domingo, 4 de setembro de 2011

Quem Seria O Lanterna?

Com um sistema de jogo bem organizado na maior parte do tempo e incisivo quando se aproximava da área adversária, o América passou longe de parecer uma equipe que ocupa a última colocação no Campeonato Brasileiro e, com méritos, aplicou uma goleada de 4a1 sobre um Vasco que não esteve à altura de um time com planos de título na Série A. Entre os destaques da partida está o atacante André Dias, ex-Vasco, autor de dois gols e que até poderia sair de campo com um "hat-trick".

O jogo

Mostrando não se incomodar com a distância de dezessete posições na tabela de classificação (ou vinte e quatro pontos), o América Mineiro iniciou a partida em Sete Lagoas indo para o ataque. Mas o ímpeto ofensivo gerou espaços na defesa, e por muito pouco o meio-campista Diego Souza não tirou proveito ao chutar cruzado, perto da trave esquerda, assustando o goleiro Neneca.

O volume de jogo dos donos da casa era maior, dando trabalho a uma zaga composta por Victor Ramos e Renato Silva (Dedé, que está com a seleção brasileira, foi desfalque). E Renato Silva teve uma trabalheira para dar conta do hábil time mineiro, principalmente considerando que seu parceiro de 22 anos e 1,92m tinha na estatura uma grandeza inversamente proporcional ao tempo de bola.

Com dezenove minutos, não teve Renato Silva que pudesse salvar a pátria vascaína: Marcos Rocha levantou a partir do lado direito e encontrou André Dias, que foi mais esperto que Fágner para chegar na bola e empurrá-la pra rede. Mas a vantagem americana no placar durou pouco: no minuto seguinte, uma infração cometida dentro da área foi apontada como falta pelo árbitro Sandro Meira Ricci. Só que falta daquela posição para alguém como Juninho Pernambucano é mais chance de gol do que muita penalidade máxima cobrada pelos jogadores comuns. E não deu outra: bola rolada atrás, parada por Márcio Careca e colocada (não vamos chamar aquilo de chute) no canto direito por Juninho. 1a1, aos vinte e um.

O calor intenso parecia não ser sentido pelos jogadores, que circulavam pelo campo esbanjando disposição. Mas Sandro Meira Ricci optou por anunciar um "tempo técnico" aos vinte e seis minutos, paralisando o jogo. No retorno às ações, o América encontrava dificuldades de entrar na defesa vascaína, mas seguia mais tempo com a bola que o adversário. Aos quarenta minutos, uma bola alçada na área chegou em André Dias, que foi derrubado por Fágner na disputa pelo alto. Pênalti corretamente marcado (perceba a dificuldade de Fágner em acompanhar André Dias, vacilando no primeiro gol e comentendo penalidade máxima nesse lance). Na cobrança, Fernando Prass saltou antes que Kempes tocasse na bola e o cobrador aproveitou, chutando praticamente no meio da baliza, mas o suficiente para tirar do goleiro que foi para o lado esquerdo.

No intervalo foi interessante ver a entrevista concedida por André Dias: mostrando estar bastante focado na partida, o jogador disse que o América precisava permanecer atento, lembrando de partidas onde a equipe atuou bem mas não conseguiu vencer em função de erros aproveitados pelos oponentes.

O segundo tempo teve início com os dois times criando oportunidades. Dudu pegou uma sobra de bola da zaga vascaína e mandou por cima do travessão. E o Vasco respondeu com Éder Luís, que foi acionado pela direita, chutou forte e Neneca defendeu de maneira espetacular, machucando a mão esquerda no lance. Mas, felizmente, tudo bem com o goleiro, que continuou o jogo tranqüilamente. Tranqüilidade - e muita categoria - foi o que teve o ala-direito Marcos Rocha para marcar o terceiro gol do Coelho aos treze minutos: ele recebeu pela direita, ficou na cara de Fernando Prass e tirou do arqueiro com um leve toque por cobertura.


Melhor em campo e com uma vantagem no placar, o América passou a dar campo para o Vasco à espera de encontrar um contra-ataque. Contra-ataque que ficaria mais perigoso com a entrada de Rodriguinho no lugar de Ulisses, aumentando a velocidade da equipe. O Vasco também mexeu, com Cristóvão Borges trocando as estrelas Juninho Pernambucano e Diego Douza para colocar Fellipe Bastos e Bernardo. Não considero acertada a saída de Juninho, exceto se o jogador tiver pedido para sair: o camisa oito era a figura mais lúcida da equipe carioca no que tangia às armações de jogadas.

O quarto gol americano poderia ter saído aos vinte e sete minutos, mas Renato Silva conseguiu cortar em escanteio uma bola que já tinha passado por Prass. Não foi naquele momento, mas a goleada estava guardada: aos quarenta minutos, André Dias recebeu bola ajeitada e colocou caprichosamente no canto direito, dando ares de goleada ao resultado. Movimentado, o jogo ainda teve chute pontente de Éder Luís acertando a trave esquerda. E por falar em chute potente na trave esquerda, Amaral, também de fora da área, colocou a redonda em contato com o poste num petardo em cobrança de falta.

Desejamos a plena recuperação ao ser-humano Ricardo Gomes. Enquanto isso, o Vasco vai de Cristóvão Borges como treinador, figura que não deve ser nem louvada pelo triunfo na rodada passada nem execrada por essa derrota. Já o América, com Givanildo de Oliveira, mostra ter em mãos os ingredientes necessários para sair da condição de lanterna e, futuramente, deixar a zona de descenso. É ter atenção para não errar, como sugeriu André Dias.
André Dias comemora o gol que abriu o placar em Sete Lagoas: atacante, ex-Vasco, também fez o último gol da partida, vencida pelo América por 4a1.

Um comentário:

  1. Soham,
    em venho falando a algum tempo sobre as incnstâncias das equipes nesse brasileirão, essa goleada do América pra cima do Vasco mostra muito bem isso. Até agora não temos nenhum time que manteve uma regularidade em todos os jogos, por isso esse campeonato se mostra tão disputado e o mais difícil dos últimos tempos.

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    www.clebersoares.blogspot.com

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