quarta-feira, 18 de abril de 2012

Caiu, Em Pé, O Último Invicto Da Liga Dos Campeões Da Europa

Foram muitos os detalhes presentes em Stamford Bridge para o jogo que terminou com vitória do Chelsea sobre o Barcelona. Talvez o primeiro que possa vir a cabeça seja o detalhe chamado Didier Drogba, autor do único gol do jogo e figura bastante participativa na partida. Apesar de ter sido o único atacante escalado por Roberto Di Matteo, Drogba talvez tenha sido mais visto no campo de defesa do que no ofensivo - e mais vezes estirado no gramado do que propriamente de pé. De causar admiração tamanha entrega do marfinense, aos trinta e quatro anos de idade. Mas o detalhe da grande atuação de Drogba foi somente um entre tantos outros. Para falar da vitória do Chelsea - e do próprio gol de Drogba - precisamos falar também de Ramires. Mano, por que não o convocas mais? O que se passa contigo, ó treinador da seleção brasileira? Algum problema de relacionamento com o meio-campista azul? Não posso acreditar que seja deixado de lado nas convocações por "motivos técnicos"! Ramires fez partida excepcional mais uma vez. Quando víamos o Chelsea com dois homens de frente, eram Drogba e Ramires. Quando víamos o Chelsea com cinco homens no meio, eram Joh Obi Mikel, Raul Meireles, Frank Lampard, Juan Mata e Ramires. Quando víamos o Chelsea com cinco marcadores formando a última linha de defesa, eram Branislav Ivanovic, Gary Cahill, John Terry, Ashley Cole e Ramires. E, se pudesse, talvez veríamos dois goleiros protegendo o gol dos londrinos: Petr Cech e Ramires. Mas aí entramos em outro detalhe, talvez o mais determinante do resultado final: a atuação do goleiro tcheco de vinte e nove anos de idade. Desde algum tempo - talvez desde o dia em que bati o olho nesse magnífico arqueiro pela primeira vez - o considero um dos melhores goleiros do mundo. Hoje, particularmente, penso Buffon, Cech e Jéfferson pelo menos um degrau acima dos demais da posição. E a atuação de Cech nessa quarta-feira foi estupenda. Agiu bem sempre que foi exigido - não sendo poucas as situações em que teve de tomar uma decisão frente ao poderio barcelonista - e fez uma defesa daquelas para servir de referência na partida para a posteridade, indo buscar um cabeceio de Carles Puyol, após cobrança de falta de Lionel Messi, de forma simplesmente sensacional. E se sorte é atributo que cabe aos grandes goleiros, o que dizer do travessão parando Alexis Sánchez, da trave esquerda parando Pedro Rodríguez e, entre uma coisa e outra, de Ashley Cole salvando no último instante um gol certo de Francesc Fàbregas?

Embora o Chelsea tenha conseguido o feito de vencer o Barcelona - ninguém mais conseguiu isso nessa Liga dos Campeões da Europa 2011-2 -, o camisa dez Juan Mata não teve boa atuação. Lampard, embora tenha participado no lance do gol, também esteve abaixo daquilo que usualmente vemos do camisa oito. Some-se a isso a maravilhosa performance de Andrés Iniesta (o camisa oito barcelonista estava em dia inspirado, mostrando talento no toque e na condução de bola, tendo sido muitas vezes parado com falta, algumas delas sequer assinaladas pelo senhor Felix Brych, de atuação confusa). E some-se também que, embora tenha sido muito bem marcado a maior parte do tempo, ainda foi possível ver lances geniais de Lionel Messi, enfileirando adversários em alta velocidade e esbanjando aquele controle de bola que lhe parece exclusividade no futebol. Com tudo isso, poderemos entender o quão foi importante para o Chelsea a atuação do trio Cech-Ramires-Drogba. Chego a pensar que aquela chuva que molhou o gramado de Stamford Bridge tenha sido obra desses três. E se essas nuvens conseguirem se deslocar carregadas até o Camp Nou, será difícil demais a tarefa barcelonista de reverter o resultado. Mas, nas condições normais de temperatura e pressão, vejo o Barça em vantagem para pegar a primeira vaga na final desse ano. Coloque com carinho a próxima terça-feira na agenda para assistir o jogo de volta. Faça chuva ou faça sol.

Outro resultado

Terça-feira
Bayern de Munique 2a1 Real Madrid

2 comentários:

  1. Sempre leio o blog mas nunca comento , mas acho que o lance da trave esquerda foi o Pedro e não o cuenca .

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  2. Valeu, Carlos Vinícius. Um camarada havia me dito o mesmo, e parece que vocês têm razão: o Barça é às vezes mais ligeiro que os próprios olhos do blogueiro. Editei o texto lá. Grande abraço e obrigado pela presença, acesse e comente sempre que quiser. É isso que dá sentido ao blógui.

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