segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Suécia Desbanca Itália E Confirma Vaga Na Rússia

Roberto Baggio, Alessandro Del Piero, Francesco Totti. Três lendários camisas 10 que a Itália ofertou ao futebol nas últimas décadas. Todos aposentados, com seus nomes eternizados em grandes atuações e diversas conquistas pessoais e coletivas. Fico imaginando o que pode ter passado pela cabeça deles ao assistirem o jogo desta noite de 13.11.2017...

A Azzurra, de tanta tradição e quatro títulos mundiais, precisava de uma vitória por dois gols de diferença diante da Suécia para ir à Copa do Mundo 2018. E, pela primeira vez desde as Eliminatórias para o Mundial de 1958, falhou. Em 1958, nenhum daqueles três era nascido. Em 1958, o Brasil ainda estava para conquistar seu primeiro título de campeão do mundo. Em 1958, o futebol profissional ainda não havia sido apresentado a Mané Garrincha.

Essa Itália de 2017 obriga a voltarmos mais de meio século no tempo. Não havia referência mais recente de um fiasco tão grande no futebol daquele país. Em 2010, uma Copa após o tetra, uma queda na primeira fase causou bastante barulho. Mas o que dizer de agora? Senhoras e senhores de todas as gerações, o agora da Itália é uma vergonha.

Vergonha ser eliminada pela Suécia? Não. Vergonha ser eliminada pela Suécia da forma que foi eliminada pela Suécia. Mesmo diante de um adversário que abdicava de atacar - seja por estratégia covarde, seja por sentir a pressão psicológica do jogo no San Siro -, os italianos foram até o apito derradeiro com três zagueiros em campo. Lorenzo Insigne, o mais cerebral jogador desta geração, sequer entrou no jogo. E o resultado é a vergonha.

Cabe aos suecos celebrar o feito surpreendente de sobreviver a um grupo com Holanda e França (a Laranja também ficou fora da Copa) e, de quebra, superar uma seleção tetracampeã mundial. Porém, há que se frisar que a atuação de hoje não corresponde ao feito sueco. Há muito o que ser melhorado até junho do ano que vem. Para a Itália, é inescapável uma reformulação intensa. Que deve começar pelo comando técnico mas que, necessariamente, deve passar pela filosofia por trás de cada escolinha de futebol no país até os centros de treinamento dos principais clubes nacionais. A paixão do povo italiano precisa ser respeitada. E hoje, com Insigne no banco, três zagueiros em campo e substituições que tiraram qualquer organização tática na construção das jogadas, o que mais faltou não foi o gol - foi respeito com o futebol. E, naturalmente, com Baggio, Totti e Del Piero.
Suecos festejam a histórica classificação em Milão. Foto: AFP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário