49 anos depois do bicampeonato continental em 1962, o Santos voltou a conquistar a Copa Libertadores da América. Os 3 gols da vitória santista por 2a1 foram marcados por jogadores de sobrenome "da Silva": os jovens de 19 anos Neymar e Danilo anotaram a favor, e o experiente Durval marcou contra.
Embora haja todo um Campeonato Brasileiro pela frente e o treinador da equipe seja um sujeito acostumado a ganhar esse torneio (foram 3 títulos com o São Paulo e um com o Fluminense), é praticamente inevitável deixar a liga nacional para segundo plano e projetar o encontro entre os "Meninos da Vila" e a sensacional equipe barcelonista comandada por Josep Guardiola, que, salvo zebras, deverão duelar em dezembro.
O jogo
Escalado com força máxima e contando com o retorno de Paulo Henrique Ganso, o Santos mostrou sua superioridade técnica e, mesmo sem estabelecer uma pressão, atacou o Peñarol. E se o 0a0 persistiu até o intervalo, não demorou muito para sair o gol na etapa final: com 1 minuto, Arouca se apresentou no ataque, tabelou com Paulo Henrique recebendo um belo passe de letra do camisa 10, serviu Neymar e o astro santista finalizou rasteiro no canto direito. Bola defensável, mas que acabou no fundo da rede.
Se com o Peñarol focado em se defender o Santos já arrumava uma ou outra brecha, os espaços passaram a aparecer por tudo que é canto do campo depois que o time uruguaio se mandou ao ataque na busca pelo empate. E quem aproveitou a oportunidade foi Danilo: em bonita jogada individual pelo lado direito, o lateral se livrou da marcação e descolou chute cruzado muito bem colocado no canto direito. Dessa vez, não há como responsabilizar o goleiro Sebastián Sosa. 2a0 Santos.
Dava pinta de que o desfecho do jogo seria tranqüilo, afinal, todos os ingredientes naquele momento eram favoráveis ao Santos Futebol Clube: vantagem de dois gols, torcida inflamada, equipe melhor postada em campo e a já sabida superioridade técnica. Só que futebol não é uma ciência exata: com Zé Eduardo desperdiçando duas chances claras de marcar novamente, quem aproveitou uma rara chegada foi o Peñarol, graças a um gol contra de Durval na tentativa de cruzamento de Estoyanoff.
Para aumentar o drama santista, aos 40 minutos do segundo tempo houve aquele "momento Muricy", com o treinador tirando Ganso de campo para colocar Pará. Até torci para o meia se recusar a sair, a exemplo do que fizera na final estadual de 2010, negando orientação do então treinador Dorival Júnior. Mas o usuário da camisa que já foi vestida por Pelé obedeceu o comandante e passou os últimos minutos da competição como um torcedor (um desperdício, sem dúvidas). De toda forma, o Santos é tricampeão da América. O Peñarol, que já conquistou o caneco cinco vezes, precisa aprender a lidar melhor com a derrota, pois o esporte não merece imagens como a da pancadaria generalizada ao término da partida. Bem melhor recordar da festa do elenco e da torcida santista, reforçada por ninguém menos que Édson Arantes do Nascimento, que teve a sorte de não ter sido treinado por Muricy Ramalho. Senão era bem capaz de terminar aquela partida, de quase meio século atrás, do lado de fora, torcendo...
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