A atual campeã africana Zâmbia e a tradicional Nigéria (duas vezes campeã no torneio) empataram por 1a1 no estádio Mbombela. Nos três jogos disputados nesse grupo C, todos os placares foram o mesmo. Ou seja, fortes emoções à vista para a última rodada, independentemente do resultado de Etiópia e Burkina Faso, que se enfrentam logo mais.
Não assisti o primeiro tempo dessa partida entre Zâmbia e Nigéria, mas vi um segundo tempo movimentado. Movimentação essa que se deve ao razoável poder de transição de ambas as seleções ao ataque e também ao número de faltas (27), bem abaixo da elevada média vista até aqui na Copa Africana de Nações 2013.
A Nigéria abriu o placar aos onze minutos da etapa complementar, com o participativo centroavante Emmanuel Emenike. Aliás, friso aqui que trata-se de um jogador interessante: porte físico avantajado, explosão, boa pontaria. O imagino atuando numa liga como a Série A italiana, até porque tem características parecidas com os homens de referência, mas não se limita a mera função de "trombador". Teve um lance simbólico, pouco antes do gol, onde ele conseguiu levar vantagem numa disputa de bola com três adversários mais o goleiro. Esticou o pé, encobriu o arqueiro e mandou a bola perto da trave direita, quase marcando um golaço. Enfim, aos onze Emenike foi recompensado pelo esforço incessante: aproveitou assistência de John Obi Mikel e colocou a bola no canto direito, com chute firme, indefensável. 1a0 Nigéria.
Senti Zâmbia crescendo na partida, mas crescer na partida não quer dizer necessariamente estar pronto para empatar o jogo. Ainda mais quando o goleiro oponente trata-se de Vincent Enyema. Impressionante como agarra bem o homem. É no jogo aéreo, é saindo por baixo, é saltando para espalmar, é do jeito que for. Esse aí é daqueles pra atuar num clube grande europeu.
Embora frequentando mais o campo de ataque do que antes (não sei no comparativo ao primeiro tempo), Zâmbia carecia de um poder de infiltração. Até que caiu do céu a maior oportunidade de empate: Emmanuel Mayuka se enroscou com Ogenyi Onazi, ambos caíram e o árbitro egípcio Ghead Grisha marcou pênalti no lance. Eram trinta e oito minutos do segundo tempo e dificilmente Zâmbia teria outra chance como essa. Bateu um pressentimento no blogueiro de que era o contexto sob medida para consagrar o goleiro. O que não esperava é que isso se confirmaria de maneira diferente da imaginada: Kennedy Mweene, goleiro de Zâmbia, se apresentou para a cobrança. E com uma categoria impressionante, partiu pra bola olhando mais para Enyeama do que para a redonda e colocou o objeto esférico caprichosamente no ângulo esquerdo. Indefensável. Mweene deu dois ou três passos para o lado, se ajoelhou no gramado e agradeceu aos céus, repetindo "Thank you, God". Foi a consagração. Detalhe: Mweene já havia defendido penalidade de Mikel no primeiro tempo (lance que não vi, mas que acabo de ler na internet).
Na terça-feira, dia 29, Zâmbia pega Burkina Faso enquanto Nigéria enfrenta Etiópia. E a situação é simples: venceu, segue. Perdeu, adeus. Se empatar, vai saber. Mais empatado do que esse grupo está até o momento é matematicamente impossível.
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