Com uma equipe compacta que apresentava organização defensiva e velocidade para contra-atacar, o Benfica conseguiu a classificação com um empate por 1a1 diante do Paris Saint-Germain, no estádio Parc des Princes, na capital francesa. Como haviam vencido em Portugal por 2a1 na partida de ida, os benfiquistas garantiram a classificação para a fase quartas-de-final na Liga Europa.
O jogo
Era difícil, desde o início, envolver o sistema defensivo do Benfica através do toque de bola. Então, os donos da casa trataram de tentar a finalização lançando a bola na área. Aos 10 minutos, Nenê recebeu dentro da área em liberdade e finalizou para fora, após marcação de um impedimento para lá de duvidoso. 12 minutos depois, uma nova inversão acionando Nenê mais uma vez pelo lado esquerdo no interior da área e novo remate para fora, dessa vez sem marcação de impedimento.
O Benfica não chegava tanto ao ataque, mas guardou seu primeiro chute a gol justamente para inaugurar o placar em Paris aos 26 minutos: a equipe saiu em contra-ataque com grande velocidade (eram 5 atacando para 4 defendendo), o argentino Eduardo Salvio abriu na esquerda para o compatritota Nicolas Gaitán e o camisa 20 surpreendeu o goleiro camaronês Apoula Edima Bete Edel quando decidiu chutar de fora da área, mandando firme no canto direito. Apoula Edel até chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol benfiquista.
O PSG não se abateu e logo no minuto seguinte ficou perto de empatar a partida: Mathieu Bodmer deu belo passe para o francês naturalizado turco Mevlüt Erdinç que, livre, teve o chute prensado nas pernas do goleiro espanhol Roberto Jiménez. Aos 34 minutos saiu o empate: o brasileiro Ceará alçou na área, Erdinç ajeitou de cabeça e Bodmer emendou bonito chute no canto direito, sem defesa para Roberto Jiménez. 1a1.
A torcida fazia barulho e incentivava a equipe da casa a virar o jogo ainda no primeiro tempo. Aos 36 minutos, Nenê veio de trás com a bola dominada, ameaçou chutar e rolou para Erdinç. O atacante estava livre, mas provavelmente não acreditou que a bola seria rolada para ele e acabou não chegando nela. Com 45 minutos, o experiente volante Claude Makélélé foi esperto ao optar por cobrar uma falta rapidamente tocando para Nenê, que chutou de fora da área e mandou perto da trave direita.
No segundo tempo, o Benfica passou a ter mais oportunidades em contra-ataques do que tivera na primeira etapa. Fábio Coentrão passou a se apresentar mais vezes no ataque e rotineiramente causava dificuldades para a defesa francesa. Para povoar mais o meio-campo, o treinador Jorge Jesus trocou o atacante argentino Javier Pedro Saviola por Carlos Martins aos 18 minutos. Já Antoine Kombouare promoveu uma dupla mexida aos 22: Erdinç e Bodmer por Guillaume Hoarau e o veterano Ludovic Giuly.
Ainda assim, era o Benfica quem mais levava perigo e o treinador francês resolveu partir pro tudo ou nada aos 32 minutos, tirando o lateral-direito Ceará para colocar o atacante Jean Maurice. No mesmo minuto, chance incrível para o Paris Saint-Germain chegar ao 2º gol: bola levantada da esquerda, a defesa não conseguiu afastar, Maurice apenas resvalou na tentativa de pegar de bicicleta e a bola sobrou limpa para Hoarau na pequena área. O que parecia um gol certo virou uma defesaça do goleiro Roberto, que foi buscar com o pé esquerdo.
Provavelmente temeroso após aquele lance, o treinador português colocou mais um defensor em campo: entrou César Peixoto no lugar do meia argentino Pablo Aimar. Dessa forma, Coentrão foi liberado para jogar mais à frente e aos 36 minutos mostrou o quanto pode ser útil ofensivamente, arrancando em velocidade e sendo parado somente no carrinho faltoso de Sylvain Armand, que levou cartão amarelo pela entrada. Na marca de 41 minutos, Nico Gaitán puxou contra-ataque de 3 contra 3 e preparou o passe para o lado direito buscando Carlos Martins, mas o ótimo zagueiro Mamadou Sakho interceptou a jogada em mais uma de suas grandes intervenções na partida. Sakho, aliás, foi um dos principais jogadores em campo: com grande noção de tempo e espaço, esse jovem de 21 anos tem todos os ingredientes para se tornar um dos melhores defensores do futebol mundial.
Com 44 minutos, Jorge Jesus passou a focar definitivamente na defesa: tirou Gaitán e pôs o zagueiro brasileiro Jardel Nivaldo Vieira, que entrou em campo com a cabeça enfaixada. O escocês William Collum indicou 5 minutos como acréscimo e foi exatamente na marca dos 50 no cronômetro que o Paris Saint-Germain teve sua chance derradeira de pelo menos forçar a prorrogação: Christophe Jallet recebeu na direita, deu ótimo passe para Maurice e o atacante ficou livre e em posição legal para virar o jogo. Mas acabou escorregando o pé de apoio e o que era para ser uma finalização com altas chances de gol virou uma deixadinha para o goleiro Roberto defender sem maiores transtornos.
Se por um lado parece impossível tirar a diferença para o líder Porto no Campeonato Português (são 13 pontos de desvantagem faltando 7 rodadas), por outro seguem as esperanças da conquista continental por parte das Águias.
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