domingo, 8 de abril de 2018

Daria Um Filme: Nos Acréscimos E Nos Pênaltis, Botafogo Vence Vasco E É Campeão Estadual

Alan Ball, Cameron Crowe, Julian Fellowes, Pedro Almodóvar, Sofia Coppola, Charlie Kaufman, Paul Haggis, Bobby Moresco, Michael Arndt, Diablo Cody e Dustin Lance Black.

Vou parar a lista em onze nomes, que é a quantidade de elementos que formam  um time de futebol. Todos aqueles indivíduos mencionados são  roteiristas vencedores do Oscar, prêmio máximo conferido pela indústria cinematográfica.

Vasco e Botafogo, pela final  no Campeonato Estadual 2018, se fosse filmado sem qualquer edição, daria um Oscar de melhor roteiro original para o documentarista que se apropriasse da obra escrita por Deus e roteirizada pelos deuses da bola. Um final impecável: expulsão nos acréscimos, gol no último lance (não é força de expressão, foi  no último lance mesmo) e triunfo definitivo nas cobranças de pênaltis.

Curiosamente, os três personagens citados são os três estrangeiros do cinema. Digo, do Botafogo.

Primeiro, Leo Valencia, meio-campista chileno que recebeu o cartão vermelho aos quarenta e oito minutos do segundo tempo de um jogo que parecia seguir ao zero a zero mesmo que fosse jogado por mais duas horas. Mas mal poderíamos esperar pelos próximos dois minutos...

Depois, Joel Carli, zagueiro argentino que se aventurou de atacante na necessidade de sua equipe marcar um gol. A bola o encontrou e ele a direcionou para a rede. E foi comemorar com o grande público, uma platéia que não caberia em nenhuma sala de reprodução audiovisual e que fez o próprio Maracanã parecer pequeno - os botafoguenses aplaudiam de pé, gritavam a plenos pulmões e festejavam efusivamente o gol que levaria o confronto às penalidades.

Finalmente, Gatito Fernández, goleiro paraguaio que teve em 2017 momentos heróicos na campanha histórica na Copa Libertadores da América. E que reviveu o protagonismo nesse oito de abril de dois mil e dezoito, defendendo duas cobranças e ajudando de maneira decisiva o Botafogo de Futebol e Regatas a ser aquilo que ele é desde 1907: campeão.

E o Oscar de melhor ator vai para... a torcida botafoguense. Por acreditar, até o final, no mais improvável dos roteiros. E por incentivar, desde o início, um elenco que possui limitações. Um filme que muitos alvinegros irão querer assistir de novo.
Elenco do Botafogo posa para a foto antes do jogo derradeiro no Estadual 2018: um campeão que foi herói em cada jogo.

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