quarta-feira, 2 de maio de 2012

Lecce Azeda Vitória Juventina Empatando Com Gol No Fim

Líder e invicta, com possibilidades de ser campeã italiana por antecipação e jogando dentro de casa diante de um time que integra a zona de rebaixamento. O que para muitos se trataria de uma vitória certa para a Juventus, acabou virando um empate diante da valente Lecce, resultado que combinado ao triunfo milanista diante da Atalanta diminui a diferença em relação ao vice-líder para apenas um ponto, a duas rodadas da conclusão da Série A 2011-2. A situação da Lecce continua complicada, mas a bravura da equipe na Arena Juventus dá a entender que os comandados de Serse Cosme não pouparão esforços para buscar os seis pontos e continuar sonhando com a permanência na primeira divisão (o próximo desafio será um confronto direto diante da Fiorentina, que encontra-se seis pontos acima).

Havia assistido uma partida da Lecce nessa temporada (1a0 sobre a Internazionale, na primeira vitória da equipe atuando em seu estádio na atual edição da Série A) e fiquei impressionado com a qualidade do goleiro Massimiliano Benassi. No jogo de hoje, diante da Juve, o arqueiro cometeu o deslize de escorregar no lance que abriu o placar em favor do time mandante. Mas seu desempenho após o incidente ratificou a impressão que havia tido com relação a esse jogador, personagem fundamental para esse empate por 1a1 em Turim, com pelo menos duas grandiosas defesas na partida. E como nenhum goleiro está imune a falhas, até Gianluigi Buffon, para mim o melhor do mundo na função, vacilou no gol que rendeu o empate aos visitantes.

Antonio Conte levou a Juventus para campo com uma formação que considero excessivamente cautelosa, sobretudo considerando a qualidade do elenco bianconero montado para essa temporada. Três zagueiros, nenhum jogador com a função de "dez" no meio-campo e jogadores como Alessandro Del Piero e seu xará de sobrenome Matri sentados no banco de suplentes. Com menos de seis minutos, uma lesão na coxa tirou Paolo de Ceglie de campo. Em seu lugar entrou o uruguaio José Martín Cáceres - vou tentar acreditar que Conte imaginava que Matri (retornando de contusão) e Del Piero não tivessem condição de atuar por tanto tempo e por isso não foram chamados para o jogo naquele momento.

De toda forma, aos oito minutos a Vecchia Signora já abriria a contagem: Andrea Pirlo abusou do direito de ser preciso em seus lançamentos e fez a bola viajar até a cabeça de Claudio Marchisio. Não sei se Marchisio quis mandar pra rede ou servir Mirko Vucinic, mas o fato é que a bola entrou no canto esquerdo num lance em que Benassi teve a infelicidade de escorregar quando se preparava para saltar na tentativa de fazer a defesa. 1a0 Juventus e festa nas arquibancadas do mais moderno estádio italiano.

A Juventus era tão superior e senhora da partida que Buffon foi para o vestiário sem precisar fazer nenhuma defesa no primeiro tempo. Mas até que participou bem quando o jogo ainda estava com o placar zerado: ele recebeu bola recuada e deixou o adversário no chão antes de sair jogando com tamanha naturalidade, usando apenas os pés. Veio o segundo tempo e se a Lecce tinha uma figura em campo que causava alguma dificuldade ao sistema defensivo juventino, esta figura era o hábil colombiano Juan Cuadrado. Era. Aos oito minutos, Cuadrado chegou firme e, se por um lado não atingiu Cáceres com a força acusada pelo uruguaio, por outro sua imprudência era efetivamente digna de cartão amarelo - e como Cuadrado já havia levado outro na etapa inicial, foi corretamente expulso pelo árbitro Paolo Valeri.

O futebol tem umas coisas curiosas. Se em igualdade numérica a Lecce tinha dificuldades de criar jogadas de ataque, você imagina agora que seu elemento mais perigoso no sistema ofensivo foi expulso. Pois acredite: nem parecia que a equipe estava em desvantagem numérica diante da líder e invicta Juventus. É bem verdade que Benassi salvou o time de tomar o segundo gol, mas as entradas de Luis Muriel (atacante compatriota de Cuadrado, que entrou no lugar do suíço Haris Seferovic), do uruguaio Guillermo Giacomazzi (que não entendo como pode ser reserva, tento entrado no lugar de David di Michele) e de Andrea Bertolacci (em substituição ao nigeriano Christian Obodo) deram novo ânimo aos visitantes. Aos trinta e seis minutos, Muriel foi acionado e caiu após Cáceres deslocá-lo com o braço, o que dentro da área caracterizaria pênalti. Caracterizaria. Valeri não apenas ignorou a infração como aplicou cartão amarelo em Muriel por suposta simulação, fato que gerou insatisfação em Gennaro Delvecchio, também punido com o cartão por protestar.

Mas os deuses do futebol desenharam um final de jogo mais justo do que seria se nada de novo acontecesse. Uma bola recuada para Buffon, que tão bonito havia saído jogando em situação semelhante no começo de partida, dessa vez acabou deixando o goleiro em maus lençóis. Aproveitando-se do vacilo, eis que Muriel, aquele mesmo que havia sofrido o pênalti não marcado, pegou a bola e a mandou para a rede, aos trinta e nove minutos.

Naquele momento do jogo, Conte já havia feito suas três substituições (as últimas foram as entradas dos Alessandros nos lugares de Fabio Quagliarella e Vucinic). Ou seja, a Juventus começou e terminou a partida com três zagueiros, dois alas que sequer apoiavam com muita freqüência e dois volantes. Aliás, dois baita volantes: Pirlo e o chileno Arturo Vidal foram possivelmente os dois melhores jogadores da Juventus no jogo. Para um time que lidera a competição de maneira invicta e que atuava com um jogador a mais, lamento pela postura do treinador. E parabenizo Cosme e seus comandados, que fizeram por merecer o gol de empate.

Outros resultados

Terça-feira
Chievo (12º) 0a0 (7º) Roma
Napoli (3º) 2a0 (16º) Palermo

Quarta-feira
Milan (2º) 2a0 (11º) Atalanta
Catania (10º) 0a1 (9º) Bologna
Genoa (17º) 2a1 (14º) Cagliari
Parma (8º) 3a1 (6º) Internazionale
Fiorentina (15º) 2a2 (19º) Novara
Lazio (5º) 1a1 (13º) Siena
Cesena (20º) 0a1 (4º) Udinese

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