Com uma bonita cerimônia de abertura no estádio Narodowy, na capital polonesa Varsóvia, e um bem disputado jogo entre a Polônia e a Grécia, podemos afirmar que a Euro 2012 já começou. E começou com gols, com expulsões, com erro flagrante de arbitragem, com pênalti desperdiçado, com emoções. E se isso é o começo do torneio, tentemos imaginar o que o futebol pode nos reservar nessa edição da competição continental...
O jogo
A equipe da casa iniciou a partida bem, atacando os gregos e dominando as ações ofensivas. Aos três minutos, Murawski pegou o rebote e colocou o goleiro Chalkias para trabalhar, realizando linda defesa no alto. No lance seguinte, originado da cobrança de escanteio, Rybus pegou a sobra e mandou à esquerda. A Grécia até conseguiu uma chance aos onze minutos, quando Karagounis levantou pela direita em cobrança de falta e Gekas cabeceou à direita (Polanski vacilou na marcação, concedendo espaço ao grego), mas os poloneses eram melhores em campo e seguiram pleiteando o gol. Ainda aos onze minutos, uma bela troca de passes pela direita terminou em finalização de Blaszczykowski, que saiu por cima. Novamente pelo lado direito, dessa vez aos treze minutos, Piszczek cruzou e Lewandowski não alcançou a bola por muito pouco, talvez resvalando alguns fios de cabelo na redonda. E se o placar tinha que ser aberto em Varsóvia, tinha que ser pela Polônia e tinha que ser pelo flanco direito: aos dezesseis minutos, Obraniak passou para Blaszczykowski, que cruzou na medida e Lewandowski cabeceou para o chão, como orienta o manual das finalizações de cabeça, mandando no ângulo direito.
Após o gol que colocava 1a0 no placar, a partida caiu em termos de oportunidades criadas. Para se ter uma idéia, uma nova chance clara só foi surgir aos trinta e seis minutos - isto é, vinte após Lewandowski ter balançado a rede -, em lance onde Perquis pegou a sobra e chutou forte, à esquerda. Tal situação aconteceu instantes depois da primeira substituição no jogo, pois a Grécia trocara de Papadopoulos: saiu Avram e entrou Kiriakos. O que poucos poderiam imaginar é que o primeiro tempo, naquele momento em ritmo lento, fosse ter um desfecho tão frenético. Tudo começou de maneira implícita aos 34 minutos, pois naquele momento Sokratis Papastathopoulos recebia o primeiro cartão amarelo da partida, após dividida pelo alto. Naquele lance, a aplicação do cartão era controversa. Mas nada que se compare ao absurdo que estava para acontecer aos 43 minutos, quando o mesmo Papastathopoulos recebeu novo cartão amarelo em lance onde nem falta ele cometeu. Na realidade, Murawski escorregou em direção ao corpo do grego e caiu, muito mais cometendo falta do que sofrendo. Mas o árbitro espanhol Carlos Velasco Carballo teve a insanidade de expulsar Sokratis com o segundo cartão amarelo.
Aos 45 minutos, a Polônia, em vantagem numérica, se aproximou do segundo gol em lance onde Perquis cabeceou à esquerda após bola levantada na área. No minuto seguinte, os gregos tiveram novo contexto para reclamar das decisões do árbitro espanhol: é que houve um toque com o braço dentro da área polonesa, mas o sujeito do apito mandou a partida seguir. Quer dizer, não sem punir Holebas por reclamação. Mas se alguém pensava que a desvantagem no placar e no número de jogadores faria da Grécia um adversário frágil e entregue aos donos da casa, não perdia por esperar o segundo tempo. No intervalo, o português Fernando Santos trocou Ninis por Salpingidis. E seria exatamente Salpingidis um dos elementos mais determinantes para mudar o panorama na partida.
A primeira chance no segundo tempo foi polonesa, com Piszczek carregando a bola aos dois minutos, dando para Lewandowski e o camisa nove chutando para fora. Mas a Grécia chegaria ao ataque para empatar o jogo aos cinco minutos: Torosidis cruzou da direita, Wasilewski e Gekas dividiram se trombando e a bola tomou um rumo que surpreendeu o goleiro Szczesny, que não pôde fazer mais nada a não ser ver Salpingidis alcançar a redonda e mandá-la para a rede, promovendo o empate. Após o gol de empate grego, a partida ficou lá e cá. Aos doze minutos, Obraniak cobrou falta à esquerda. Aos dezessete, Samaras foi lançado e chutou à direita. Três minutos depois, Boenisch cruzou da esquerda e, no primeiro poste, Rybus chegou de peixinho, mandando à direita.
Aos vinte e dois minutos, Fernando Santos fez a terceira e última substituição por direito, trocando Gekas pelo camisa 22 Fortounis. E foi exatamente aos vinte e dois minutos que ocorreu um lance-chave no jogo: Salpingidis recebeu ótima enfiada de bola, dominou já fintando Szczesny e acabou derrubado pelo goleiro polonês. Dessa vez o árbitro acertou ao marcar a penalidade máxima, expulsando o arqueiro de campo. Franciszek Smuda colocou o goleiro reserva (aliás, o terceiro goleiro) no lugar de Rybus. E não é que o camisa 22 Tyton se tornaria herói? Ele simplesmente saltou no canto esquerdo e defendeu a cobrança de Karagounis!
A Grécia não se abateu com o pênalti perdido pelo seu capitão e, reestabelecida a igualdade numérica, ainda chegou a balançar a rede com Salpingidis, mas foi flagrado impedimento de Fortuine, autor do cruzamento, aos vinte e nove minutos. Dois minutos mais tarde, Torosidis emendou de longe e mandou para fora. Com as duas seleções interessadas na vitória, o jogo teve oportunidades de gol alternadas. Aos trinta e três, Obraniak recebeu na área, foi deslocado e, em vez de marcar pênalti, Carlos Carballo deu tiro-de-meta. No minuto seguinte, Boenisch afastou parcialmente e Samaras pegou como veio, isolando. Aos trinta e sete minutos, Polanski chutou de fora da área, rasteiro, e Chalkias segurou. Aos trinta e oito foi a vez da Grécia, que chegou com Karagounis: o camisa 10 limpou o lance e chutou para fora, por cima. Os poloneses responderam no minuto seguinte: Lewandowski recebeu na direita, acompanhou o quique da bola sem encostar nela e chutou na rede externa, à esquerda. A chance derradeira foi da seleção anfitriã, que aos 45 minutos chegou na linha-de-fundo e Katsouranis cortou do jeito que dava, quase marcando contra.
A boa participação de Lewandowski será fundamental para a Polônia na sequência da Euro, mas o time não se limita a ele e ao bom meio-campista Blaszczykowski: o camisa 10 Obraniak mostrou habilidade e Rybus também atuou bem, até ser substituído para a entrada do goleiro Tyton, que terá a responsabilidade de ser o titular na segunda rodada, já que Szczesny cumprirá suspensão automática. Aliás, Tyton mostrou que tem estrela, pois sua primeira participação na Euro foi defendendo o pênalti de Karagounis, que poderia ter sido o gol da virada e da vitória grega. Pelo lado da Grécia, espero que o treinador arrume um espaço para Salpingidis nesse time. Na metade de jogo em que esteve em campo, o camisa 14 marcou o gol de empate, sofreu o pênalti e faria mais um gol, só que houve impedimento do jogador de quem recebeu a bola. O desfalque forçado de Sokratis é uma pena, pois o jogador não era para ter sido expuldo. Coisas da arbitragem...
Resumindo: senão ganhou da Grécia, vai ganhar de quem Dona Polônia?
ResponderExcluirSaudações!!!
E olha que a Polônia foi pressionada num período do jogo com vantagem numérica de jogadores, graças à expulsão absurda de Sokratis.
ResponderExcluir