Kokorin e Dier (autor do gol inglês) disputam a bola. Foto: EFE. |
Capítulo 1. Sobre a paixão.
O estádio estava tomado de ingleses, russos e simpatizantes de outras não sei quantas nações. 62343 pessoas na contagem oficial. Enumerar aqueles que assistiam ao redor do mundo deve ser praticamente impossível. Infelizmente, há em alguns casos um misto de paixão com loucura que confronta os limites da liberdade individual a partir do momento que migra para a violência. Muitas das vezes, uma violência movida a álcool. Lamentável. Faz parte de um mundo onde a vida ainda é tratada como descartável. Duvida? Pense no que você comeu hoje.
Capítulo 2. Sobre aspectos técnicos.
A Inglaterra rejuvenesceu. Roy Hodgson, há quatro anos na função de treinador do English Team, montou uma seleção veloz e com ímpeto ofensivo flagrante. A base é o Tottenham. Mas são figuras como Wayne Rooney que fazem a engrenagem rodar com mais desenvoltura. Já a Rússia, futura sede da Copa do Mundo, tem muitos desafios pela frente até o ano de 2018. Porém, se um bom time começa por um bom goleiro, é fato que os russos já estão um passo a frente - Igor Akinfeev provou novamente as qualidades que o colocam como titular absoluto da seleção nacional desde, desde... sei lá desde quando. Entre os jogadores de linha, muito mais força física e disposição do que habilidade e categoria.
Capítulo 3. Sobre tática e estratégia.
Preparada para impôr velocidade diante de um adversário mais lento, a Inglaterra criou chances o suficiente para chegar ao intervalo com cômoda vantagem. Resultado? Zero a zero. Talvez seja essa uma das razões do capítulo um ser sobre a paixão. O desafio à lógica. Aos fatos. Zero a zero era inconcebível pelo volume de jogo inglês. Mas quase-gol vale, matematicamente, o mesmo que a completa inoperância. Então, o empate era justo.
Capítulo 4. Sobretudo, futebol.
No segundo tempo, já sem conseguir a mesma desenvoltura que nos quarenta e cinco minutos iniciais, eis que surge o gol. A Inglaterra, em cobrança de falta de Dier (que, embora mais bonita, até lembrou a de Bale no jogo entre Gales e Eslováquia), abriu a contagem. A Inglaterra não sabia o que era estrear com vitória em Eurocopa. Eram quatro empates e quatro derrotas em oito eventos. Chegava a hora. Só que não. Nos acréscimos, do jeito mais tradicionalmente inglês possível, a Rússia mandou a bola para a área. Levantamento de Schennikov. Cabeceio de Berezutski. Festa nas arquibancadas em Marselha. E, aposto, em muitos lares e bares em Moscou. O empate de 1a1 deixa o tabu inglês ainda vivo. E os russos, mais vivos ainda.
É ou não é um esporte especial? Ponto final.
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