Em janeiro do ano passado, uma arrastada novela em torno da transferência de Ronaldinho Gaúcho teve fim com o "sim" do craque para a proposta do Flamengo, rejeitando inclusive um retorno ao Grêmio, clube que o revelou (veja mais sobre o caso, abordado aqui no blógui).
Dezesseis meses se passaram e a relação entre o jogador e a instituição oscilou em proporção semelhante ao nível das atuações do atleta. Longe do brilhantismo que os mais otimistas esperavam e da mediocridade que os mais parciais acusam, as performances de Ronaldinho Gaúcho foram, de um modo geral, razoáveis. Para um time bem arrumado e com bom rendimento, atuações razoáveis podem render facilmente um lugar no banco de reservas. Mas para uma equipe sem padrão de jogo, ineficiente e escassa de jogadores talentosos, atuar razoavelmente é o bastante para manter um lugar cativo entre os titulares.
Acostumado a jogar os noventa minutos, pode-se dizer que o camisa 10 honrou seus compromissos muito além do que o clube fazia por merecer: a dívida do Flamengo para com Ronaldinho está estimada em cerca de quarenta milhões de reais. Não obstante a questão financeira, Ronaldinho vinha atravessando momento adverso em outros campos mais importantes, como a saúde de sua mãe e a imagem dele próprio, que vinha rotineiramente sendo massacrada por veículos de comunicação, que o elegeram como bode expiatório de todas as mazelas do clube.
Do anúncio da contratação de Ronaldinho até o dia de hoje, data de sua despedida, algumas coisas mudaram no Flamengo, incluindo elementos no elenco de jogadores, da comissão técnica e do departamento de futebol. Nesse período, Ronaldinho atuou em 70 partidas, anotando 28 gols e 19 assistências, sendo decisivo no título estadual do ano passado e protagonizando partidas espetaculares, como a épica virada por 5a4 sobre o Santos, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro 2011. Mas talvez a maior conquista individual do atleta tenha sido o retorno às convocações para a seleção brasileira, onde conseguiu algumas boas atuações.
A partir de agora, Ronaldinho e Flamengo seguem por rumos diferentes. Irão se encontrar nos tribunais, o que é absolutamente natural na relação entre um jogador mercenário (o leilão que se configurou na época da transferência explica o termo) e um clube caloteiro (a dívida do empregador com o funcionário é multimilionária). Creio que as duas partes saem perdendo nessa história toda: Ronaldinho pode estar se afastando das Olimpíadas e da Copa do Mundo enquanto o Flamengo perde seu jogador de técnica mais apurada. A certeza que fica é a de que, do jeito que as coisas caminhavam, o rompimento do jogador com o clube foi uma escolha necessária e talvez a mais sensata desde que decidiu aceitar a proposta rubronegra.
Talvez agora, sem Ronaldinho, os sensacionalistas midiáticos poderão olhar para problemas na Gávea que, na presença da estrela, pareciam convenientemente ofuscados. Ou alguém acha que, hoje, Ronaldinho Gaúcho vive como jogador uma fase pior do que Joel Santana como treinador e Patrícia Amorim como presidenta?
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Veloz E Aplicado, Jovem Brasil Mostra Qualidades
Maryland recebeu a seleção local e a brasileira para mais um amistoso preparativo envolvendo os comandados de Mano Menezes diante dos Estados Unidos - a estréia de Mano na seleção foi exatamente contra esse adversário, na época dirigido por Bob Bradley.
Hoje com o alemão Jürgen Klinsmann no comando, os EUA mostraram uma desorganização que eu não havia visto nos tempos de seu antecessor. A seleção brasileira, se por um lado não voltou a apresentar um futebol brilhante como o visto no último encontro entre esses dois times, pelo menos mostrou alguns reencontros - mesmo que tímidos - com algumas de suas características tradicionais. No jovem time que foi a campo, o jogador de maior idade era o zagueiro e capitão Thiago Silva (27). A média era inferior aos 22 anos, mostrando que estava no gramado um forte contingente de atletas a representarem o país nos Jogos Olímpicos de Londres. A julgar pelas ótimas atuações do estreante goleiro Rafael e do camisa 10 Oscar, estaremos bem representados em solo britânico.
O jogo
A marcação por pressão, que funcionou na partida amistosa passada diante da Dinamarca, foi novamente utilizada pela seleção brasileira. O time jovem mostrava disposição física e compromisso tático para desempenhar funções com e sem a bola, e o resultado disso foi benéfico para o estilo de jogo da equipe. Numa bola recuperada por Oscar, nasceu um contra-ataque no qual a bola chegou até Leandro Damião, sendo marcado pênalti controverso após a redonda ir de encontro ao braço de Oguchi Chijioke Onyewu. O costarriquenho Jeffrey Solis ouviu muitas reclamações, chegou a punir José Francisco Torres Mezzell com cartão amarelo e, finalmente, a penalidade foi batida por Neymar, que colocou no canto esquerdo e abriu o placar.
Se aos doze minutos a seleção brasileira já vencia por 1a0, aos vinte e cinco marcaria o segundo gol: Neymar cobrou escanteio pela esquerda e Thiago Silva tirou proveito da liberdade concedida, cabeceando sem ter nenhum oponente ao seu encalço. Embora melhor em campo, o Brasil não conseguia conciliar a velocidade do setor de ataque com uma marcação sólida, permitindo espaços aos estadunidenses, que chegaram ao gol no final do primeiro tempo: Fabian Johnson recebeu enfiada de bola nas costas de Danilo e cruzou para que Hérculez Gómes Hurtado completasse, o que foi feito com correção.
Sem qualquer modificação de jogadores no intervalo, EUA e Brasil retornaram para o segundo tempo e não demorou muito para que fosse reestabelecida a diferença de dois gols no marcador: aos seis minutos, uma nova jogada de contra-ataque originada na forte marcação brasileira terminou em gol, dessa vez com Marcelo recebendo de Neymar e mandando para a rede. E quem estava iniciando novamente a jogada? Oscar.
Klinsmann, enfim, colocou Clint Dempsey em campo (Torres saiu) e muitas outras alterações sucederam. A de maior efeito foi a troca de Damião por Alexandre Pato - o atacante milanista entrou aos dezenove minutos e teve tempo para pôr uma bola na trave direita e uma na rede, fechando a contagem aos quarenta e um minutos em gol que esbanjou frieza e precisão, recebendo com o peito um belo toque de Marcelo e concluindo com chute cruzado.
O elástico placar de 4a1 não retratou as dificuldades que a seleção brasileira passou, sobretudo após a entrada de Dempsey. Bolas alçadas na área demonstraram fraqueza do sistema defensivo nesse quesito. Tabelas em velocidade pelos flancos explicitaram que precisamos de um melhor mecanismo de cobertura, a fim de inibir uma tão grande exposição dos zagueiros. De toda forma, esses erros serviram para mostrar um outro personagem de destaque na partida: o goleiro Rafael, que fez pelo menos 3 defesas magistrais e deu toda a pinta de estar a caminho das Olimpíadas.
A formação com dois pontas é interessante, mas defendo a idéia de que seja importante Mano Menezes montar esse time com dois meias. Não somente porque a atual geração nos oferta com abundância elementos para essa posição, mas também porque parece mais proveitoso dexar alguém mais próximo de Oscar - não será sempre que nosso camisa 10, seja ele quem for, terá tanto espaço para trabalhar.
Hoje com o alemão Jürgen Klinsmann no comando, os EUA mostraram uma desorganização que eu não havia visto nos tempos de seu antecessor. A seleção brasileira, se por um lado não voltou a apresentar um futebol brilhante como o visto no último encontro entre esses dois times, pelo menos mostrou alguns reencontros - mesmo que tímidos - com algumas de suas características tradicionais. No jovem time que foi a campo, o jogador de maior idade era o zagueiro e capitão Thiago Silva (27). A média era inferior aos 22 anos, mostrando que estava no gramado um forte contingente de atletas a representarem o país nos Jogos Olímpicos de Londres. A julgar pelas ótimas atuações do estreante goleiro Rafael e do camisa 10 Oscar, estaremos bem representados em solo britânico.
O jogo
A marcação por pressão, que funcionou na partida amistosa passada diante da Dinamarca, foi novamente utilizada pela seleção brasileira. O time jovem mostrava disposição física e compromisso tático para desempenhar funções com e sem a bola, e o resultado disso foi benéfico para o estilo de jogo da equipe. Numa bola recuperada por Oscar, nasceu um contra-ataque no qual a bola chegou até Leandro Damião, sendo marcado pênalti controverso após a redonda ir de encontro ao braço de Oguchi Chijioke Onyewu. O costarriquenho Jeffrey Solis ouviu muitas reclamações, chegou a punir José Francisco Torres Mezzell com cartão amarelo e, finalmente, a penalidade foi batida por Neymar, que colocou no canto esquerdo e abriu o placar.
Se aos doze minutos a seleção brasileira já vencia por 1a0, aos vinte e cinco marcaria o segundo gol: Neymar cobrou escanteio pela esquerda e Thiago Silva tirou proveito da liberdade concedida, cabeceando sem ter nenhum oponente ao seu encalço. Embora melhor em campo, o Brasil não conseguia conciliar a velocidade do setor de ataque com uma marcação sólida, permitindo espaços aos estadunidenses, que chegaram ao gol no final do primeiro tempo: Fabian Johnson recebeu enfiada de bola nas costas de Danilo e cruzou para que Hérculez Gómes Hurtado completasse, o que foi feito com correção.
Sem qualquer modificação de jogadores no intervalo, EUA e Brasil retornaram para o segundo tempo e não demorou muito para que fosse reestabelecida a diferença de dois gols no marcador: aos seis minutos, uma nova jogada de contra-ataque originada na forte marcação brasileira terminou em gol, dessa vez com Marcelo recebendo de Neymar e mandando para a rede. E quem estava iniciando novamente a jogada? Oscar.
Klinsmann, enfim, colocou Clint Dempsey em campo (Torres saiu) e muitas outras alterações sucederam. A de maior efeito foi a troca de Damião por Alexandre Pato - o atacante milanista entrou aos dezenove minutos e teve tempo para pôr uma bola na trave direita e uma na rede, fechando a contagem aos quarenta e um minutos em gol que esbanjou frieza e precisão, recebendo com o peito um belo toque de Marcelo e concluindo com chute cruzado.
O elástico placar de 4a1 não retratou as dificuldades que a seleção brasileira passou, sobretudo após a entrada de Dempsey. Bolas alçadas na área demonstraram fraqueza do sistema defensivo nesse quesito. Tabelas em velocidade pelos flancos explicitaram que precisamos de um melhor mecanismo de cobertura, a fim de inibir uma tão grande exposição dos zagueiros. De toda forma, esses erros serviram para mostrar um outro personagem de destaque na partida: o goleiro Rafael, que fez pelo menos 3 defesas magistrais e deu toda a pinta de estar a caminho das Olimpíadas.
A formação com dois pontas é interessante, mas defendo a idéia de que seja importante Mano Menezes montar esse time com dois meias. Não somente porque a atual geração nos oferta com abundância elementos para essa posição, mas também porque parece mais proveitoso dexar alguém mais próximo de Oscar - não será sempre que nosso camisa 10, seja ele quem for, terá tanto espaço para trabalhar.
sábado, 26 de maio de 2012
Dinamarca Facilita No 1º Tempo E Brasil Vence Amistoso Na Alemanha
A seleção brasileira muito mais se aproveitou de erros cometidos pelos dinamarqueses do que propriamente usufruiu de um bom futebol praticado por si. E, desta forma, construiu uma tranqüila vitória por 3a1, indo para o intervalo com uma vantagem de 3 gols e sofrendo um que foi marcado em condição irregular.
O Brasil de Mano Menezes veio montado com um olhar olímpico, usando diversos jogadores com idade sub-23 e que provavelmente estarão em Londres. Já a Dinamarca de Morten Olsen foi a campo na cidade de Hamburgo (Alemanha) com um elenco que provavelmente representará o país durante a Eurocopa 2012, na Polônia e na Ucrânia. E, a julgar pelo desenrolar dos acontecimentos, pela proximidade do evento e pela força do grupo B, a equipe dificilmente conseguirá avançar diante de Portugal, Holanda e Alemanha.
Os destaques da partida realizada na Imtech Arena me pareceram poucos. Uma coisa que funcionou bem foi a marcação-pressão brasileira, notadamente nos primeiros minutos de partida. O comprometimento de jogadores como Lucas, Oscar, Hulk e Damião dificultaram a saída de bola dinamarquesa, ajudando o adversário a se complicar. Foi numa parceria entre Hulk e Oscar que saiu o segundo gol, marcado contra por Niki Zimling, aos doze minutos. Antes disso, aos sete, um chute de longa distância de Hulk colocou o experiente goleiro Thomas Sorensen em maus lençóis, fazendo a bola passar por baixo dos braços do camisa 1. O outro camisa 1, Jéfferson, teve até mais trabalho que os dois goleiros utilizados pela Dinamarca, mas saiu-se muito bem. Foram pelo menos duas defesas plasticamente bonitas e outras intervenções que ajudaram a seleção a não ceder gols ao oponente, principalmente no segundo tempo. Quer dizer, até houve um gol dinamarquês, mas a boa jogada de Zimling que terminou em conclusão de Nicklas Bendtner deveria ter sido invalidada por impedimento. O atacante portista Givanildo, vulgo Hulk, teve como maior momento o belo terceiro gol brasileiro, ainda na etapa inicial. Em contra-ataque aproveitando nova falha adversária (boa recuperação de bola de Oscar), o camisa 20 avançou, limpou a marcação e concluiu com frieza, em oportunismo não exibido pelo centroavante Leandro Damião.
A seleção brasileira volta a campo na terça-feira para enfrentar os Estados Unidos, em nova partida amistosa. Ainda enfrentará México e Argentina. Já os dinamarqueses duelam com os australianos, dia dois de junho, no último jogo amistoso antes da estréia na Eurocopa 2012, maracada para o dia nove, diante da atual vice-campeã mundial, a Holanda.
O Brasil de Mano Menezes veio montado com um olhar olímpico, usando diversos jogadores com idade sub-23 e que provavelmente estarão em Londres. Já a Dinamarca de Morten Olsen foi a campo na cidade de Hamburgo (Alemanha) com um elenco que provavelmente representará o país durante a Eurocopa 2012, na Polônia e na Ucrânia. E, a julgar pelo desenrolar dos acontecimentos, pela proximidade do evento e pela força do grupo B, a equipe dificilmente conseguirá avançar diante de Portugal, Holanda e Alemanha.
Os destaques da partida realizada na Imtech Arena me pareceram poucos. Uma coisa que funcionou bem foi a marcação-pressão brasileira, notadamente nos primeiros minutos de partida. O comprometimento de jogadores como Lucas, Oscar, Hulk e Damião dificultaram a saída de bola dinamarquesa, ajudando o adversário a se complicar. Foi numa parceria entre Hulk e Oscar que saiu o segundo gol, marcado contra por Niki Zimling, aos doze minutos. Antes disso, aos sete, um chute de longa distância de Hulk colocou o experiente goleiro Thomas Sorensen em maus lençóis, fazendo a bola passar por baixo dos braços do camisa 1. O outro camisa 1, Jéfferson, teve até mais trabalho que os dois goleiros utilizados pela Dinamarca, mas saiu-se muito bem. Foram pelo menos duas defesas plasticamente bonitas e outras intervenções que ajudaram a seleção a não ceder gols ao oponente, principalmente no segundo tempo. Quer dizer, até houve um gol dinamarquês, mas a boa jogada de Zimling que terminou em conclusão de Nicklas Bendtner deveria ter sido invalidada por impedimento. O atacante portista Givanildo, vulgo Hulk, teve como maior momento o belo terceiro gol brasileiro, ainda na etapa inicial. Em contra-ataque aproveitando nova falha adversária (boa recuperação de bola de Oscar), o camisa 20 avançou, limpou a marcação e concluiu com frieza, em oportunismo não exibido pelo centroavante Leandro Damião.
A seleção brasileira volta a campo na terça-feira para enfrentar os Estados Unidos, em nova partida amistosa. Ainda enfrentará México e Argentina. Já os dinamarqueses duelam com os australianos, dia dois de junho, no último jogo amistoso antes da estréia na Eurocopa 2012, maracada para o dia nove, diante da atual vice-campeã mundial, a Holanda.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
No Fim, Corinthians Vence Vasco E Avança Na Libertadores
Corinthians e Vasco travaram duelo pra lá de interessante valendo vaga na fase semifinal da Copa Libertadores da América 2012. Longe de terem sido dois jogos vistosos, mas de valor futebolístico exaltável pela solidez tática apresentada por ambos os conjuntos. Dois times brasileiros que, por permitirem a seus treinadores uma sequência no trabalho (algo que contraria aquele cacoete dos dirigentes tupiniquins de demitir o comandante a torto e a direito), puderam proporcionar uma partida que se aproximava de um jogo de xadrez. De um jogo de xadrez bem jogado.
A vitória corinthiana no Pacaembu aconteceu, a meu ver, em dois momentos-chave: [1] a defesa milagrosa de Cássio num lance em que parecia gol certo de Diego Souza e [2] o gol propriamente dito, marcado por Paulinho aos 42 minutos do segundo tempo.
Por se tratar de um jogo de poucas chances de gol - mais méritos defensivos do que deméritos ofensivos, embora o pragmatismo tenha pesado muito mais que a audácia -, a oportunidade desperdiçada por Diego Souza foi, sim, impactante. Mas se o zagueiro Rodolfo tivesse pelo menos acompanhado Paulinho no lance do gol, talvez o 0a0 persistisse até o apito final e tivéssemos o classificado conhecido nos pênaltis.
Mas, numa noite onde foi perceptível o esforço de cada elemento escalado tanto por Tite quanto por Cristóvão Borges, vamos relevar aqui os prováveis vacilos de Diego e Rodolfo e valorizar, isto sim, a grande defesa de Cássio aos 18 minutos do segundo tempo e o oportunismo de Paulinho para marcar o único gol dos 180 minutos - embora muitos ainda acreditem que, em São Januário, aquele gol de Alecsandro devesse valer...
Faltaram arte, jogadas de efeito, tabelas etc. Mas pelo ponto de vista tático, Tite e Cristóvão merecem o respeito dos amantes do futebol - as atuações coletivas e a organização de ambos os times explicitam a qualidade do trabalho que vem sendo feito nessas instituições.
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segunda-feira, 21 de maio de 2012
Equipe E Jogada Da Semana
Pela primeira vez campeão europeu, o Chelsea não poderia deixar de ser o homenageado nessa semana. Uma semana que começou num domingo de última rodada pela Premiership. Ali, os Azuis de Londres recebiam o Blackburn e venciam por 2a1, escalando entre os onze iniciais somente jogadores que não seriam titulares na partida do sábado seguinte. Afinal, o time estava absolutamente focado na final da Liga dos Campeões da Europa. E, no histórico dezenove de maio de dois mil e doze, o time comandado por Roberto Di Matteo conseguiu o feito de erguer a taça tão cobiçada pelo clube, numa disputa acirrada com o Bayern de Munique, em pleno estádio adversário.
Parabéns ao Chelsea, uma equipe que resistiu a oponentes envolventes (sobretudo Barcelona e Bayern) e, aliando aplicação tática com doses descomunais de sorte, sagrou-se campeão da mais forte competição de clubes do mundo. Já havia passado da hora de Londres testemunhar um time da cidade campeão continental.
Jogada da semana
Começou a edição 2012 do Campeonato Brasileiro. Três jogos no sábado, sete no domingo e está concluída a primeira rodada de uma competição onde cada prognóstico é um risco de erro acima da média futebolística, dada a tamanha competitividade existente nas disputas por título, vaga na Libertadores e permanência na Série A para o ano seguinte. Com o vídeo de um torcedor situado no estádio Beira-Rio, apresento a vocês a bela jogada colorada que terminou num belo gol de Dagoberto, no jogo em que o Internacional venceu o Coritiba por 2a0. Troca de passes de fazer lembrar um certo clube catalão.
Parabéns ao Chelsea, uma equipe que resistiu a oponentes envolventes (sobretudo Barcelona e Bayern) e, aliando aplicação tática com doses descomunais de sorte, sagrou-se campeão da mais forte competição de clubes do mundo. Já havia passado da hora de Londres testemunhar um time da cidade campeão continental.
Jogada da semana
Começou a edição 2012 do Campeonato Brasileiro. Três jogos no sábado, sete no domingo e está concluída a primeira rodada de uma competição onde cada prognóstico é um risco de erro acima da média futebolística, dada a tamanha competitividade existente nas disputas por título, vaga na Libertadores e permanência na Série A para o ano seguinte. Com o vídeo de um torcedor situado no estádio Beira-Rio, apresento a vocês a bela jogada colorada que terminou num belo gol de Dagoberto, no jogo em que o Internacional venceu o Coritiba por 2a0. Troca de passes de fazer lembrar um certo clube catalão.
sábado, 19 de maio de 2012
Chelsea Cala Bayern Em Munique E Conquista Inédita Liga
Os deuses do futebol capricharam na noite desse sábado em Munique, Alemanha. Depois de despacharem os favoritos Barcelona e Real Madrid na fase semifinal, Chelsea e Bayern duelaram pelo título europeu no estádio dos bávaros - a partida, emocionante, só foi definida nos pênaltis.
E a disputa por pênaltis foi justamente o último dos caprichos promovidos por essas entidades ocultas que atuam governando os acontecimentos futebolísticos. Nunca antes na história das competições européias o Bayern de Munique havia sido derrotado nessas condições (ganhou todas as quatro vezes anteriores). Nunca antes na história das competições européias o Chelsea havia sido vencedor nessas condições (perdeu nas duas vezes anteriores). Então, passando por cima de qualquer prognóstico que olhasse para o passado estatístico, deu Chelsea nas penalidades.
Para dar ainda mais emoção, o Bayern esteve em vantagem nas penalidades, pois converteu suas primeiras cobranças e viu o goleiro Manuel Neuer defender o chute de Juan Manuel Mata. Mas no final das contas, brilhou a estrela de Petr Cech e de Didier Drogba: o goleiro tcheco evitou que os remates de Ivica Olic e Bastian Schweinsteiger encontrassem a rede. E coube ao aplicado atacante marfinense a cobrança derradeira, para sacramentar o título inédito dos Azuis de Londres.
Mas, como alertado no segundo parágrafo, esse desfecho em disputa por pênaltis foi o último dos caprichos proporcionados pelos deuses do futebol. Antes disso, quiseram eles que o holandês Arjen Robben, ex-jogador do Chelsea e um dos melhores em campo nessa final em Munique, desperdiçasse uma cobrança de pênalti em plena prorrogação - Cech defendeu. E sabe quem havia cometido a infração? Drogba, derrubando Frank Ribèry na grande área. O mesmo Drogba que, heróico diante do Barcelona, havia cometido pênalti no Camp Nou (para sua sorte e do Chelsea em geral, Lionel Messi mandou no travessão naquela ocasião).
Agora acreditem: esse cenário de Drogba cometendo pênalti em Ribèry, Robben cobrando e Cech salvando o Chelsea não foi o primeiro dos caprichos da noite. E me atrevo a dizer que o primeiro deles foi justamente o mais relevante, embora para muitos possa vir a passar despercebido. Para mim não - aquilo que aconteceu nos últimos minutos do segundo tempo de jogo fica registrado na história do futebol como um castigo a um time que preferiu focar na marcação em vez de ousar encontrar o segundo gol. Aos trinta e sete minutos, Thomas Müller completou o cruzamento de Toni Kroos e teve a felicidade de cabecear com precisão, para o chão, tirando do ótimo Cech. 1a0 Bayern, fazendo explodir em alegria uma torcida que ficou a maior parte do tempo apreensiva com os acontecimentos que sucediam naquele estádio tão familiar. Pois então, estava tudo se encaminhando para um título histórico, dentro de casa. Mas o treinador Jupp Heynckes vacilou naquilo que tange a fidelidade a um jeito de jogar bola, a uma proposta de jogo. Viu Roberto Di Matteo trocar Salomon Kalou por Fernando Torres e decidiu mexer no Bayern tirando Müller para colocar Daniel van Buyten. A fatídica substituição pode não ser a responsável direta pelo empate do Chelsea, em inapelável cabeceio de Drogba após cruzamento de Mata, no primeiro escanteio de um time que via o outro ter cobrado pelo menos catorze vezes um córner naquele jogo. Mas foi emblemática. Foi uma resposta dos deuses do futebol, encarnados naquele marfinense, a um Bayern que jamais deveria ter tirado Müller de campo. Sem Müller e sem o mesmo futebol envolvente de outrora, o Bayern passou sufoco nos últimos minutos do segundo tempo e nos primeiros da prorrogação. Depois, foi se reencontrando. Mas o final você já sabe.
Aliás, por falar em capricho dos deuses do futebol, sugiro que cada um que lê esse texto pense no seguinte: não foi com o badalado José Mourinho, o competente Guus Hiddink nem com o vitorioso Carlo Ancelotti. O Chelsea conquistou a Liga dos Campeões da Europa com um treinador interino: Roberto Di Matteo, que assumiu o time na competição somente a partir do jogo de volta na fase oitavas-de-final (André Villas-Boas, contratação caríssima, havia sido demitido). Será que o bilionário dono do clube, o magnata russo Roman Abramovich, ainda pensa em dedicar montanhas de petroeuros na contratação de Josep Guardiola?
E a disputa por pênaltis foi justamente o último dos caprichos promovidos por essas entidades ocultas que atuam governando os acontecimentos futebolísticos. Nunca antes na história das competições européias o Bayern de Munique havia sido derrotado nessas condições (ganhou todas as quatro vezes anteriores). Nunca antes na história das competições européias o Chelsea havia sido vencedor nessas condições (perdeu nas duas vezes anteriores). Então, passando por cima de qualquer prognóstico que olhasse para o passado estatístico, deu Chelsea nas penalidades.
Para dar ainda mais emoção, o Bayern esteve em vantagem nas penalidades, pois converteu suas primeiras cobranças e viu o goleiro Manuel Neuer defender o chute de Juan Manuel Mata. Mas no final das contas, brilhou a estrela de Petr Cech e de Didier Drogba: o goleiro tcheco evitou que os remates de Ivica Olic e Bastian Schweinsteiger encontrassem a rede. E coube ao aplicado atacante marfinense a cobrança derradeira, para sacramentar o título inédito dos Azuis de Londres.
Mas, como alertado no segundo parágrafo, esse desfecho em disputa por pênaltis foi o último dos caprichos proporcionados pelos deuses do futebol. Antes disso, quiseram eles que o holandês Arjen Robben, ex-jogador do Chelsea e um dos melhores em campo nessa final em Munique, desperdiçasse uma cobrança de pênalti em plena prorrogação - Cech defendeu. E sabe quem havia cometido a infração? Drogba, derrubando Frank Ribèry na grande área. O mesmo Drogba que, heróico diante do Barcelona, havia cometido pênalti no Camp Nou (para sua sorte e do Chelsea em geral, Lionel Messi mandou no travessão naquela ocasião).
Agora acreditem: esse cenário de Drogba cometendo pênalti em Ribèry, Robben cobrando e Cech salvando o Chelsea não foi o primeiro dos caprichos da noite. E me atrevo a dizer que o primeiro deles foi justamente o mais relevante, embora para muitos possa vir a passar despercebido. Para mim não - aquilo que aconteceu nos últimos minutos do segundo tempo de jogo fica registrado na história do futebol como um castigo a um time que preferiu focar na marcação em vez de ousar encontrar o segundo gol. Aos trinta e sete minutos, Thomas Müller completou o cruzamento de Toni Kroos e teve a felicidade de cabecear com precisão, para o chão, tirando do ótimo Cech. 1a0 Bayern, fazendo explodir em alegria uma torcida que ficou a maior parte do tempo apreensiva com os acontecimentos que sucediam naquele estádio tão familiar. Pois então, estava tudo se encaminhando para um título histórico, dentro de casa. Mas o treinador Jupp Heynckes vacilou naquilo que tange a fidelidade a um jeito de jogar bola, a uma proposta de jogo. Viu Roberto Di Matteo trocar Salomon Kalou por Fernando Torres e decidiu mexer no Bayern tirando Müller para colocar Daniel van Buyten. A fatídica substituição pode não ser a responsável direta pelo empate do Chelsea, em inapelável cabeceio de Drogba após cruzamento de Mata, no primeiro escanteio de um time que via o outro ter cobrado pelo menos catorze vezes um córner naquele jogo. Mas foi emblemática. Foi uma resposta dos deuses do futebol, encarnados naquele marfinense, a um Bayern que jamais deveria ter tirado Müller de campo. Sem Müller e sem o mesmo futebol envolvente de outrora, o Bayern passou sufoco nos últimos minutos do segundo tempo e nos primeiros da prorrogação. Depois, foi se reencontrando. Mas o final você já sabe.
Aliás, por falar em capricho dos deuses do futebol, sugiro que cada um que lê esse texto pense no seguinte: não foi com o badalado José Mourinho, o competente Guus Hiddink nem com o vitorioso Carlo Ancelotti. O Chelsea conquistou a Liga dos Campeões da Europa com um treinador interino: Roberto Di Matteo, que assumiu o time na competição somente a partir do jogo de volta na fase oitavas-de-final (André Villas-Boas, contratação caríssima, havia sido demitido). Será que o bilionário dono do clube, o magnata russo Roman Abramovich, ainda pensa em dedicar montanhas de petroeuros na contratação de Josep Guardiola?
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quinta-feira, 17 de maio de 2012
Vasco E Corinthians Se Anulam No Rio E Decidirão Vaga Em São Paulo
No duelo entre os alvinegros Vasco e Corinthians, o marrom completou o espectro de cores no lamaçento gramado do estádio São Januário. Mas muito mais determinante que o campo pesado para o empate em 0a0 foi a postura adotada por ambos os times no confronto de ida pela fase quartas-de-final na Copa Libertadores da América 2012.
O duelo colocava frente a frente dois times qualificados, um atual campeão da Copa do Brasil e outro atual campeão do Campeonato Brasileiro, equipes que disputaram ponto a ponto essa última edição de Série A nacional. Com a manutenção da base de ambos os elencos, Cristóvão Borges e Tite tinham à sua disposição um plantel de entrosamento muito acima do visto na média nacional. E optaram por armar times cautelosos, embora com elementos de grande qualidade técnica.
O time da casa veio com um meio-campo formado por Nilton, Rômulo, Juninho e Diego Souza (Felipe e Carlos Alberto entraram somente no segundo tempo, nos lugares dos dois últimos). Os visitantes, com Ralf, Paulinho, Danilo e Alex - só que era mais comum Jorge Henrique e Émerson recuarem para a meiuca do que qualquer um desses quatro encostar na suposta dupla de ataque.
Tais desenhos táticos minimizaram o trabalho dos goleiros Fernando Prass e Cássio, mas mesmo assim foram vistas boas intervenções dos arqueiros. A mais impressionante delas foi de Prass, que defendeu cabeceio de Jorge Henrique no contrapé. Uma bola cabeceada por Alecsandro até foi parar na rede, no único gol do jogo. Mas a arbitragem acertou ao anular sob alegação de impedimento do centroavante vascaíno - e o 0a0 refletiu bem o que foi a partida no Rio de Janeiro. Para o jogo de volta, em São Paulo, qualquer empate com gol dá a classificação ao Vasco.
Se pensarmos que esse 0a0 diante do Corinthians foi a única partida no ano em que o Vasco não marcou gol, o torcedor cruzmaltino deve se manter confiante nas possibilidades de classificação. E confiante também deve estar o torcedor corinthiano, que viu na fase anterior o time empatar fora de casa com o Emelec em 0a0 e arrancar uma goleada de 3a0 no jogo de volta. Resta saber se Cristóvão e Tite montarão times mais preocupados em manter a meta inviolável ou em marcar gol no adversário.
O duelo colocava frente a frente dois times qualificados, um atual campeão da Copa do Brasil e outro atual campeão do Campeonato Brasileiro, equipes que disputaram ponto a ponto essa última edição de Série A nacional. Com a manutenção da base de ambos os elencos, Cristóvão Borges e Tite tinham à sua disposição um plantel de entrosamento muito acima do visto na média nacional. E optaram por armar times cautelosos, embora com elementos de grande qualidade técnica.
O time da casa veio com um meio-campo formado por Nilton, Rômulo, Juninho e Diego Souza (Felipe e Carlos Alberto entraram somente no segundo tempo, nos lugares dos dois últimos). Os visitantes, com Ralf, Paulinho, Danilo e Alex - só que era mais comum Jorge Henrique e Émerson recuarem para a meiuca do que qualquer um desses quatro encostar na suposta dupla de ataque.
Tais desenhos táticos minimizaram o trabalho dos goleiros Fernando Prass e Cássio, mas mesmo assim foram vistas boas intervenções dos arqueiros. A mais impressionante delas foi de Prass, que defendeu cabeceio de Jorge Henrique no contrapé. Uma bola cabeceada por Alecsandro até foi parar na rede, no único gol do jogo. Mas a arbitragem acertou ao anular sob alegação de impedimento do centroavante vascaíno - e o 0a0 refletiu bem o que foi a partida no Rio de Janeiro. Para o jogo de volta, em São Paulo, qualquer empate com gol dá a classificação ao Vasco.
Se pensarmos que esse 0a0 diante do Corinthians foi a única partida no ano em que o Vasco não marcou gol, o torcedor cruzmaltino deve se manter confiante nas possibilidades de classificação. E confiante também deve estar o torcedor corinthiano, que viu na fase anterior o time empatar fora de casa com o Emelec em 0a0 e arrancar uma goleada de 3a0 no jogo de volta. Resta saber se Cristóvão e Tite montarão times mais preocupados em manter a meta inviolável ou em marcar gol no adversário.
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segunda-feira, 14 de maio de 2012
Equipe E Jogada Da Semana
Com uma campanha histórica, o Real Madrid conquistou o título na Primera División na antepenúltima rodada, vencendo o Athletic Bilbao por 3a0 em pleno estádio San Mamés. Muitos poderiam pensar que o caneco assegurado faria com que os merengues se acomodassem nas duas rodadas derradeiras. Nada disso. Os comandados de José Mourinho conseguiram mais duas vitórias nos dois últimos finais-de-semana (2a1 fora de casa sobre o Granada e 4a1 diante do Mallorca no estádio Santiago Bernabéu) e alcançaram a marca centenária de pontos ganhos, num total de 32 vitórias e 4 empates, com apenas duas derrotas no decorrer da competição. Também chama atenção a quantidade de gols marcados: foram 121 nos 38 jogos, o que dá uma média superior a 3 gols por partida. No bipolarizado Campeonato Espanhol, tudo indica que a próxima temporada será, novamente, um duelo particular entre Real Madrid e Barcelona na disputa pelo troféu. Aliás, 100 pontos ganhos até poderiam valer uma taça à parte.
Jogada da semana
Nem tanto pela jogada em si, mas pelo que ela representou. Foi com esse gol de Sergio Agüero que o Manchester City virou o jogo diante do Queens Park Rangers, em jogo onde somente a vitória lhe garantiria o título inglês na temporada 2011-2. Detalhe: se o gol da virada saiu aos quarenta e oito minutos do segundo tempo, o de empate havia ocorrido dois minutos antes. Agora tente imaginar o que esse gol de Agüero representou. A cidade de Manchester viveu sentimentos intensamente opostos em suas cores azul e vermelha.
Jogada da semana
Nem tanto pela jogada em si, mas pelo que ela representou. Foi com esse gol de Sergio Agüero que o Manchester City virou o jogo diante do Queens Park Rangers, em jogo onde somente a vitória lhe garantiria o título inglês na temporada 2011-2. Detalhe: se o gol da virada saiu aos quarenta e oito minutos do segundo tempo, o de empate havia ocorrido dois minutos antes. Agora tente imaginar o que esse gol de Agüero representou. A cidade de Manchester viveu sentimentos intensamente opostos em suas cores azul e vermelha.
Pela 31ª Vez, Fluminense É Campeão Estadual
Numa tarde fria e chuvosa no Rio de Janeiro, o Fluminense venceu o Botafogo por 1a0 no estádio Engenhão e conquistou seu 31º título estadual (já havia vencido a primeira partida das finais pelo placar de 4a1). O resultado confirmou os momentos opostos vividos pelas instituições que disputaram o título: enquanto o Fluminense atravessa ótima fase, garantindo o caneco estadual e marcando presença na fase quartas-de-final na Copa Libertadores da América, o Botafogo sofreu sua terceira derrota consecutiva, já tendo dado adeus à Copa do Brasil na última quarta-feira.
O triunfo tricolor deu ao Rio de Janeiro seu 3º campeão diferente nas últimas 3 edições do Campeonato Estadual, uma vez que o torneio foi vencido em 2010 pelo Botafogo e em 2011 pelo Flamengo. O último título da equipe das Laranjeiras na competição datava de sete anos atrás.
O jogo
Os primeiros minutos de partida foram de intensa pressão do Botafogo. E isso nada mais era do que o esperado para o duelo, uma vez que a equipe alvinegra já entrava em campo com uma desvantagem de três gols. A maior chance da equipe comandada por Oswaldo de Oliveira abrir o placar e diminuir o prejuízo deu-se aos sete minutos, quando Maicosuel passou para "Loco" Abreu e o uruguaio, livre, chutou para grande defesa de Diego Cavalieri. No minuto seguinte, o Fluminense teve oportunidade claríssima, mas Jéfferson realizou magistral defesa na finalização de Rafael Moura.
A boa atuação do jovem volante Jádson (o jogador de 18 anos foi titular porque Marcelo Mattos, lesionado, não foi relacionado para a partida) inibia o setor de criação tricolor, que esbarrava na marcação acirrada do botafoguense. Aos trinta e um minutos, Elkeson cobrou falta fugindo da barreira e o chute forte passou perto da trave esquerda. Veio o segundo tempo, e Oswaldo de Olveira optou por voltar com Herrera no lugar do irregular Elkeson. Abel Braga manteve a formação anterior (já havia substituído Deco, que deixou o campo sentindo dores, dando lugar para Wagner) e o Fluminense foi equilibrando as ações.
O Botafogo chegou perto do gol aos cinco minutos (Márcio Azevedo recebeu uma cobrança rápida de falta de Abreu mas chutou por cima) e aos treze (Herrera pegou sobra de bola mas teve o remate defendido por Cavalieri). Coube ao Fluminense ser eficiente e marcar 1a0 aos dezessete: Carlinhos escapou pelo lado esquerdo, cruzou rasteiro e Rafael Moura chegou junto com Thiago Neves. É bem verdade que quem comemorou de maneira mais festiva foi o "He-Man", mas guardo a sensação de que a perna que finalizou o lance era de Thiago. De toda forma, gol do Fluminense e vantagem ainda mais dilatada na soma dos resultados.
O cronômetro avançava e, com ele, aumentavam os festejos da torcida tricolor. Aos botafoguenses, o que já era difícil com onze jogadores ficou definitivamente complicado após a expulsão de Maicosuel, por entrada destemperada em Rafael Moura. E por muito pouco não saiu o segundo gol do Fluminense, que teve ótimas chances bloqueadas por Jéfferson e Márcio Azevedo. Aí está o Flu, que mostra força no elenco ao jogar desfalcado de elementos como Diguinho, Wellington Nem e Fred. E como time vencedor não tem muito tempo para descanso, já é hora de pensar no Boca Juniors.
O triunfo tricolor deu ao Rio de Janeiro seu 3º campeão diferente nas últimas 3 edições do Campeonato Estadual, uma vez que o torneio foi vencido em 2010 pelo Botafogo e em 2011 pelo Flamengo. O último título da equipe das Laranjeiras na competição datava de sete anos atrás.
O jogo
Os primeiros minutos de partida foram de intensa pressão do Botafogo. E isso nada mais era do que o esperado para o duelo, uma vez que a equipe alvinegra já entrava em campo com uma desvantagem de três gols. A maior chance da equipe comandada por Oswaldo de Oliveira abrir o placar e diminuir o prejuízo deu-se aos sete minutos, quando Maicosuel passou para "Loco" Abreu e o uruguaio, livre, chutou para grande defesa de Diego Cavalieri. No minuto seguinte, o Fluminense teve oportunidade claríssima, mas Jéfferson realizou magistral defesa na finalização de Rafael Moura.
A boa atuação do jovem volante Jádson (o jogador de 18 anos foi titular porque Marcelo Mattos, lesionado, não foi relacionado para a partida) inibia o setor de criação tricolor, que esbarrava na marcação acirrada do botafoguense. Aos trinta e um minutos, Elkeson cobrou falta fugindo da barreira e o chute forte passou perto da trave esquerda. Veio o segundo tempo, e Oswaldo de Olveira optou por voltar com Herrera no lugar do irregular Elkeson. Abel Braga manteve a formação anterior (já havia substituído Deco, que deixou o campo sentindo dores, dando lugar para Wagner) e o Fluminense foi equilibrando as ações.
O Botafogo chegou perto do gol aos cinco minutos (Márcio Azevedo recebeu uma cobrança rápida de falta de Abreu mas chutou por cima) e aos treze (Herrera pegou sobra de bola mas teve o remate defendido por Cavalieri). Coube ao Fluminense ser eficiente e marcar 1a0 aos dezessete: Carlinhos escapou pelo lado esquerdo, cruzou rasteiro e Rafael Moura chegou junto com Thiago Neves. É bem verdade que quem comemorou de maneira mais festiva foi o "He-Man", mas guardo a sensação de que a perna que finalizou o lance era de Thiago. De toda forma, gol do Fluminense e vantagem ainda mais dilatada na soma dos resultados.
O cronômetro avançava e, com ele, aumentavam os festejos da torcida tricolor. Aos botafoguenses, o que já era difícil com onze jogadores ficou definitivamente complicado após a expulsão de Maicosuel, por entrada destemperada em Rafael Moura. E por muito pouco não saiu o segundo gol do Fluminense, que teve ótimas chances bloqueadas por Jéfferson e Márcio Azevedo. Aí está o Flu, que mostra força no elenco ao jogar desfalcado de elementos como Diguinho, Wellington Nem e Fred. E como time vencedor não tem muito tempo para descanso, já é hora de pensar no Boca Juniors.
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quinta-feira, 10 de maio de 2012
Falcao Volta A Alçar Vôo E Atlético A Faturar A Liga Europa
Num jogo onde cada equipe se sobressaiu em uma etapa - o Atlético de Madrid na inicial e o Athletic Bilbao na final -, um colombiano bastante acostumado a marcar gols em Liga Europa definiu o destino das equipes ao título e ao vice-campeonato. Falcao García, goleador na edição passada e também na atual, autor do gol que deu o título ao Porto em 2011, marcou duas vezes e foi fundamental para a segunda conquista do Atlético nos últimos três anos.
Nos 3a0 da equipe da capital espanhola, só golaços. Falcao abriu a contagem aos seis minutos esbanjando frieza, categoria e precisão. Pergunto: o que pedir a mais de um atacante que possua essas três virtudes? Talvez, pedir bis. Aos trinta e três minutos, Falcao voltou a exibir aqueles atributos e marcou o segundo.
O Athletic Bilbao voltou diferente para o segundo tempo. Iñigo Pérez Soto e Ibai Gómez Pérez entraram nos lugares de Iturraspe e Aurtenetxe. O Atlético de Madrid, muito provavelmente em conseqüência a isso, passou a atuar de maneira distinta: a partir de então, manteve-se mais recuado e deu campo para os comandados de Marcelo Bielsa. Dar campo não é sinônimo de dar espaço, uma vez que a partir da intermediária ofensiva os bascos encontravam dificuldades de encontrar alguém em liberdade. De toda forma, um time dirigido por Bielsa sempre arruma um jeito de transpôr barreiras, mesmo numa noite em que os jogadores tanto desperdiçavam a posse de bola com passes mal feitos. Chances claras de gol surgiram, e quem passava a protagonista era o jovem goleiro belga Thibaut Courtois, com os mesmos dezenove anos de idade que tinha David de Gea quando arqueiro do Atlético campeão duas temporadas atrás.
Naquela altura, a pressão basca era praticamente ininterrupta, fortalecida pela presença de área de Gaizka Toquero Pinedo, colocado no lugar de Ander Herrera. Entre grandes intervenções de Courtois, rebatidas da defesa - o zagueiro brasileiro Miranda beirou o brilhantismo na tarefa de marcar Fernando Llorente - e bola no travessão, o Atlético conseguiu um contra-ataque com Falcao García, que mandou na trave direita o que seria um fabuloso hat-trick. Mas os comandados de Diego Simeone tinham um outro jogador brasileiro com atuação destacável. O xará do treinador fechou a conta com belo gol, aos trinta e nove minutos.
Mais do que a celebração dos campeões, chamou minha atenção o choro dos bascos. Jogadores que honraram o estilo de jogo proposto por Bielsa, embora sem conseguir, em Bucareste, repetir a eficácia vista nas fases anteriores. Jogadores que, no desespero da derrota, mostraram o quão forte é o sentimento de vestir a camisa do Bilbao e representar, mais que uma instituição, uma nação. Lições que o futebol nos ensina em exemplos que transcendem a dimensão puramente futebolística. Parabéns, Athletic e Atlético!
Nos 3a0 da equipe da capital espanhola, só golaços. Falcao abriu a contagem aos seis minutos esbanjando frieza, categoria e precisão. Pergunto: o que pedir a mais de um atacante que possua essas três virtudes? Talvez, pedir bis. Aos trinta e três minutos, Falcao voltou a exibir aqueles atributos e marcou o segundo.
O Athletic Bilbao voltou diferente para o segundo tempo. Iñigo Pérez Soto e Ibai Gómez Pérez entraram nos lugares de Iturraspe e Aurtenetxe. O Atlético de Madrid, muito provavelmente em conseqüência a isso, passou a atuar de maneira distinta: a partir de então, manteve-se mais recuado e deu campo para os comandados de Marcelo Bielsa. Dar campo não é sinônimo de dar espaço, uma vez que a partir da intermediária ofensiva os bascos encontravam dificuldades de encontrar alguém em liberdade. De toda forma, um time dirigido por Bielsa sempre arruma um jeito de transpôr barreiras, mesmo numa noite em que os jogadores tanto desperdiçavam a posse de bola com passes mal feitos. Chances claras de gol surgiram, e quem passava a protagonista era o jovem goleiro belga Thibaut Courtois, com os mesmos dezenove anos de idade que tinha David de Gea quando arqueiro do Atlético campeão duas temporadas atrás.
Naquela altura, a pressão basca era praticamente ininterrupta, fortalecida pela presença de área de Gaizka Toquero Pinedo, colocado no lugar de Ander Herrera. Entre grandes intervenções de Courtois, rebatidas da defesa - o zagueiro brasileiro Miranda beirou o brilhantismo na tarefa de marcar Fernando Llorente - e bola no travessão, o Atlético conseguiu um contra-ataque com Falcao García, que mandou na trave direita o que seria um fabuloso hat-trick. Mas os comandados de Diego Simeone tinham um outro jogador brasileiro com atuação destacável. O xará do treinador fechou a conta com belo gol, aos trinta e nove minutos.
Mais do que a celebração dos campeões, chamou minha atenção o choro dos bascos. Jogadores que honraram o estilo de jogo proposto por Bielsa, embora sem conseguir, em Bucareste, repetir a eficácia vista nas fases anteriores. Jogadores que, no desespero da derrota, mostraram o quão forte é o sentimento de vestir a camisa do Bilbao e representar, mais que uma instituição, uma nação. Lições que o futebol nos ensina em exemplos que transcendem a dimensão puramente futebolística. Parabéns, Athletic e Atlético!
Acima, publicação em jornal basco mostrando o choro de Iker Muniain e Fernando Llorente, com os dizeres "beti zurekin" ("sempre contigo"). Abaixo, a festa dos campeões da Liga Europa 2011-2, na Arena Nationala, em Bucareste, capital romena.
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terça-feira, 8 de maio de 2012
Liga Europa: Atlético E Athletic Duelam Em Bucareste
Atlético de Madrid e Athletic Bilbao fazem, nessa quarta-feira, a grande final da Liga Europa na presente temporada. O time da capital espanhola sentiu o gosto da taça duas temporadas atrás, quando derrotou o Fulham em Hamburgo. Já a equipe basca, que disputou a final na temporada 1976-7, sonha com um título inédito na cidade de Bucareste.
O momento recente do Atlético de Madrid é melhor no que tange aos resultados obtidos: a equipe não perdeu nenhum de seus últimos sete compromissos. O Athletic Bilbao, por sua vez, não venceu nenhum de seus últimos três jogos disputados. E a diferença entre os dois clubes na tabela de classificação no Campeonato Espanhol muito se deve a isso: são quatro pontos que separam o quinto do décimo colocado.
Não acho prudente traçar um favoritismo para o duelo na capital romena em função desses últimos resultados. Analisando ambos os elencos, é possível supor que o Atlético de Madrid seja ligeiramente superior, notadamente por nomes como os de Miranda, Perea, Turan, Salvio, Diego, Adrián e Falcao García, homem-gol que foi campeão com o Porto na temporada passada, caminhando para a segunda edição consecutiva como maior goleador no torneio. Só que o Athletic Bilbao, que tem jogadores como Iraola, De Marcos, Muniain e a fera Fernando Llorente, conta com um dos maiores técnicos do futebol mundial: o argentino Marcelo "El Loco" Bielsa. Por falar em treinadores, é interessante observar que essa final marcará o duelo entre Diego Pablo Simeone e Marcelo Bielsa, que estiveram juntos naquela bela seleção argentina de 2002, onde Simeone era dirigido por Bielsa.
Deixo aqui um único palpite para o encontro entre Atlético de Madrid e Athletic Club: será um ótimo jogo de futebol. Como franco admirador de Bielsa, devo confessar torcer pelo sucesso dos bascos. Mas tenho para mim que, independentemente do resultado, esse troféu de Liga Europa 2011-2 cairá em boas mãos.
E vale lembrar que essa não é a última partida decisiva desses dois times nesse ano. Dia treze, pela última rodada da liga espanhola, o Atlético de Madrid visitará o Villarreal com chances matemáticas de conseguir um lugar na zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões da Europa. Dia vinte e quatro, o Athletic Bilbao encontra o Barcelona na final da Copa do Rei, em partida marcada para o estádio Vicente Calderón, casa do... Atlético de Madrid.
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segunda-feira, 7 de maio de 2012
Equipe E Jogada Da Semana
O último título do Manchester City na Premiership data de quarenta e quatro anos atrás. Mas tudo leva a crer que esse período sem conquistar o Campeonato Inglês terá um fim no próximo domingo, quando o time receberá o Queens Park Rangers para confirmar o caneco através de uma vitória simples.
Os dois últimos compromissos dos Citizens não foram nada simples. Na segunda-feira, dia trinta de abril, o duelo de Manchester colocou frente a frente líder e vice-líder na tabela de classificação da primeira divisão. Melhor para os comandados de Roberto Mancini, que alcançaram a vitória dentro de casa e assumiram a liderança na competição. No domingo seguinte (dia seis de maio), a equipe teve outra parada duríssima e novamente saiu-se bem: conseguiu vencer o Newcastle em St. James Park (2a0, com os dois gols tendo sido marcados no segundo tempo pelo volante marfinense Yaya Touré).
Muita grana foi investida nesse time desde a aquisição feita alguns anos atrás por seu bilionário atual proprietário. E, se não ocorrer nenhum grande imprevisto, o City tem tudo para celebrar uma conquista que não vem há quase meio século. Há um ditado que afirma que "dinheiro não compra felicidade". Concordo. Mas, nesse caso específico, é inegável que as libras e mais libras investidas estão ajudando a promover a alegria daqueles que vestem azul em Manchester.
Jogada da semana
A jogada da semana vem do Rio de Janeiro. E, para valorizar ainda mais o feito, ocorreu na primeira partida da final estadual, disputada entre Fluminense e Botafogo. Confira como Fred concluiu a jogada que dava, naquele momento, o gol de empate ao seu time. Típico de quem entende da coisa.
Os dois últimos compromissos dos Citizens não foram nada simples. Na segunda-feira, dia trinta de abril, o duelo de Manchester colocou frente a frente líder e vice-líder na tabela de classificação da primeira divisão. Melhor para os comandados de Roberto Mancini, que alcançaram a vitória dentro de casa e assumiram a liderança na competição. No domingo seguinte (dia seis de maio), a equipe teve outra parada duríssima e novamente saiu-se bem: conseguiu vencer o Newcastle em St. James Park (2a0, com os dois gols tendo sido marcados no segundo tempo pelo volante marfinense Yaya Touré).
Muita grana foi investida nesse time desde a aquisição feita alguns anos atrás por seu bilionário atual proprietário. E, se não ocorrer nenhum grande imprevisto, o City tem tudo para celebrar uma conquista que não vem há quase meio século. Há um ditado que afirma que "dinheiro não compra felicidade". Concordo. Mas, nesse caso específico, é inegável que as libras e mais libras investidas estão ajudando a promover a alegria daqueles que vestem azul em Manchester.
Jogada da semana
A jogada da semana vem do Rio de Janeiro. E, para valorizar ainda mais o feito, ocorreu na primeira partida da final estadual, disputada entre Fluminense e Botafogo. Confira como Fred concluiu a jogada que dava, naquele momento, o gol de empate ao seu time. Típico de quem entende da coisa.
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domingo, 6 de maio de 2012
Fluminense Larga (Muito) Na Frente Em Decisão Estadual
O Clássico Vovô, que marcou uma final de Campeonato Estadual pela última vez no ano 1971, retomou o protagonismo no Rio de Janeiro e teve sua partida de ida dominada pelo Fluminense. A vitória por 4a1 deu ao Tricolor das Laranjeiras a significativa vantagem de se tornar campeão mesmo em caso de derrota por dois gols de diferença no próximo domingo. Para o Botafogo reverter a situação, precisará golear o adversário por pelo menos quatro gols de margem - em caso de vitória por três gols, o título será decidido nos pênaltis.
Essa foi a primeira vez que o Fluminense venceu o Botafogo no estádio Engenhão. De quebra, o time comandado por Abel Braga ainda acabou com a invencibilidade do Alvinegro dirigido por Oswaldo de Oliveira - a partir de hoje, pode-se dizer que não há mais nenhum time invicto nas séries A e B brasileiras nesse ano de 2012.
O jogo
As coisas começaram bem para o Botafogo, que iniciou a partida buscando o ataque e não tardou para marcar 1a0: aos oito minutos, o camisa oito Renato pegou de primeira uma sobra de bola originada em cruzamento de Fellype Gabriel e mandou no canto direito. Belo gol para abrir a contagem na final estadual.
Mas o rendimento do Alvinegro de General Severiano foi caindo a ponto de ver-se em campo um time que sequer era sombra daquele que venceu o Vasco na final da Taça Rio. Um pouco pela postura do Fluminense e um tanto pelos erros do próprio Botafogo, que desperdiçava a posse de bola em lances que se complicavam sem qualquer cabimento.
O Tricolor ia chegando com mais freqüência ao ataque, descolando finalizações atrás de finalizações. Parou em Jéfferson, carimbou Antônio Carlos, chutou para fora. Mas, aos quarenta e três minutos, a insistência na busca pelo gol foi recompensada não com um gol qualquer, mas com uma pintura de Fred: após cruzamento de Thiago Neves, o camisa nove emendou uma bicicleta improvável, pegando na veia e mandando a redonda no canto direito. Golaço e 1a1 no placar.
A partida foi para o intervalo após um primeiro tempo onde o Flu era flagrantemente superior dentro das quatro linhas. As jogadas pela esquerda com Carlinhos criavam dificuldades à defesa botafoguense, que tinha o lateral-direito Lucas pendurado com cartão amarelo e bastante perdido no combate aos adversários que caíam pelo seu setor. Oswaldo manteve o mesmo time para a segunda etapa e o Botafogo quase desempatou aos seis minutos, quando Sebastián "El Loco" Abreu, mesmo agarrado por Leandro Euzébio em lance de pênalti não marcado, cabeceou parando em defesa de Diego Cavalieri.
Quem não tinha mais como manter Lucas em campo era o árbitro Luís Antônio Silva Santos: aos dez minutos, o camisa dois calçou Thiago Neves impedindo contra-ataque tricolor e recebeu o segundo cartão amarelo, sendo corretamente expulso. Se naquele momento o Fluminense conquistava uma vantagem numérica no gramado, dois minutos depois passou a obter vantagem também no placar: Deco serviu Rafael Sóbis com belo passe e a jogada foi concluída com uma bela finalização do camisa vinte e três, no ângulo direito. Era a virada do Fluminense.
Objetivo na construção de jogadas e sabendo explorar os espaços vazios, o Flu não demorou para marcar o terceiro gol: Thiago Neves passou para Sóbis e, após driblar Jéfferson, ele marcou seu segundo gol na partida. 3a1. O gol foi sucedido imediatamente pela parada técnica prevista em regulamento. Fellype Gabriel, deslocado para a lateral-direita, até saiu-se bem por ali. O Botafogo tentava compensar a desvantagem no número de jogadores na base do esforço e dedicação e a partida seguiu movimentada. Melhor para o Fluminense: com o jovem e veloz Marcos Júnior em campo, o Tricolor chegou ao quarto gol em bela jogada, envolvendo Deco, Rafael Sóbis, Fred e o jogador que entrara no segundo tempo, que não desperdiçou a oportunidade.
Os gritos de "olé" deram o tom antes do apito final e deixaram a impressão de que o título estadual de dois mil e doze, embora não definido, está pra lá de encaminhado. Agora, Fluminense e Botafogo voltam suas atenções para suas respectivas eliminatórias de oitavas-de-final: na quinta-feira, o Flu joga com o Internacional, pela Libertadores (0a0 na ida); na quarta-feira, o Botafogo encara o Vitória (1a1 na ida), pela Copa do Brasil. Ambos os jogos serão disputados no Engenhão.
Essa foi a primeira vez que o Fluminense venceu o Botafogo no estádio Engenhão. De quebra, o time comandado por Abel Braga ainda acabou com a invencibilidade do Alvinegro dirigido por Oswaldo de Oliveira - a partir de hoje, pode-se dizer que não há mais nenhum time invicto nas séries A e B brasileiras nesse ano de 2012.
O jogo
As coisas começaram bem para o Botafogo, que iniciou a partida buscando o ataque e não tardou para marcar 1a0: aos oito minutos, o camisa oito Renato pegou de primeira uma sobra de bola originada em cruzamento de Fellype Gabriel e mandou no canto direito. Belo gol para abrir a contagem na final estadual.
Mas o rendimento do Alvinegro de General Severiano foi caindo a ponto de ver-se em campo um time que sequer era sombra daquele que venceu o Vasco na final da Taça Rio. Um pouco pela postura do Fluminense e um tanto pelos erros do próprio Botafogo, que desperdiçava a posse de bola em lances que se complicavam sem qualquer cabimento.
O Tricolor ia chegando com mais freqüência ao ataque, descolando finalizações atrás de finalizações. Parou em Jéfferson, carimbou Antônio Carlos, chutou para fora. Mas, aos quarenta e três minutos, a insistência na busca pelo gol foi recompensada não com um gol qualquer, mas com uma pintura de Fred: após cruzamento de Thiago Neves, o camisa nove emendou uma bicicleta improvável, pegando na veia e mandando a redonda no canto direito. Golaço e 1a1 no placar.
A partida foi para o intervalo após um primeiro tempo onde o Flu era flagrantemente superior dentro das quatro linhas. As jogadas pela esquerda com Carlinhos criavam dificuldades à defesa botafoguense, que tinha o lateral-direito Lucas pendurado com cartão amarelo e bastante perdido no combate aos adversários que caíam pelo seu setor. Oswaldo manteve o mesmo time para a segunda etapa e o Botafogo quase desempatou aos seis minutos, quando Sebastián "El Loco" Abreu, mesmo agarrado por Leandro Euzébio em lance de pênalti não marcado, cabeceou parando em defesa de Diego Cavalieri.
Quem não tinha mais como manter Lucas em campo era o árbitro Luís Antônio Silva Santos: aos dez minutos, o camisa dois calçou Thiago Neves impedindo contra-ataque tricolor e recebeu o segundo cartão amarelo, sendo corretamente expulso. Se naquele momento o Fluminense conquistava uma vantagem numérica no gramado, dois minutos depois passou a obter vantagem também no placar: Deco serviu Rafael Sóbis com belo passe e a jogada foi concluída com uma bela finalização do camisa vinte e três, no ângulo direito. Era a virada do Fluminense.
Objetivo na construção de jogadas e sabendo explorar os espaços vazios, o Flu não demorou para marcar o terceiro gol: Thiago Neves passou para Sóbis e, após driblar Jéfferson, ele marcou seu segundo gol na partida. 3a1. O gol foi sucedido imediatamente pela parada técnica prevista em regulamento. Fellype Gabriel, deslocado para a lateral-direita, até saiu-se bem por ali. O Botafogo tentava compensar a desvantagem no número de jogadores na base do esforço e dedicação e a partida seguiu movimentada. Melhor para o Fluminense: com o jovem e veloz Marcos Júnior em campo, o Tricolor chegou ao quarto gol em bela jogada, envolvendo Deco, Rafael Sóbis, Fred e o jogador que entrara no segundo tempo, que não desperdiçou a oportunidade.
Os gritos de "olé" deram o tom antes do apito final e deixaram a impressão de que o título estadual de dois mil e doze, embora não definido, está pra lá de encaminhado. Agora, Fluminense e Botafogo voltam suas atenções para suas respectivas eliminatórias de oitavas-de-final: na quinta-feira, o Flu joga com o Internacional, pela Libertadores (0a0 na ida); na quarta-feira, o Botafogo encara o Vitória (1a1 na ida), pela Copa do Brasil. Ambos os jogos serão disputados no Engenhão.
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quinta-feira, 3 de maio de 2012
Vitória E Botafogo Empatam Na Ida E Conservam Invencibilidades
Vitória e Botafogo fizeram, em Salvador, a primeira partida no duelo de oitavas-de-final na Copa do Brasil 2012. O empate em 1a1 manteve a invencibilidade do Vitória em seu estádio na presente temporada (onze vitórias em quinze jogos no Barradão em 2012) e manteve também a condição de invicto ao Botafogo nesse ano (são vinte e quatro partidas até o momento).
Os gols foram marcados ainda no primeiro tempo. Após vacilo da defesa do Vitória, o argentino Germán Herrera esbanjou consciência ao servir Elkeson com um cruzamento que mais pareceu um passe. Coube ao ex-jogador do clube baiano completar pra rede e comemorar - coisa que ele fez discretamente, mostrando respeito e carinho pelo time que o projetou. Mas se os donos da casa sofreram 1a0 aos vinte e seis minutos, conseguiriam buscar o empate cinco minutos depois: após boa jogada de Tartá pela direita (o que inclui uma "caneta" em Maicosuel), Neto Baiano subiu sem tomar conhecimento da presença de Antônio Carlos e mandou para a rede. Neto Baiano é o jogador que mais marcou gols no futebol brasileiro em 2012: vinte e nove.
A partida foi bem disputada e marcada por um equilíbrio. Sem Jéfferson, Renato, Fellype Gabriel e Abreu, o Botafogo não apresentou o mesmo padrão de jogo visto nos últimos compromissos. A dupla de defesa composta por Antônio Carlos e Fábio Ferreira errou mais que o habitual e quase comprometeu o resultado, mas o goleiro Renan e a pontaria de Neto Baiano agiram em benefício do Alvinegro Carioca, que decidirá a vaga no Rio de Janeiro, na próxima quarta-feira, precisando de uma vitória simples ou até mesmo de uma igualdade sem gol. O vencedor deste confronto cruza com a chave de Coritiba e Paysandu (na ida, vitória paranaense por 4a1).
Os gols foram marcados ainda no primeiro tempo. Após vacilo da defesa do Vitória, o argentino Germán Herrera esbanjou consciência ao servir Elkeson com um cruzamento que mais pareceu um passe. Coube ao ex-jogador do clube baiano completar pra rede e comemorar - coisa que ele fez discretamente, mostrando respeito e carinho pelo time que o projetou. Mas se os donos da casa sofreram 1a0 aos vinte e seis minutos, conseguiriam buscar o empate cinco minutos depois: após boa jogada de Tartá pela direita (o que inclui uma "caneta" em Maicosuel), Neto Baiano subiu sem tomar conhecimento da presença de Antônio Carlos e mandou para a rede. Neto Baiano é o jogador que mais marcou gols no futebol brasileiro em 2012: vinte e nove.
A partida foi bem disputada e marcada por um equilíbrio. Sem Jéfferson, Renato, Fellype Gabriel e Abreu, o Botafogo não apresentou o mesmo padrão de jogo visto nos últimos compromissos. A dupla de defesa composta por Antônio Carlos e Fábio Ferreira errou mais que o habitual e quase comprometeu o resultado, mas o goleiro Renan e a pontaria de Neto Baiano agiram em benefício do Alvinegro Carioca, que decidirá a vaga no Rio de Janeiro, na próxima quarta-feira, precisando de uma vitória simples ou até mesmo de uma igualdade sem gol. O vencedor deste confronto cruza com a chave de Coritiba e Paysandu (na ida, vitória paranaense por 4a1).
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quarta-feira, 2 de maio de 2012
Lecce Azeda Vitória Juventina Empatando Com Gol No Fim
Líder e invicta, com possibilidades de ser campeã italiana por antecipação e jogando dentro de casa diante de um time que integra a zona de rebaixamento. O que para muitos se trataria de uma vitória certa para a Juventus, acabou virando um empate diante da valente Lecce, resultado que combinado ao triunfo milanista diante da Atalanta diminui a diferença em relação ao vice-líder para apenas um ponto, a duas rodadas da conclusão da Série A 2011-2. A situação da Lecce continua complicada, mas a bravura da equipe na Arena Juventus dá a entender que os comandados de Serse Cosme não pouparão esforços para buscar os seis pontos e continuar sonhando com a permanência na primeira divisão (o próximo desafio será um confronto direto diante da Fiorentina, que encontra-se seis pontos acima).
Havia assistido uma partida da Lecce nessa temporada (1a0 sobre a Internazionale, na primeira vitória da equipe atuando em seu estádio na atual edição da Série A) e fiquei impressionado com a qualidade do goleiro Massimiliano Benassi. No jogo de hoje, diante da Juve, o arqueiro cometeu o deslize de escorregar no lance que abriu o placar em favor do time mandante. Mas seu desempenho após o incidente ratificou a impressão que havia tido com relação a esse jogador, personagem fundamental para esse empate por 1a1 em Turim, com pelo menos duas grandiosas defesas na partida. E como nenhum goleiro está imune a falhas, até Gianluigi Buffon, para mim o melhor do mundo na função, vacilou no gol que rendeu o empate aos visitantes.
Antonio Conte levou a Juventus para campo com uma formação que considero excessivamente cautelosa, sobretudo considerando a qualidade do elenco bianconero montado para essa temporada. Três zagueiros, nenhum jogador com a função de "dez" no meio-campo e jogadores como Alessandro Del Piero e seu xará de sobrenome Matri sentados no banco de suplentes. Com menos de seis minutos, uma lesão na coxa tirou Paolo de Ceglie de campo. Em seu lugar entrou o uruguaio José Martín Cáceres - vou tentar acreditar que Conte imaginava que Matri (retornando de contusão) e Del Piero não tivessem condição de atuar por tanto tempo e por isso não foram chamados para o jogo naquele momento.
De toda forma, aos oito minutos a Vecchia Signora já abriria a contagem: Andrea Pirlo abusou do direito de ser preciso em seus lançamentos e fez a bola viajar até a cabeça de Claudio Marchisio. Não sei se Marchisio quis mandar pra rede ou servir Mirko Vucinic, mas o fato é que a bola entrou no canto esquerdo num lance em que Benassi teve a infelicidade de escorregar quando se preparava para saltar na tentativa de fazer a defesa. 1a0 Juventus e festa nas arquibancadas do mais moderno estádio italiano.
A Juventus era tão superior e senhora da partida que Buffon foi para o vestiário sem precisar fazer nenhuma defesa no primeiro tempo. Mas até que participou bem quando o jogo ainda estava com o placar zerado: ele recebeu bola recuada e deixou o adversário no chão antes de sair jogando com tamanha naturalidade, usando apenas os pés. Veio o segundo tempo e se a Lecce tinha uma figura em campo que causava alguma dificuldade ao sistema defensivo juventino, esta figura era o hábil colombiano Juan Cuadrado. Era. Aos oito minutos, Cuadrado chegou firme e, se por um lado não atingiu Cáceres com a força acusada pelo uruguaio, por outro sua imprudência era efetivamente digna de cartão amarelo - e como Cuadrado já havia levado outro na etapa inicial, foi corretamente expulso pelo árbitro Paolo Valeri.
O futebol tem umas coisas curiosas. Se em igualdade numérica a Lecce tinha dificuldades de criar jogadas de ataque, você imagina agora que seu elemento mais perigoso no sistema ofensivo foi expulso. Pois acredite: nem parecia que a equipe estava em desvantagem numérica diante da líder e invicta Juventus. É bem verdade que Benassi salvou o time de tomar o segundo gol, mas as entradas de Luis Muriel (atacante compatriota de Cuadrado, que entrou no lugar do suíço Haris Seferovic), do uruguaio Guillermo Giacomazzi (que não entendo como pode ser reserva, tento entrado no lugar de David di Michele) e de Andrea Bertolacci (em substituição ao nigeriano Christian Obodo) deram novo ânimo aos visitantes. Aos trinta e seis minutos, Muriel foi acionado e caiu após Cáceres deslocá-lo com o braço, o que dentro da área caracterizaria pênalti. Caracterizaria. Valeri não apenas ignorou a infração como aplicou cartão amarelo em Muriel por suposta simulação, fato que gerou insatisfação em Gennaro Delvecchio, também punido com o cartão por protestar.
Mas os deuses do futebol desenharam um final de jogo mais justo do que seria se nada de novo acontecesse. Uma bola recuada para Buffon, que tão bonito havia saído jogando em situação semelhante no começo de partida, dessa vez acabou deixando o goleiro em maus lençóis. Aproveitando-se do vacilo, eis que Muriel, aquele mesmo que havia sofrido o pênalti não marcado, pegou a bola e a mandou para a rede, aos trinta e nove minutos.
Naquele momento do jogo, Conte já havia feito suas três substituições (as últimas foram as entradas dos Alessandros nos lugares de Fabio Quagliarella e Vucinic). Ou seja, a Juventus começou e terminou a partida com três zagueiros, dois alas que sequer apoiavam com muita freqüência e dois volantes. Aliás, dois baita volantes: Pirlo e o chileno Arturo Vidal foram possivelmente os dois melhores jogadores da Juventus no jogo. Para um time que lidera a competição de maneira invicta e que atuava com um jogador a mais, lamento pela postura do treinador. E parabenizo Cosme e seus comandados, que fizeram por merecer o gol de empate.
Outros resultados
Terça-feira
Chievo (12º) 0a0 (7º) Roma
Napoli (3º) 2a0 (16º) Palermo
Quarta-feira
Milan (2º) 2a0 (11º) Atalanta
Catania (10º) 0a1 (9º) Bologna
Genoa (17º) 2a1 (14º) Cagliari
Parma (8º) 3a1 (6º) Internazionale
Fiorentina (15º) 2a2 (19º) Novara
Lazio (5º) 1a1 (13º) Siena
Cesena (20º) 0a1 (4º) Udinese
Havia assistido uma partida da Lecce nessa temporada (1a0 sobre a Internazionale, na primeira vitória da equipe atuando em seu estádio na atual edição da Série A) e fiquei impressionado com a qualidade do goleiro Massimiliano Benassi. No jogo de hoje, diante da Juve, o arqueiro cometeu o deslize de escorregar no lance que abriu o placar em favor do time mandante. Mas seu desempenho após o incidente ratificou a impressão que havia tido com relação a esse jogador, personagem fundamental para esse empate por 1a1 em Turim, com pelo menos duas grandiosas defesas na partida. E como nenhum goleiro está imune a falhas, até Gianluigi Buffon, para mim o melhor do mundo na função, vacilou no gol que rendeu o empate aos visitantes.
Antonio Conte levou a Juventus para campo com uma formação que considero excessivamente cautelosa, sobretudo considerando a qualidade do elenco bianconero montado para essa temporada. Três zagueiros, nenhum jogador com a função de "dez" no meio-campo e jogadores como Alessandro Del Piero e seu xará de sobrenome Matri sentados no banco de suplentes. Com menos de seis minutos, uma lesão na coxa tirou Paolo de Ceglie de campo. Em seu lugar entrou o uruguaio José Martín Cáceres - vou tentar acreditar que Conte imaginava que Matri (retornando de contusão) e Del Piero não tivessem condição de atuar por tanto tempo e por isso não foram chamados para o jogo naquele momento.
De toda forma, aos oito minutos a Vecchia Signora já abriria a contagem: Andrea Pirlo abusou do direito de ser preciso em seus lançamentos e fez a bola viajar até a cabeça de Claudio Marchisio. Não sei se Marchisio quis mandar pra rede ou servir Mirko Vucinic, mas o fato é que a bola entrou no canto esquerdo num lance em que Benassi teve a infelicidade de escorregar quando se preparava para saltar na tentativa de fazer a defesa. 1a0 Juventus e festa nas arquibancadas do mais moderno estádio italiano.
A Juventus era tão superior e senhora da partida que Buffon foi para o vestiário sem precisar fazer nenhuma defesa no primeiro tempo. Mas até que participou bem quando o jogo ainda estava com o placar zerado: ele recebeu bola recuada e deixou o adversário no chão antes de sair jogando com tamanha naturalidade, usando apenas os pés. Veio o segundo tempo e se a Lecce tinha uma figura em campo que causava alguma dificuldade ao sistema defensivo juventino, esta figura era o hábil colombiano Juan Cuadrado. Era. Aos oito minutos, Cuadrado chegou firme e, se por um lado não atingiu Cáceres com a força acusada pelo uruguaio, por outro sua imprudência era efetivamente digna de cartão amarelo - e como Cuadrado já havia levado outro na etapa inicial, foi corretamente expulso pelo árbitro Paolo Valeri.
O futebol tem umas coisas curiosas. Se em igualdade numérica a Lecce tinha dificuldades de criar jogadas de ataque, você imagina agora que seu elemento mais perigoso no sistema ofensivo foi expulso. Pois acredite: nem parecia que a equipe estava em desvantagem numérica diante da líder e invicta Juventus. É bem verdade que Benassi salvou o time de tomar o segundo gol, mas as entradas de Luis Muriel (atacante compatriota de Cuadrado, que entrou no lugar do suíço Haris Seferovic), do uruguaio Guillermo Giacomazzi (que não entendo como pode ser reserva, tento entrado no lugar de David di Michele) e de Andrea Bertolacci (em substituição ao nigeriano Christian Obodo) deram novo ânimo aos visitantes. Aos trinta e seis minutos, Muriel foi acionado e caiu após Cáceres deslocá-lo com o braço, o que dentro da área caracterizaria pênalti. Caracterizaria. Valeri não apenas ignorou a infração como aplicou cartão amarelo em Muriel por suposta simulação, fato que gerou insatisfação em Gennaro Delvecchio, também punido com o cartão por protestar.
Mas os deuses do futebol desenharam um final de jogo mais justo do que seria se nada de novo acontecesse. Uma bola recuada para Buffon, que tão bonito havia saído jogando em situação semelhante no começo de partida, dessa vez acabou deixando o goleiro em maus lençóis. Aproveitando-se do vacilo, eis que Muriel, aquele mesmo que havia sofrido o pênalti não marcado, pegou a bola e a mandou para a rede, aos trinta e nove minutos.
Naquele momento do jogo, Conte já havia feito suas três substituições (as últimas foram as entradas dos Alessandros nos lugares de Fabio Quagliarella e Vucinic). Ou seja, a Juventus começou e terminou a partida com três zagueiros, dois alas que sequer apoiavam com muita freqüência e dois volantes. Aliás, dois baita volantes: Pirlo e o chileno Arturo Vidal foram possivelmente os dois melhores jogadores da Juventus no jogo. Para um time que lidera a competição de maneira invicta e que atuava com um jogador a mais, lamento pela postura do treinador. E parabenizo Cosme e seus comandados, que fizeram por merecer o gol de empate.
Outros resultados
Terça-feira
Chievo (12º) 0a0 (7º) Roma
Napoli (3º) 2a0 (16º) Palermo
Quarta-feira
Milan (2º) 2a0 (11º) Atalanta
Catania (10º) 0a1 (9º) Bologna
Genoa (17º) 2a1 (14º) Cagliari
Parma (8º) 3a1 (6º) Internazionale
Fiorentina (15º) 2a2 (19º) Novara
Lazio (5º) 1a1 (13º) Siena
Cesena (20º) 0a1 (4º) Udinese
terça-feira, 1 de maio de 2012
Pandev Dá Show E Napoli Consegue Vitória Importante Sobre Palermo
O Napoli conseguiu, nessa terça-feira, dar mais um importante passo na caminhada até a próxima Liga dos Campeões da Europa. Com a vitória por 2a0 sobre o Palermo, na antepenúltima rodada do Campeonato Italiano, os comandados de Walter Mazzarri chegaram aos cinqüenta e oito pontos na tabela de classificação, abrindo três de diferença para Udinese, Internazionale e Lazio, seus prováveis concorrentes na disputa pelo terceiro lugar. A Roma, seis pontos abaixo dos napolitanos, dificilmente conseguirá ultrapassar todos esses clubes nas duas rodadas derradeiras, mas tem seu nome incluído aqui meramente por questões matemáticas (mais cedo, a equipe da capital havia empatado sem gol com o Chievo, em Verona).
Já o time dirigido por Bortolo Mutti - que muito reclamou da arbitragem de Andrea de Marco na partida no San Paolo - ocupa a décima quinta colocação, com quarenta e dois pontos. Sem qualquer possibilidade de disputar uma competição européia na próxima temporada, a equipe encerrará sua participação para manter-se na Série A: e já pode escapar nessa quarta-feira, bastando que a líder Juventus não perca a invencibilidade para o Lecce, décimo oitavo com trinta e cinco.
O Napoli tem como próximos compromissos o Bologna (fora) e o Siena (para enlouquecer sua fanática torcida no estádio San Paolo) - isso sem falar na final da Copa da Itália, diante da Juventus, podendo fechar a temporada erguendo um troféu. O Palermo, por sua vez, receberá o Chievo no Renzo Barbera e terminará sua participação na liga nacional visitando o Genoa - que poderá estar jogando a permanência ou cumprindo tabela. Cumprindo tabela sabe Deus em que situação...
O jogo
Escalado com Marek Hamsik, Goran Pandev e Edinson Cavani, o Napoli apostava nesse trio para criar dificuldades à defesa visitante. Uma boa chance aconteceu aos quatro minutos, quando o meia macedônio Pandev carregou a bola e teve a redonda "roubada" pelo companheiro suíço Gokhan Inler, que chegou chutando e carimbou a quina do travessão, quase marcando um golaço no ângulo esquerdo. O Palermo respondeu no minuto seguinte e só não abriu o placar porque o goleiro Morgan de Sanctis não permitiu: primeiro, o arqueiro rebateu finalização do esloveno Josip Ilicic e, na seqüência do lance, foi espetacular ao espalmar no canto esquerdo um cabeceio do uruguaio Abel Hernández.
O Palermo dava sinais de força e ensaiava novas aproximações ao gol, postado em campo de forma a dificultar as investidas do time da casa. Mas, aos catorze minutos, surgiu lance polêmico: após bola cruzada da esquerda por Pandev, o defensor sérvio Milan Milanovic cortou com o braço. O árbitro Andrea de Marco assinalou a penalidade máxima e viu Milanovic protestar: mostrando a coxa direita para o senhor do apito, o jogador do Palermo acusava que a bola batera primeiro naquela parte do corpo e somente depois no braço, o que o isentava de qualquer intenção de cometer o pênalti. Particularmente, penso que o jogador realmente não fez o corte com o braço de maneira proposital. E aí, como fica? O atacante uruguaio Cavani encarregou-se da cobrança e mandou no canto direito, superando o goleiro Emiliano Viviano, que acertou o canto. Mostrando respeito pelo ex-clube, Cavani, jogador muito vibrante, comemorou discretamente seu 23º gol marcado nessa edição de Campeonato Italiano.
O jogo seguia equilibrado e, para desespero de Mutti, Andrea de Marco ignorou a entrada de carrinho de Paolo Cannavaro em Ilicic, dentro da área, e mandou o jogo seguir. Cannavaro acertou a bola, é verdade, mas a entrada com as duas pernas derrubou o adversário e derrubaria qualquer objeto não fincado no gramado tamanha a força utilizada no lance. E aí, como fica? Mais tarde, aos trinta e quatro minutos, Pandev fez jogada maravilhosa ao acionar Hamsik com um passe magistral, que imediatamente me fez lembrar Zinedine Zidane. O camisa dezessete ficou de cara pro gol e não desperdiçou, concluindo lindamente o mais belo lance de toda a partida: 2a0 Napoli, para alegria da festiva arquibancada.
No segundo tempo, o Napoli passou a dedicar mais tempo àquilo que mais gosta de fazer: contra-atacar em velocidade. O jogo ficou dessa forma porque o Palermo se aventurava ao ataque na busca pelos gols, dando espaços em sua retaguarda. E quem ligou um dos melhores conta-ataques napolitanos foi Pandev: com um lançamento primoroso, o camisa vinte e nove serviu Cavani, o uruguaio avançou, mas seu remate saiu torto, passando à direita, para lamento do goleador. Aos trinta minutos, a substituição promovida por Mazzarri possibilitou duas coisas: o retorno do argentino Ezequiel Lavezzi (que esteve contundido) e a maior ovação do dia, dada para o grande nome do jogo, Goran Pandev, que foi aplaudido de pé pela massa quando subiu a placa com o seu número.
No final, o Palermo teve um gol de Hernández anulado sob alegação de impedimento. E dessa vez Mutti não tinha do que reclamar, porque efetivamente o uruguaio estava adiantado no momento do passe. Pois é, de vez em quando a arbitragem acerta...
Já o time dirigido por Bortolo Mutti - que muito reclamou da arbitragem de Andrea de Marco na partida no San Paolo - ocupa a décima quinta colocação, com quarenta e dois pontos. Sem qualquer possibilidade de disputar uma competição européia na próxima temporada, a equipe encerrará sua participação para manter-se na Série A: e já pode escapar nessa quarta-feira, bastando que a líder Juventus não perca a invencibilidade para o Lecce, décimo oitavo com trinta e cinco.
O Napoli tem como próximos compromissos o Bologna (fora) e o Siena (para enlouquecer sua fanática torcida no estádio San Paolo) - isso sem falar na final da Copa da Itália, diante da Juventus, podendo fechar a temporada erguendo um troféu. O Palermo, por sua vez, receberá o Chievo no Renzo Barbera e terminará sua participação na liga nacional visitando o Genoa - que poderá estar jogando a permanência ou cumprindo tabela. Cumprindo tabela sabe Deus em que situação...
O jogo
Escalado com Marek Hamsik, Goran Pandev e Edinson Cavani, o Napoli apostava nesse trio para criar dificuldades à defesa visitante. Uma boa chance aconteceu aos quatro minutos, quando o meia macedônio Pandev carregou a bola e teve a redonda "roubada" pelo companheiro suíço Gokhan Inler, que chegou chutando e carimbou a quina do travessão, quase marcando um golaço no ângulo esquerdo. O Palermo respondeu no minuto seguinte e só não abriu o placar porque o goleiro Morgan de Sanctis não permitiu: primeiro, o arqueiro rebateu finalização do esloveno Josip Ilicic e, na seqüência do lance, foi espetacular ao espalmar no canto esquerdo um cabeceio do uruguaio Abel Hernández.
O Palermo dava sinais de força e ensaiava novas aproximações ao gol, postado em campo de forma a dificultar as investidas do time da casa. Mas, aos catorze minutos, surgiu lance polêmico: após bola cruzada da esquerda por Pandev, o defensor sérvio Milan Milanovic cortou com o braço. O árbitro Andrea de Marco assinalou a penalidade máxima e viu Milanovic protestar: mostrando a coxa direita para o senhor do apito, o jogador do Palermo acusava que a bola batera primeiro naquela parte do corpo e somente depois no braço, o que o isentava de qualquer intenção de cometer o pênalti. Particularmente, penso que o jogador realmente não fez o corte com o braço de maneira proposital. E aí, como fica? O atacante uruguaio Cavani encarregou-se da cobrança e mandou no canto direito, superando o goleiro Emiliano Viviano, que acertou o canto. Mostrando respeito pelo ex-clube, Cavani, jogador muito vibrante, comemorou discretamente seu 23º gol marcado nessa edição de Campeonato Italiano.
Edinson Cavani no momento da cobrança de pênalti que abriu o placar no estádio San Paolo: atacante uruguaio, ex-jogador do Palermo, chegou aos vinte e três gols no Campeonato Italiano 2011-2.
O jogo seguia equilibrado e, para desespero de Mutti, Andrea de Marco ignorou a entrada de carrinho de Paolo Cannavaro em Ilicic, dentro da área, e mandou o jogo seguir. Cannavaro acertou a bola, é verdade, mas a entrada com as duas pernas derrubou o adversário e derrubaria qualquer objeto não fincado no gramado tamanha a força utilizada no lance. E aí, como fica? Mais tarde, aos trinta e quatro minutos, Pandev fez jogada maravilhosa ao acionar Hamsik com um passe magistral, que imediatamente me fez lembrar Zinedine Zidane. O camisa dezessete ficou de cara pro gol e não desperdiçou, concluindo lindamente o mais belo lance de toda a partida: 2a0 Napoli, para alegria da festiva arquibancada.
No segundo tempo, o Napoli passou a dedicar mais tempo àquilo que mais gosta de fazer: contra-atacar em velocidade. O jogo ficou dessa forma porque o Palermo se aventurava ao ataque na busca pelos gols, dando espaços em sua retaguarda. E quem ligou um dos melhores conta-ataques napolitanos foi Pandev: com um lançamento primoroso, o camisa vinte e nove serviu Cavani, o uruguaio avançou, mas seu remate saiu torto, passando à direita, para lamento do goleador. Aos trinta minutos, a substituição promovida por Mazzarri possibilitou duas coisas: o retorno do argentino Ezequiel Lavezzi (que esteve contundido) e a maior ovação do dia, dada para o grande nome do jogo, Goran Pandev, que foi aplaudido de pé pela massa quando subiu a placa com o seu número.
No final, o Palermo teve um gol de Hernández anulado sob alegação de impedimento. E dessa vez Mutti não tinha do que reclamar, porque efetivamente o uruguaio estava adiantado no momento do passe. Pois é, de vez em quando a arbitragem acerta...
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