O Campeonato Estadual no Rio de Janeiro teve na noite do último domingo de janeiro o seu primeiro clássico no ano de 2013. O jogo envolvia simplesmente os atuais campeão e vice na competição. Mesmo assim, público de 10.500 pessoas, o que corresponde a cerca de 25% da capacidade do estádio Olímpico no Engenho de Dentro. Sinal de que o torneio necessita de reformulação em seu modelo de disputa.
A partida em si envolveu dois times desfalcados. O Fluminense mais que o Botafogo: não teve jogadores como Gum, Edinho, Deco e Fred, enquanto o Alvinegro não contou com Lucas nem Renato. Mesmo assim, o atual campeão brasileiro conseguiu desenvolver o seu jogo, até porque o estilo proposto por Abel Braga não tem nenhuma complexidade: marcação firme e saída em velocidade. O Botafogo esteve mais perto de abrir o placar, colocando Diego Cavalieri para trabalhar mais do que o Fluminense fazia em relação a Jéfferson. Só que quem abriu a contagem foi mesmo o Tricolor: Wellington Nem escapou pela direita aproveitando espaço concedido por Márcio Azevedo, tabelou com Bruno e chutou rasteiro, no canto esquerdo.
No segundo tempo, o Fluminense quase ampliou em toque de letra de Valência, defendido por Jéfferson. O excelente goleiro botafoguense ainda voltou a salvar a equipe em lance onde agiu espetacularmente, abafando remate de Wellington Nem e rebatendo a sobra de Jean. E se o Flu não conseguiu aumentar a diferença nessas oportunidades, passou a se ver em apuros com a atuação maiúscula de Clarence Seedorf, que entrou em campo aos sete minutos do segundo tempo. Já na primeira participação da fera nascida no Suriname, inversão de jogo digna de craque: sem olhar, abriu na direita com precisão espantosa. E o gol de empate deu-se em jogada do genial camisa 10 vindo do Milan: Seedorf tocou de lado de primeira, recebeu de volta e, em novo toque de primeira, lançou Bolívar na área. O zagueiro cabeceou para a rede e marcou seu segundo gol na temporada.
O jogo foi perdendo fluidez e ganhando nervosismo, com o acontecimento mais tenso envolvendo dois estrangeiros: Valência se descontrolou e agrediu Seedorf com uma cabeçada. Armou-se um princípio de tumulto, logo contornado graças a atitudes como as de Wágner e Marcelo Mattos, que chegaram para apartar. O árbitro aplicou um cartão amarelo para o colombiano e outro para o holandês. E a partida seguiu, com os ânimos um pouco menos exaltados, mantendo-se os vinte e dois jogadores em campo e os dois gols no placar.
3º colocado no grupo A, o Botafogo tem como próximo adversário o Audax Rio. Já o Fluminense, que lidera o grupo B com o mesmo número de pontos de Flamengo e Audax, enfrenta o Friburguense. Curiosamente, como os times de um grupo enfrentam nessa fase os times da chave oposta, uma vitória de Botafogo e Fluminense nessas respectivas partidas irá ajudá-los mutuamente. O que falta é ajudar o torcedor a encontrar motivos suficientes para marcar presença nos estádios.
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