A Holanda avança para as semifinais da Copa do Mundo 2010 e fica muito próxima de sua 3ª final, seguindo firme e forte na busca pelo inédito título mundial. O Brasil já pode pensar em 2014, quando sediará a competição. E é bom que pense com carinho, respeitando as tradições de uma nação pentacampeã, recheada de talentos que foram deixados fora da lista de convocados e que podem, perfeitamente, buscar o hexa diante de seus torcedores.
Esbravejando descabidamente e participando ativamente, Robinho traduz a atuação brasileira na primeira etapa
Com 54 segundos de jogo, Dirk Kuyt enfia para Robin van Persie, Juan joga o corpo sobre o holandês e o árbitro japonês Yuichi Nishimura manda seguir.
Aos 2 minutos, Daniel Alves dá entrada em Arjen Robben e Robinho se sente no direito de esbravejar com Mark van Bommel, xingando-o e dando amostras de um nervosismo descabido, que não foi coibido pela arbitragem. Logo no minuto seguinte, Felipe Melo derrubou van Bommel, que, embora atingido, valorizou a queda.
Na marca de 7 minutos, Daniel Alves recebe de Luís Fabiano em posição de impedimento e toca para Robinho mandar para as redes, mas a jogada foi corretamente invalidada.
2 minutos depois, Felipe Melo, da linha do meio-campo, dá grande enfiada de bola no espaço vazio entre os defensores John Heitinga e Andre Ooijer, Robinho se desloca para emendar dando um tapa de primeira e mandar pra rede, abrindo o placar em bonito lance. Gregory van der Wiel apontou para Robben acompanhar Robinho, quando o próprio lateral poderia ter feito isso.
A Holanda mandou uma resposta no minuto seguinte: Kuyt recebe na esquerda, chuta no canto e Júlio César espalma.
Com 13 minutos, Heitinga calça Luís Fabiano sem bola, a 39 metros do gol: na cobrança, Daniel Alves chuta direto, à direita.
Aos 15 minutos, Kuyt rouba de Lúcio, alça na área e a defesa brasileira afasta. Na seqüência, Robben é calçado por Michel Bastos em novo lance anti-jogo que mais uma vez fica sem cartão.
Nem com o Brasil na frente no placar Robinho se mostrava menos nervoso: aos 17 minutos, esbravejou com o árbitro em lance que sequer cabia argumentar contra a decisão de Nishimura. O mais estranho é ver que o japonês não repreendia o camisa 11 pela indisciplina explícita.
Na marca de 23 minutos, Michel Bastos voltou a parar Robben faltosamente. Nishimura apitou, mas insistiu em manter o cartão amarelo guardado no bolso. No minuto posterior, Nigel De Jong cortou lance de Kaká no lado direito da área - escanteio. Ainda aos 24', Daniel Alves cruza baixo do lado direito e Juan escora por cima do travessão.
Com 28 minutos, Daniel Alves cobra falta pela direita e Luís Fabiano cabeceia por cima. No minuto seguinte, Wesley Sneijder lança van Persie, que toca atrás para Robben mas o camisa 11 tem o chute bloqueado pela defesa brasileira. Aos 30', Robinho faz bela jogada pelo flanco esquerdo ao passar por De Jong e van der Wiel, passa para Luís Fabiano, que toca de calcanhar para Kaká: o camisa 10 chuta consciente e vê Maarten Stekelenburg fazer linda defesa, tapeando a bola para escanteio. Na marca de 31', Daniel Alves tentava de fora da área com chute rasteiro, novamente defendido por Stekelenburg.
Aos 35 minutos, Sneijder cobra falta da intermediária mandando um chute forte à meia-altura direto pro gol, mas Júlio César encaixa.
Demorou 36 minutos mas o cartão para Michel Bastos finalmente saiu: o lateral precisou dar uma joelhada nas nádegas de Robben para ser amarelado por Nishimura. 2 minutos depois, Maicon empurra Kuyt para fora do gramado e Nishimura flagra a falta - seguindo o (mau) exemplo de Robinho, o lateral esbraveja com o juíz, que tolera a conduta desequilibrada do brasileiro. Aos 39', Luís Fabiano sobe com van Bommel em disputa de bola e na queda estica o pé direito para tentar atingir o holandês. Não combina com o futebol brasileiro esse tipo de coisa.
Aos 45', Daniel Alves abre na direita com Maicon, que chuta firme para grande defesa de Stekelenburg. Dessa vez Maicon reclamou com razão, pois foi marcado tiro-de-meta em vez de escanteio.
Holanda cresce e Brasil sente: está desenhado o destino das seleções
Com 1 minuto, van der Wiel passa por Felipe Melo e salta para o gramado: Nishimura marca falta por simulação e dá cartão amarelo para o camisa 2, que cumprirá suspensão.
Aos 4 minutos, van Persie recebe na direita e centraliza com Sneijder: o camisa 10 levanta a bola e chuta à esquerda do gol. Na marca de 6 minutos, Robben corta Bastos com um drible e o brasileiro entra de carrinho quando a bola já tinha passado: lance sob medida para uma expulsão ou pelo menos cartão amarelo, mas Nishimura deu apenas a infração.
Na marca de 8 minutos, o gol de empate: Robben rola atrás para Sneijder, que levanta a bola para a área. Ooijer salta e não alcança, Júlio César e Felipe Melo sobem para a disputa, a bola bate no camisa 5 e segue seu rumo para a rede.
Com 14 minutos, uma jogada de efeito com o carimbo de quem entende: Robben recebeu e entortou o marcador com um toque sutil. Segue o jogo. No minuto seguinte, Daniel Alves recebe e chuta cruzado, à direita.
Provavelmente estimando que a expulsão seria questão de tempo, Dunga troca Bastos por Gilberto aos 16 minutos. No minuto posterior, Sneijder tenta toque pelo alto e a bola bate na mão de Lúcio, dentro da área. Segue o jogo. Aos 18', De Jong agarra Luís Fabiano em velocidade e é o segundo holandês a ter de cumprir suspensão pelo acúmulo de dois cartões amarelos.
Aos 20 minutos, grande chance para o Brasil desempatar: Kaká recebe a bola após passe de Maicon que conta com desvio de Ooijer e chuta buscando o ângulo, mas a Jabulani passa à esquerda da trave. No mesmo minuto, van Persie é acionado por Sneijder, entra na área pelo lado direito e Juan corta para escanteio dando carrinho.
E nasceu numa cobrança de escanteio o gol da virada holandesa. Na marca de 22 minutos, Robben cobra pelo lado direito, Kuyt desvia no primeiro pau e Sneijder completa para dentro. Na comemoração, tapas na testa que direcionou a redonda para a rede.
Na marca de 25 minutos, De Jong é obstruído por Daniel Alves com falta. A Holanda levaria vantagem no lance, mas Nishimura parou para indicar a infração e nem puniu o brasileiro. No minuto seguinte, Kaká, marcado por Ooijer, não alcança a bola e se joga dentro da área: Nishimura não vai na dele e manda o jogo seguir.
Com 27 minutos, Felipe Melo derruba Robben e, com o holandês caído no gramado, dá um pisão na coxa esquerda do camisa 11. Papelão coroado com expulsão.
Covardia e total descontrole emocional num único ato: felizmente, Robben seguiu jogando e Felipe Melo não.
2 minutos depois, como se não bastasse o lance anterior, Daniel Alves derruba Robben após ser driblado pela fera e Robinho resolve intimidar o jogador agredido. Comportamento de timinho em plena quartas-de-final de Copa do Mundo.
Aos 30', Ooijer acerta Kaká e Nishimura assusta ao carregar o cartão vermelho na mão: alarme falso e apenas amarelo para o zagueiro, que quase não levou um revide do brasileiro.
Na marca de 31 minutos, precisando correr atrás do prejuízo, Dunga promove uma substituição. Sai um atacante e entra outro: Luís Fabiano por Nilmar.
Com 33 minutos, contra-ataque para a Holanda: Sneijder recebe, avança, corta a marcação mas não consegue o chute, van Bommel enfia para Kuyt e Júlio César consegue chegar antes para recolher. No minuto seguinte, van Persie cobra falta pela direita e isola.
O jogo acelerava. Aos 35', Maicon cobra escanteio pela direita, van Persie afasta parcialmente, Lúcio pega a sobra de primeira e a bola sai à direita para novo escanteio. Na cobrança fechada vinda do lado esquerdo, ninguém completa, Stekelenburg dá um tapinha, van Persie recolhe a cabeça e Kuyt mergulha para ceder mais um escanteio. Na nova cobrança, dessa vez pelo lado direito, Stekelenburg recolheu após cabeceio de Gilberto Silva.
Na marca de 38', Sneijder passa para van Persie, recebe de volta, chuta e Júlio César defende. Reposta no mesmo minuto: Kaká avança pelo lado esquerdo, prepara o chute e Ooijer corta pela linha-de-fundo.
Com 40 minutos, primeira substituição promovida por Bert van Marwijk. Fechar o time? Que nada! Atacante por atacante: sai van Persie e entra Klaas-Jan Huntelaar.
No minuto seguinte, Kuyt arranca centralizado fazendo fila e é desarmado por Juan, o último homem antes que o camisa 7 ficasse cara-a-cara com o goleiro.
Aos 43 minutos, Lúcio arranca ao seu estilo, carrega a bola até passar para Nilmar e não recebe de volta pois sofre falta de van Bommel. Na cobrança, Daniel Alves fica na barreira.
Na marca de 44 minutos, Júlio sai da área com a bola dominada e entrega para Kuyt, mas a seleção holandesa não consegue uma finalização.
A última chance de gol veio aos 47 minutos. De empate? Que nada! Seria o 3º holandês, mas Dani Alves conseguiu desarme na última hora. Por falar em hora, a de Dunga chegou. Nas palavras do treinador, "o resgate da autoestima do jogador da seleção" foi o maior feito do ciclo de 4 anos.
Avante Holanda e toda sua aptidão ofensiva!
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