Por mais que já tivesse o título assegurado, o Manchester United de Alex Ferguson tem no seu DNA o hábito de buscar a vitória. Ainda mais se tratando de um clássico em Old Trafford. Nesse estádio, a equipe da casa marca pelo menos um gol por jogo de Campeonato Inglês desde 2009 (66 partidas em sequência). Então, apareceu o Chelsea de Rafa Benítez para acabar com a série: com uma vitória por 1a0, os Azuis deram mais um importante passo em direção à próxima Liga dos Campeões da Europa, torneio no qual é atual campeão e teve o dissabor de ser o primeiro clube a, nessa condição, ser eliminado logo na fase de grupo. Um impacto tão forte que gerou a demissão de Roberto di Matteo e o anúncio de Rafa como treinador interino. Só que o interino vai muito bem, obrigado: é finalista na Liga Europa (pode ser bicampeão europeu se vencer o Benfica) e está muito perto de garantir um lugar entre os quatro primeiros na Inglaterra. O espanhol já disse que não permanecerá como funcionário de Roman Abramovich na próxima temporada e especulações apontam o retorno de José Mourinho a Stamford Bridge. Só que isso é mera especulação. A realidade atual é que o Chelsea conseguiu desbancar o United em pleno Old Trafford jogando melhor que o adversário (ou pelo menos criando mais chances claras de gol) e que, apesar do tanto de críticas que caem sobre Benítez, ele conseguiu levantar a moral de um grupo que tinha todos os ingredientes para caminhar para um desfecho de temporada melancólico.
O gol da partida foi marcado por Juan Manuel Mata, aos quarenta e um minutos no segundo tempo, em jogada com participação importante do brasileiro Ramires. Brasileiros, aliás, não foram poucos em campo: o Manchester entrou com Rafael e Ânderson enquanto o Chelsea foi com David Luiz, Ramires e Oscar, todos titulares. Ânderson, discreto, acabou sendo substituído no segundo tempo. David Luiz participou bem e Oscar procurou jogo (embora sem brilho). Ramires foi talvez o mais efetivo destes, mas Rafael... ah, Rafael... com esse temperamento fica difícil - para não dizer impossível - vê-lo resistir por muito tempo como titular num time de ponta. Não é a primeira vez que
o jovem lateral criado em Xerém (divisões de base do Fluminense) se destemperou numa situação adversa. O futebol e o esporte em geral necessitam de atletas com preparo técnico, físico e psicológico. E talvez o último seja o mais importante, pois é o único capaz de comandar os outros dois aspectos. E Rafael, definitivamente, está fora de controle.
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