Após os vinte e quatro jogos disputados na fase de grupos, os amantes do futebol foram agraciados pelo fato de ter saído gol em todas as partidas. Destaco três gols. Na primeira rodada, no jogo em que a Rússia goleou a República Tcheca, Roman Pavlyuchenko fez linda jogada individual e concluiu com remate que foi parar no ângulo direito de Petr Cech. Na terceira, o gol espanhol na triangulação entre Francesc Fàbregas, Andrés Iniesta e Jesús Navas foi daquelas jogadas que mostram o quão é vistoso o estilo de jogo dessa seleção, que teve muitas dificuldades para vencer a Croácia por 1a0 (esse gol saiu aos 42 minutos no 2º tempo). E, também na terceira rodada, saiu um golaço do sueco Zlatan Ibrahimovic, abrindo caminho para a vitória por 2a0 sobre a França com um lindo voleio no canto direito.
É chegada a hora da fase quartas-de-final. Vamos aos pitacos.
República Tcheca e Portugal
Tchecos e portugueses correram atrás da classificação após estrearem com derrota na Euro 2012 (para russos e alemães, respectivamente). Nas rodadas seguintes, conseguiram duas vitórias para chegarem até aqui. O fato de a República Tcheca não enfrentar as temidas Alemanha (líder no grupo B) e Holanda (lanterna na mesma chave) deve aumentar as esperanças de retornar a uma semifinal de Eurocopa, coisa que aconteceu pela última vez em 2004. Já Portugal, que naquela edição de 2004 chegou até a final, ganha credencial na competição pelo fato de ter sobrevivido ao "grupo da morte". Particularmente, acho que será interessante o duelo pelo flanco direito tcheco e esquero português, que envolverá jogadores como Gebre Selassie, Tomas Rosický, Fabio Coentrão e Cristiano Ronaldo. Quer dizer, Rosický está com uma lesão no tendão de Aquiles e dificilmente atue. Mas fica a torcida de vê-lo em campo. Pitaco: dá República Tcheca.
Alemanha e Grécia
Esse é o duelo da fase quartas-de-final onde há maior grau de favoritismo para um dos lados. A Alemanha, com 100% de aproveitamento no grupo mais difícil da Euro (venceu Portugal, Holanda e Dinamarca), enfrenta a Grécia (empatou com a Polônia, perdeu para a República Tcheca e venceu a Rússia). A tudo isso soma-se o fato de que os gregos não contarão com um jogador importantíssimo, o camisa dez e capitão Giorgios Karagounis, suspenso pelo segundo cartão amarelo (pra variar, amarelo esse recebido em lance polêmico). Os alemães, finalistas na edição passada, querem avançar em direção ao título europeu e coroar um trabalho muito bem realizado por Joachim Löw. Os gregos, campeões históricos duas edições atrás, sonham repetir aquele feito incrível e provar que, quando os deuses desejam, o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar. Pitaco: dá Alemanha.
Espanha e França
Atual campeã do continente e do planeta, a Espanha tem diante da França um desafio: vencer pela primeira vez esse adversário em jogos de Eurocopa/Mundial (nos seis encontros anteriores, cinco vitórias francesas e um empate). Vicente del Bosque chegou a declarar que, na derrota por 3a1 nas oitavas-de-final na Copa 2006, os espanhóis teriam subestimado os franceses. A seleção da França está em reconstrução, com muitos jogadores interessantes e desenvolvendo bom toque de bola, principalmente quando a redonda passa por Samir Nasri, Franck Ribèry e Karim Benzema. Mas no assunto toque de bola a Espanha é referência mundial. Promessa de um grande jogo. Pitaco: dá Espanha.
Inglaterra e Itália
Eis um grande clássico do futebol europeu e mundial. São duas seleções onde a tradição não se faz presente apenas na história: o velho estilo de jogo britânico de ligação direta, cruzamentos e cabeceios vem sendo praticado à exaustão nessa Eurocopa, enquanto a Itália segue apostando na solidez defensiva para procurar o resultado positivo. Duas equipes que não me agradam pelo estilo de jogo adotado, mas que, quando bem encaixadas, são difíceis de ser batidas por quem quer que seja. Embora ingleses e italianos tenham elementos que podem decidir a partida num lance individual - notadamente pela precisão de jogadores como Steven Gerrard e Andrea Pirlo -, tudo leva a crer que passará a equipe que estiver mais firme coletivamente. Pitaco: dá Itália.
Na torcida para que tenhamos muito o que falar sobre gols e jogadas de efeito e, se possível, nada a comentar a respeito de arbitragem.
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