segunda-feira, 15 de junho de 2015

Neymar: A Andorinha Que Faz Verão Na Seleção

Imagem extraída de Statesman.
A seleção brasileira estreou na Copa América 2015 com uma vitória sobre o Peru.

Seria muito simples girar o presente tópico em torno da frase acima posta, mas a realidade é que o fluxo de acontecimentos foi mais complexo que a mera conquista de três pontos. Um jogo com algumas características típicas de uma estréia, outras típicas de uma seleção com bastante talento e mais algumas outras que denotam o quanto estamos carentes de uma organização tática minimamente decente.

Vou dar um crédito para a falha generalizada do sistema defensivo brasileiro no lance do primeiro gol da partida. Aconteceu com menos de 3 minutos de jogo e foi bizarro. Mas qualquer time pode se complicar num lance como esse, embora seja raro no futebol. O que não dá para admitir é a dependência da equipe num único jogador: o craque Neymar. Foi ele quem pegou a bola pela esquerda, driblou quem quer que se aproximasse, carregou até o meio e propôs a inversão do ataque para o flanco direito. Daniel Alves cruzou para a área e encontrou um indivíduo livre dentro da área. Que indivíduo era esse senão Neymar? Era o gol de empate do Brasil, menos de dois minutos depois, em rápida resposta (mais do jogador do Barcelona do que do time do Dunga).

Daí até o final do jogo tivemos mais chances de gol para ambos os lados. Principalmente para o Brasil, sobretudo quando a jogada envolvia Neymar. Ou seria melhor dizer quando o Neymar envolvia a jogada? Fato é que, entre lençóis, dribles, passes e chutes, o atleta criado no Santos tomou conta do jogo. Mas faltava a vitória, para coroar a exibição. Então, somou-se ao gol do camisa 10 uma assistência primorosa para que Douglas Costa, nos acréscimos, sacramentasse o triunfo.

Até quando dependeremos de um talento individual para "resolver" uma partida? Até quando nos contentaremos com um futebol que não privilegia o jogo coletivo? Se formos campeões da Copa América com esse "estilo", seria razoável comemorar o título ou, ao contrário, criticar a maneira de jogar?

Longe de querer bancar o trombeteiro do apocalipse, mas me recuso a dizer que era apenas uma estréia. Era isso ou era aquilo. É a Era Dunga. De novo.

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