Perdendo 5 partidas consecutivas e sem marcar um único gol nos últimos 4 jogos (período que inclui a troca de treinador: Serse Cosmi assumiu o lugar de Delio Rossi), o Palermo voltou a vencer no Campeonato Italiano exatamente no confronto com o atual líder da competição. E o Milan deve ter pavor de atuar no estádio Renzo Barbera: a última vitória "rossonera" no campo do Palermo ocorreu em 25 de fevereiro de 2006 (2a0). De lá para cá, um empate em 0a0 e 4 vitórias seguidas dos donos da casa.
Com o triunfo por 1a0, o Palermo sacode a poeira e reacende a esperança de buscar um lugar na próxima edição da Liga Europa (está no momento 6 pontos atrás da 6ª colocada, a Roma). Já o Milan pode terminar a 30ª rodada com duas equipes no encalço, a Internazionale e o Napoli, que jogam domingo com Lecce e Cagliari, respectivamente. Detalhe: na próxima rodada tem clássico entre Milan e Inter!
O jogo
Suspenso por conduta violenta, Zlatan Ibrahimovic cumpria suspensão (sequer poderá atuar no clássico de Milão por conta da punição disciplinar). Para a parte ofensiva, Massimiliano Allegri optou por escalar Clarence Seedorf, Antonio Cassano e Alexandre Pato, mantendo Robinho no banco de reservas. Pelo lado do Palermo, o maior desfalque era o do lesionado Mattia Cassani.
As equipes faziam uma partida de intensa disputa no meio do campo e o placar foi aberto em lance de bola parada. Aos 9 minutos, um escanteio cobrado pela esquerda contou com dois desvios de cabeça (o último deles de Giulio Migliaccio) até chegar no romeno Dorin Goian, que puxou a bola com a perna direita e completou com a esquerda para o fundo da rede. 1a0 Palermo.
No minuto seguinte, quase saiu o empate no que seria um troco na mesma moeda. O holandês Clarence Seedorf cobrou escanteio pela esquerda, a bola foi recolhida e cruzada rasteira, atravessando a pequena área e quase sendo alcançada por Alessandro Nesta no segundo pau.
O jogo era escasso de chances criadas. Isso se devia basicamente a dois fatores. O primeiro era que o time do Milan insistia demasiadamente em atuar pela faixa central, setor congestionado pela competente marcação adversária. E o segundo era que a partida era "pegada", apesar de serem raros os cartões exibidos pelo árbitro Paolo Tagliavento (Thiago Silva e Mathieu Flamini deram carrinhos em Mauricio Pinilla e Matteo Darmian que muitos apitadores teriam facilmente mostrado pelo menos o amarelo).
Por motivo de contusão, Allegri já teve de fazer uma alteração aos 16 minutos: Marek Jankulovski por Luca Antonini. O tempo corria e as investidas milanistas eram facilmente neutralizadas pelo sistema defensivo "rosanero" até que Antonio Cassano resolveu dar as caras. Aos 31 minutos, Cassano foi acionado em contra-ataque com liberdade pelo lado direito, avançou em velocidade e chutou firme, mas para fora. Com 33 minutos, o camisa 99 cruzou da intermediária pelo lado direito colocando na área e Mathieu Flamini até tentou, mas não alcançou. Na marca de 39, Cassano recebeu na esquerda, carregou em direção ao centro e chutou forte, mandando muito longe da meta e olhando imediatamente para o gramado, sugerindo que alguma imperfeição na superfície pudesse ter sido a responsável pelo remate torto.
A última chance de empate antes do intervalo ocorreu aos 44 minutos: Seedorf deu belo passe para Gennaro Ivan Gattuso, que acionou Alexandre Pato. Mas antes que o brasileiro pudesse fazer algo, o goleiro Savatore Sirigu agiu rapidamente e foi interceptar nos pés do atacante. O bom goleiro do Palermo, aliás, vem fazendo bela temporada: atuou em todas as partidas na Série A e foi convocado para a seleção italiana, onde será reserva de Gianluigi Buffon.
Por mais que tivesse Robinho entre os suplentes, Allegri trouxe para o segundo tempo o mesmo time que terminara a primeira etapa. Aos 2 minutos, uma saída em bloco do Palermo quase resultou no 2º gol da equipe siciliana: Josip Ilicic recebeu, pegou de primeira e Christian Abbiati defendeu na esquerda. Aos 3 minutos, Migliaccio - um gigante na marcação - roubou a bola de Pato e iniciou o contra-ataque: Pinilla recebeu na esquerda, chutou e Abbiati fez nova defesa.
Após levar esses dois sustos, o Milan teve uma chance aos 6 minutos com Cassano, que recebeu de Seedorf amortecendo no peito, chutou e foi bloqueado pelo zagueiro argentino Ezequiel Muñoz, outro elemento desse time do Palermo que chama a minha atenção positivamente.
No minuto seguinte, veio a 2ª substituição do Milan, dessa vez por opção tática: Mark van Bommel deu lugar para Kevin-Prince Boateng. Na ausência de seu compatriota, Seedorf foi recuado para compôr o meio com Gattuso e Flamini enquanto Prince encostava mais em Pato e Cassano. Como essa receita não poderia dar muito certo, era o Palermo que levava mais perigo: aos 11 minutos, Javier Pastore e Balzaretti tabelaram, o meia argentino centralizou o lance com um toque rasteiro e quase veio o segundo gol numa finalização de carrinho, que passou à esquerda.
Pato fazia cara de incomodado. Mas não era exatamente pelo desenho do jogo, e sim por sentir o que talvez seja alguma lesão. Sem outra alternativa, Allegri trocou um brasileiro por outro e colocou Robinho no jogo aos 18 minutos. Robinho entrou bem, participando da maioria dos lances ofensivos da equipe. No minuto seguinte ao de sua entrada, tocou rasteiro da linha-de-fundo para Flamini, que pegou de primeira e parou em bela defesa de Sirigu. Aos 23 minutos quem tratou de dar o chute foi o próprio Robinho, mas lá estava Sirigu para defender com segurança.
Serse Cosme, então, fez suas duas primeiras substituições na partida. Aos 24 minutos, Armin Bacinovic deu lugar para Afriyie Acquah. Aos 28 minutos quem entrou foi Fabrizio Miccoli. Fiquei animado com a possibilidade desse veloz jogador ligar os contra-ataques com o auxílio de Pastore, mas para minha surpresa quem saiu foi exatamente o habilidoso camisa 27. Entre uma mexida e outra, Robinho descolou uma finalização aos 25 minutos e - adivinhe - parou em defesa de Sirigu, que rebateu o chute cruzado do camisa 70.
Mas a intervenção mais interessante do arqueiro de 24 anos aconteceria aos 33 minutos: Gattuso estava de frente com o goleiro quando cabeceou e Sirigu, unindo reflexo com agilidade, saltou para espalmar, evitando o empate. Parece que o nome de "Salvatore" foi profético.
O Palermo, por mais que às vezes fosse dominado territorialmente, em momento algum abdicou de atacar. Aos 36 minutos, Miccoli fez jogada individual pela esquerda, chutou e Abbiati defendeu em dois tempos.
Com 42 minutos no relógio, a mexida derradeira: saiu o chileno Pinilla e entrou o uruguaio Abel Hernández, num troca-troca de atacantes sul-americanos. E foi o próprio Abel quem teve a última chance clara de mexer no placar. Aos 45 minutos, o Palermo contra-atacou com Miccoli e Hernández pra cima do solitário Thiago Silva e, após bela tabela que deixou o zagueiro brasileiro para trás, Abel, de frente com Abbiati, chutou de bico, cruzado, mandando à esquerda. Se saísse um gol dos visitantes durante o acréscimo de quatro minutos, esse teria sido o típico desperdício a ser lembrado no pós-jogo. Mas o 1a0 foi mantido, para festa no Renzo Barbera e na Sicília de modo geral.
Fala, cara!
ResponderExcluirIbrahimovic, que decidiu tantos jogos para o Milan na temporada, pode ter decidido outro título em favor da Inter, com a tosca agressão ao Marco Rossi. Pato, Robinho e Cassano não intimidam a defesa adversária como o sueco.
Bom, você já viu que tô bem nos palpites, quase acertei os quatro confrontos da Liga dos Campeões haha. Então vai mais um: o Napoli não ganhará do Cagliari.
O time do Palermo lembra um pouco o do Arsenal, com muitos jovens, mas parece um time leve demais, não creio que pegarão competições continentais nessa temporada. E nem merece depois da ridícula demissão do Delio Rossi.
Abraços!
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