Repetindo o resultado final de 2006 mas apresentando um futebol muito mais atraente, a Alemanha venceu a disputa pelo 3º lugar na Copa 2010 com o placar de 3a2. Os uruguaios se esforçaram, mas a atuação insegura de Fernando Muslera aliada aos momentos de desatenção no sistema defensivo não puderam ser revertidos mesmo com a boa atuação do trio de ataque. A Alemanha, caso dê seqüência ao belo trabalho implementado por Joachim Löw, tem motivos suficientes para almejar vôos mais altos em solo brasileiro no próximo Mundial - a grande qualidade técnica e a disciplina tática da jovem seleção convocada por Löw a credenciam a isso. O trabalho de Oscar Tabárez também é digno de elogios: poucos imaginariam uma seleção classificada via repescagem chegar onde chegou, no melhor desempenho da Celeste desde 1970.
Ambas as equipes tiveram alterações em suas escalações e talvez a principal delas tenha sido a ausência de Miroslav Klose, com dor nas costas: o camisa 11 terminou seu 3º Mundial a um gol de igualar a marca de Ronaldo Nazário (15 gols marcados na história das Copas).
Jogo começa com ritmo acelerado e gols vão saindo naturalmente
Logo aos 3 minutos a rede balançaria pela primeira vez, mas a arbitragem detectou impedimento de Thomas Müller em lance onde o brasileiro Cacau pegaria a sobra para chutar cruzado.
Com 4 minutos, Dennis Aogo levanta demais a perna ao dar carrinho em Diego Pérez ainda no campo de defesa e recebe o primeiro cartão amarelo do jogo pelo árbitro mexicano Benito Archundia.
Aos 5', Diego Forlán cobra falta e Cacau, situado na barreira, bloqueia com a mão: segundo cartão amarelo da partida e novo lance de bola parada para o Uruguai. Na nova cobrança, Forlán manda perto do ângulo direito, assustando o goleiro Hans-Jörg Butt.
Na marca de 8 minutos, Marcell Jansen tabela com Aogo pelo lado esquerdo, cruza rasteiro e ganha escanteio. Bastian Schweinsteiger cobra fechado e Luis Suárez afasta de peixinho - na seqüência, Jorge Fucile corta cruzamento de Cacau e cede novo tiro-de-canto. Dessa vez, quem levanta na área é Mesut Özil e Arne Friedrich cabeceia no travessão - no rebote, Müller cabeceia e Diego Godín bloqueia com o peito.
A média de quase 4 gols por partida em jogos que valem o 3º lugar em Copa do Mundo (3,93 para ser mais exato) dava sinal de que seria elevada e que o 0a0 sairia de cena rapidamente. Não deu outra: aos 18', Schweinsteiger pega sobra de bola na intermediária, chuta forte (a 117 quilômetros horários para ser mais exato), Muslera rebate pro meio da área e Müller é recompensado por ser o único jogador a se antecipar ao lance acreditando no rebote, aparecendo no local exato para completar pra rede. 5º gol dele no Mundial, igualando-se com Wesley Sneijder e David Villa no topo da lista de goleadores.
Com 21 minutos, Özil enfia para Sami Khedira pela direita, que tenta centralizar para finalização de Cacau mas o passe sai forte e a bola atravessa a área. 3 minutos depois, Suárez chuta prensado pela direita, Forlán chega na sobra, cabeceia e Per Martesacker levanta a perna para fazer o bloqueio. No minuto posterior, a Alemanha ia encaixando um daqueles contra-ataques que lhe caracterizaram na Copa 2010, mas Khedira recebeu cruzamento de Özil em posição de impedimento, não valendo o cabeceio que foi mandado por Muslera para escanteio.
Na marca de 27', Pérez consegue belo desarme através de carrinho em disputa com Schweinsteiger, passa para Suárez, que serve caprichosamente Edinson Cavani: o camisa 7 domina ajeitando com o lado de fora do pé e chuta cruzado, na saída de Butt, para empatar a partida e fazer seu primeiro gol na Copa.
Chovia forte no estádio Nelson Mandela Bay, talvez anunciando que haveria também uma chuva de gols no decorrer da partida. Aos 37', Özil abre na esquerda com Jansen, mas o cruzamento do camisa 2 sai bastante torto e vai pela linha-de-fundo.
Com 41 minutos, Suárez recebe em total liberdade pela direita após outro bom passe de Pérez, avança e chuta cruzado, perto da trave direita. No minuto seguinte, Özil tenta dar passe de primeira para Cacau, mas Diego Lugano corta com o braço esquerdo: falta. Schweinsteiger cobra, a bola desvia na cabeça de Lugano e sai em escanteio.
Aos 44', o Uruguai leva um pouco de sorte na sobra de bola e consegue emplacar um contra-ataque: Forlán abre na esquerda, Suárez tenta jogada individual e Jérôme Boateng corta em escanteio. Na cobrança, Forlán quase marca um gol olímpico, mas a bola vai na rede externa, por cima do travessão.
Segundo tempo começa lá e cá, mas com o passar do tempo a Alemanha consegue dominar as ações e merecer a vitória
Com 2 minutos, participação do trio de ataque uruguaio: Forlán passa para Cavani, Butt sai para abafar o lance, Suárez chega na sobra e chuta parando em defesa do goleiro.
Na marca de 5 minutos, a virada uruguaia: Egidio Arévalo faz bonita jogada pela direita tabelando com Suárez, cruza à meia-altura e Forlán emenda de voleio, chutando de primeira, pro chão, no contrapé de Butt. É o 4º jogador a chegar aos 5 gols no Mundial.
A vantagem no placar não durou muito tempo (6 minutos para ser mais exato): Boateng desce pela direita, cruza, Muslera e Godín não interceptam e Jansen cabeceia pro gol. 2a2, primeiro dele na Copa, em sua estréia na condição de titular.
No minuto seguinte, aos 12', Cacau arranca pelo meio com disposição, toca na esquerda para Özil que, dentro da área, corta a marcação mas é desarmado na seqüência.
Aos 14', Suárez passa para Forlán, recebe de volta, gira pro lado direito para escapar da marcação, finaliza e Arne Friedrich consegue bloquear. Na seqüência, Boateng afasta em definitivo.
Com 15 minutos, Pérez rapa Schweinsteiger e recebe o 3º amarelo da partida. No minuto posterior, bola levantada da esquerda, Müller escora de cabeça e Lugano corta antes que Cacau pudesse finalizar.
Na marca de 17 minutos, Suárez chuta de fora da área e Butt salta pra esquerda para espalmar. 2 minutos depois, Butt recebe recuo e afasta mal: Cavani ameaça chutar, avança, tabela com Suárez e abre com Forlán na esquerda. O goleiro alemão se recupera no lance e defende o chute do camisa 10.
Aos 21 minutos, Suárez recebe no lado direito da área, caneta Friedrich mas Schweinsteiger aparece na cobertura para cortar pela linha-de-fundo. Forlán cobra o escanteio pela direita, Suárez pega a sobra pelo lado esquerdo e isola.
Com 24', Jansen carrega pela esquerda e chuta à direita, desculpando-se pela opção da jogada individual. No minuto seguinte, Jansen não desperdiça a chance de se redimir: o lateral recebe a bola na esquerda e dessa vez rola de lado, achando Cacau. Mas quem desperdiça é o brasileiro, que chuta cruzado para fora, reclamando cotovelada de Lugano após a finalização.
Aos 28', a primeira substituição do jogo: Cacau por Stefan Kiessling. No mesmo minuto, Schweinsteiger recebe após cobrança de escanteio de Özil pelo lado esquerdo, chuta de fora e a bola desvia em novo escanteio.
Na marca de 30', Kiessling recebe na esquerda, limpa o lance e chuta à meia-altura: Muslera rebate e, na seqüência, impedimento é marcado.
Com 31 minutos, a primeira substituição uruguaia: Pérez por Walter Gargano. No minuto seguinte, Maximiliano Pereira cobra falta a 31 metros do gol e manda por cima.
Aos 34 minutos, Boateng recebe na direita e cruza fechado, mas Kiessling não consegue chegar para completar.
Aos 35', segunda mexida promovida por Löw: sai Jansen e entra Toni Kroos. No minuto posterior, Özil cobra escanteio pela direita, Friedrich escora de coxa na altura do segundo poste e Khedira cabeceia alto e cruzado para fazer 3a2, na primeira virada alemã na Copa 2010 e no primeiro gol dele na competição.
Na marca de 41 minutos, Özil se livra de Martín Cáceres no flanco direito e passa para Boateng, que chuta firme - Muslera encaixa. Os alemães já chegariam mais uma vez no minuto seguinte: após contra-ataque, Aogo recebe na esquerda e serve Kiessling que, livre, chuta colocado mandando para fora.
Com 43', Cavani dá lugar para Sebastián "El Loco" Abreu. 3 minutos depois, Özil sai para entrada de Serdar Tasci, em seus primeiros e últimos minutinhos de Copa 2010. Ainda aos 46', Muslera cobra tiro-de-meta, a bola viaja, Suárez chega nela e é derrubado faltosamente por Friedrich, que é punido com cartão amarelo. Mas a maior punição era a infração em si, pertinho da meia-lua. Estava ali a última chance do Uruguai de empatar a partida no tempo regulamentar. Forlán realiza a cobrança, a Jabulani passa pela barreira e se choca com o travessão. Fim de papo em Porto Elizabeth.
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