Sem dar chance ao sonho de uma conquista inédita do Boavista, o Flamengo garantiu o título da Taça Guanabara pela 19ª vez na história. Se por um lado o placar foi apertado e o gol do título só foi sair aos 26 minutos do segundo tempo, em lance de bola parada, por outro foram raros os momentos em que o Rubro-negro se viu envolvido pela equipe de Saquarema e Thiago, goleiro do Boavista, foi um dos personagens mais ativos na partida.
O jogo
Atuando com um meio-campo bastante povoado (Maldonado, Willians, Bottinelli, Renato, Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho freqüentavam o setor) e sem um único atacante de ofício (Vanderlei Luxemburgo tinha no banco de reservas Negueba, Diego Maurício e Deivid), o Flamengo demonstrou que realmente faltava aquela presença de área específica para concluir as jogadas criadas.
Aos 11 minutos, Ronaldinho fintou Bruno Costa e, da esquerda, lançou Thiago Neves na área, que cabeceou para defesa de Thiago. 3 minutos depois, Renato Abreu disputou a bola com dois adversários e quem colocou ordem no lance foi Thiago Neves, que passou para Leonardo Moura na direita e o lateral chutou cruzado, para fora.
Com 24 minutos, Egídio deu pinta de tentar cruzar pra área mas acabou foi mandando a bola diretamente pro gol, surpreendendo o goleiro Thiago e provavelmente a si mesmo, mas o arqueiro conseguiu desviar a tempo. A primeira participação do goleiro Felipe deu-se aos 26 minutos, quando Tony cobrou falta pela esquerda mandando pra área, ninguém desviou e o camisa 1 ficou com a bola.
O Flamengo já não conseguia criar tanto como antes, mas aos 41 minutos teve nova chance: Bottinelli recebeu na direita, cruzou à meia-altura e Thiago mergulhou para afastar a bola que ia na direção de Ronaldinho. Aos 43 minutos, uma saída errada rendeu a mais perigosa finalização do Boavista no primeiro tempo: Júlio César chutou forte e Felipe espalmou na direita. Aos 44, Santiago afastou mal e Wellinton chutou por cima, na última chance do 1º tempo.
Luxemburgo trocou Bottinelli por Negueba no intervalo, dando ouvidos aos apelos da torcida que, ainda na primeira etapa, já clamava pelo autor do gol do título na Copa São Paulo de Juniores. Aos 10 minutos quem mexeu foi Alfredo Sampaio, trocando Bruno Costa por Joílson, jogador que conhece bem o Engenhão, tendo inclusive marcado um dos mais belos gols do estádio, quando em 2007 fez o gol da vitória do Botafogo diante do River Plate, pela Copa Sul-Americana.
Com 16 minutos, Egídio deu lugar para Diego Maurício: era a mostra de que o Flamengo não tinha mais receios de partir de vez ao ataque na busca pelo gol. Porém, a partida naquela altura era mais faltosa do que criativa, e até Ronaldinho havia sido punido com cartão amarelo após dar um pontapé em Júlio César aos 11 minutos. 5 minutos depois, Leandro Chaves, que já tinha amarelo, derrubou Negueba após levar uma caneta e foi poupado de uma expulsão.
Falta aqui, falta acolá, e aos 26 minutos Thiago Neves sofreu carrinho que rendeu cartão amarelo para Edu Pina. Mas o maior castigo ao Boavista não seria aquele cartão a mais: Ronaldinho Gaúcho foi pra cobrança e colocou a bola no canto esquerdo com tamanha precisão que Thiago sequer se movimentou, acompanhando a trajetória da bola até a rede sem esboçar reação. 1a0 Flamengo, para vibração dos cerca de 40.000 flamenguistas presentes no Engenhão.
Aos 31 minutos, Thiago Neves saiu e quem entrou foi Ronaldo Angelim, reestabelecendo o contingente de defensores, já que Egídio havia deixado o campo 15 minutos antes e o Flamengo encontrava-se em vantagem no placar. Na marca de 33 minutos, a vantagem flamenguista passou a ser também numérica: Frontini foi expulso por usar os punhos em Renato, que a bem da verdade também poderia ter recebido o cartão vermelho por levantar a perna na direção do adversário.
Alfredo Sampaio buscara alternativas, já tendo colocado em jogo o atacante Max. Mas como a bola não chegava lá na frente e com a recente expulsão de Frontini, o treinador tratou de trocar o atacante André Luís pelo meio-campista Rafael Araújo. Pouco ajudou. A última chance do jogo foi rubro-negra, quando aos 44 minutos Leonardo Moura chegou facilmente na linha-de-fundo, mas ninguém se apresentou e Thiago cortou o cruzamento. Foi esperar o apito final.
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