Para embolar de vez o grupo mais forte nessa edição de Eurocopa, Portugal venceu a Dinamarca por 3a2 na cidade de Lviv e igualou sua campanha a dos dinamarqueses: agora, ambas as seleções têm três pontos, três gols marcados e três sofridos. Esse foi o primeiro jogo na Euro 2012 onde duas seleções marcaram mais de um gol na mesma partida. Na rodada derradeira, Portugal buscará a classificação diante da Holanda, enquanto a Dinamarca medirá forças com a Alemanha.
O jogo
Embalada pela surpreendente vitória sobre os holandeses na estréia, a Dinamarca começou a partida no ataque e com três minutos de jogo já conquistava o terceiro escanteio consecutivo. Na aproximação mais perigosa, Eriksen teve o chute travado por Pepe.
Zimling fazia uma boa partida, protegendo a linha de defesa e mostrando qualidade na execução dos lançamentos tentados, como quando acionou Rommedahl no flanco direito. Só que aos catorze minutos o forte camisa vinte e um dinamarquês gesticulou pedindo substituição, provavelmente com alguma distensão muscular. Morten Olsen escolheu Jakob Poulsen para entrar em seu lugar, concretizando a mexida dois minutos depois.
Aos dezessete minutos, o badalado Cristiano Ronaldo teve sua primeira oportunidade de gol no jogo, mas não aproveitou a finalização após rebote do goleiro Andersen em chute de Raul Meireles, mandando à direita. Três minutos depois, Cristiano Ronaldo sofreu falta de Kjaer na esquerda e ele próprio cobrou, mandando por cima e frustrando aqueles companheiros de equipe que aguardavam um cruzamento na área. Aos vinte e três minutos, uma nova falta pela esquerda do ataque português foi dessa vez cobrada por Miguel Veloso, que colocou na área, Postiga dividiu com dois adversários e Portugal ganhou escanteio. Nascia ali o primeiro gol do jogo: João Moutinho cobrou o córner, Pepe se antecipou à marcação e também a Nani e subiu bem, cabeceando antes do primeiro poste para marcar o primeiro gol português na Eurocopa 2012.
Cristiano voltou a tentar em lance de bola parada, dessa vez com a cobrança de falta desviando na barreira e saindo por cima, aos trinta e três minutos. Dois minutos depois, aos trinta e cinco, saiu o segundo gol lusitano: Nani recebeu pela direita, deu o passe rasteiro e Hélder Postiga foi preciso na finalização, completando de primeira e mandando no alto, estufando a rede. 2a0 Portugal.
Atrás no placar e naquele momento com saldo negativo, a Dinamarca foi ao ataque. Aos trinta e sete, Eriksen chutou de fora no canto esquerdo e o goleiro Rui Patrício foi buscar, mantendo sua rede guardada. Mas aos quarenta minutos, nem Rui Patrício nem ninguém de Portugal pôde evitar que a bela jogada dinamarquesa tomasse o rumo do gol: Kjaer lançou da esquerda invertendo jogo na direita, Jacobsen cruzou aberto, Krohn-Dehli ajeitou de cabeça encobrindo Rui Patrício e quem apareceu para concluir, também com cabeceio, foi Bendtner.
Já no minuto seguinte ao gol que diminuía a diferença no placar, a Dinamarca quase empatou, mas Rui Patrício segurou o cabeceio de Kjaer. Aos quarenta e três, Kjaer apareceu bem para evitar o terceiro gol português: Nani cruzou da direita, Postiga dividiu com Andersen e o participativo defensor dinamarquês afastou tendo Cristiano no encalço.
O segundo tempo teve início e Portugal se apresentava buscando o ataque, não se acomodando com a vantagem no placar. Aos quatro minutos, um toque que passou por Kjaer chegou até Cristiano Ronaldo que, livre de marcação, só tinha o goleiro à sua frente. E o camisa sete chutou em cima de Andersen, desperdiçando grande chance. Na marca de sete minutos, Nani carregou diante de Simon Poulsen, tentou cruzar fechado e a bola foi recolhida por Andersen. Aos nove, Agger conseguiu efetuar lindo desarme em Postiga, dando um carrinho limpo para corrigir o erro de Poulsen.
A Dinamarca tinha dificuldades no setor de criação e parecia que a situação pioriaria: aos treze minutos, Rommedahl caiu no gramado após lance em que era lançado por Kjaer. Olsen não viu outra alternativa a não ser fazer sua segunda substituição forçada, trazendo para campo o habilidoso Mikkelsen, que atuaria também aberto pelo lado direito. Só que Mikkelsen entrou bem no jogo e melhorou a movimentação da equipe no ataque. Aos dezesseis minutos, Kvist recolheu sobra de bola após cruzamento da direita e, de primeira, emendou belo chute que passou perto do ângulo esquerdo, no que seria um golaço. Aos dezoito, o capitão Agger voltou a mostrar serviço na defesa, cortando tentativa de passe de Cristiano para Postiga - na seqüência, Andersen afastou. Logo depois, Postiga deu lugar a Nélson Oliveira, na primeira substituição de Paulo Bento na partida.
Com vinte e três minutos, a transmissão televisiva divulgou as informações de que a posse de bola era dinamaquesa em 59% do tempo, com a equipe nórdica tendo trocado 350 passes para 169 dos lusitanos, isto é, praticamente o dobro. Muito disso se deve ao fato de que Portugal fazia uma ligação direta onde o defensor Bruno Alves rifava a bola para a frente, enquanto os defensores dinamarqueses, muito mais apurados no passe, executavam lançamentos e inversões de jogo na maioria das vezes esbanjando precisão. Mesmo com esse diferencial, o jogo era equilibrado. Aos vinte e cinco minutos, Nélson Oliveira chutou de fora e Andersen pegou - Oliveira pediu desculpas por não ter optado pelo passe no lance. No minuto posterior, Bendtner dominou, trouxe para a esquerda e chutou cruzado à direita. Aos trinta e dois minutos, Nani entregou para Cristiano e o "jogador mais caro do mundo" ficou livre para fazer o que quisesse diante do goleiro Andersen. Um corte para a esquerda seguido do chute seria uma solução prática. Mas Cristiano, aparentemente tão desenvolto em lances no meio-campo e cheio de recursos técnicos, chutou para fora de maneira bisonha, mandando à esquerda. No ataque seguinte da Dinamarca, saiu o gol de empate: aos trinta e quatro, Jacobsen cruzou da direita, Pepe acompanhou a bola sem conseguir alcançá-la (reza a cartilha que quem tem que ser marcado é o adversário, e não a bola) e Bendtner, livre de marcação, cabeceou firme para a rede. Rui Patrício até conseguiu tocar na bola, mas sem evitar o gol. 2a2 no placar.
Portugal queria retomar a frente no marcador e teve chance aos trinta e oito, quando Cristiano Ronaldo, dessa vez bem marcado por Jacobsen e Agger, chutou fraco e parou em defesa de Andersen. Aos trinta e nove, Paulo Bento realizou a segunda substituição, trocando Raul Meireles por Silvestre Varela. Varela é aquele mesmo que entrou no segundo tempo de estréia e perdeu chance quando estava cara-a-cara com Neuer. Só que, dessa vez, a sorte lhe sorriu: aos quarenta e um, Fábio Coentrão cruzou da esquerda, Cristiano não foi na bola, Varela capou na tentativa com a perna esquerda mas teve a felicidade de contar com uma segunda oportunidade, dessa vez convertendo em chute de direita, estufando a rede no canto esquerdo.
Paulo Bento, então, tratou de convidar os portugueses a concentrarem as atenções na defesa, trocando Nani por Rolando, aos quarenta e três. Aos quarenta e cinco, Olsen fez a última alteração ao trocar Krohn-Dehli por Schone. Com quarenta e seis, Cristiano parou contra-ataque dinamarquês cometendo falta por trás em Kvist e recebendo cartão amarelo. Aos quarenta e oito, a última investida da Dinamarca na busca pelo empate: em jogada trabalhada de diversas trocas de passe, Mikkelsen recebeu de Jacobsen, deu para Schone na direita e o chute saiu por cima.
Dinamarca e Portugal jogarão a última rodada na fase de grupos dependendo de si para avançar. Resta saber como se comportarão diante de alemães e holandeses, adversários que também entrarão em campo buscando a classificação.
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