A seleção de Gana não teve grandes dificuldades para vencer Níger e garantir o primeiro lugar no grupo B na Copa Africana de Nações 2013. Melhor tecnicamente, abriu o placar cedo, contou com erro da arbitragem a seu favor (foi anulado incorretamente o gol de empate nigerino, três minutinhos após os ganeses marcarem o primeiro) e ainda foi às redes outras duas vezes, sacramentando a vitória por 3a0, no estádio Nelson Mandela. Na fase quartas-de-final, Gana enfrentará a sensação Cabo Verde. Mali, que empatou com a República Democrática do Congo (1a1), avança na segunda posição e enfrentará a anfitriã África do Sul.
Falar dos gols de Gana nessa partida com Níger é falar necessariamente de Asamoah Gyan. Não, o atacante da camisa três não conseguiu um hat-trick. Até poderia, pois desperdiçou pelo menos duas chances claras. Mas contribuiu com um gol, uma assistência para Atsu e ainda participou diretamente do terceiro, pois foi em finalização sua que saiu o rebote aproveitado por Boye.
Três gols onde, de uma forma ou de outra, ficaram à mostra algumas das fragilidades de Níger, sobretudo defensivamente, onde a marcação acompanha mais a bola do que o jogador adversário. De toda forma, Níger em momento algum se deu por vencida. Muito pelo contrário: levou o gol de Gyan aos cinco minutos mas reagiu imediatamente, empatando a partida três minutos depois, em lance onde o árbitro senegalês Badara Diatta errou ao marcar infração favorável aos ganeses. Lamentável, pois um equívoco individual que não compete aos jogadores acabou influenciando diretamente no jogo, até porque não podemos saber até que ponto a igualdade no placar mudaria a postura de Gana, time que fica mais à vontade em campo quando em vantagem no marcador.
Atsu marcou o segundo aos vinte e dois (ótimo passe de Gyan pelo alto) e Boye, aos três minutos na etapa final, anotou o terceiro. Gyan poderia conduzir Gana à maior goleada na competição e conduzir a si próprio ao topo na lista de goleadores no torneio, mas não tornou a aproveitar as chances que lhe couberam. Níger, que poderia - e até merecia - marcar pelo menos um gol de honra, acabou parando no goleiro Fatawu Dauda. Apesar de frágil tecnicamente, a seleção comandada por Gernot Rohr valorizou a vitória oponente, apresentando um estilo de jogo ofensivo, com Maazou dando trabalho ao lado esquerdo de defesa de Gana - pelo lado direito, o defensor Pantsil era soberano. Os 55% de posse de bola para Níger reforçam a idéia de que a superioridade de Gana não justificava um placar tão dilatado. Mas o fato é que Gana avança, tem qualidades perceptíveis e deveremos ter um jogo interessante entre os comandados de James Appiah e a seleção cabo-verdiana, nosso destaque na semana.
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