segunda-feira, 21 de março de 2011

Vasco Quebra Invencibilidade Do Botafogo No Estadual 2011

Muitas vezes, a escalação de um time indica a pré-disposição que aquela equipe terá de atacar durante a partida. Enquanto o Vasco da Gama foi para campo com o quarteto Felipe-Diego Souza (que fazia sua estréia)-Bernardo-Éder Luís, o Botafogo foi preparado para o clássico pela quarta rodada na Taça Rio com um único meia articulador (Éverton) para acionar a dupla de ataque composta pelo argentino Germán Herrera e pelo uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu. A diferença pode até parecer sutil, mas na prática ela se acentua quando observamos a mentalidade do treinador Joel Santana: tão logo o Vasco abriu o placar (em vacilo patético da dupla de zaga João Filipe e Márcio Rozário), o comandante botafoguense chamou o volante Marcelo Mattos e o atacante Caio para o jogo, tirando de campo os alas Lucas e Márcio Azevedo. Resultado óbvio: o Botafogo enfraqueceu suas variações de ataque pelos flancos e passou a congestionar o jogo pelo meio, facilitando a tarefa da defesa vascaína.

Em lance de bola parada, Éder Luís ainda marcaria o segundo gol cruzmaltino de forma acrobática, quando pegou a sobra de um escanteio cobrado por Bernardo pela direita mandando uma espécie de meia-bicicleta. Por falar em acrobacia, o atacante saiu para comemorar no estilo "Oba-Oba" Martins, mas sem mostrar a mesma habilidade do nigeriano.

As arquibancadas do estádio Olímpico João Havelange retratavam os acontecimentos internos às quatro linhas: enquanto os setores Sul e Leste (praticamente lotados) estavam em festa, os Norte e Oeste eram tomados por uma onda de apatia mesclada com insatisfação, que no ápice da manifestação de revolta ecoou vaias e xingamentos ao outrora ovacionado Joel Santana, que ainda foi expulso pelo árbitro Péricles Bassols.

Alguns destaques da partida.

[1] Jéfferson. O goleiro teve grande atuação, sendo diversas vezes deixado na mão pela frouxidão da marcação botafoguense e salvando o time de uma goleada com pelo menos três defesas de alto grau de dificuldade.

[2] Diego Souza. Participativo e fazendo fluirem as jogadas de ataque da equipe, o meio-campista mostrou que pode ser algo mais do que uma peça útil ao esquema de Ricardo Gomes: pode ser o fator de desequilíbrio para quando Felipe não estiver em seus dias mais inspirados. O gol coroou a estréia e a ovação da torcida no momento da substituição foi a cereja no topo do bolo.
Diego Souza agradece aos Céus após marcar o 1º gol do jogo logo em sua estréia com a camisa vascaína: relação com a torcida começa de forma calorosa.

[3] Torcida vascaína. Haviam cerca de 31.000 presentes no Engenhão, dos quais estimo algo próximo a 18.000 nos setores reservados aos torcedores do Vasco. Além de levarem vantagem quantitativamente no Clássico Alvinegro, cantaram bastante e foram um autêntico 12º jogador, às vezes até intimidando a arbitragem a aplicar critério diferenciado na distribuição de cartões.

[4] Não chega a ser um destaque, mas uma curiosidade: chuteiras laranjas estão na moda? Havia algo em torno de meia dúzia de jogadores com calçados nessa cor! As tradicionais chuteiras na cor preta parecem ter virado um artigo cada vez mais raro.

Outros resultados

Sábado

Nova Iguaçu 1a2 Duque de Caxias
Americano 2a1 Madureira
Volta Redonda 2a1 Macaé
Olaria 1a0 América
Fluminense 0a2 Boavista

Domingo

Cabofriense 0a0 Flamengo
Bangu 0a1 Resende

2 comentários:

  1. Fala, cara!

    Não vi o jogo, não me arriscarei em análises, mas não me conformo do Bernardo ser tão pouco aproveitado no Cruzeiro, me faz lembrar o caso do Sérgio Mota, no São Paulo, um ótimo meia armador e simplesmente não tinha chances.


    Abraços!
    http://futebolaocuboita.blogspot.com/

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  2. Também acho esse Bernardo um jogador de qualidade, chamava a minha atenção nas poucas partidas que vi dele pelo Goiás no ano passado.

    Quanto ao jogo, o Vasco foi melhor em campo. Mas não fosse um vacilo tremendo da zaga botafoguense, o resultado poderia ser outro - o 1º gol vascaíno saiu quando o Botafogo era superior.

    Abraços.

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