A grandiosa arrancada do Arsenal vivenciada nas últimas rodadas de Campeonato Inglês (sem esquecer a vitória por 2a0 sobre o Bayern, em Munique, na ocasião da eliminação européia) foram recompensadas no compromisso derradeiro dos comandados de Arsène Wenger na presente temporada: com uma vitória sobre o Newcastle em Saint James Park (1a0), a equipe manteve o retrospecto exitoso de marcar presença na maior competição continental de clubes.
O jogo em si não foi fácil, combinando com a dificuldade que foi a temporada como um todo. Mas é notório como houve grande evolução na competitividade da equipe no comparativo com momentos anteriores. O estilo de jogo é aquele à la Wenger, com trocas de passes rasteiros e movimentação intensa para envolver o oponente e achar espaços no campo. Mas, de alguma maneira, o Arsenal conseguiu desenvolver sua filosofia de forma mais equilibrada, isto é, comprometendo cada vez menos o sistema defensivo. Nessa partida diante do Newcastle, foram concedidas poucas oportunidades de gol ao adversário, que é um time qualificado (apesar da temporada ruim).
Fato é que o torcedor do Arsenal comemorou um desfecho positivo, pois muitos chegaram a duvidar da capacidade da equipe em ficar dentro da zona de classificação para a Liga dos Campeões da Europa, até porque por bastante tempo a equipe ficou abaixo dessa região na tabela de classificação. Para melhorar o gostinho do dever cumprido, o Tottenham ficou logo atrás, indo para a Liga Europa. Só que, convenhamos, estamos falando de um clube que precisa ter títulos e troféus em seu vocabulário anual, em seu linguajar cotidiano. O Arsenal sempre foi grande. E, desde Wenger, é um grande que tem enorme capacidade de encantar. Taças são consequência disso tudo, e o Arsenal está em ótimas mãos com esse que é o técnico de maior longevidade num clube inglês (Alex Ferguson está oficialmente aposentado). Talvez o que falte seja um maior ímpeto mercantil por jogadores de ponta, aquele tipo de atleta que seja o investimento pesado para decidir jogos específicos e conduzir o time a um degrau acima. Não é uma necessidade, mas uma alternativa altamente válida.
Quanto ao Newcastle, é plenamente possível almejar coisas maiores na próxima temporada. Pardew tem um contrato longo (até 2020) e a confiança da direção, apesar da colocação pífia na liga nacional (16º). Teve seu poder de ataque enfraquecido após a saída do goleador Demba Ba, mas com alguns ajustes poderá se colocar como concorrente a um lugar em competição européia. O grande atrativo nessa partida final foi a homenagem feita pelos torcedores, que chegaram a causar emoção no agora aposentado goleiro Harper, ícone na história do clube por sua longevidade e fidelidade. O camisa 37, aos 38 anos, foi às lágrimas entre os minutos 37 e 38, quando a massa nas arquibancadas celebrou em bonita manifestação. E o Newcastle tem nessa fanática torcida uma de suas mais fiéis ferramentas de buscar posições melhores na Inglaterra. O clube e os adeptos merecem.
Situação final na Premiership 2012-3
Campeão: Manchester United (89 pontos)
Vice-campeão: Manchester City (78 pontos)
Liga dos Campeões: United, City, Chelsea (75) e Arsenal (73)
Liga Europa: Tottenham (72)
Despromoção: Wigan (36), Reading (28) e Queens Park Rangers (25).
Goleadores: Robin van Persie (Manchester United, 26 gols), Luis Suárez (Liverpool, 23) e Gareth Bale (Tottenham, 21).
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