terça-feira, 15 de março de 2011

Inter Vira No Final E Volta A Ser Algoz Do Bayern

Um jogão de bola foi o que tivemos no estádio Allianz Arena, campo do Bayern de Munique. Se na temporada passada o encontro entre alemães e italianos decidiu o título europeu em favor do "Nerazzurri", dessa vez a nova vitória interista garantiu ao time de Milão uma vaga nas quartas-de-final da Liga dos Campeões da Europa. Pior para o Bayern de Louis van Gaal, que fez ótimo primeiro tempo e só foi ficar atrás no confronto eliminatório aos 42 minutos do segundo tempo.

O jogo

Quando os times ainda pareciam esquentar suas turbinas, uma enfiada de bola do macedônio Goran Pandev para o camaronês Samuel Eto'o colocou o camisa 9 na cara do goleiro Thomas Kraft aos 3 minutos. E, com uma finalização rasteira, Eto'o colocou entre as pernas do alemão e abriu o placar. O chato é que havia dúvida sobre a regularidade do lance, pois a impressão que ficou era a de que o atacante estava em posição de impedimento no momento do passe (polêmicas que somente terão fim quando a FIFA inserir definitivamente a tecnologia eletrônica). Como o auxiliar não dispõe de câmera lenta nem congelamento de imagem, a bandeira não foi erguida e o placar estava aberto.

Se alguém supunha que aquilo abalaria o time da casa, já reveria sua opinião com a seqüência da partida. Guiado preferencialmente por Arjen Robben, Franck Ribèry e Thomas Müller, o Bayern assumiu o comando da partida e pressionou o atual campeão mundial. Aos 9 minutos, o francês Ribèry trouxe a bola da esquerda para o centro, ameaçou chutar e passou para Mario Gómez, que, tão logo chutou a bola, foi travado por Andrea Ranocchia. Na marca de 20 minutos, o holandês Robben avançou da direita pro centro e chutou firme, à meia-altura. Júlio César achou que poderia encaixar, mas acabou batendo-roupa e concedendo o rebote para Mario Gómez, que com uma puxada categórica encobriu sutilmente o goleiro brasileiro para empatar a partida.

Contando com o apoio incondicional da torcida bávara, o Bayern estabelecia pressão dentro das quatro linhas e também nas arquibancadas. A pressão era tão intensa que o experiente zagueiro brasileiro Lúcio parecia às vezes atordoado. Maicon também não conseguia emplacar na partida e o Bayern tinha facilidade de envolver o sistema defensivo interista naquele setor "verde-e-amarelo". Aos 25 minutos, o brasileiro Luiz Gustavo - olho nesse meio-campista! - avançou de cabeça erguida com a bola dominada e passou para Mario Gómez. O atacante, que fazia grande partida, descolou belo drible para escapar de Lúcio e chutou firme, parando em defesa de Júlio César.

Robben conseguia levar vantagem por todos os cantos que passava e, aos 30 minutos, decidiu dar as caras pelo flanco esquerdo. Foi por ali que o habilidoso camisa 10 passou pelo argentino Esteban Cambiasso, tocou rasteiro, a bola rebateu no brasileiro Thiago Motta e foi ao encontro de Müller, que não desperdiçou e marcou 2a1 com um toque por cima de Júlio César. O Bayern seguia envolvente e quatro minutos depois quase saiu o 3º gol alemão: Ribèry recebeu em velocidade, ficou na cara do gol e Júlio César conseguiu defender.

Na marca de 39 minutos, um lance sensacional: após inversão de jogo que encontrou Gómez em boa condição, o atacante desviou de Júlio César e a bola foi lentamente até a proximidade da linha final. Em direção à bola, Ranocchia corria para evitar o gol e Müller para empurrar a redonda pra rede. Na câmera lenta, foi possível notar o que aconteceu naquela disputa de carrinho: Ranocchia chegou centésimos de segundo antes do alemão, desviou a bola pro lado e ela resvalou na chuteira de Müller antes de... tocar na trave direita! Era o 3º gol desenhado com contornos nítidos, mas quiseram os deuses do futebol manter o placar do jeito que estava.

3 minutos depois daquela jogada eletrizante, Robben e Ribèry trocaram passes e, após a bola bater em Ranocchia, Robben finalizou na rede externa, à direita. A intensidade do Bayern era tamanha que, aos 46 minutos, Lúcio simplesmente viu-se prensado na linha-de-fundo devido à uma marcação dupla de Gómez e Ribèry e perdeu a bola na própria área, mas para sua sorte o desfecho da jogada foi com uma marcação de impedimento.

Um dado estatístico divulgado no intervalo me causou admiração: a Internazionale tinha maior tempo de posse de bola (52%) e aproveitava melhor os passes (75% de 199 tentados contra 74% das 188 trocas de passe dos donos da casa). Mas o desenho do jogo mostrava o Bayern amplamente superior, levando perigo rotineiramente e podendo ter ido para o vestiário com uma vantagem maior.

O segundo tempo veio com os times idênticos e o Bayern mantendo-se no ataque. Com 1 minuto, Júlio César agiu bem para recolher uma enfiada de bola onde Ribèry buscava Gómez. No minuto seguinte, Bastian Schweinsteiger chutou fraco de fora da área e Júlio César encaixou sem dificuldades. 3 minutos depois, Leonardo entrou em ação e promoveu a primeira substituição: saiu o sérvio Dejan Stankovic e entrou o brasileiro Philippe Coutinho. O "Pequeno Príncipe" deu seu cartão de visitas com erro primário de passe e tentativa frustrada de drible. O Bayern seguia bem: aos 15 minutos, Ribèry cruzou da esquerda, Mario Gómez chutou e só não fez mais um porque Júlio César interviu espalmando.

Se as primeiras participações de Philippe Coutinho foram para se esquecer, aos 17 minutos o jovem ex-Vasco iniciou a jogada do gol de empate interista com um passe para Eto'o, o camaronês rolou atrás para o holandês Wesley Sneijder e o camisa 10 chutou cruzado com precisão para estufar a rede no canto direito. Cabe dizer que, quando Eto'o recebeu a bola de Coutinho, a bola resvalou no braço do camaronês. Mas na minha interpretação a arbitragem do português Pedro Proença acertou ao deixar o jogo seguir, pois pareceu toque involuntário.

O gol animou a Internazionale, que aos 21 minutos ficou perto da virada quando Pandev recebeu lançamento dominando no peito, ajeitou e chutou de esquerda por cima da meta. E o negócio ficou ainda melhor para a equipe italiana quando Louis van Gaal tirou Robben, o melhor jogador em campo, para colocar o turco Hamit Altintop (não sei se foi por ordem física, mas se foi por questão tática, o técnico do Bayern errou feio). Dois minutos depois, van Gaal mexeu novamente e trocou o belga Daniel van Buyten por Holger Badstuber.

O jogo que outrora fora dominado pelo Bayern passou a ter a Inter no ataque. Aos 25 minutos, Pandev recebeu de Coutinho e, com um chute rasteiro de fora da área, mandou a bola à esquerda. Com 27 minutos, Cambiasso se apresentou no ataque e esbanjou categoria ao abrir na esquerda com Sneijder num toque sem olhar para o lado - o holandês chutou cruzado, à esquerda. O fato da Inter estar no ataque não significava que o Bayern não saía para o jogo. Muito pelo contrário, sempre que possível o time da casa tentava "liquidar o confronto". E veio uma chance aos 37 minutos: em contra-ataque de 3 contra 3, Müller tinha uma ótima opção de tocar na direita mas foi desarmado por Ranocchia quando preparava o drible.

Aos 41 minutos, o romeno Christian Chivu - bem na marcação mas que raramente passava para o campo de ataque - deu lugar para o japonês Yuto Nagatomo, jogador de velocidade e com bons atributos ofensivos. E, na marca de 42, saiu a virada interista: Eto'o e Nagatomo partiram para marcar Bruno por pressão, o camaronês ganhou a disputa com o brasileiro, rolou na direita para Pandev e o macedônio soltou um chute certeiro cruzado para colocar a Inter na frente.

Depois do gol, Leonardo e van Gaal mexeram pela última vez. Na Inter, Pandev saiu para a entrada do marroquino Houssine Kharja; no Bayern, Breno deu lugar para Toni Kroos. De forma heróica, a Internazionale voltou a ser o algoz do Bayern de Munique na Liga dos Campeões da Europa. Estará nascendo uma nova rivalidade no Velho Continente? Se sim, torço para que seja sadia (após o apito final houve um princípio de confusão no gramado, mas logo os ânimos dos mais exaltados foram acalmados).

Outros resultados

08.03.2011

Shakhtar Donetsk 3a0 Roma (6a2 no agregado)
Barcelona 3a1 Arsenal (4a3 no agregado)

09.03.2011

Tottenham 0a0 Milan (1a0 no agregado)
Schalke 04 3a1 Valência (4a2 no agregado)

Terça-feira

Manchester United 3a1 Olympique de Marselha (3a1 no agregado)

Um comentário:

  1. OI CARA EU TO SEGUINDO SEU BLOG SEGUE O MEU AI
    http://arsenalgunnersbrasil.blogspot.com/
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    VLW..
    FOI MERECIDO A INTER TER PASSADO.

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