Quando alguém diz "no embalo da torcida", talvez não faça idéia do que isso representa quando estamos falando de um jogo do Boca Juniors em La Bombonera. O que os torcedores boquenses realizam naquelas arquibancadas ininterruptamente é daqueles acontecimentos que fazem-nos parar, olhar, ouvir... e rever os conceitos sobre a influência que os adeptos presentes no estádio podem ter no andamento da partida. Vindo de uma péssima sequência de resultados, uma péssima colocação na liga nacional e, consequentemente, um péssimo momento na temporada, o multicampeão Boca Juniors passou por cima de tudo isso para enfrentar o atual campeão continental e mundial. E se passou por cima de tudo isso, muito se deve ao que veio de cima. Literalmente. A força que emana das arquibancadas é algo mais que um 12º jogador. E o Boca precisou desse algo mais, principalmente depois que teve um atleta expulso.
Dentro de campo, os comandados de Carlos Bianchi foram dinâmicos e por algumas vezes envolventes a ponto de deixar o bem organizado time corinthiano em apuros. O gol demorou para acontecer, mas premiou quem jogava melhor no gramado e quem dava festa fora dele: a aparente tentativa de chute de Erbes virou assistência para Blandi abrir a contagem aos treze no segundo tempo. Aos trinta e sete, Ledesma também foi às redes. Mais que isso, foi à loucura. Difícil não enlouquecer com aquela atmosfera bomboneriana. Só que a loucura custou-lhe um cartão amarelo, pois tudo estava parado por alegação de impedimento e o atleta vindo do banco ainda tirou a camisa na celebração. No minuto seguinte, novo cartão amarelo para o mesmo Ledesma fez o Boca jogar com um a menos. Quer dizer, talvez a partir dali houvesse uma aproximação numérica. Com Orion no gol e dezenas de milhares de apaixonados alguns metros mais em cima, o Boca resistiu à tentativa corinthiana de buscar o empate e carrega para São Paulo uma relevante vantagem.
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