O jogo
Já inicio o relato dos acontecimentos esclarecendo que só comecei a acompanhar a partida por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando a Inglaterra vencia por 1a0. E valeu demais ter visto o desenrolar do jogo a partir de então, pois não faltaram emoções e momentos interessantes nessa partida vibrante e intensa.
Com 12 minutos no segundo tempo, a seleção inglesa conseguiu abrir o placar através de bonito chute descolado por Jill Louise Scott, meio-campista de 24 anos e que atua no Everton: a camisa 4 escapou de uma marcação dupla que a acompanhava e tinha a opção do passe para a direita, mas foi feliz em optar pelo remate de fora da área, encobrindo a goleira Celine Deville e abrindo o placar no estádio Bay Arena, em Leverkusen.
A França jogava melhor (segundo comentários de terceiros, já era superior antes mesmo de levar o gol) e passou a encantar esse que vos digita, que contemplava empolgado a boa troca de passes e construções de jogadas que envolviam todo o sistema defensivo inglês - e olha que a Inglaterra dedicava cerca de oito jogadoras à marcação, estabelecendo duas linhas de quatro na última terça parte de gramado, sendo prensada pelas constantes investidas francesas.
A camisa 14 Louisa Necib esbanjava beleza física e capacidade técnica, desfilando pelo gramado seus belos traços naturais e sua aptidão em pegar bem na bola, num estilo de jogo semelhante ao do inglês David Beckham. Apesar de seu bom desempenho dentro das quatro linhas, Necib veio a ser substituída pelo treinador Bruno Bini (o que considero um equívoco) e deu lugar para Sandrine Bretigny.
A França havia criado pelo menos três chances daquelas que por detalhe não terminam em gol, e quando o relógio marcava 41 minutos e 55 segundos, uma sobra de bola muito bem chutada por Elise Bussaglia tomou um rumo que deu ao placar uma cara mais próxima à realidade da partida. Golaço da meio-campista de 25 anos (apenas seis dias mais velha que o blogueiro), jogadora do Paris Saint-Germain.
Veio a prorrogação, e se por um lado a França não adotou a mesma intensidade de quando partia para cima na busca pelo empate, a Inglaterra se via em situação complicada, pois estava visivelmente mais debilitada fisicamente (a camisa 10 Kelly Jayne Smith, de 32 anos de idade, foi heróica por permanecer em campo até o apito final, deslocando-se mancando pelo gramado, ciente de que naquela altura a treinadora Hope Powell já havia realizado as três substituições permitidas pelo regulamento).
O jogo precisou ir para as penalidades máximas, último recurso do futebol atual nas competições da FIFA para decretar um vencedor e um perdedor numa partida eliminatória. Considero um mecanismo bastante problemático, pois transforma um esporte coletivo em duelo de mérito basicamente individual. Mas quiseram os deuses do futebol que o desenrolar das cobranças classificassem exatamente a equipe que jogou melhor na maior parte do tempo, para alegria das francesas e satisfação do blogueiro, que dá os parabéns à França e também à Inglaterra, que foi até o limite de suas forças para manter a esperança numa vaga.
Nos pênaltis, a França abriu a série desperdiçando a cobrança (Camille Abily buscou o canto direito mas parou em linda defesa de Karen Louise Bardsley, que saltou e encaixou a bola), mas depois conseguiu converter todos os chutes seguintes, alguns deles em exímias cobranças. Pelo lado inglês, Kelly Smith contrariou a tese de que não é recomendado indicar alguém fisicamente exausto para cobrar uma penalidade, convertendo com precisão no canto esquerdo. Mas Claire Laurent Rafferty (que entrou no segundo tempo de partida) e Ellen Toni White (que teve boa atuação, inclusive salvando um gol francês no tempo regulamentar ao mergulhar e desviar de cabeça) não foram felizes em suas cobranças.
Francesas celebram a classificação: equipe foi buscar o empate aos 42 minutos do segundo tempo e começou a disputa por pênaltis em desvantagem.
Alemanha 0a1 Japão (gol marcado no segundo tempo da prorrogação)
O vencedor de Suécia e Austrália enfrenta o Japão. A outra semifinal será entre a França e o vencedor de Brasil e Estados Unidos.
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