O jogo teve vários ingredientes que tornaram a partida, digamos, diferente. A começar pela expulsão-relâmpago de Koscielny, em decisão controversa da arbitragem. A meu ver, a aplicação do cartão vermelho foi correta, mas obrigava o árbitro a seguir um critério de rigor na parte disciplinar, o que nem sempre se verificou com o andamento da partida. Logo na sequência, o pênalti cobrado por Dzeko foi de uma raridade sobrenatural: a bola foi desviada no goleiro Wojciech Szczesny (que caiu para o lado esquerdo), bateu na trave direita e veio a quicar na linha-de-fundo, até ser agarrada por Szczesny, que esticou-se para trás e segurou a redonda. Um vento um pouco mais forte soprando na direção da baliza e talvez o placar estivesse inaugurado.
Arsène Wenger não perdeu tempo e logo recompôs a linha de defesa, colocando Per Mertesacker no lugar de Alex Oxlade-Chamberlain. Mas a defesa do time da casa estava uma peneira, restando saber até que ponto isso se deu por influência da expulsão de Koscielny. Fato é que o City foi quase sempre superior e mereceu ir para o intervalo com a vantagem de dois gols. James Milner recebeu de Carlos Tévez e abriu a contagem aos vinte minutos em belo chute cruzado. Aos trinta e um, Milner voltou a chutar cruzado, dessa vez buscando um companheiro na área - Tévez parou em Szczesny e Dzeko aproveitou o rebote. Mais fácil do que o pênalti, certamente.
No segundo tempo, as entradas de Olivier Giroud e Aaron Ramsey (saíram Lukas Podolski e Abou Diaby) ajudaram o Arsenal a crescer na partida. E as esperanças dos donos da casa se renovaram após Vincent Kompany ser expulso de campo após entrada pouco prudente em Jack Wilshere, restabelecendo a igualdade numérica de jogadores. Mas o time acabou desperdiçando as duas ou três chances mais claras que surgiram e não foi capaz de evitar a derrota. A bem da verdade, a maior oportunidade de gol no segundo tempo foi visitante, mas Tévez foi desarmado por Szczesny na sua tentativa de "entrar com bola e tudo". No final, a derrota confirmou pelo menos uma coisa: a vida do Arsenal não é fácil quando Dean apita suas partidas. Em 16 jogos com ele na função de árbitro, somente uma vitória. É a típica estatística que oferece uma fronteira maliciosa entre a superstição e a conspiração. Sorte/competência do City, que fez história no Emirates.
Nenhum desses jogadores era nascido na última vez que o Manchester City venceu o Arsenal em Londres pelo Campeonato Inglês, em 1975: vitória por 2a0 dá moral aos Citizens na disputa pelo título e complica situação do Arsenal na busca por vaga na próxima Liga dos Campeões da Europa.
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