O único gol da partida foi marcado por Mario Gómez, aos vinte e seis minutos do segundo tempo, justamente num momento da partida onde a seleção portuguesa parecia equilibrar as ações. No geral, o encontro teve um rendimento muito abaixo das expectativas e tudo leva a crer que essas duas equipes irão melhorar seu desempenho nos próximos compromissos, principalmente a Alemanha, de quem se espera algo bastante acima daquilo que foi visto nesse sábado, em Lviv.
O jogo
A Alemanha começou o jogo ditando o ritmo e esboçou trazer para a Ucrânia aquele futebol encantador visto na África do Sul, dois anos atrás. Mas foi apenas um esboço mesmo. Com um minuto, Boateng cruzou da direita e Mario Gómez, livre de marcação, cabeceou para o lado direito e viu a bola ser defendida pelo goleiro Rui Patrício. Aos oito minutos, Podolski recebeu inversão na esquerda, chutou rasteiro e Rui Patrício defendeu em dois tempos.
Se Rui Patrício tinha trabalho para manter a meta lusitana inviolável, Neuer foi sentir o clima do jogo aos doze minutos, quando foi derrubado em carrinho de Postiga, punido com o cartão amarelo pelo árbitro francês Stéphane Lannoy. Chance de gol mesmo os portugueses tiveram aos dezessete, quando Cristiano Ronaldo cruzou da esquerda, a bola passou por Postiga e foi interceptada pelo atento Philipp Lahm.
Essa Euro 2012 vem apresentando, jogo após jogo, erros graves de arbitragem. E nessa partida não foi diferente: aos vinte e três minutos, Samir Khedira sofreu entrada de Raul Meireles e a bola chegou em ótimas condições para Mario Gómez, que finalizou mandando no canto direito e marcando o primeiro gol do jogo, certo? Errado. Lannoy tratou de invalidar o lance e marcar a falta cometida anteriormente, ignorando uma certa "lei da vantagem".
A Alemanha não chegava a exercer um domínio avassalador, mas seguia melhor em campo. Teve novas chances de gol com Podolski, que chutou por cima aos vinte e nove minutos, e com Muller, em lance onde a bola atravessou duas vezes a área portuguesa até ser concluída à direita pelo camisa 13. Mas chance maior teve Portugal: aos quarenta e quatro minutos, João Moutinho cobrou escanteio pela direita e a bola chegou limpa para Pepe, que ajeitou e chutou, com a bola tomando o rumo do travessão e da linha final, recusando-se a entrar.
Veio o segundo tempo e logo com 34 segundos a pressão da Alemanha foi intensa, com Raul Meireles cortando em escanteio após bate-rebate. Cristiano não conseguia desenvolver as jogadas de ataque e, aos três minutos, decidiu chutar de fora da área, parando em defesa de Neuer. Aos onze, um erro de saída de bola portuguesa terminou em cabeceio de Gómez, que saiu por cima.
Os portugueses pouco criavam e muito passaram a bater. Aos catorze minutos, Fábio Coentrão foi de carrinho em Badstuber e recebeu cartão amarelo. Badstuber parecia ter sido "o escolhido", e aos dezoito minutos levou um soco na face desferido por Meireles. Será que nem árbitro nem auxiliar viram a cena? Bem, se Meireles permaneceu em campo, limitando-se a pedir desculpas ao companheiro de profissão, provavelmente eles de fato não viram o que aconteceu. Dando uma pausa na pancadaria e retornando à prática esportiva, Portugal chegou ao ataque ainda aos dezoito, mas Boateng foi preciso para travar o chute de Cristiano no momento exato.
Aos vinte e quatro minutos aconteceu a primeira substituição de jogadores, quando Paulo Bento trocou Hélder Postiga por Nélson Oliveira. E dois minutos depois, estaria aberta a contagem: Khedira cruzou da direita, a bola desviou em Moutinho e chegou até Mario Gómez, que cabeceou no contrapé de Rui Patrício. O "Super Mario" por muito pouco não marcou o segundo cinco minutos depois - Muller recebeu pela direita, colocou na área e o centroavante esticou a perna, mas sem conseguir alcançar a bola.
Com trinta e quatro minutos, Gómez deu lugar a Klose na Alemanha e Meireles a Varela na seleção portuguesa. E Portugal cresceu a partir de então. Aos trinta e seis Cristiano recebeu pela esquerda e chutou uma bola que ia passando por Neuer, mas o goleiro alemão teve reflexo para tirar com um movimento parecido com aquele que no vôlei costumam chamar de "manchete". No minuto seguinte, Cristiano Ronaldo tocou para Coentrão, que chutou com a perna direita e teve o remate travado na marcação alemã. Um minutinho depois, Nani tinha a bola pela direita e decidiu cruzar - a redonda acabou indo de encontro à quina que marca a junção do travessão com a trave direita. Aos quarenta, Nani estava centralizado e descolou chute que passou à direita.
Se o time alemão do meio-campo pra frente já era parecido com o do Bayern de Munique, aos quarenta e um minutos ficou ainda mais semelhante, quando Ozil deu lugar a Kroos, que naquele momento se juntava aos companheiros de clube bávaro Schweinsteiger e Muller (Gómez havia saído sete minutos antes). Só que foram outros dois atletas do Bayern que deram grandes contribuições à vitória alemã nos minutos finais. Aos quarenta e dois, Neuer conseguiu rebater remate frontal de Varela. Aos quarenta e sete, Badstuber estava no lugar certo para atrapalhar o chute de Nani, após bom passe de Cristiano. Muller ainda deixaria o campo aos quarenta e oito (Bender o substituiu) e houve tempo para Portugal dar novo susto nos alemães, quando Bruno Alves subiu e cabeceou por cima do travessão, após cobrança de escanteio pelo lado esquerdo.
A Alemanha provavelmente precisará jogar mais que isso para conseguir vencer a Holanda na segunda rodada, ficando a dúvida se faltou maior organização tática ou disposição física a uma equipe recheada de jogadores que tiveram uma temporada desgastante e frustrante com o Bayern. Já Portugal terá de remodelar seu sistema de jogo, pois a Dinamarca deverá concentrar seus esforços nos contra-ataques, mais ou menos como fizeram na estréia vitoriosa diante dos holandeses.
Outros resultados
Sexta-feira (Grupo A)
Polônia 1a1 Grécia
Rússia 4a1 República Tcheca
Hoje (Grupo B)
Holanda 0a1 Dinamarca
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