coritiba (2a0), Cruzeiro (3a1) e agora o Náutico (também por 3a1). Subindo na tabela para a 5ª posição e beirando o tão desejado G4, o Alvinegro terá confronto direto na próxima rodada, quanto enfrentará o Internacional (7º, dois pontos a menos), no Engenhão. Já o Náutico, posicionado em 12º distante seis pontos da zona de descenso, não vence há três rodadas e tem pela frente o Grêmio, no Olímpico.

O jogo

Ultimamente jogando para arquibancadas vazias quando na condição de mandante, o Botafogo teve a companhia de cerca de dezoito mil alvinegros no estádio. Muitos estavam ainda do lado de fora quando o time abriu o placar, no primeiro minuto: Andrezinho cruzou rasteiro da direita e Elkeson concluiu de letra, marcando bonito gol e promovendo festejos no campo, na beira dele, nas arquibancadas e nas bilheterias.

Para melhorar a situação do time da casa, o próprio Elkeson marcou o segundo, novamente recebendo assistência de Andrezinho: dessa vez, o aprendiz de centroavante recebeu e teve calma para colocar a bola rasteira no canto esquerdo.

O momento em que o Náutico mais se aproximou do gol foi quando um cabeceio de Ronaldo Alves encaminhou a bola ao travessão. Na segunda etapa, os visitantes subiram de produção a ponto de dominarem a partida territorialmente e estabelecerem forte pressão no jovem sistema defensivo botafoguense (desfalcado dos experientes Fábio Ferreira, Antônio Carlos, Márcio Azevedo, Marcelo Mattos e Renato, os substituíram Dória, Brinner, Lima, Jádson e Gabriel).

De pênalti, Araújo descontou para o Timbu. Mais tarde, o mesmo Araújo teve pelo menos duas oportunidades de transformar a derrota em empate, mas não aproveitou nenhuma delas. No final, com a torcida alvinegra atuando como se fosse um décimo segundo jogador, Andrezinho recebeu de Clarence Seedorf e chutou por baixo do goleiro Gideão, selando a vitória.

sábado, 8 de setembro de 2012

Deu Zebra: Em Santa Catarina, Coelho Fez Tigre Virar Gatinho

Criciúma e América fizeram, em Santa Catarina, um jogo com vários ingredientes para tornar a partida especial. A começar pelo surpreendente placar: 4a0 para os visitantes, diante da equipe com melhor retrospecto na condição de mandante (havia ganho todos os onze jogos disputados em casa).

Apesar da sapecada sofrida diante de seus torcedores, o público até que comportou bem no estádio Heriberto Hulse, poupando os jogadores de vaias. Aliás, é essa a essência do ato de torcer pelo time: independentemente das circunstâncias, é preciso estar junto da equipe, coisa que muitas facções pelo Brasil parecem não compreender.

Alessandro foi personagem central na partida, tendo marcado três vezes. E olha que, aos nove minutos, com o jogo ainda zerado, o camisa 9 do América perdeu oportunidade clara, praticamente embaixo do travessão. Não aproveitou aquela oportunidade, mas se redimiu. O primeiro gol dele na partida foi em contra-ataque ligeiro: após escanteio mal cobrado pelo Criciúma, o time visitante respondeu rapidamente e Fábio Júnior serviu Alessandro, que avançou em liberdade e chutou na saída de Michel Alves. E Alessandro marcou o segundo ainda no primeiro tempo, cabeceando após cobrança de escanteio pela direita.

Na segunda etapa, o Criciúma fez alterações para buscar os gols que revertessem aquele cenário. Atacou, mas não foi eficaz. De quebra, viu o goleiro Michel Alves cometer falha bizarra: após finalização de Fábio Júnior da marca do pênalti, o arqueiro defendeu com segurança. Apressado para recolocar o time no ataque, acabou deixando a bola escapolir e indo parar dentro do gol, surpreendendo companheiros, adversários, arbitragem, comentarista, narrador...

O quarto gol foi o hat-trick de Alessandro, que apenas deslocou Michel Alves para dar números finais ao jogo. Lucca, jogador de habilidade do Criciúma, foi corretamente expulso após um segundo cartão amarelo tolo, ao simular falta na proximidade da área. Por falar no árbitro, há que se dizer que Jean Pierre Gonçalves Lima é a cara de Vin Diesel.

Agora, a torcida do Tigre espera que a equipe não se abale com o revés e consiga se manter na zona de acesso para a Série A 2013. O Coelho, que volta para Minas com uma goleada motivadora, termina a 23ª rodada a quatro pontos do quarto colocado, o também catarinense Joinville.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Seedorf Dá Show E Estrela Solitária Brilha Em Minas

A 22ª rodada do Campeonato Brasileiro 2012 provavelmente ficará marcada por uma das maiores atuações individuais até o momento na competição. Bastante desfalcado e atravessando momento nada empolgante na temporada, o Botafogo foi até Minas Gerais enfrentar um Cruzeiro que se mostrava em ascensão. Resultado: show de Clarence Seedorf e vitória de virada do Alvinegro.

O Botafogo começou a partida no ataque, com a parceria entre Andrezinho e Seedorf conduzindo o meio-campo para o ataque, muitas das vezes prensando a defesa cruzeirense. Mas quem abriu o placar foram os donos da casa: após lançamento nas costas de um Fábio Ferreira absolutamente fora do tempo de bola, Borges chutou, Renan rebateu e Tinga marcou no rebote, da meia-lua, livre de marcação. 1a0 Cruzeiro, aos dezenove minutos.

Mas a reação botafoguense viria ainda no primeiro tempo, com dois gols do craque holandês num intervalo de dois minutos. Aos trinta e quatro, um golaço: Fellype Gabriel lançou no espaço vazio e Seedorf se projetou no tempo exato para finalizar de primeira, mostrando precisão tanto na leitura do lance quanto no remate em gol. Obra-prima digna dos grandes camisas dez - como é o caso de Clarence.

No minuto seguinte, a virada: após bola lançada, Fellype Gabriel dominou mal e Seedorf, novamente estupendo na capacidade de antever a jogada, partiu para pegar de primeira na bola, mandando rasteiro entre o goleiro Fábio e a trave direita. Gol típico dos astutos centroavantes - que não é o ofício de Clarence, mas que ele pode muito bem desempenhar.

Veio o segundo tempo e com ele o blogueiro passou a revezar um pouco a transmissão da partida com a do debate para a prefeitura no Rio de Janeiro. E enquanto Marcelo Freixo se mostrava o mais bem preparado dos debatedores para ser prefeito, Seedorf continuava perfeito: aos dez minutos, a fera nascida no Suriname partiu em velocidade com uma explosão formidável, recolheu a bola já deixando Leandro Guerreiro para trás e deu assistência primorosa para Jádson, que driblou Fábio e mandou para a rede. 3a1 Botafogo e festa da minoria no estádio Independência. Uma minoria feliz da vida, pois nada ali foi maior do que a atuação de Clarence Clyde Seedorf.

domingo, 2 de setembro de 2012

Eficiente, Goiás Vence Paraná E É 3º Na Série B


O Goiás conseguiu, sábado, um resultado importante na busca pelo retorno à Série A em 2013. Jogando fora de casa, o Esmeraldino venceu o Paraná pelo placar de 3a1, em partida onde a eficiência do time comandado por Ênderson Moreira contrastou com o desperdício da equipe local, que criou muito mais chances, frequentou muito mais o campo de ataque, trabalhou muito mais a posse de bola, mas acabou saindo derrotada.

Em 3º lugar na tabela de classificação, o Goiás na próxima rodada enfrentará o Ceará, em Goiânia, com boas possibilidades de se manter entre os quatro primeiros (está com um ponto a mais que o Joinville e dois acima do São Caetano). Já o Paraná, em 12º, está onze pontos abaixo da zona de acesso e oito acima da de descenso - enfrentará na próxima rodada o América Mineiro, no estádio Independência.

Apesar de toda essa diferença na situação de cada clube na competição, o que se viu foi um jogo a equipe do Paraná foi superior a maior parte do tempo. Envolvente pelos flancos do campo (Marquinhos pela direita e Geraldo pela esquerda) e perigosa no lances de bola parada (Lúcio Flávio era o encarregado nessas ocasiões), a equipe da casa a todo momento flertava com o gol. Mas acabou esbarrando numa forte defesa oponente, fortalecida na boa atuação do experiente goleiro Harley. De quebra, o Goiás ainda contou com uma eficiência descomunal no ataque, abrindo 2a0 quando era territorialmente esmagado pelo adversário.

O Paraná até conseguiu diminuir o prejuízo ainda no primeiro tempo e começou a segunda etapa no ataque, mas perdeu capacidade criativa após a saída de Marquinhos e ainda viu o Goiás crescer em campo. O final de jogo foi lá e cá, e a eficiência goiana falou mais alto, com o terceiro gol sacramentando a vitória visitante, nos acréscimos.

Para mais detalhes sobre o jogo, confira como foi a transmissão da partida em tempo real, via Twitter.