Jogando em San Siro, o Milan fez-se valer de um tabu que dura desde abril de 1986 (desde então o "Rossonero" não perde para o Napoli dentro de casa) e venceu a partida por 3a0, com todos os gols sendo anotados no segundo tempo. O Milan, que lidera seguido pela Internazionale, abriu 6 pontos de vantagem sobre os napolitanos, que aparecem na 3ª colocação.
O jogo
Foi um primeiro tempo fraco. Fraco por parte do Milan, que só foi subir de produção depois dos 30 minutos. Fraco por parte do Napoli, que nem isso conseguiu. Fraco por parte da arbitragem, em especial dos auxiliares, que erraram 3 marcações de impedimento consecutivamente. Digna de nota foi uma jogada iniciada pelo holandês Mark van Bommel, que apresentou-se pela direita como elemento-surpresa e a bola acabou voltando nele, que chutou firme com o endereço certo mas o remate foi bloqueado em carrinho preciso do defensor que o acompanhava de perto, aos 33 minutos. O Milan teve outra chance interessante aos 39 minutos, quando Robinho pegou sobra de bola após intervenção do goleiro Morgan De Sanctis, chutou, e Salvatore Aronica impediu a abertura do placar. Era muito pouco para uma partida entre dois pretendentes ao "Scudetto". Mesmo assim, os treinadores mantiveram seus times idênticos para o início do segundo tempo.
Veio a segunda etapa e, com atitude, o Milan logo colheria bons frutos. Com 1 minuto, um escanteio (que não houve) pela esquerda foi parar no lado direito, Mark van Bommel chutou e De Sanctis fez bela defesa, concedendo escanteio. Após a cobrança do escanteio (que dessa vez houve), Aronica usou o cotovelo estendido para cortar cabeceio de Alexandre Pato: pênalti para o Milan e cartão amarelo para o camisa 6 napolitano. A penalidade foi batida aos 3 minutos, quando Zlatan Ibrahimovic partiu pra bola e a colocou com firmeza e precisão no quadrante 11, tirando de De Sanctis, que acertou o canto mas não teve como chegar nela.
Se sem jogar bem na etapa inicial o Milan já era ligeiramente superior a um apático Napoli, bastou rodar a bola com um mínimo de inteligência para envolver facilmente os comandados de Walter Mazzarri. O placar somente não foi ampliado pois o goleiro De Sanctis interviu aos 9 minutos interceptando cruzamento rasteiro de Pato e aos 14 minutos realizou bela defesa em finalização frontal de Robinho. Apesar de o Milan atacar o adversário e não ser incomodado defensivamente, Massimiliano Allegri optou trocar Robinho por Kevin-Prince Boateng aos 17 minutos. Dois minutos depois, Mazzarri também mexeu pela primeira vez ao tirar Mascara (que aparentava estar zonzo e sem condições de continuar em campo) e colocar Zúñiga. Aos 26 minutos foi a vez de Marek Jankulovski dar lugar para Urby Emanuelson no Milan.
O Napoli conseguia a proeza de atacar sem levar perigo e, simultaneamente, dar espaços para os contra-ataques milanistas. Era uma atuação irreconhecível do "Azzurri", não sei se em função do impacto da recente eliminação na Liga Europa ou se pelo sentido desfalque do argentino Ezequiel Lavezzi (pela qualidade da atuação, provavelmente eram as duas coisas misturadas). Aos 31 minutos, o Milan contra-atacou com Ibrahimovic acionando Pato na esquerda, o brasileiro foi até a linha-de-fundo e de lá passou rasteiro para Prince, que tratou de desviar para dentro, colocar 2a0 no placar, tirar a camisa e receber cartão amarelo.
Mesmo com placar e performance insatisfatórios, Mazzarri mostrava-se conservador ao mexer pela 2ª vez: trocou Christian Maggio por José Ernesto Sosa logo após o segundo gol sofrido, deslocando Zúñiga para a ala direita e levando Sosa para a função de articulador. Ou seja, precisando correr atrás de pelo menos dois gols, o Napoli seguia com a mesmíssima forma de jogar. E o castigo pela covardia veio já aos 33 minutos: em novo contra-ataque, Pato partiu do círculo central com a bola dominada, avançou sendo vigiado por dois adversários e, com consciência e categoria, colocou da meia-lua uma bola com curva para superar De Sanctis: 3a0 Milan.
Na seqüência, Allegri mexeu na lateral-direita: entrou Massimo Oddo no lugar de Abate. Aos 37 minutos, Walter Gargano deu lugar para Hassan Yebda pelo lado napolitano. Que coisa, não? Jogando mal praticamente toda a partida, foi necessário levar o 3º gol para trocar um volante por um jogador de maior aproximação ao ataque. Pobre Cavani, figura isolada lá na frente que quase nada pôde fazer. Pobre Luccarelli, que mesmo com todos esses ingredientes, seguiu sentado no banco de reservas.
Matematicamente, o Napoli tem boas condições de correr atrás dessa liderança. O que pode atrapalhar mais do que os cálculos aritméticos são atuações como essa. Já o Milan, que também não teve performance das mais inspiradas, pelo menos tratou de fazer o dever de casa e, contando com o talento de Pato, decidiu o jogo em dois contra-ataques consecutivos.
Outros resultados
Sábado
Juventus(7º) 0a2 (11º) Bologna
Domingo
Catania (15º) 2a1 (10º) Genoa
Cesena (18º) 1a0 (13º) Chievo
Bari (20º) 1a1 (12º) Fiorentina
Cagliari (9º) 1a0 (4º) Lazio
Brescia (19º) 2a2 (17º) Lecce
Roma (6º) 2a2 (16º) Parma
Palermo (8º) 0a7 (5º) Udinese
Sampdoria (14º) 0a2 (2º) Internazionale
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