Sexta-feira, oito de junho de dois mil e doze. Nessa data a bola
rolará para a primeira partida pela Eurocopa 2012. Este blogueiro está
empolgado com a competição continental e traz para cá a última postagem
de análise prévia para a fase de grupos no torneio. Já tratamos do grupo A (Polônia, Grécia, Rússia e República Tcheca), do grupo B (Holanda, Dinamarca, Alemanha e Portugal) e do grupo C (Espanha, Itália, Irlanda e Croácia). E, para concluir, chegou o momento de analisarmos o grupo D.
Vamos a ele.
Grupo D: Ucrânia, Suécia, França e Inglaterra.
Essa
talvez seja a chave que reserva a maior incógnita na fase de grupos na
Euro 2012. Nome por nome, França e Inglaterra aparecem como favoritas.
Mas as coisas podem não ser tão simples assim: enquanto os franceses
experimentaram uma vergonhosa eliminação na primeira fase do Mundial
2010, os ingleses atravessam momento ainda mais delicado, com recente
troca de treinadores, jogadores lesionados e intrigas no elenco. Resta
saber como ucranianos e suecos poderão tirar proveito disso para, quem
sabe, surpreender os supostos favoritos.
A Ucrânia de
Oleg Blokhin talvez seja o exemplo máximo na competição daquilo que
podemos chamar de "time de um homem só". O homem é, a bem da verdade, um
craque de bola: chama-se Andriy Shevchenko, atacante de 35 anos e de
qualidade técnica incontestável (mas sem o mesmo pique de antigamente).
Nomes como o do meio-campista Anatoliy Tymoschuk e os dos atacantes
Artem Milevskiy e Andriy Voronin agregam qualidade à equipe, que tem no
fator campo um de seus maiores trunfos para tentar triunfar no torneio.
Será fundamental para os ucranianos um resultado positivo na estréia
diante dos suecos, pois a seqüência da tabela reserva duas pedreiras
para os anfitriões. Pitaco: a Ucrânia não se classifica.
Com quatro vitórias nos últimos quatro amistosos, a Suécia parece estar "no ponto" para disputar a competição. O treinador Erik Hamren dá sinais de que montará um time ofensivo, com dois volantes de bom toque de bola - o que deve facilitar a transição da defesa para o ataque e convidar os homens de frente a participarem do jogo. E é ao falar nos "homens de frente" que chegamos no ponto-chave para as pretensões dessa seleção na Eurocopa: se Zlatan Ibrahimovic estiver comprometido taticamente (coisa que não é nada comum de se ver) e inspirado tecnicamente (algo mais usual, embora bastante esporádico em se tratando de jogos pela seleção), a equipe nórdica pode sonhar alto. Atletas como Kim Källström, Anders Svensson, Christian Ulf Wilhelmsson e Johan Elmander têm técnica apurada o bastante para assumirem um protagonismo no caso da "ausência" de Ibra. Pitaco: a Suécia não se classifica.
Agora é a hora para a seleção francesa. Parece ser um ótimo momento para os campeões mundiais de 1998 apagarem (ou pelo menos ofuscarem) a pífia e problemática performance na África do Sul com um desempenho convincente na Polônia e na Ucrânia. O trabalho de Laurent Blanc vem se mostrando bem-sucedido e a França levará a campo um time forte em todos os setores. A começar pelo gol, com o ótimo Hugo Lloris. Passando pela defesa, com Philippe Mexès e Laurent Koscielny, pelo hábil meio-de-campo, que conta com gente como Florent Malouda, Samir Nasri, Jèrèmy Ménez e Franck Ribèry. E chegando ao ataque, com o goleador Karim Benzema. Nessa engrenagem azul, a peça que talvez mais possa atrapalhar a funcionalidade do conjunto seja um elemento chamado Patrice Evra. Embora tecnicamente trate-se de um dos maiores laterais-esquerdos na atualidade, Evra é daqueles indivíduos capazes de tumultuar um ambiente sem fazer muito esforço. E a França sabe o estrago que algo dessa natureza é capaz de fazer... Pitaco: a França avança de fase.
Fechar a análise da fase de grupos falando da Inglaterra é mais complexo do que talvez possa parecer. Na preparação para a Euro, o English Team perdeu somente um dos últimos cinco amistosos disputados (para a Holanda, em partida com desfecho sensacional em Wembley) - os demais quatro jogos foram todos eles vitórias pelo placar de 1a0 (sobre Espanha, Suécia, Noruega e Bélgica). Roy Hodgson chegou para o cargo de treinador sob desconfiança, sobretudo porque muita gente dava como certo que Harry Redknapp assumiria a seleção. Mas a Euro está aí e a primeira missão de Hodgson será conduzir uma equipe forte, com jovens valores e atletas veteranos, até as fases eliminatórias na competição. Desfalques como os de Jack Wilshere e Frank Lampard certamente causam impacto significativo na equipe. Outra questão delicada é John Terry, elemento desagregador e responsável direto (embora o treinador não confirme isso) pela não-convocação de Rio Ferdinand, que não foi chamado nem mesmo após o anúncio do corte de Gary Cahill, machucado. Wayne Rooney, maior nome na atual geração inglesa, cumpre suspensão nas duas primeiras rodadas e sua convocação indica que o pensamento na equipe é o de ir longe. Ou então não chamaria alguém para jogar uma única partida. Pitaco: a Inglaterra avança de fase.
Desta forma, fechamos os pitacos para os quatro grupos. Que rolem as bolas para a Eurocopa!
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