Completando a segunda rodada no grupo B na Copa Africana de Nações (mais cedo houve o jogo em que Gana venceu Mali por 1a0), Níger e República Democrática do Congo não mexeram no placar em Porto Elizabeth, extremo sul sul-africano.
Foi mais um daqueles jogos em que tivemos chutes de menos e faltas demais. Pior para o futebol. Na rodada derradeira, tanto Níger quanto República Democrática do Congo entram com a obrigação de vencer para avançar no torneio. Seus respectivos adversários serão Gana e Mali.
Consegui enumerar oito chances claras de gol ao longo da partida. Nessas ocasiões, foram três remates para fora, quatro grandes defesas (duas de cada goleiro) e uma finalização na trave. Aliás, a finalização na trave aconteceu no início de jogo: aos três minutos, um vacilo na defesa congolesa (especialmente do zagueiro Larrys Mabiala) permitiu que Issa Sidibé avançasse livre. Ele avançou, pensou o lance e chutou consciente, carimbando o pé da trave esquerda, em remate cruzado que não entrou por detalhe. Aos doze, ótima resposta da República Democrática do Congo: Patou Kabangu fez cruzamento sensacional de trivela, Dieumerci Mbokani amorteceu no peito, ajeitou com a cabeça e, sem deixar a bola quicar, chutou cruzado. Seria um golaço. Não foi porque Daouda Kassaly fez excepcional defesa no canto esquerdo.
O primeiro tempo ainda teve pelo menos uma ótima oportunidade para cada lado. Na de Níger, Mohamed desperdiçou chance após novo erro de Mabiala, que parecia determinado a entregar o ouro aos adversários. Na da República Democrática do Congo, Mbokani ficou cara-a-cara com Daouda e teve a finalização bloqueada em nova grande intervenção do arqueiro nigerino.
Vi gente afirmando categoricamente que a seleção congolesa é bastante superior a de Níger. Talvez seja mesmo, embora não tenha se refletido nos acontecimentos dessa partida. Mas o comentário que realmente me incomodou foi o de Lédio Carmona, chamando a seleção de Níger de "fraquíssima", mesmo com a equipe mostrando boa organização tática e poder de aproximação. O time comandado pelo alemão Gernot Rohl deve ser valorizado principalmente pelo fato de se ter do outro lado, pelo menos teoricamente, um oponente mais qualificado. Não vi essa tal seleção "fraquíssima", mas ouvi um comentarista "fraquíssimo". Deveria haver da parte dele mais respeito com a equipe, no mínimo.
Enfim, as duas maiores chances na etapa complementar para se tirar o zero do placar foram... de Níger. Aos catorze, Moussa Maazou cabeceou buscando o canto direito e Muteba Kidiaba saltou para segurar, sem nem dar rebote. Muteba Kidiaba, aquele mesmo que fechou o gol do Mazembe diante do Internacional. Aliás, daquele time vice-campeão mundial e que eliminou o Colorado antes da final com a Internazionale, ainda haviam os autores dos gols - o já mencionado Kabangu e Dioko Kaluyituka, que o substituiu no segundo tempo. Mas a maior defesa de Kidiaba aconteceria no final da partida: aos quarenta e oito, o "quicante" goleiro congolês foi buscar chute de Boubacar Talatou no canto esquerdo, decretando a manutenção da igualdade no placar.
Para quem quiser relembrar como foi aquele Mazembe 2a0 Internacional, temos o tópico Do Congo Para Abu Dhabi - A Zebra Que Vem Quicando.
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