Não estou lembrado de quando foi a penúltima partida de nove gols que assisti. A última foi na noite de quarta-feira, 27.07.2011, quando o Flamengo venceu o Santos em plena Vila Belmiro com o placar de 5a4. Partida sensacional desde o resultado, mas sobretudo pelo que foi o jogo propriamente dito. Um desfile de talentos, com Neymar e Ronaldinho Gaúcho em noite inspirada. Tenho convicção de que tanto o santista quanto o flamenguista que pagou para ver esse jogo, saiu do estádio com a sensação de que valeu o ingresso. E digo isso sem nem saber o preço do bilhete.
O jogo
A partida começou intensa. Seguiu intensa. Terminou intensa. Com 4 minutos, uma enfiada de bola primorosa de Elano foi a assistência que Borges precisava para abrir o placar. Doze minutos depois, Neymar ficou de frente com Felipe, chegou no próprio rebote e, de bicicleta assistiu Borges completar para a rede. Se o que Neymar fizera já era belo, o que aconteceu aos 25 minutos foi maravilhoso: o craque partiu com a bola escapando de dois adversários, tabelou já recebendo de volta, deixou mais dois marcadores para trás e finalizou para marcar um golaço. 3a0 Santos. O detalhe é que o Flamengo não fazia uma má partida, pelo contrário, também diversificando jogadas e criando oportunidades. O goleiro santista Rafael atuava bem, garantindo a meta inviolável diante de uma defesa que dava espaços para Ronaldinho Gaúcho e companhia trabalharem a bola.
Com 28 minutos, a reação rubronegra teve início naquilo que tange ao resultado: Ronaldinho aproveitou que nem Rafael nem Edu Dracena cortaram o cruzamento rasteiro vindo da direita e tratou de mandar pra rede. Três minutos mais tarde, cruzamento de Leonardo Moura e cabeceio de Thiago Neves - era o Flamengo, até pouco tempo goleado, "de volta" à partida. O Santos até poderia retomar a vantagem de dois gols aos 41 minutos: Neymar sofreu pênalti de Willians, mas Elano cobrou fraco, no meio, numa má-sucedida "cavadinha", defendida por Felipe. Péssima cobrança, mas não pior do que aquela diante dos paraguaios (relembre). O Flamengo não esperou o intervalo para igualar o marcador: Deivid completou de cabeça após cobrança de escanteio e deixou tudo equiparado em incríveis 3a3.
Se o Santos tinha Neymar e o Flamengo Ronaldinho, então tome mais gols no segundo tempo. Aos 5, Neymar recolocou o time da casa na frente. Aos 22, Ronaldinho cobrou falta tirando da barreira para empatar novamente (observação: tirando da barreira colocando a bola por baixo dela, em cobrança rasteira da mais pura astúcia). Aos 35 minutos, Ronaldinho chegou ao "hat-trick" após receber passe de Thiago Neves e chutar cruzado. De se tirar o chapéu para o camisa 10, que fez atuação ao nível dos bons tempos de Barcelona. De se tirar o chapéu para a partida, agradável de ser assistida. O futebol merece espetáculos assim. E os 12.968 pagantes terão história pra contar. Eu guardaria o bilhete.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Botafogo Vence Avaí Mas Faz Nova Atuação Irregular
Num torneio equilibrado como o Campeonato Brasileiro, toda vitória deve ser comemorada - ainda mais se um time estiver há quatro rodadas sem vencer na competição e com o treinador sob pressão. Mas o caso do Botafogo, que reencontrou a vitória ao superar o Avaí pelo placar de 2a1 no estádio Engenhão, requer maiores cautelas: a equipe voltou a apresentar uma atuação irregular, passou sufoco no final do jogo e quase cedeu o empate a um adversário que é o atual vice-lanterna na Série A (podendo ser ultrapassado pelo Atlético Paranaense, que tem um jogo de débito).
O jogo
Com uma dupla de zaga reserva (João Filipe e Gustavo atuaram nas vagas do suspenso Antônio Carlos e do contundido Fábio Ferreira) e também sem o volante Marcelo Mattos (Léo foi titular pois Mattos recebeu cartão vermelho na rodada anterior),é inegável que o sistema defensivo botafoguense seria colocado à prova, mesmo diante de um oponente dos mais frágeis. E logo aos 7 minutos, uma falta cobrada da esquerda do ataque avaiano chegou na área, foi desviada de cabeça por Welton Felipe e, na risca da pequena área, complementada por Dirceu, que totalmente livre abriu o placar para os visitantes.
Explicitando nervosismo, o Botafogo tinha dificuldades de encaixar jogadas mais elaboradas e ainda permitia que o adversário tivesse espaço para explorar nos contra-ataques. Num dos mais perigosos, Pedro Ken foi acionado nas costas da defesa aos 18 minutos, ficou de frente com Jéfferson e chutou torto, à direita. Estava escrito o segundo gol da equipe catarinense, o que dificultaria ainda mais a missão alvinegra. Mas, para amenizar as coisas, aos 27 minutos surgiu o gol de empate: Márcio Azevedo desceu com qualidade pelo lado esquerdo, tocou atrás e Maicosuel pegou de primeira, cruzado, estufando a rede no canto esquerdo. 1a1.
Dez minutos após empatar a partida, o Botafogo chegou à virada: Elkeson cobrou falta alçando a bola na área, Herrera se projetou em liberdade e desviou de cabeça. Ir para o intervalo em vantagem no placar parecia ser tudo o que os alvinegros precisavam para ter tranqüilidade na etapa complementar. Mas o que se viu no segundo tempo foi uma equipe dando chance para o azar, permitindo que o Avaí avançasse suas peças. Aos 19 minutos, Caio Júnior trocou Maicosuel por Felipe Menezes, para desespero dos torcedores presentes. No mesmo minuto, o Avaí balançaria a rede após cobrança de falta, mas a arbitragem invalidou o lance acusando impedimento.
Se o clima entre treinador e torcedor já era ruim, ficou ainda pior quando foi anunciada a segunda modificação no Botafogo: Herrera por Alex. Nada contra a entrada de Alex, mas absolutamente fora de entendimento a saída de Herrera, figura das mais participativas quando o Alvinegro buscava o ataque. Houve ainda uma 3ª substituição, esta com Caio entrando no lugar de Alexandre Oliveira (que poderia ter saído antes). Por um golpe de sorte, Caio deixou o time com um homem a menos após se contundir e o que se viu até o apito final foi um Avaí no ataque e um Botafogo resistindo às investidas adversárias. Mesmo com a vitória ameaçada, o time da casa poderia ter chegado ao terceiro gol em contra-ataque puxado por Alessandro e Elkeson, mas o meia errou a finalização.
O jogo
Com uma dupla de zaga reserva (João Filipe e Gustavo atuaram nas vagas do suspenso Antônio Carlos e do contundido Fábio Ferreira) e também sem o volante Marcelo Mattos (Léo foi titular pois Mattos recebeu cartão vermelho na rodada anterior),é inegável que o sistema defensivo botafoguense seria colocado à prova, mesmo diante de um oponente dos mais frágeis. E logo aos 7 minutos, uma falta cobrada da esquerda do ataque avaiano chegou na área, foi desviada de cabeça por Welton Felipe e, na risca da pequena área, complementada por Dirceu, que totalmente livre abriu o placar para os visitantes.
Explicitando nervosismo, o Botafogo tinha dificuldades de encaixar jogadas mais elaboradas e ainda permitia que o adversário tivesse espaço para explorar nos contra-ataques. Num dos mais perigosos, Pedro Ken foi acionado nas costas da defesa aos 18 minutos, ficou de frente com Jéfferson e chutou torto, à direita. Estava escrito o segundo gol da equipe catarinense, o que dificultaria ainda mais a missão alvinegra. Mas, para amenizar as coisas, aos 27 minutos surgiu o gol de empate: Márcio Azevedo desceu com qualidade pelo lado esquerdo, tocou atrás e Maicosuel pegou de primeira, cruzado, estufando a rede no canto esquerdo. 1a1.
Dez minutos após empatar a partida, o Botafogo chegou à virada: Elkeson cobrou falta alçando a bola na área, Herrera se projetou em liberdade e desviou de cabeça. Ir para o intervalo em vantagem no placar parecia ser tudo o que os alvinegros precisavam para ter tranqüilidade na etapa complementar. Mas o que se viu no segundo tempo foi uma equipe dando chance para o azar, permitindo que o Avaí avançasse suas peças. Aos 19 minutos, Caio Júnior trocou Maicosuel por Felipe Menezes, para desespero dos torcedores presentes. No mesmo minuto, o Avaí balançaria a rede após cobrança de falta, mas a arbitragem invalidou o lance acusando impedimento.
Se o clima entre treinador e torcedor já era ruim, ficou ainda pior quando foi anunciada a segunda modificação no Botafogo: Herrera por Alex. Nada contra a entrada de Alex, mas absolutamente fora de entendimento a saída de Herrera, figura das mais participativas quando o Alvinegro buscava o ataque. Houve ainda uma 3ª substituição, esta com Caio entrando no lugar de Alexandre Oliveira (que poderia ter saído antes). Por um golpe de sorte, Caio deixou o time com um homem a menos após se contundir e o que se viu até o apito final foi um Avaí no ataque e um Botafogo resistindo às investidas adversárias. Mesmo com a vitória ameaçada, o time da casa poderia ter chegado ao terceiro gol em contra-ataque puxado por Alessandro e Elkeson, mas o meia errou a finalização.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O Campeão Voltou
O Uruguai, campeão da primeira edição da Copa América (ano de 1916), voltou a vencer a competição continental (a última conquista havia sido em 1995) e reassumiu o posto de maior papa-títulos do torneio, com 15 taças.
Não sou a figura mais recomendada para dizer se esse título em 2011 é merecido ou não (na campanha uruguaia, havia assistido somente os minutos finais nas quartas-de-final diante dos argentinos, a partir dos 42 minutos do segundo tempo aproximadamente) mas a julgar pelo que foi apresentado no jogo derradeiro, a Celeste tinha mais é que levantar esse troféu: vi em campo um Paraguai irreconhecível, longe de um time que fez grandes partidas nos dois primeiros jogos do torneio (empates com Equador e Brasil) tanto na escalação como na maneira de atuar. Espero que o treinador argentino Gerardo Martino tenha aprendido alguma lição com essa derrota.
O jogo
O estádio Monumental de Núñez, palco que sediou uma selvageria na recente despromoção do River Plate para a segunda divisão nacional, recebeu grande público na tarde desse domingo, vinte e quatro de julho de dois mil e onze. Pelo visual das arquibancadas, daria facilmente para dizer que a partida estava ocorrendo no estádio Centenário em Montevidéu, tamanha a supremacia de uruguaios dentro e fora das quatro linhas.
Muito dessa supremacia se deve ao talento da dupla Diego Forlán e Luis Suárez, mas se a partida caminhou para um desequilíbrio flagrante, isso se deve também às escolhas dos treinadores Oscar Tabárez e Gerardo Martino. Enquanto o primeiro deu seqüência a uma maneira de jogar semelhante à apresentada na Copa do Mundo, em 2010, o segundo parece ter aberto mão de suas convicções táticas e preparou um time recheado de volantes no meio-campo, isolando o competente Haedo Valdéz e simplesmente impedindo o desenvolvimento do jogo paraguaio, que sequer tinha saída pelos flancos do campo (Marcelo Estigarribia na condição de reserva foi algo que fugiu de qualquer compreensão).
A pressão celeste começou cedo, com o goleiro Justo Villar trabalhando bem para impedir que um cabeceio de Forlán inaugurasse o placar - na seqüência, quem "fez a defesa" foi Néstor Ortigoza, em lance passível de marcação de pênalti (mas concordo com a interpretação de não ter havido intenção do paraguaio em levar as mãos à bola). No 12º minuto, Suárez recolheu a redonda pela direita, fintou Darío Verón, chutou, a bola desviou no próprio Verón - que apesar da grande habilidade de "Luisito" conseguiu manter-se firme no lance - e tocou na trave direita antes de entrar no gol. 1a0 Uruguai e festa em Núñez.
No meio de tanto meio-campista focado na marcação e abusando da violência, quem circulava pelo gramado de forma diferente dos demais companheiros era Arévalo Ríos: sem distribuir um único pontapé (não recordo de vê-lo cometer uma falta sequer) e participando do jogo com a simplicidade de quem busca levar a bola para o companheiro em melhores condições de recebê-la, o camisa 17 era o ponto de equilíbrio da equipe. E, aos 41 minutos, participou ativamente do 2º gol uruguaio: após recuperar a posse de bola, Arévalo viu Forlán livre à sua esquerda, rolou para o camisa 10 e este encerrou o jejum de gols com a camisa celeste chutando com a canhota no contrapé de Villar.
A inoperância paraguaia persistiu por toda a primeira etapa e se arrastou até por volta dos vinte minutos do segundo tempo, quando finalmente Martino resolveu mudar as coisas. Quer dizer, Martino mudou as coisas antes mesmo de a bola rolar, escolhendo escalar um time mais defensivo, menos hábil, menos veloz, menos criativo e, com isso tudo, facilitando a vida para o uruguaios. Com as entradas de Estigarribia e Hernán Pérez nos lugares de Cáceres e Enrique Vera, o Paraguai subiu de produção: agora passava a ter maiores recursos no uso da posse de bola, conseguindo envolver a defesa adversária pelos dois lados do campo.
Doze minutos depois daquelas substituições, veio a última de Martino: Pablo Zeballos por Lucas Barrios. Barrios, argentino de nascimento, é um dos maiores talentos da atual geração paraguaia. Não ficou muito tempo em campo pois precisou sair, contunidido, provavelmente em função de alguma complicação previamente conhecida e que justificava a sua escalação como suplente. Com um homem a menos no gramado, o Paraguai já não tinha muito o que fazer e, aos 44 minutos, assistiu mais um pouco do show uruguaio: em contra-ataque avassalador, Álvaro Gonález chapelou um adversário, passou para Edinson Cavani (que entrou no segundo tempo no lugar de Álvaro Pereira, retornando de uma contusão ocorrida na estréia) e este, de primeira, acionou Suárez com linda inversão para a direita. Também com um único toque, "Luisito" usou a cabeça para deixar que Forlán concluísse a jogada. E ela foi concluída com uma finalização sutil, levando a bola para o canto esquerdo e decretando o 3a0 triunfal.
A mística da camisa celeste, o trabalho sério de Tabárez e o talento nato de Forlán e Suárez talvez tenham sido o tripé da vitória uruguaia em Buenos Aires. Pelo lado dos comandados de Martino, uma atuação "made in Paraguay" no sentido mais esdrúxulo do termo, pois a "Albirroja" que foi a campo para essa decisão passou longe do time qualificado que iniciou a competição.
Não sou a figura mais recomendada para dizer se esse título em 2011 é merecido ou não (na campanha uruguaia, havia assistido somente os minutos finais nas quartas-de-final diante dos argentinos, a partir dos 42 minutos do segundo tempo aproximadamente) mas a julgar pelo que foi apresentado no jogo derradeiro, a Celeste tinha mais é que levantar esse troféu: vi em campo um Paraguai irreconhecível, longe de um time que fez grandes partidas nos dois primeiros jogos do torneio (empates com Equador e Brasil) tanto na escalação como na maneira de atuar. Espero que o treinador argentino Gerardo Martino tenha aprendido alguma lição com essa derrota.
O jogo
O estádio Monumental de Núñez, palco que sediou uma selvageria na recente despromoção do River Plate para a segunda divisão nacional, recebeu grande público na tarde desse domingo, vinte e quatro de julho de dois mil e onze. Pelo visual das arquibancadas, daria facilmente para dizer que a partida estava ocorrendo no estádio Centenário em Montevidéu, tamanha a supremacia de uruguaios dentro e fora das quatro linhas.
Muito dessa supremacia se deve ao talento da dupla Diego Forlán e Luis Suárez, mas se a partida caminhou para um desequilíbrio flagrante, isso se deve também às escolhas dos treinadores Oscar Tabárez e Gerardo Martino. Enquanto o primeiro deu seqüência a uma maneira de jogar semelhante à apresentada na Copa do Mundo, em 2010, o segundo parece ter aberto mão de suas convicções táticas e preparou um time recheado de volantes no meio-campo, isolando o competente Haedo Valdéz e simplesmente impedindo o desenvolvimento do jogo paraguaio, que sequer tinha saída pelos flancos do campo (Marcelo Estigarribia na condição de reserva foi algo que fugiu de qualquer compreensão).
A pressão celeste começou cedo, com o goleiro Justo Villar trabalhando bem para impedir que um cabeceio de Forlán inaugurasse o placar - na seqüência, quem "fez a defesa" foi Néstor Ortigoza, em lance passível de marcação de pênalti (mas concordo com a interpretação de não ter havido intenção do paraguaio em levar as mãos à bola). No 12º minuto, Suárez recolheu a redonda pela direita, fintou Darío Verón, chutou, a bola desviou no próprio Verón - que apesar da grande habilidade de "Luisito" conseguiu manter-se firme no lance - e tocou na trave direita antes de entrar no gol. 1a0 Uruguai e festa em Núñez.
Luis Suárez age rápido após recolher a bola e solta o chute, que desviaria em Verón e tocaria na trave antes de entrar: assim era aberto o placar no estádio Monumental de Núñez.
Pouco depois disso, a partida passou a ter como protagonista o árbitro brasileiro Sálvio Spínola Fagundes Filho, que teve bastante trabalho no aspecto disciplinar. Apesar de terem sido relativamente poucas as faltas cometidas, a maioria delas estava carregada de força excessiva e colocava em risco a integridade física dos atletas. O baiano de 41 anos de idade optou por mostrar cartão amarelo para o paraguaio Víctor Cáceres e para os uruguaios Diego Pérez, Martín Cáceres e Maximiliano Pereira num intervalo de treze minutos (entre os 16 e os 29) e a bem da verdade poderia ter expulsado pelo menos dois jogadores nesse mesmo período.No meio de tanto meio-campista focado na marcação e abusando da violência, quem circulava pelo gramado de forma diferente dos demais companheiros era Arévalo Ríos: sem distribuir um único pontapé (não recordo de vê-lo cometer uma falta sequer) e participando do jogo com a simplicidade de quem busca levar a bola para o companheiro em melhores condições de recebê-la, o camisa 17 era o ponto de equilíbrio da equipe. E, aos 41 minutos, participou ativamente do 2º gol uruguaio: após recuperar a posse de bola, Arévalo viu Forlán livre à sua esquerda, rolou para o camisa 10 e este encerrou o jejum de gols com a camisa celeste chutando com a canhota no contrapé de Villar.
A inoperância paraguaia persistiu por toda a primeira etapa e se arrastou até por volta dos vinte minutos do segundo tempo, quando finalmente Martino resolveu mudar as coisas. Quer dizer, Martino mudou as coisas antes mesmo de a bola rolar, escolhendo escalar um time mais defensivo, menos hábil, menos veloz, menos criativo e, com isso tudo, facilitando a vida para o uruguaios. Com as entradas de Estigarribia e Hernán Pérez nos lugares de Cáceres e Enrique Vera, o Paraguai subiu de produção: agora passava a ter maiores recursos no uso da posse de bola, conseguindo envolver a defesa adversária pelos dois lados do campo.
Doze minutos depois daquelas substituições, veio a última de Martino: Pablo Zeballos por Lucas Barrios. Barrios, argentino de nascimento, é um dos maiores talentos da atual geração paraguaia. Não ficou muito tempo em campo pois precisou sair, contunidido, provavelmente em função de alguma complicação previamente conhecida e que justificava a sua escalação como suplente. Com um homem a menos no gramado, o Paraguai já não tinha muito o que fazer e, aos 44 minutos, assistiu mais um pouco do show uruguaio: em contra-ataque avassalador, Álvaro Gonález chapelou um adversário, passou para Edinson Cavani (que entrou no segundo tempo no lugar de Álvaro Pereira, retornando de uma contusão ocorrida na estréia) e este, de primeira, acionou Suárez com linda inversão para a direita. Também com um único toque, "Luisito" usou a cabeça para deixar que Forlán concluísse a jogada. E ela foi concluída com uma finalização sutil, levando a bola para o canto esquerdo e decretando o 3a0 triunfal.
Com categoria, Diego Forlán toca tirando de Justo Villar: Uruguai marca 3a0 e chega ao 15º título na história das Copas América.
A mística da camisa celeste, o trabalho sério de Tabárez e o talento nato de Forlán e Suárez talvez tenham sido o tripé da vitória uruguaia em Buenos Aires. Pelo lado dos comandados de Martino, uma atuação "made in Paraguay" no sentido mais esdrúxulo do termo, pois a "Albirroja" que foi a campo para essa decisão passou longe do time qualificado que iniciou a competição.
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quinta-feira, 21 de julho de 2011
A Eliminação Brasileira Na Copa América 2011 Diretamente De La Plata
No momento em que estas palavras são digitadas, o Paraguai está na final da Copa América 2011 (passou pela Venezuela no desempate por pênaltis, numa partida em que diz-se que os paraguaios foram beneficiados pela arbitragem). O adversário será o Uruguai (que após superar a Argentina nas penalidades máximas, passou pelo Peru com vitória por 2a0 no tempo regulamentar). Então, falar sobre o jogo entre Brasil e Paraguai, jogado pela fase quartas-de-final, parece fora de propósito. Resumidamente, tratou-se de uma partida onde apareceram os talentos individuais brasileiros mas faltou um jogo coletivo que mostrasse que aquele grupo de jogadores convocados por Mano Menezes formava um legítimo time de futebol. Aplicado, o Paraguai conseguiu suportar a pressão brasileira e, se por um lado escapou de levar o gol, por outro também teve chance de vencer a partida sem necessitar da disputa por pênaltis. Mas não é sobre os acontecimentos internos às quatro linhas que esse tópico versará: vamos, a partir de agora, compartilhar um pouco do que foi a atmosfera vivida naquele domingo, dezessete de julho de dois mil e onze, data em que o blogueiro desfrutou a memorável experiência de marcar presença no estádio Ciudad de La Plata.
Por volta das 14h, descemos na estação de trem em Tolosa (uma anterior à estação de La Plata), após cerca de uma hora de viagem desde que o transporte ferroviário partiu de Buenos Aires, na estação Constitución. Um dia muito bonito e de temperaturas baixas se comparadas às que estamos acostumados no Brasil.
Diferentemente do clima de tensão que pode ser visto ainda no futebol quando facções oponentes se enfrentam nos dias de jogos de "seus" times, um clima amistoso tomava conta do ambiente no caminho para o estádio Ciudad de La Plata. A foto a seguir demonstra a descontração entre brasileiros e paraguaios, unidos por uma mesma paixão.
Brasileiros e paraguaios a caminho do estádio: clima de festa serve como exemplo de conduta.
A baixa temperatura e os ventos constantes que sopravam na região convidavam os torcedores a manterem-se devidamente agasalhados. Mas a imagem ao lado, capturada por volta das 15:30h, pouco antes de uma das entradas ao estádio, mostra que nem todos parecem preocupados com o frio.
Já do lado de dentro do estádio, os amigos brasileiros registram a presença instantes antes de as equipes entrarem em campo.
O Paraguai tinha a seu favor uma torcida que estava em maior número que a brasileira (talvez numa proporção de 3 para 1). Tudo bem que esse tipo de coisa não ganha jogo, mas não tenho dúvidas de que exerce um papel importante pelo menos do ponto de vista emocional. E o jogo teve muitas emoções durante as mais de duas horas de duração, sendo decidido somente no desempate por pênaltis, momento em que a seleção brasileira foi bizarra, desperdiçando todas as quatro cobranças e acabando eliminada nas quartas-de-final numa competição onde é atual bicampeã.
Goleiro paraguaio Justo Villar prepara o chute (visão da Popular Sul): Brasil teve mais chances, mas não foi capaz de tirar o zero do placar durante os mais de 120 minutos de jogo.
Enfim, foi maravilhoso viajar pela Argentina e assistir esse jogo entre Brasil e Paraguai. Uma experiência que transcende qualquer registro fotográfico e que considero merecedora de ser compartilhada. Em breve, serão anexados vídeos exclusivos nessa postagem. Aguardem e, é claro, retornem.
[Vídeo 1] Caminhando em La Plata rumo ao estádio que carrega o nome da cidade: paraguaios em maior número que brasileiros.
[Vídeo 2] Atmosfera contagiante no momento em que os times entram em campo e tocam os hinos nacionais (diretamente do setor Popular Sul no estádio Ciudad de La Plata).
[Vídeo 3] Fred cobra o quarto pênalti brasileiro e, seguindo o exemplo de Elano, Thiago Silva e André Santos, também desperdiça. O resto é festa paraguaia no estádio Ciudad de La Plata.
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
Ataque Compensa Falhas De Júlio César E Brasil Avança Líder
Se o grupo B na Copa América 2011 começou com dois empates em 0a0 na rodada de abertura, o encerramento foi alucinante em termos de quantidade de bola na rede: 12 nos dois jogos (Paraguai e Venezuela empataram por 3a3, além da vitória brasileira sobre o Equador por 4a2). Desta forma, o Brasil avança em 1º lugar na chave e na fase quartas-de-final reencontra o Paraguai, classificado como 2º melhor 3º. Já o Equador despede-se com 1 ponto ganho.
O jogo
Com a marcação funcionando a contento e o ataque mais lento do que o desejado, o Brasil fazia um começo de jogo sem grande inspiração numa partida onde o 0a0 o classificaria como 2º melhor 3º colocado. Ramires já dava indícios de uma nova grande atuação (foi possivelmente o melhor brasileiro em campo diante do Paraguai), exibindo uma consciência tática tanto no deslocamento pelo campo como quando tinha a bola nos pés. E saiu de seus pés uma abertura de jogo para o lado esquerdo, chegando no lateral canhoto André Santos, até então praticamente nada participativo no campo ofensivo: aos 28 minutos, André lançou a bola na área para o espaço vazio e Alexandre Pato direcionou-se até lá, cabeceando com precisão para abrir o placar.
O Equador não tinha grande volume de jogo no campo de ataque, mas chegou ao empate aos 36 minutos: Lúcio não conseguiu afastar uma bola dividida pelo alto, ela chegou em Walter Ayoví e o camisa 10 equatoriano rolou para Felipe Caicedo, que chutou da entrada da meia-lua uma bola que passou por baixo dos braços de Júlio César. Forte e rasteira a finalização de Caicedo, é verdade, mas que poderia - e deveria - ser rebatida por aquele que é considerado por muitos como um dos melhores goleiros na atualidade.
Veio o segundo tempo e o Brasil tomava a iniciativa contando basicamente com dois recursos: o domínio territorial na altura do círculo central (zona que parecia propriedade particular de Ramires) e boas subidas de Maicon pelo flanco direito, sempre dando trabalho à defesa equatoriana. Aos 3 minutos, Ramires carregou a bola dominada, passou para Paulo Henrique Ganso e este deu para Neymar, que deu continuidade à jogada fazendo o mais simples - tirando do goleiro Marcelo Elizaga para estufar a rede.
O resultado de 2a1 indicava a necessidade de um sorteio para decidir o desempate entre Brasil e Venezuela na liderança da chave (ambos naquele momento estavam com 5 pontos, 4 gols marcados e 3 gols concedidos, além de terem empatado por 0a0 no confronto direto). Mas, aos 13 minutos, uma nova finalização de Caicedo acabou com as possibilidades de o 1º lugar ser resolvido nessas condições: o camisa 9 recebeu de Christian Noboa na entrada da meia-lua, fintou Thiago Silva e, da entrada da área, mandou mais um chute rasteiro. Bola difícil de ser defendida, sobretudo se o goleiro resolver mergulhar sobre ela - o mais simples parecia ser colocar a chuteira na bola e rebatê-la para onde quer que fosse, desde que impedindo que ela tomasse o rumo da rede. De toda forma, menos grave que a falha no outro lance.
O Brasil não demorou a reagir ao segundo empate cedido na partida, conseguindo retornar à frente no placar aos 15 minutos: Robinho tocou para Paulo Henrique, que deixou com Neymar (nesse momento os torcedores santistas devem ter recordado algum momento positivo na história recente do clube) e o camisa 11 teve a atitude de chutar ao gol. Marcelo Elizaga "bateu-roupa" e, atento ao rebote, Alexandre Pato conseguiu chutar um objeto redondo que estava entre um tanto de pernas adversárias, contando com a sorte para vê-lo entrar no canto esquerdo.
Maicon já havia realizado cruzamentos interessantes, feito tabelas, se apresentado, enfim, fazendo em larga escala o que pouco viu-se Daniel Alves fazer nas rodadas anteriores. E, aos 26 minutos, teve sua grande atuação premiada com uma assistência para o 4º gol do Brasil: o camisa 13 desceu pelo lado direito, escapou da marcação na base do vigor físico (resistiu a um tranco mantendo-se firme) e, já dentro da área, tocou para que Neymar concluísse a jogada. Não tinha como o jovem atacante santista não abraçar o lateral interista.
O futebol apresentado pelo Brasil nessa noite de quarta-feira pode não ter sido dos mais convincentes, mas, no conjunto dos 90 minutos, foi a melhor atuação da equipe na fase de grupos. O suficiente para passar pelo Paraguai nas quartas? Talvez. Principalmente se não dependermos de Júlio César.
Outros resultados (entre parênteses a classificação final no grupo)
Domingo
Colômbia (1º A) 2a0 Bolívia (4º A)
Segunda-feira
Argentina (2º A) 3a0 Costa Rica (3º A)
Terça-feira
Chile (1º C) 1a0 Peru (3º C)
Uruguai (2º C) 1a0 México (4º C)
Quarta-feira
Paraguai (3º B) 3a3 Venezuela (2º B)
Brasil (1º B) 4a2 Equador (4º B)
Eis os duelos na fase quartas-de-final
Sábado: Colômbia e Peru; Argentina e Uruguai.
Domingo: Brasil e Paraguai; Chile e Venezuela.
Algumas curiosidades na fase de grupos
Maior número de gols marcados: Brasil (6).
Menor número de gols marcados: Bolívia e México (1).
Maior número de gols concedidos: Bolívia, Paraguai e Equador (5).
Menor número de gols concedidos: Colômbia (0).
Melhor campanha: Colômbia (2 vitórias, 1 empate, 3 gols marcados).
Pior campanha: México (3 derrotas, 1 gol marcado, 4 gols concedidos).
Goleador: Sérgio Agüero (Argentina), com 3.
Jogador mais indisciplinado: Ronald Rivero (Bolívia), com 2 cartões amarelos e uma expulsão.
Mais assistências: PH Ganso (Brasil), Michael Guevara (Peru) e Lionel Messi (Argentina), com duas.
- As únicas equipes que não empataram foram a Costa Rica e o México (ambas estão eliminadas).
- As únicas equipes com saldo de gol zero foram o Paraguai e o Peru (ambas avançam em 3º no grupo).
- O Paraguai é o único classificado que ainda não venceu no torneio.
- O Peru é a única equipe classificada que não está invicta.
- O blogueiro terá o prazer de assistir diretamente no estádio Ciudad de La Plata a partida pela fase quartas-de-final entre Brasil e Paraguai (domingo, 17.07.2011) e espera possibilitar uma postagem bem bacana sobre o jogo.
Abraços.
O jogo
Com a marcação funcionando a contento e o ataque mais lento do que o desejado, o Brasil fazia um começo de jogo sem grande inspiração numa partida onde o 0a0 o classificaria como 2º melhor 3º colocado. Ramires já dava indícios de uma nova grande atuação (foi possivelmente o melhor brasileiro em campo diante do Paraguai), exibindo uma consciência tática tanto no deslocamento pelo campo como quando tinha a bola nos pés. E saiu de seus pés uma abertura de jogo para o lado esquerdo, chegando no lateral canhoto André Santos, até então praticamente nada participativo no campo ofensivo: aos 28 minutos, André lançou a bola na área para o espaço vazio e Alexandre Pato direcionou-se até lá, cabeceando com precisão para abrir o placar.
O Equador não tinha grande volume de jogo no campo de ataque, mas chegou ao empate aos 36 minutos: Lúcio não conseguiu afastar uma bola dividida pelo alto, ela chegou em Walter Ayoví e o camisa 10 equatoriano rolou para Felipe Caicedo, que chutou da entrada da meia-lua uma bola que passou por baixo dos braços de Júlio César. Forte e rasteira a finalização de Caicedo, é verdade, mas que poderia - e deveria - ser rebatida por aquele que é considerado por muitos como um dos melhores goleiros na atualidade.
Veio o segundo tempo e o Brasil tomava a iniciativa contando basicamente com dois recursos: o domínio territorial na altura do círculo central (zona que parecia propriedade particular de Ramires) e boas subidas de Maicon pelo flanco direito, sempre dando trabalho à defesa equatoriana. Aos 3 minutos, Ramires carregou a bola dominada, passou para Paulo Henrique Ganso e este deu para Neymar, que deu continuidade à jogada fazendo o mais simples - tirando do goleiro Marcelo Elizaga para estufar a rede.
O resultado de 2a1 indicava a necessidade de um sorteio para decidir o desempate entre Brasil e Venezuela na liderança da chave (ambos naquele momento estavam com 5 pontos, 4 gols marcados e 3 gols concedidos, além de terem empatado por 0a0 no confronto direto). Mas, aos 13 minutos, uma nova finalização de Caicedo acabou com as possibilidades de o 1º lugar ser resolvido nessas condições: o camisa 9 recebeu de Christian Noboa na entrada da meia-lua, fintou Thiago Silva e, da entrada da área, mandou mais um chute rasteiro. Bola difícil de ser defendida, sobretudo se o goleiro resolver mergulhar sobre ela - o mais simples parecia ser colocar a chuteira na bola e rebatê-la para onde quer que fosse, desde que impedindo que ela tomasse o rumo da rede. De toda forma, menos grave que a falha no outro lance.
O Brasil não demorou a reagir ao segundo empate cedido na partida, conseguindo retornar à frente no placar aos 15 minutos: Robinho tocou para Paulo Henrique, que deixou com Neymar (nesse momento os torcedores santistas devem ter recordado algum momento positivo na história recente do clube) e o camisa 11 teve a atitude de chutar ao gol. Marcelo Elizaga "bateu-roupa" e, atento ao rebote, Alexandre Pato conseguiu chutar um objeto redondo que estava entre um tanto de pernas adversárias, contando com a sorte para vê-lo entrar no canto esquerdo.
Maicon já havia realizado cruzamentos interessantes, feito tabelas, se apresentado, enfim, fazendo em larga escala o que pouco viu-se Daniel Alves fazer nas rodadas anteriores. E, aos 26 minutos, teve sua grande atuação premiada com uma assistência para o 4º gol do Brasil: o camisa 13 desceu pelo lado direito, escapou da marcação na base do vigor físico (resistiu a um tranco mantendo-se firme) e, já dentro da área, tocou para que Neymar concluísse a jogada. Não tinha como o jovem atacante santista não abraçar o lateral interista.
O futebol apresentado pelo Brasil nessa noite de quarta-feira pode não ter sido dos mais convincentes, mas, no conjunto dos 90 minutos, foi a melhor atuação da equipe na fase de grupos. O suficiente para passar pelo Paraguai nas quartas? Talvez. Principalmente se não dependermos de Júlio César.
Outros resultados (entre parênteses a classificação final no grupo)
Domingo
Colômbia (1º A) 2a0 Bolívia (4º A)
Segunda-feira
Argentina (2º A) 3a0 Costa Rica (3º A)
Terça-feira
Chile (1º C) 1a0 Peru (3º C)
Uruguai (2º C) 1a0 México (4º C)
Quarta-feira
Paraguai (3º B) 3a3 Venezuela (2º B)
Brasil (1º B) 4a2 Equador (4º B)
Eis os duelos na fase quartas-de-final
Sábado: Colômbia e Peru; Argentina e Uruguai.
Domingo: Brasil e Paraguai; Chile e Venezuela.
Algumas curiosidades na fase de grupos
Maior número de gols marcados: Brasil (6).
Menor número de gols marcados: Bolívia e México (1).
Maior número de gols concedidos: Bolívia, Paraguai e Equador (5).
Menor número de gols concedidos: Colômbia (0).
Melhor campanha: Colômbia (2 vitórias, 1 empate, 3 gols marcados).
Pior campanha: México (3 derrotas, 1 gol marcado, 4 gols concedidos).
Goleador: Sérgio Agüero (Argentina), com 3.
Jogador mais indisciplinado: Ronald Rivero (Bolívia), com 2 cartões amarelos e uma expulsão.
Mais assistências: PH Ganso (Brasil), Michael Guevara (Peru) e Lionel Messi (Argentina), com duas.
- As únicas equipes que não empataram foram a Costa Rica e o México (ambas estão eliminadas).
- As únicas equipes com saldo de gol zero foram o Paraguai e o Peru (ambas avançam em 3º no grupo).
- O Paraguai é o único classificado que ainda não venceu no torneio.
- O Peru é a única equipe classificada que não está invicta.
- O blogueiro terá o prazer de assistir diretamente no estádio Ciudad de La Plata a partida pela fase quartas-de-final entre Brasil e Paraguai (domingo, 17.07.2011) e espera possibilitar uma postagem bem bacana sobre o jogo.
Abraços.
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segunda-feira, 11 de julho de 2011
Equipe E Jogada Da Semana
Terminada a temporada européia 2010-1, o tradicional tópico de melhor equipe e jogada semanal entrou em recesso. Mas as competições internacionais que encontram-se em andamento vêm proporcionando momentos interessantes, que motivam o blogueiro a voltar a homenagear aqueles que parecem merecedores.
A seleção colombiana, primeira classificada à fase quartas-de-final na Copa América 2011, vem somando boa atuação atrás de boa atuação. Nessa última semana, encarou a anfitriã Argentina, foi superior durante quase a totalidade da partida mas acabou não conseguindo sair do 0a0 (o goleiro Sergio Romero contribuiu decisivamente para isso). Quatro dias depois, no domingo, os comandados de Hernán Darío Gómez ratificaram a classificação como líderes no grupo A após vencerem a Bolívia por 2a0 (dois gols do atacante Falcao García). Eis uma seleção que recomendo que o amante do futebol bem jogado preste atenção: com um padrão de jogo bem definido, boas variações de jogadas e atletas de técnica apurada, a Colômbia pode ir muito longe nessa Copa América.
Jogada da semana
Se na Argentina os homens disputam a Copa América, na Alemanha as mulheres jogam a Copa do Mundo. Na 3ª rodada pela fase de grupos, a brasileira Érika fez simplesmente isso que aparece em vídeo, abrindo caminho para a goleada por 3a0 sobre a Guiné Equatorial.
A seleção colombiana, primeira classificada à fase quartas-de-final na Copa América 2011, vem somando boa atuação atrás de boa atuação. Nessa última semana, encarou a anfitriã Argentina, foi superior durante quase a totalidade da partida mas acabou não conseguindo sair do 0a0 (o goleiro Sergio Romero contribuiu decisivamente para isso). Quatro dias depois, no domingo, os comandados de Hernán Darío Gómez ratificaram a classificação como líderes no grupo A após vencerem a Bolívia por 2a0 (dois gols do atacante Falcao García). Eis uma seleção que recomendo que o amante do futebol bem jogado preste atenção: com um padrão de jogo bem definido, boas variações de jogadas e atletas de técnica apurada, a Colômbia pode ir muito longe nessa Copa América.
Jogada da semana
Se na Argentina os homens disputam a Copa América, na Alemanha as mulheres jogam a Copa do Mundo. Na 3ª rodada pela fase de grupos, a brasileira Érika fez simplesmente isso que aparece em vídeo, abrindo caminho para a goleada por 3a0 sobre a Guiné Equatorial.
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Colômbia Se Classifica Liderando Grupo A; Bolívia Está Fora Da Copa América 2011
Com dois gols de Radamel Falcao García Zárate - atacante de 25 anos e que vive temporada espetacular -, a Colômbia venceu a Bolívia por 2a0, garantiu a liderança no grupo A e, esbanjando consciência tática, agora aguarda o melhor terceiro colocado da fase de grupos para com ele duelar na fase quartas-de-final. A seleção boliviana despede-se da Argentina como lanterna na chave (pontuou somente na estréia, quando empatou com a anfitriã em 1a1).
O jogo
A partida até começou equilibrada, com os bolivianos acionando preferencialmente o atacante Juan Carlos Arce Justiniano em suas jogadas de ataque. Mas tão logo os comandados de Hernán Darío Gómez encontraram seu jogo, a Colômbia não teve dificuldades em tomar a frente no placar: com 14 minutos, Dayro Moreno deu bela enfiada de bola para Falcao García e o atacante portista, goleador na Liga Europa, mostrou seu faro de gol e fez tudo certinho, do domínio à finalização, abrindo o placar. Foi um lance que lembrou o gol colombiano na estréia da competição, só que naquela vez envolvendo Fredy Guarín como assistente e Adrián Ramos como finalizador.
A presença de García à frente da linha de quatro meias era uma constante ameaça à defesa boliviana, que via o camisa 9 a todo momento podendo levar perigo à sua meta. Não bastasse a preocupação com o astuto atacante, a Bolívia viu Pablo Armero se mandar ao ataque pelo lado esquerdo, entrar na área na base da jogada individual e sofrer pênalti de Santos Amador, corretamente assinalado pelo árbitro mexicano Francisco Chacón Gutiérrez. Falcao não fez a melhor das cobranças (principalmente para quem viu a "aula" que foi dada nesse quesito na partida entre Brasil e Estados Unidos, pelo Mundial Feminino 2011), mas colocou a bola na rede aos 27 minutos e igualou-se ao peruano José Guerrero com dois gols marcados na competição.
Na etapa complementar, a Bolívia aventurou-se mais vezes ao ataque e convidou o goleiro Luis Enrique Martínez Rodríguez a participar da partida. A Colômbia, bem postada na sua proposta de jogo, saía ao ataque parecendo saber exatamente o que queria, e conseguia levar perigo variando as jogadas. As saídas de Dayro Moreno, Fredy Guarín e Adrián Ramos não representaram uma perda no rendimento da equipe, com Hugo Rodallega, Juan Cuadrado e Elkin Soto dando conta do recado e participando satisfatoriamente do jogo.
Vou reforçar aqui a minha expectativa em torno desse time colombiano: não estranhem se a equipe de Perea, Guarín, Falcao e companhia aparecer na final da Copa América 2011. Não será por falta de méritos.
Falcao García comemora um de seus gols no jogo: atacante fez novamente uma boa partida.
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Na Bola Parada, Bahia E Botafogo Empatam Em Salvador
Bahia e Botafogo jogaram no estádio de Pituaçu, em Salvador, para mais um grande público presente na capital baiana. Mas ainda não foi dessa vez que o Tricolor de Aço conseguiu vencer diante de sua fanática torcida: o empate em 1a1 foi o 3º do time dentro de casa e o 4º na competição. Enquanto o Bahia aparece na 15ª colocação com 10 pontos, o Botafogo, que desde a estréia com o Palmeiras não perdeu mais no torneio, está em 5º lugar com 16 pontos.
O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)
Se o Botafogo não contava com Éverton (saiu contundido na partida anterior, diante do Atlético Goianiense), o Bahia tinha um desfalque mais impactante: o atacante Jóbson, que por força de contrato (pertence ao Botafogo) não foi relacionado para a partida (a multa para a utilização do jogador estava estipulada em 1 milhão de reais).
René Simões escalou o Bahia num 4-3-2-1, com três volantes à frente da linha de defesa e Ricardinho e Lulinha com a missão de fazerem a aproximação ao atacante Júnior. Caio Júnior adotou aquele que considera seu esquema favorito, o 4-2-3-1, pondo Marcos Vinícius entre os titulares.
A primeira grande chance da partida deu-se aos 6 minutos e quase colocou a equipe visitante em vantagem no placar: o atacante argentino Germán Herrera recebeu do lateral Alessandro, escapou de dois marcadores no momento em que girava para fazer o domínio da bola e, de frente com o goleiro Marcelo Lomba, chutou por cima do travessão.
No Bahia sobravam meio-campistas de contenção (Marcones, Diones e Fahel desempenhavam funções semelhantes) e faltava gente para articular o ataque (Ricardinho, o principal e talvez único encarregado para isso, fazia partida apagada e quase não era notado em campo). Numa das poucas chegadas da equipe no primeiro tempo, quem iniciou a jogada foi o atacante Júnior: aos 24 minutos ele lançou, apresentou-se para receber de volta e passou para Lulinha, que chutou para defesa de Renan quando a arbitragem já detectava impedimento no lance.
O Botafogo não estava no seu melhor momento na partida, mas aos 30 minutos conseguiu abrir o placar graças a Elkeson: o meia ex-Vitória (bastante "homenageado" pela torcida tricolor) cobrou falta pela esquerda mandando a bola no ângulo direito e marcando um golaço, indo comemorar provocando a torcida que seguia tratando-o como rival.
A partida melhorou e o o Alvinegro Carioca esteve perto de ampliar a vantagem aos 37 minutos, quando Herrera recolheu a bola pela direita de ataque, acertou a passada e emendou um chute cruzado carimbando a trave direita. Lulinha (que chutou torto), Elkeson (que parou em defesa de Lomba) e Fahel (que mandou à direita) descolaram finalizações que assustaram, mas o placar seguiu ao intervalo com o solitário gol de Elkeson.
Detectando a inabilidade do destro Marcos na lateral-esquerda e a improdutividade de Ricardinho no meio-campo, René Simões tirou logo os dois jogadores no intervalo e promoveu as entradas de Maranhão e Gabriel. Caio Júnior também mexeu, trocando Somália (que recebera cartão amarelo aos 32 minutos) pelo estreante Léo.
O Bahia se mandava ao ataque, mas esbarrava não somente na correta marcação botafoguense como - talvez principalmente - na própria falta de desorganização da equipe. As coisas pareciam piorar cada vez mais para o time mandante, que aos 14 minutos perdia Maranhão (deslocou o ombro em queda sem qualquer choque com Alessandro, que apenas o acompanhava de perto). O atacante Rafael foi posto em seu lugar, sem que René Simões orientasse alguém a fazer o lado esquerdo da defesa.
Parecendo talvez traumatizado com alguma experiência de jogador expulso pelo segundo cartão amarelo, Caio Júnior decidiu tirar de campo o pendurado lateral-esquerdo Márcio Azevedo e colocar o meia Thiago Galhardo. O prêmio pela "invenção" foi o gol de empate sofrido 3 minutos depois: aos 32', Fahel completou de cabeça cobrança de escanteio e estufou a rede de seu ex-clube.
Na busca por uma vitória que parecia desenhada, o Botafogo aumentou o volume de jogo e chegou a estabelecer certa pressão no Bahia. Caio Júnior ainda trocou Herrera por Caio, conservando a equipe com um único atacante. E o placar de 1a1 manteve-se até o apito final de Leandro Pedro Vuaden. Foi o primeiro empate entre Bahia e Botafogo nos últimos 17 anos.
Outros resultados
Sábado
São Paulo 2a1 Cruzeiro
Vasco 2a0 Internacional
Atlético/PR 0a0 Avaí
Domingo
Fluminense 0a1 Flamengo
Grêmio 2a0 Coritiba
Atlético/GO 0a1 Corinthians
Atlético/MG 2a0 América/MG
Figueirense 1a1 Ceará
Palmeiras 3a0 Santos
O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)
Se o Botafogo não contava com Éverton (saiu contundido na partida anterior, diante do Atlético Goianiense), o Bahia tinha um desfalque mais impactante: o atacante Jóbson, que por força de contrato (pertence ao Botafogo) não foi relacionado para a partida (a multa para a utilização do jogador estava estipulada em 1 milhão de reais).
René Simões escalou o Bahia num 4-3-2-1, com três volantes à frente da linha de defesa e Ricardinho e Lulinha com a missão de fazerem a aproximação ao atacante Júnior. Caio Júnior adotou aquele que considera seu esquema favorito, o 4-2-3-1, pondo Marcos Vinícius entre os titulares.
A primeira grande chance da partida deu-se aos 6 minutos e quase colocou a equipe visitante em vantagem no placar: o atacante argentino Germán Herrera recebeu do lateral Alessandro, escapou de dois marcadores no momento em que girava para fazer o domínio da bola e, de frente com o goleiro Marcelo Lomba, chutou por cima do travessão.
No Bahia sobravam meio-campistas de contenção (Marcones, Diones e Fahel desempenhavam funções semelhantes) e faltava gente para articular o ataque (Ricardinho, o principal e talvez único encarregado para isso, fazia partida apagada e quase não era notado em campo). Numa das poucas chegadas da equipe no primeiro tempo, quem iniciou a jogada foi o atacante Júnior: aos 24 minutos ele lançou, apresentou-se para receber de volta e passou para Lulinha, que chutou para defesa de Renan quando a arbitragem já detectava impedimento no lance.
O Botafogo não estava no seu melhor momento na partida, mas aos 30 minutos conseguiu abrir o placar graças a Elkeson: o meia ex-Vitória (bastante "homenageado" pela torcida tricolor) cobrou falta pela esquerda mandando a bola no ângulo direito e marcando um golaço, indo comemorar provocando a torcida que seguia tratando-o como rival.
A partida melhorou e o o Alvinegro Carioca esteve perto de ampliar a vantagem aos 37 minutos, quando Herrera recolheu a bola pela direita de ataque, acertou a passada e emendou um chute cruzado carimbando a trave direita. Lulinha (que chutou torto), Elkeson (que parou em defesa de Lomba) e Fahel (que mandou à direita) descolaram finalizações que assustaram, mas o placar seguiu ao intervalo com o solitário gol de Elkeson.
Detectando a inabilidade do destro Marcos na lateral-esquerda e a improdutividade de Ricardinho no meio-campo, René Simões tirou logo os dois jogadores no intervalo e promoveu as entradas de Maranhão e Gabriel. Caio Júnior também mexeu, trocando Somália (que recebera cartão amarelo aos 32 minutos) pelo estreante Léo.
O Bahia se mandava ao ataque, mas esbarrava não somente na correta marcação botafoguense como - talvez principalmente - na própria falta de desorganização da equipe. As coisas pareciam piorar cada vez mais para o time mandante, que aos 14 minutos perdia Maranhão (deslocou o ombro em queda sem qualquer choque com Alessandro, que apenas o acompanhava de perto). O atacante Rafael foi posto em seu lugar, sem que René Simões orientasse alguém a fazer o lado esquerdo da defesa.
Parecendo talvez traumatizado com alguma experiência de jogador expulso pelo segundo cartão amarelo, Caio Júnior decidiu tirar de campo o pendurado lateral-esquerdo Márcio Azevedo e colocar o meia Thiago Galhardo. O prêmio pela "invenção" foi o gol de empate sofrido 3 minutos depois: aos 32', Fahel completou de cabeça cobrança de escanteio e estufou a rede de seu ex-clube.
Na busca por uma vitória que parecia desenhada, o Botafogo aumentou o volume de jogo e chegou a estabelecer certa pressão no Bahia. Caio Júnior ainda trocou Herrera por Caio, conservando a equipe com um único atacante. E o placar de 1a1 manteve-se até o apito final de Leandro Pedro Vuaden. Foi o primeiro empate entre Bahia e Botafogo nos últimos 17 anos.
Outros resultados
Sábado
São Paulo 2a1 Cruzeiro
Vasco 2a0 Internacional
Atlético/PR 0a0 Avaí
Domingo
Fluminense 0a1 Flamengo
Grêmio 2a0 Coritiba
Atlético/GO 0a1 Corinthians
Atlético/MG 2a0 América/MG
Figueirense 1a1 Ceará
Palmeiras 3a0 Santos
domingo, 10 de julho de 2011
Com A Cara De Um Brasil E Estados Unidos...
Gol contra, pênalti desperdiçado que a arbitragem manda voltar, expulsão, gol em momento dramático, belas jogadas, belas jogadoras. Tudo isso e algo mais fizeram parte da partida entre Brasil e Estados Unidos, pela fase quartas-de-final no Mundial 2011, na Alemanha. O estádio em Dresden recebeu mais de 25.000 espectadores (a maioria incentivando a seleção estadunidense) e sediou um candidato a jogo mais emocionante da competição, que foi esse empate de 2a2 (1a1 no tempo normal) e que terminou com classificação norte-americana após desempate por pênaltis.
O jogo
Comecei a acompanhar a transmissão pouco depois do gol de empate marcado por Marta. Se por um lado guardo para mim que perdi bastante coisa, por outro tenho convicção de que cada minuto assistido foi interessante.
O Brasil ficou atrás no placar logo no início, pois com um minuto de jogo a defensora brasileira Daiane Menezes Rodrigues, na tentativa de cortar cruzamento rasteiro de Shannon Boxx vindo do lado esquerdo de ataque americano, acabou jogando na própria rede. Um duro golpe para uma defesa que não foi vazada em nenhuma das três partidas disputadas na fase de grupos.
O Brasil quase empatou aos 37 minutos, quando Fabiana se virou pelo lado direito, colocou a bola na área (não sei se tentando cruzar ou efetivamente finalizar) e viu a redonda quicar no travessão.
Veio o segundo tempo e a atacante Cristiane protagonizou duas jogadas individuais. A primeira, aos 7 minutos, tentando driblar duas adversárias na proximidade da linha final, não deu em nada, pois o campo "ficou pequeno" para ela. A segunda, aos 14 minutos, contou com uma finalização que deu trabalho para a bela goleira Hope Solo, que saltou para realizar a defesa em dois tempos.
Se é pra falar em jogada individual, então que falemos de Marta Vieira da Silva: aos 19 minutos, a camisa 10 brasileira se livrou de duas adversárias com um único chapéu e caiu na área. Foi marcada penalidade máxima e ainda saiu cartão vermelho para Rachel Buehler. A cobrança aconteceu aos 21 minutos, com Cristiane buscando o canto esquerdo e Hope Solo indo buscar. Mas a árbitra australiana Jacqui Melksham mandou que o pênalti fosse cobrado novamente, dando cartão amarelo para a goleira que realizara a defesa (não vi qualquer irregularidade da camisa 1 no lance, pois seu deslocamento foi lateral, e não para a frente). Então, no minuto posterior, quem pegou a bola e mandou pra rede foi Marta. O Brasil chegava ao empate e passava a atuar com uma jogadora a mais.
Quem viu o jogo a partir daí (caso desse que vos digita) certamente não seria capaz de supôr que as americanas estavam em desvantagem numérica: o time comandado pela sueca Pia Mariane Sundhage envolvia a seleção brasileira, pressionava e freqüentava assiduamente o campo ofensivo. O apito final aos 48 minutos soou mais aliviante para o Brasil do que para os Estados Unidos.
Se o Brasil havia sofrido um gol com um minuto de jogo, eis que encontrou um gol com um minuto de prorrogação: Maurine Dornelles Gonçalves cruzou da esquerda e Marta mostrou grande agilidade, poder de decisão e noção da localização da baliza quando com um único toque desviou a bola, praticamente do vértice esquerdo da pequena área e mandando a redonda até o canto oposto. Gol de quem entende.
Aos 7 minutos os Estados Unidos só não chegaram ao empate porque a goleira brasileira Andréia Suntaque não permitiu: Abby Wambach recolheu a bola na área e soltou lindo chute cruzado, que tinha o endereço do canto direito. Mas tão lindo quanto o chute foi a defesa sensacional que a arqueira de 33 anos conseguiu realizar, espalmando brilhantemente.
Veio o segundo tempo da prorrogação e a seleção estadunidense seguia melhor em campo. É bem verdade que o Brasil conseguia contra-atacar tirando proveito dos espaços concedidos, mas o jogo se apresentava de uma forma que parecia impossível crer que as americanas estavam com uma jogadora a menos que as brasileiras. Foram indicados 3 minutos como acréscimo. E se o jogo teve um gol logo no comecinho, teve outro justamente no finalzinho: aos 16 minutos, Megan Rapinoe recebeu pela esquerda e descolou lançamento maravilhoso praticamente da intermediária. Daí bastou que Andréia não chegasse na bola para que Wambach mostrasse grande oportunismo e completasse de cabeça. 2a2 no placar.
O desempate por pênaltis começou com Andréia indo buscar o chute de Boxx, mas Jacqui Melksham mandou voltar a cobrança (Andréia de fato movimentou-se para a frente, o que é irregular e justificou a decisão da árbitra). Boxx cobrou praticamente da mesma forma, Andréia saltou praticamente da mesma maneira, mas dessa vez a bola estufou a rede. Se Marta, Cristiane e Francielle converteram para o Brasil, as americanas também tiraram proveito de suas cobranças (aliás, a maioria delas muito bem executadas). E quiseram os deuses do futebol que aquele fosse um dia para Daiane Menezes "pagar os seus pecados": a defensora, que marcara um gol contra no início de jogo, desperdiçou a cobrança que lhe coube. E olha que Daiane cobrou bem, muito perto da trave direita, mas viu a goleira Hope Solo atuar magnificamente para espalmar. Se essa bela goleira já aparece bem na foto mesmo sem se mexer, imagina quando intervém de forma fantástica como naquele momento... O desfecho ficou para Alexandra Krieger, que colocou 5a3 na contagem e foi comemorar com as companheiras a classificação estadunidense.
Agora, o telespectador terá um desafio para manter-se concentrado no jogo semifinal, na próxima quarta-feira, em Mönchengladbach: estarão no mesmo campo as belas Louisa Necib (meio-campista francesa, camisa 14) e a goleira americana Hope Solo. A outra vaga na final será disputada entre japonesas e suecas, em Frankfurt, também quarta-feira.
Outros resultados
Sábado
Inglaterra 1a1 França (França avança nos pênaltis)
Alemanha 0a1 Japão (0a0 no tempo normal)
Domingo
Suécia 3a1 Austrália
O jogo
Comecei a acompanhar a transmissão pouco depois do gol de empate marcado por Marta. Se por um lado guardo para mim que perdi bastante coisa, por outro tenho convicção de que cada minuto assistido foi interessante.
O Brasil ficou atrás no placar logo no início, pois com um minuto de jogo a defensora brasileira Daiane Menezes Rodrigues, na tentativa de cortar cruzamento rasteiro de Shannon Boxx vindo do lado esquerdo de ataque americano, acabou jogando na própria rede. Um duro golpe para uma defesa que não foi vazada em nenhuma das três partidas disputadas na fase de grupos.
O Brasil quase empatou aos 37 minutos, quando Fabiana se virou pelo lado direito, colocou a bola na área (não sei se tentando cruzar ou efetivamente finalizar) e viu a redonda quicar no travessão.
Veio o segundo tempo e a atacante Cristiane protagonizou duas jogadas individuais. A primeira, aos 7 minutos, tentando driblar duas adversárias na proximidade da linha final, não deu em nada, pois o campo "ficou pequeno" para ela. A segunda, aos 14 minutos, contou com uma finalização que deu trabalho para a bela goleira Hope Solo, que saltou para realizar a defesa em dois tempos.
Se é pra falar em jogada individual, então que falemos de Marta Vieira da Silva: aos 19 minutos, a camisa 10 brasileira se livrou de duas adversárias com um único chapéu e caiu na área. Foi marcada penalidade máxima e ainda saiu cartão vermelho para Rachel Buehler. A cobrança aconteceu aos 21 minutos, com Cristiane buscando o canto esquerdo e Hope Solo indo buscar. Mas a árbitra australiana Jacqui Melksham mandou que o pênalti fosse cobrado novamente, dando cartão amarelo para a goleira que realizara a defesa (não vi qualquer irregularidade da camisa 1 no lance, pois seu deslocamento foi lateral, e não para a frente). Então, no minuto posterior, quem pegou a bola e mandou pra rede foi Marta. O Brasil chegava ao empate e passava a atuar com uma jogadora a mais.
Quem viu o jogo a partir daí (caso desse que vos digita) certamente não seria capaz de supôr que as americanas estavam em desvantagem numérica: o time comandado pela sueca Pia Mariane Sundhage envolvia a seleção brasileira, pressionava e freqüentava assiduamente o campo ofensivo. O apito final aos 48 minutos soou mais aliviante para o Brasil do que para os Estados Unidos.
Se o Brasil havia sofrido um gol com um minuto de jogo, eis que encontrou um gol com um minuto de prorrogação: Maurine Dornelles Gonçalves cruzou da esquerda e Marta mostrou grande agilidade, poder de decisão e noção da localização da baliza quando com um único toque desviou a bola, praticamente do vértice esquerdo da pequena área e mandando a redonda até o canto oposto. Gol de quem entende.
Aos 7 minutos os Estados Unidos só não chegaram ao empate porque a goleira brasileira Andréia Suntaque não permitiu: Abby Wambach recolheu a bola na área e soltou lindo chute cruzado, que tinha o endereço do canto direito. Mas tão lindo quanto o chute foi a defesa sensacional que a arqueira de 33 anos conseguiu realizar, espalmando brilhantemente.
Veio o segundo tempo da prorrogação e a seleção estadunidense seguia melhor em campo. É bem verdade que o Brasil conseguia contra-atacar tirando proveito dos espaços concedidos, mas o jogo se apresentava de uma forma que parecia impossível crer que as americanas estavam com uma jogadora a menos que as brasileiras. Foram indicados 3 minutos como acréscimo. E se o jogo teve um gol logo no comecinho, teve outro justamente no finalzinho: aos 16 minutos, Megan Rapinoe recebeu pela esquerda e descolou lançamento maravilhoso praticamente da intermediária. Daí bastou que Andréia não chegasse na bola para que Wambach mostrasse grande oportunismo e completasse de cabeça. 2a2 no placar.
Nem Andréia nem Daiane: quem chega na bola é Wambach, que empata a partida no fechar das cortinas e proporciona momento memorável na disputa entre Brasil e Estados Unidos.
Goleira americana Hope Solo salta ao canto direito e faz linda defesa na cobrança de Daiane.
Agora, o telespectador terá um desafio para manter-se concentrado no jogo semifinal, na próxima quarta-feira, em Mönchengladbach: estarão no mesmo campo as belas Louisa Necib (meio-campista francesa, camisa 14) e a goleira americana Hope Solo. A outra vaga na final será disputada entre japonesas e suecas, em Frankfurt, também quarta-feira.
Outros resultados
Sábado
Inglaterra 1a1 França (França avança nos pênaltis)
Alemanha 0a1 Japão (0a0 no tempo normal)
Domingo
Suécia 3a1 Austrália
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Uma Nova Dose De Vinho Tinto
Depois de estrear jogando de igual para igual com a seleção brasileira, a Venezuela tornou-se a primeira seleção a vencer um jogo no grupo B pela Copa América 2011. E ao contrário de algumas outras seleções - que quando saem na frente preferem adotar a cautela como estratégia (ver Brasil 2a2 Paraguai) -, a equipe venezuelana manteve-se firme na empreitada de atacar o adversário, mostrando aos equatorianos e a quem mais quisesse ver que o outrora "saco de pancadas" é hoje uma seleção em franca ascensão e que merece atenção. A simpatia deste blogeiro ela já tem de longa data.
O jogo
Apostando num jogo coletivo já visto na partida de estréia, a Venezuela foi a campo mostrando-se bem à vontade e chegava a ditar o ritmo do jogo diante dos equatorianos, que tinham dificuldades em conter os deslocamentos de Juan Fernando Arango Sáenz e Giancarlo Gregorio Maldonado Marrero, figuras de intensa participação no primeiro tempo. Quando tinha a bola consigo, o Equador era mais agudo quando as jogadas envolviam Christian Rogelio Benítez Betancourt e Felipe Salvador Caicedo Corozo, jogadores de vigor físico e explosão, características que redobravam o trabalho de uma zaga que tinha o lento Oswaldo Augusto Vizcarrondo Araújo tentando se desdobrar para dar conta de proteger a meta defendida por Renny Vicente Vega.
Apesar de o jogo contar com duas seleções focadas em atacar, os goleiros foram participar mais ativamente da partida somente na etapa complementar - e tanto Renny Vega quanto Marcelo Ramón Elizaga Ferrero (destaque na estréia entre Equador e Paraguai) apresentaram qualidades debaixo das traves. Precisáva-se de algo especial para sair um gol entre duas equipes que vinham de empate por 0a0. E isso foi ocorrer aos 16 minutos do segundo tempo: após envolvente troca de passes, Nicolás Ladislao Fedor Flores rolou para César Eduardo González Amáis. E eis que o camisa 11 acertou um chute daqueles raríssimos, pegando em cheio na bola e mandando diretamente na gaveta. Com um golaço, estava aberta a contagem no estádio Padre Ernesto Martearena, na província de Salta.
Para melhorar sua situação, o Equador não tinha outra solução a não ser partir pra cima da Venezuela. E chegou muito perto da igualdade no placar em sensacional jogada individual de Felipe Caicedo: o camisa 9 fez fila na defesa venezuelana dando poucos toques na bola e escapando de três adversários. O único vacilo de Caicedo foi no que parecia ser o momento mais simples do lance - a finalização. A bola acabou sendo chutada sem força e facilitando o trabalho de Vega, que segurou sem maiores transtornos.
Com pouco poder de criação, os equatorianos passaram a insistir em bolas alçadas para tentar melhor sorte no jogo. Além do insucesso nessas tentativas aéreas, o Equador ainda era posto em dificuldade quando os venezuelanos partiam para o ataque, na maioria das vezes mantendo a bola no chão e, naquela altura, contando com o ágil meio-campista Jesús Manuel Meza Moreno, que a todo momento encostava no ataque e causava dificuldades à defesa equatoriana. No final das contas, manteve-se o 1a0 e fez-se a alegria da Venezuela. Das equipes que vi jogar até o momento, "La Vinotinto" pode ser considerada a "sensação" da competição. Sabe lidar com as próprias limitações e se fortalece na combinação de suas partes, formando um todo bastante coeso e capaz de manter-se competitivo. Pode aprontar muito mais em solo argentino o time de César Farías.
O jogo
Apostando num jogo coletivo já visto na partida de estréia, a Venezuela foi a campo mostrando-se bem à vontade e chegava a ditar o ritmo do jogo diante dos equatorianos, que tinham dificuldades em conter os deslocamentos de Juan Fernando Arango Sáenz e Giancarlo Gregorio Maldonado Marrero, figuras de intensa participação no primeiro tempo. Quando tinha a bola consigo, o Equador era mais agudo quando as jogadas envolviam Christian Rogelio Benítez Betancourt e Felipe Salvador Caicedo Corozo, jogadores de vigor físico e explosão, características que redobravam o trabalho de uma zaga que tinha o lento Oswaldo Augusto Vizcarrondo Araújo tentando se desdobrar para dar conta de proteger a meta defendida por Renny Vicente Vega.
Apesar de o jogo contar com duas seleções focadas em atacar, os goleiros foram participar mais ativamente da partida somente na etapa complementar - e tanto Renny Vega quanto Marcelo Ramón Elizaga Ferrero (destaque na estréia entre Equador e Paraguai) apresentaram qualidades debaixo das traves. Precisáva-se de algo especial para sair um gol entre duas equipes que vinham de empate por 0a0. E isso foi ocorrer aos 16 minutos do segundo tempo: após envolvente troca de passes, Nicolás Ladislao Fedor Flores rolou para César Eduardo González Amáis. E eis que o camisa 11 acertou um chute daqueles raríssimos, pegando em cheio na bola e mandando diretamente na gaveta. Com um golaço, estava aberta a contagem no estádio Padre Ernesto Martearena, na província de Salta.
Para melhorar sua situação, o Equador não tinha outra solução a não ser partir pra cima da Venezuela. E chegou muito perto da igualdade no placar em sensacional jogada individual de Felipe Caicedo: o camisa 9 fez fila na defesa venezuelana dando poucos toques na bola e escapando de três adversários. O único vacilo de Caicedo foi no que parecia ser o momento mais simples do lance - a finalização. A bola acabou sendo chutada sem força e facilitando o trabalho de Vega, que segurou sem maiores transtornos.
Com pouco poder de criação, os equatorianos passaram a insistir em bolas alçadas para tentar melhor sorte no jogo. Além do insucesso nessas tentativas aéreas, o Equador ainda era posto em dificuldade quando os venezuelanos partiam para o ataque, na maioria das vezes mantendo a bola no chão e, naquela altura, contando com o ágil meio-campista Jesús Manuel Meza Moreno, que a todo momento encostava no ataque e causava dificuldades à defesa equatoriana. No final das contas, manteve-se o 1a0 e fez-se a alegria da Venezuela. Das equipes que vi jogar até o momento, "La Vinotinto" pode ser considerada a "sensação" da competição. Sabe lidar com as próprias limitações e se fortalece na combinação de suas partes, formando um todo bastante coeso e capaz de manter-se competitivo. Pode aprontar muito mais em solo argentino o time de César Farías.
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Mano 'À La' Dunga, Martino 'À La' Bielsa
Brasil e Paraguai, duas equipes que chegaram às quartas-de-final no Mundial 2010, mediram forças no estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, e protagonizaram a partida de mais gols nessa Copa América ao empatarem em 2a2.
O jogo
Foram feitas modificações nas seleções brasileira e paraguaia em relação aos times que foram a campo na estréia da competição - Mano Menezes barrou Robinho e optou por colocar Jádson, reforçando o setor de criação e possibilitando maior interação com o camisa 10 Paulo Henrique Ganso, enquanto o argentino Gerardo Martino mexeu na defesa (deslocando Darío Verón da zaga para a lateral-direira, ocupando o lugar de Iván Piris e cedendo espaço para a entrada de Antolín Alcáraz) e também no meio-campo, colocando Enrique Vera como titular (na estréia, Vera teve atuação destacada saindo do banco para substituir o contundido Édgar Barreto).
O início de jogo foi de amplo domínio paraguaio: com os apoios de Verón pela direita, de Aureliano Torres pela esquerda e principalmente graças a atuação inspirada de Marcelo Estigarribia, o time tomava conta dos flancos do campo e deixava os laterais brasileiros Daniel Alves e André Santos sob pressão. O camisa 2 barcelonista levou um verdadeiro baile de Estigarribia nos minutos iniciais, e a bem da verdade não recordo de em algum momento vê-lo levar vantagem pra cima do interessante camisa 21 paraguaio.
Impulsionado pela atuação maiúscula de Ramires, o Brasil foi equilibrando a partida e fazendo aparecer o talento de Paulo Henrique, que, ao lado de Jádson, conseguia tramar algo diferenciado. E o primeiro gol do jogo contou exatamente com esses três jogadores: Ramires disputou a bola em pé e também deitado, conseguiu fazê-la chegar em PH Ganso e este tocou para Jádson, que chutou de fora da área mandando rasteiro, no canto direito. Primeiro gol do jogo, do Brasil e do grupo B na Copa América 2011, aos 38 minutos do primeiro tempo na segunda rodada.
Se o Brasil crescia de produção na parte final do primeiro tempo, nada como voltar do intervalo mantendo essa crescente. Soa óbvio? Talvez não para o treinador Mano Menezes, que tirou Jádson de campo e colocou Elano, jogador que tem lá as suas qualidades mas longe da mesma capacidade de criação que o camisa 20. Portanto, Mano Menezes partia para um esquema semelhante ao da "Era Dunga": dois homens à frente de um único meia-de-ligação de origem. Resultado: Ganso ficou mais isolado e o Brasil mais perdido para articular a dupla Alexandre Pato e Neymar.
Na beira do gramado, Gerardo Martino mostrava ter outras intenções para a partida e conversava com o atacante Haedo Valdéz, pronto para entrar em campo - não sei quem sairia naquele momento, mas estou convicto de que o teor da conversa era mais atrativo do que o papo que Mano deve ter tido com Elano. Aos 9 minutos, Estigarribia desceu pela esquerda e centralizou com toque preciso, que passou por Thiago Silva e encontrou o atacante Roque Santa Cruz em liberdade para completar: 1a1 no placar. Se o gol fez Martino desistir de colocar Valdéz? Nada disso: pouco depois, saía Lucas Barrios para a entrada do atacante camisa 18.
Se Daniel Alves passava quase a totalidade da partida atormentado por Torres e Estigarribia, aos 21 minutos apareceu Cristian Riveros para incrementar o pesadelo que o lateral-direito vivenciava acordado: após bola lançada, Daniel se atrapalhou na passada e permitiu o desarme de Riveros. O camisa 15 rolou de lado, Santa Cruz pegou a bola e passou para Valdéz, que ficou de frente com o goleiro Júlio César, finalizou rasteiro, o zagueiro Lúcio conseguiu a proeza de chegar na bola, mas para sorte paraguaia a redonda tomou o rumo da rede.
Provando que a filosofia futebolística de Mano Menezes é condicionada pelo resultado da partida em andamento, o treinador trocou um volante por um meia. Não seria nada digno de críticas se ele não tivesse escolhido exatamente o melhor jogador em campo para deixar o gramado... Então, aos 24 minutos entrou Lucas Rodrigues, saiu Ramires. De forma patética, Mano retornava ao esquema que iniciou a partida e que quando permaneceu em campo vencia o jogo por 1a0. Aos 36 minutos, trocou o inoperante Neymar por Fred. Para sorte de Mano e felicidade geral de uma nação que se move por resultados, aos 44 minutos Fred recebeu de Ganso e chutou no canto direito para empatar a partida.
Observando a história do jogo, analisando a reação dos treinadores ao desenrolar dos acontecimentos e sugerindo que havia uma seleção pentacampeã mundial em campo, eu jamais diria que esta trajava amarelo. Mano tem muito o que aprender com Martino e a escola desenvolvida por Marcelo "El Loco" Bielsa. Espero que esse aprendizado aconteça e seja posto em prática antes de deixar a seleção brasileira.
O jogo
Foram feitas modificações nas seleções brasileira e paraguaia em relação aos times que foram a campo na estréia da competição - Mano Menezes barrou Robinho e optou por colocar Jádson, reforçando o setor de criação e possibilitando maior interação com o camisa 10 Paulo Henrique Ganso, enquanto o argentino Gerardo Martino mexeu na defesa (deslocando Darío Verón da zaga para a lateral-direira, ocupando o lugar de Iván Piris e cedendo espaço para a entrada de Antolín Alcáraz) e também no meio-campo, colocando Enrique Vera como titular (na estréia, Vera teve atuação destacada saindo do banco para substituir o contundido Édgar Barreto).
O início de jogo foi de amplo domínio paraguaio: com os apoios de Verón pela direita, de Aureliano Torres pela esquerda e principalmente graças a atuação inspirada de Marcelo Estigarribia, o time tomava conta dos flancos do campo e deixava os laterais brasileiros Daniel Alves e André Santos sob pressão. O camisa 2 barcelonista levou um verdadeiro baile de Estigarribia nos minutos iniciais, e a bem da verdade não recordo de em algum momento vê-lo levar vantagem pra cima do interessante camisa 21 paraguaio.
Impulsionado pela atuação maiúscula de Ramires, o Brasil foi equilibrando a partida e fazendo aparecer o talento de Paulo Henrique, que, ao lado de Jádson, conseguia tramar algo diferenciado. E o primeiro gol do jogo contou exatamente com esses três jogadores: Ramires disputou a bola em pé e também deitado, conseguiu fazê-la chegar em PH Ganso e este tocou para Jádson, que chutou de fora da área mandando rasteiro, no canto direito. Primeiro gol do jogo, do Brasil e do grupo B na Copa América 2011, aos 38 minutos do primeiro tempo na segunda rodada.
Se o Brasil crescia de produção na parte final do primeiro tempo, nada como voltar do intervalo mantendo essa crescente. Soa óbvio? Talvez não para o treinador Mano Menezes, que tirou Jádson de campo e colocou Elano, jogador que tem lá as suas qualidades mas longe da mesma capacidade de criação que o camisa 20. Portanto, Mano Menezes partia para um esquema semelhante ao da "Era Dunga": dois homens à frente de um único meia-de-ligação de origem. Resultado: Ganso ficou mais isolado e o Brasil mais perdido para articular a dupla Alexandre Pato e Neymar.
Na beira do gramado, Gerardo Martino mostrava ter outras intenções para a partida e conversava com o atacante Haedo Valdéz, pronto para entrar em campo - não sei quem sairia naquele momento, mas estou convicto de que o teor da conversa era mais atrativo do que o papo que Mano deve ter tido com Elano. Aos 9 minutos, Estigarribia desceu pela esquerda e centralizou com toque preciso, que passou por Thiago Silva e encontrou o atacante Roque Santa Cruz em liberdade para completar: 1a1 no placar. Se o gol fez Martino desistir de colocar Valdéz? Nada disso: pouco depois, saía Lucas Barrios para a entrada do atacante camisa 18.
Se Daniel Alves passava quase a totalidade da partida atormentado por Torres e Estigarribia, aos 21 minutos apareceu Cristian Riveros para incrementar o pesadelo que o lateral-direito vivenciava acordado: após bola lançada, Daniel se atrapalhou na passada e permitiu o desarme de Riveros. O camisa 15 rolou de lado, Santa Cruz pegou a bola e passou para Valdéz, que ficou de frente com o goleiro Júlio César, finalizou rasteiro, o zagueiro Lúcio conseguiu a proeza de chegar na bola, mas para sorte paraguaia a redonda tomou o rumo da rede.
Provando que a filosofia futebolística de Mano Menezes é condicionada pelo resultado da partida em andamento, o treinador trocou um volante por um meia. Não seria nada digno de críticas se ele não tivesse escolhido exatamente o melhor jogador em campo para deixar o gramado... Então, aos 24 minutos entrou Lucas Rodrigues, saiu Ramires. De forma patética, Mano retornava ao esquema que iniciou a partida e que quando permaneceu em campo vencia o jogo por 1a0. Aos 36 minutos, trocou o inoperante Neymar por Fred. Para sorte de Mano e felicidade geral de uma nação que se move por resultados, aos 44 minutos Fred recebeu de Ganso e chutou no canto direito para empatar a partida.
Observando a história do jogo, analisando a reação dos treinadores ao desenrolar dos acontecimentos e sugerindo que havia uma seleção pentacampeã mundial em campo, eu jamais diria que esta trajava amarelo. Mano tem muito o que aprender com Martino e a escola desenvolvida por Marcelo "El Loco" Bielsa. Espero que esse aprendizado aconteça e seja posto em prática antes de deixar a seleção brasileira.
Em foco, Mano Menezes orienta seus comandados: treinador não "bancou" sua proposta inicial e levou a virada após mudar o time. Gerardo Martino, à frente, manteve-se fiel a um estilo independentemente do placar.
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sábado, 9 de julho de 2011
Bonito De Se Ver: França Vence Inglaterra E Está Na Semifinal
Empatando o jogo aos 42 minutos do segundo tempo e mais inteira fisicamente durante a prorrogação, a seleção francesa conseguiu a classificação para a fase semifinal no Mundial Feminino 2011 apenas no desempate por penalidades, eliminando a Inglaterra e aguardando a vencedora entre Brasil e Estados Unidos da América, que duelam nesse domingo.
O jogo
Já inicio o relato dos acontecimentos esclarecendo que só comecei a acompanhar a partida por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando a Inglaterra vencia por 1a0. E valeu demais ter visto o desenrolar do jogo a partir de então, pois não faltaram emoções e momentos interessantes nessa partida vibrante e intensa.
Com 12 minutos no segundo tempo, a seleção inglesa conseguiu abrir o placar através de bonito chute descolado por Jill Louise Scott, meio-campista de 24 anos e que atua no Everton: a camisa 4 escapou de uma marcação dupla que a acompanhava e tinha a opção do passe para a direita, mas foi feliz em optar pelo remate de fora da área, encobrindo a goleira Celine Deville e abrindo o placar no estádio Bay Arena, em Leverkusen.
A França jogava melhor (segundo comentários de terceiros, já era superior antes mesmo de levar o gol) e passou a encantar esse que vos digita, que contemplava empolgado a boa troca de passes e construções de jogadas que envolviam todo o sistema defensivo inglês - e olha que a Inglaterra dedicava cerca de oito jogadoras à marcação, estabelecendo duas linhas de quatro na última terça parte de gramado, sendo prensada pelas constantes investidas francesas.
A camisa 14 Louisa Necib esbanjava beleza física e capacidade técnica, desfilando pelo gramado seus belos traços naturais e sua aptidão em pegar bem na bola, num estilo de jogo semelhante ao do inglês David Beckham. Apesar de seu bom desempenho dentro das quatro linhas, Necib veio a ser substituída pelo treinador Bruno Bini (o que considero um equívoco) e deu lugar para Sandrine Bretigny.
A França havia criado pelo menos três chances daquelas que por detalhe não terminam em gol, e quando o relógio marcava 41 minutos e 55 segundos, uma sobra de bola muito bem chutada por Elise Bussaglia tomou um rumo que deu ao placar uma cara mais próxima à realidade da partida. Golaço da meio-campista de 25 anos (apenas seis dias mais velha que o blogueiro), jogadora do Paris Saint-Germain.
Veio a prorrogação, e se por um lado a França não adotou a mesma intensidade de quando partia para cima na busca pelo empate, a Inglaterra se via em situação complicada, pois estava visivelmente mais debilitada fisicamente (a camisa 10 Kelly Jayne Smith, de 32 anos de idade, foi heróica por permanecer em campo até o apito final, deslocando-se mancando pelo gramado, ciente de que naquela altura a treinadora Hope Powell já havia realizado as três substituições permitidas pelo regulamento).
O jogo precisou ir para as penalidades máximas, último recurso do futebol atual nas competições da FIFA para decretar um vencedor e um perdedor numa partida eliminatória. Considero um mecanismo bastante problemático, pois transforma um esporte coletivo em duelo de mérito basicamente individual. Mas quiseram os deuses do futebol que o desenrolar das cobranças classificassem exatamente a equipe que jogou melhor na maior parte do tempo, para alegria das francesas e satisfação do blogueiro, que dá os parabéns à França e também à Inglaterra, que foi até o limite de suas forças para manter a esperança numa vaga.
Nos pênaltis, a França abriu a série desperdiçando a cobrança (Camille Abily buscou o canto direito mas parou em linda defesa de Karen Louise Bardsley, que saltou e encaixou a bola), mas depois conseguiu converter todos os chutes seguintes, alguns deles em exímias cobranças. Pelo lado inglês, Kelly Smith contrariou a tese de que não é recomendado indicar alguém fisicamente exausto para cobrar uma penalidade, convertendo com precisão no canto esquerdo. Mas Claire Laurent Rafferty (que entrou no segundo tempo de partida) e Ellen Toni White (que teve boa atuação, inclusive salvando um gol francês no tempo regulamentar ao mergulhar e desviar de cabeça) não foram felizes em suas cobranças.
Outro resultado
Alemanha 0a1 Japão (gol marcado no segundo tempo da prorrogação)
O vencedor de Suécia e Austrália enfrenta o Japão. A outra semifinal será entre a França e o vencedor de Brasil e Estados Unidos.
O jogo
Já inicio o relato dos acontecimentos esclarecendo que só comecei a acompanhar a partida por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando a Inglaterra vencia por 1a0. E valeu demais ter visto o desenrolar do jogo a partir de então, pois não faltaram emoções e momentos interessantes nessa partida vibrante e intensa.
Com 12 minutos no segundo tempo, a seleção inglesa conseguiu abrir o placar através de bonito chute descolado por Jill Louise Scott, meio-campista de 24 anos e que atua no Everton: a camisa 4 escapou de uma marcação dupla que a acompanhava e tinha a opção do passe para a direita, mas foi feliz em optar pelo remate de fora da área, encobrindo a goleira Celine Deville e abrindo o placar no estádio Bay Arena, em Leverkusen.
A França jogava melhor (segundo comentários de terceiros, já era superior antes mesmo de levar o gol) e passou a encantar esse que vos digita, que contemplava empolgado a boa troca de passes e construções de jogadas que envolviam todo o sistema defensivo inglês - e olha que a Inglaterra dedicava cerca de oito jogadoras à marcação, estabelecendo duas linhas de quatro na última terça parte de gramado, sendo prensada pelas constantes investidas francesas.
A camisa 14 Louisa Necib esbanjava beleza física e capacidade técnica, desfilando pelo gramado seus belos traços naturais e sua aptidão em pegar bem na bola, num estilo de jogo semelhante ao do inglês David Beckham. Apesar de seu bom desempenho dentro das quatro linhas, Necib veio a ser substituída pelo treinador Bruno Bini (o que considero um equívoco) e deu lugar para Sandrine Bretigny.
A França havia criado pelo menos três chances daquelas que por detalhe não terminam em gol, e quando o relógio marcava 41 minutos e 55 segundos, uma sobra de bola muito bem chutada por Elise Bussaglia tomou um rumo que deu ao placar uma cara mais próxima à realidade da partida. Golaço da meio-campista de 25 anos (apenas seis dias mais velha que o blogueiro), jogadora do Paris Saint-Germain.
Veio a prorrogação, e se por um lado a França não adotou a mesma intensidade de quando partia para cima na busca pelo empate, a Inglaterra se via em situação complicada, pois estava visivelmente mais debilitada fisicamente (a camisa 10 Kelly Jayne Smith, de 32 anos de idade, foi heróica por permanecer em campo até o apito final, deslocando-se mancando pelo gramado, ciente de que naquela altura a treinadora Hope Powell já havia realizado as três substituições permitidas pelo regulamento).
O jogo precisou ir para as penalidades máximas, último recurso do futebol atual nas competições da FIFA para decretar um vencedor e um perdedor numa partida eliminatória. Considero um mecanismo bastante problemático, pois transforma um esporte coletivo em duelo de mérito basicamente individual. Mas quiseram os deuses do futebol que o desenrolar das cobranças classificassem exatamente a equipe que jogou melhor na maior parte do tempo, para alegria das francesas e satisfação do blogueiro, que dá os parabéns à França e também à Inglaterra, que foi até o limite de suas forças para manter a esperança numa vaga.
Nos pênaltis, a França abriu a série desperdiçando a cobrança (Camille Abily buscou o canto direito mas parou em linda defesa de Karen Louise Bardsley, que saltou e encaixou a bola), mas depois conseguiu converter todos os chutes seguintes, alguns deles em exímias cobranças. Pelo lado inglês, Kelly Smith contrariou a tese de que não é recomendado indicar alguém fisicamente exausto para cobrar uma penalidade, convertendo com precisão no canto esquerdo. Mas Claire Laurent Rafferty (que entrou no segundo tempo de partida) e Ellen Toni White (que teve boa atuação, inclusive salvando um gol francês no tempo regulamentar ao mergulhar e desviar de cabeça) não foram felizes em suas cobranças.
Francesas celebram a classificação: equipe foi buscar o empate aos 42 minutos do segundo tempo e começou a disputa por pênaltis em desvantagem.
Alemanha 0a1 Japão (gol marcado no segundo tempo da prorrogação)
O vencedor de Suécia e Austrália enfrenta o Japão. A outra semifinal será entre a França e o vencedor de Brasil e Estados Unidos.
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Peru Vence México E Mostra Qualidades
Peru e México fecharam a 2ª rodada pelo grupo C na Copa América (mais cedo o Uruguai e o Chile empataram por 1a1) e quem levou a melhor no estádio Malvinas Argentinas foi a seleção peruana, que fez uma boa partida e venceu o jogo por 1a0, gol do centroavante José Paolo Guerrero Gonzales, goleador isolado na competição, com dois gols marcados.
O jogo
O Peru iniciou o jogo com intensidade e prova disso foram as 3 finalizações dadas antes do relógio marcar 10 minutos. Mas o México encaixou a marcação e a partida passou a ter como desenho ambos os conjuntos fazendo a bola circular pelo gramado na busca por espaços. Espaços esses que sumiam quando as equipes se aproximavam da intermediária oponente.
Veio o intervalo e com ele uma substituição para cada lado: no time peruano, o treinador uruguaio Sergio Apraham Markarián Abrahamian trocou Luis Jan Piers Advíncula Castrillón por Víctor Yoshimar Yotún Flores; já na jovem equipe mexicana, Luis Fernando Tena Garduño pôs Édgar Iván Pacheco Rodríguez na vaga de Paul Nicolás Aguilar Rojas.
O Peru só fazia crescer de produção e, com naturalidade, envolvia o México em tramas de jogadas muito bem trabalhadas. José Guerrero teve grande chance de abrir o placar aos quatro minutos, quando cabeceou com estilo e mandou perto da trave esquerda. Dos pés de Juan Manuel Vargas Risco, versátil jogador de 27 anos com passe pertencendo à italiana Fiorentina, saíam coisas interessantes, como por exemplo duas bolas na trave. A primeira delas aconteceu aos 13 minutos, em finalização cruzada; a segunda deu-se aos 27, quando cobrou falta de forma caprichada e mandou a redonda no vértice esquerdo, fora de alcance para os mortais.
Após tantos sustos, Luis Fernando Tena mexeu no México pela segunda vez, trazendo Miguel Angel Ponce Briseño para o lugar de Darvin Francisco Chavez Ramirez. Três minutos depois, aos 31', Sergio Markarián também realizou a segunda substituição: entrou Michael Fidel Guevara Legua, saiu Paulo Rinaldo Cruzado Durand. Se anteriormente a trave rebateu o que poderiam ser dois gols peruanos, a essa altura quem aparecia salvificamente era a defesa mexicana, que colocada sob pressão rebatia do jeito que dava. De quebra, o goleiro Luis Ernesto Michel Vergara ainda fez grande defesa após novo cabeceio bem dado por Guerrero.
De tanto insistir e mostrar merecer a vitória, o Peru chegou ao gol. Aos 36 minutos, uma troca de passes bem realizada chegou até Fidel Guevara e este honrou os nomes socialistas que carrega consigo, servindo o companheiro Guerrero, que apenas completou para a rede. No lance, o mexicano Javier Aquino Carmona mostrou-se perdidinho, sem marcar ninguém e ainda dando condição de jogo para o camisa 9 peruano.
Após o gol, cada selecionado realizou uma última substituição. No México, saiu Javier Carmona (sabe-se lá se não foi exatamente devido à sua "participação" no lance anterior) e entrou Oribe Peralta Morones. No Peru, Carlos Augusto Lobatón Espejo deu lugar para Josepmir Aaron Ballón Villacorta. O jogo seguiu com os peruanos encaixando passes, naquela altura buscando o gol que o colocaria na liderança da chave e no direito de jogar pelo empate diante do Chile para manter a ponta no grupo C. Mas o placar permaneceu até o apito final do árbitro argentino Sergio Pezzotta, que teve atuação correta.
O jogo
O Peru iniciou o jogo com intensidade e prova disso foram as 3 finalizações dadas antes do relógio marcar 10 minutos. Mas o México encaixou a marcação e a partida passou a ter como desenho ambos os conjuntos fazendo a bola circular pelo gramado na busca por espaços. Espaços esses que sumiam quando as equipes se aproximavam da intermediária oponente.
Veio o intervalo e com ele uma substituição para cada lado: no time peruano, o treinador uruguaio Sergio Apraham Markarián Abrahamian trocou Luis Jan Piers Advíncula Castrillón por Víctor Yoshimar Yotún Flores; já na jovem equipe mexicana, Luis Fernando Tena Garduño pôs Édgar Iván Pacheco Rodríguez na vaga de Paul Nicolás Aguilar Rojas.
O Peru só fazia crescer de produção e, com naturalidade, envolvia o México em tramas de jogadas muito bem trabalhadas. José Guerrero teve grande chance de abrir o placar aos quatro minutos, quando cabeceou com estilo e mandou perto da trave esquerda. Dos pés de Juan Manuel Vargas Risco, versátil jogador de 27 anos com passe pertencendo à italiana Fiorentina, saíam coisas interessantes, como por exemplo duas bolas na trave. A primeira delas aconteceu aos 13 minutos, em finalização cruzada; a segunda deu-se aos 27, quando cobrou falta de forma caprichada e mandou a redonda no vértice esquerdo, fora de alcance para os mortais.
Após tantos sustos, Luis Fernando Tena mexeu no México pela segunda vez, trazendo Miguel Angel Ponce Briseño para o lugar de Darvin Francisco Chavez Ramirez. Três minutos depois, aos 31', Sergio Markarián também realizou a segunda substituição: entrou Michael Fidel Guevara Legua, saiu Paulo Rinaldo Cruzado Durand. Se anteriormente a trave rebateu o que poderiam ser dois gols peruanos, a essa altura quem aparecia salvificamente era a defesa mexicana, que colocada sob pressão rebatia do jeito que dava. De quebra, o goleiro Luis Ernesto Michel Vergara ainda fez grande defesa após novo cabeceio bem dado por Guerrero.
De tanto insistir e mostrar merecer a vitória, o Peru chegou ao gol. Aos 36 minutos, uma troca de passes bem realizada chegou até Fidel Guevara e este honrou os nomes socialistas que carrega consigo, servindo o companheiro Guerrero, que apenas completou para a rede. No lance, o mexicano Javier Aquino Carmona mostrou-se perdidinho, sem marcar ninguém e ainda dando condição de jogo para o camisa 9 peruano.
Após o gol, cada selecionado realizou uma última substituição. No México, saiu Javier Carmona (sabe-se lá se não foi exatamente devido à sua "participação" no lance anterior) e entrou Oribe Peralta Morones. No Peru, Carlos Augusto Lobatón Espejo deu lugar para Josepmir Aaron Ballón Villacorta. O jogo seguiu com os peruanos encaixando passes, naquela altura buscando o gol que o colocaria na liderança da chave e no direito de jogar pelo empate diante do Chile para manter a ponta no grupo C. Mas o placar permaneceu até o apito final do árbitro argentino Sergio Pezzotta, que teve atuação correta.
José Guerrero comemora o gol do jogo: camisa 9 é o primeiro jogador a marcar duas vezes na Copa América 2011.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011
Dragão Cospe Fogo E Empata No Engenhão
Frustração e esperança - esses devem ter sido os dois sentimentos preponderantes, vivenciados respectivamente pelos botafoguenses e pelos atleticanos que assistiram ao empate de 1a1 entre Botafogo e Atlético Goianiense. Enquanto os mais de 13.500 alvinegros que compareceram ao Engenhão não puderam ver uma nova boa atuação da equipe comandada por Caio Júnior, os tricolores devem ter ficado contentes com o desempenho da equipe em pleno campo oponente, lamentando somente não ter conseguido a vitória.
O jogo
Saindo na frente logo aos 4 minutos (o argentino Germán Herrera abria o placar quando o blogueiro se aproximava das arquibancadas, ouvindo os gritos eufóricos pelo gol recém-marcado e conseguindo assistir a comemoração dos jogadores com o camisa 17), tudo levava a crer que o Botafogo confirmaria o favoritismo e descolaria mais uma vitória na competição, seguindo em direção ao topo da tabela de classificação. Mas as coisas não foram assim - muito pelo contrário.
Aceitando a saída do Atlético ao campo de ataque, o Botafogo dava terreno ao adversário e, quando recuperava a bola, tinha dificuldades de encaixar jogadas ofensivas: algo muito em função de erros individuais mas também devido a uma falta de organização tática flagrante. E foi após um erro individual de Somália, que perdeu a bola e proporcionou o contra-ataque ao adversário, que o Botafogo cedeu o empate: aos 15 minutos, Thiago Feltri recebeu na esquerda, cruzou mesmo acompanhado por Alessandro e a bola encontrou Anselmo, que mandou no canto direito. Cabe colocar que o goleiro Renan agiu mal nas escolhas feitas no lance: a primeira foi a de não ter saído para interceptar o levantamento e a segunda foi a de não se mover em direção à finalização.
Ainda no primeiro tempo, uma contusão em Éverton forçou Caio Júnior a fazer a primeira substituição. E ele escolheu colocar em campo Lucas, improvisando um lateral-direito no meio-campo mesmo contando com jogadores como Cidinho, Caio e Alex no banco de reservas. A maior chance alvinegra de desempatar a partida ocorreria aos 40 minutos, mas acabou não ocorrendo porque o árbitro José de Caldas Souza ignorou uma penalidade máxima sofrida por Herrera e ainda aplicou cartão amarelo ao argentino, entendendo simulação. Veio o segundo tempo e o Botafogo foi mais incisivo nas suas tentativas de ataque. Mas o Atlético Goianiense conseguia manter-se seguro na defesa e ligeiro nos contra-ataques, equilibrando a partida e causando dificuldades aos donos da casa.
Aos 15 minutos o Atlético já era flagrantemente superior na partida e teve chance clara de virar o jogo: Juninho fez ótima jogada individual se livrando de quem viesse dar combate, passou pelo goleiro Renan e chutou ao gol. Mas não contava com a intervenção providencial de Márcio Azevedo, que conseguiu desviar para escanteio. A opção por trocar Alessandro por Cidinho (trazendo Lucas para sua posição de origem) acabou deixando o lado direito de defesa alvinegra ainda mais exposto ao ligeiro ataque atleticano, que não cansava de explorar aquele setor. Se o Botafogo apostava na velocidade de Cidinho para conseguir seus objetivos, o fato é que a equipe carecia de uma referência na área: Herrera, voluntarioso, deslocáva-se para buscar jogo e em alguns momentos fazia boas jogadas que, quando colocadas na área, não encontravam nenhum companheiro para finalizá-las.
Caio Júnior tardou para identificar que não fazia o menor sentido insistir no uso de dois volantes quando o time era envolvido na defesa e não tinha um elemento na área adversária. Aos 36 minutos, trocou Somália por Caio. Pouco tempo para que algo fosse modificado e o empate de 1a1 se manteve até o apito final. Com os resultados da rodada, o Botafogo deixa a zona da Libertadores e o Atlético deixa a zona de rebaixamento. Um prêmio sob medida para o que cada um apresentou nessa noite de quinta-feira.
Outros resultados
Quarta-feira
Cruzeiro 2a0 Grêmio
Avaí 2a2 Bahia
Internacional 1a0 Atlético/PR
Ceará 3a0 Atlético/MG
Flamengo 1a0 São Paulo
Corinthians 2a1 Vasco
Quinta-feira
Coritiba 3a0 Figueirense
América/MG 1a1 Palmeiras
O jogo
Saindo na frente logo aos 4 minutos (o argentino Germán Herrera abria o placar quando o blogueiro se aproximava das arquibancadas, ouvindo os gritos eufóricos pelo gol recém-marcado e conseguindo assistir a comemoração dos jogadores com o camisa 17), tudo levava a crer que o Botafogo confirmaria o favoritismo e descolaria mais uma vitória na competição, seguindo em direção ao topo da tabela de classificação. Mas as coisas não foram assim - muito pelo contrário.
Aceitando a saída do Atlético ao campo de ataque, o Botafogo dava terreno ao adversário e, quando recuperava a bola, tinha dificuldades de encaixar jogadas ofensivas: algo muito em função de erros individuais mas também devido a uma falta de organização tática flagrante. E foi após um erro individual de Somália, que perdeu a bola e proporcionou o contra-ataque ao adversário, que o Botafogo cedeu o empate: aos 15 minutos, Thiago Feltri recebeu na esquerda, cruzou mesmo acompanhado por Alessandro e a bola encontrou Anselmo, que mandou no canto direito. Cabe colocar que o goleiro Renan agiu mal nas escolhas feitas no lance: a primeira foi a de não ter saído para interceptar o levantamento e a segunda foi a de não se mover em direção à finalização.
Ainda no primeiro tempo, uma contusão em Éverton forçou Caio Júnior a fazer a primeira substituição. E ele escolheu colocar em campo Lucas, improvisando um lateral-direito no meio-campo mesmo contando com jogadores como Cidinho, Caio e Alex no banco de reservas. A maior chance alvinegra de desempatar a partida ocorreria aos 40 minutos, mas acabou não ocorrendo porque o árbitro José de Caldas Souza ignorou uma penalidade máxima sofrida por Herrera e ainda aplicou cartão amarelo ao argentino, entendendo simulação. Veio o segundo tempo e o Botafogo foi mais incisivo nas suas tentativas de ataque. Mas o Atlético Goianiense conseguia manter-se seguro na defesa e ligeiro nos contra-ataques, equilibrando a partida e causando dificuldades aos donos da casa.
Aos 15 minutos o Atlético já era flagrantemente superior na partida e teve chance clara de virar o jogo: Juninho fez ótima jogada individual se livrando de quem viesse dar combate, passou pelo goleiro Renan e chutou ao gol. Mas não contava com a intervenção providencial de Márcio Azevedo, que conseguiu desviar para escanteio. A opção por trocar Alessandro por Cidinho (trazendo Lucas para sua posição de origem) acabou deixando o lado direito de defesa alvinegra ainda mais exposto ao ligeiro ataque atleticano, que não cansava de explorar aquele setor. Se o Botafogo apostava na velocidade de Cidinho para conseguir seus objetivos, o fato é que a equipe carecia de uma referência na área: Herrera, voluntarioso, deslocáva-se para buscar jogo e em alguns momentos fazia boas jogadas que, quando colocadas na área, não encontravam nenhum companheiro para finalizá-las.
Caio Júnior tardou para identificar que não fazia o menor sentido insistir no uso de dois volantes quando o time era envolvido na defesa e não tinha um elemento na área adversária. Aos 36 minutos, trocou Somália por Caio. Pouco tempo para que algo fosse modificado e o empate de 1a1 se manteve até o apito final. Com os resultados da rodada, o Botafogo deixa a zona da Libertadores e o Atlético deixa a zona de rebaixamento. Um prêmio sob medida para o que cada um apresentou nessa noite de quinta-feira.
Outros resultados
Quarta-feira
Cruzeiro 2a0 Grêmio
Avaí 2a2 Bahia
Internacional 1a0 Atlético/PR
Ceará 3a0 Atlético/MG
Flamengo 1a0 São Paulo
Corinthians 2a1 Vasco
Quinta-feira
Coritiba 3a0 Figueirense
América/MG 1a1 Palmeiras
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Colômbia É Superior, Mas Fica No Zero Com A Argentina
Argentina e Colômbia abriram a 2ª rodada na Copa América 2011 repetindo o resultado mais comum até o momento na competição. E se há algum lado a lamentar o placar de 0a0, certamente não se trata dos donos da casa: os colombianos foram mais time, criaram chances (uma delas desperdiçada de maneira bisonha) e mantiveram-se a maior parte do tempo muito bem postados naquilo proposto pelo treinador Hernán Darío Gómez Jaramillo, mostrando superioridade tática e rendimento coletivo a ponto de compensar uma eventual desvantagem do ponto de vista técnico. Embora ainda sem vitórias na competição, a Argentina depende somente de si para avançar às quartas-de-final (talvez seja aí que more o perigo). Porém, a liderança no grupo A tornou-se algo improvável para a seleção anfitriã, já que esse posto está mais para a Colômbia do que para qualquer outra candidata.
O jogo
Atuando com duas linhas de 4 (uma na defesa e outra encostando no atacante Falcao García), a Colômbia desde o início da partida passava a sensação de saber exatamente do que precisava para neutralizar as investidas argentinas e ainda levar perigo ao adversário. Melhor em campo e praticamente anulando a participação de Lionel Messi (a opção de Sergio Daniel Batista por 3 meio-campistas de características mais defensivas em detrimento da escolha de um homem de criação deixou o craque mais isolado que o recomendado, tornando-o presa fácil para a competente marcação colombiana), a Colômbia teve grande oportunidade de abrir o placar aos 25 minutos: pressionado, Gabriel Milito errou a tentativa de recuo para o goleiro Sergio Romero, Adrián Ramos interceptou, cortou Romero e caiu após choque causado pelo carrinho de Nicolás Burdisso. Pênalti? Que nada, melhor ainda: sem goleiro e com a bola rolando pedindo para ser chutada, Dayro Moreno tinha a baliza à sua frente para empurrar a redonda pra dentro. Mas o camisa 17 conseguiu o menos provável, estufando a rede pelo lado de fora e transformando em tiro-de-meta uma jogada que visualmente era um gol inevitável. Em outras palavras, Dayro Moreno foi mais (in)competente que toda a defesa argentina para evitar que a Colômbia abrisse o placar em Santa Fé.
Com a saída de bola sufocada por 5 homens que pressionavam o toque de bola desde antes da linha que divide o campo, a seleção argentina passava maus bocados diante de sua fanática torcida. Mas teve um bom momento aos 33 minutos, por obra da genialidade de Messi: o melhor jogador da modalidade enfiou no capricho para Ezequiel Lavezzi, deixando o atacante napolitano na cara do goleiro Luis Martínez, que conseguiu evitar o gol esticando a perna direita e rebatendo a finalização cruzada do camisa 21.
Goleador na última edição da Liga Europa, Falcao García atormentava a defesa argentina com seu grande senso de posicionamento entre os zagueiros aliado a um compromisso tático que o tornava o primeiro homem a dar combate à saída de bola alvi-celeste. Como se não bastassem esses dois ingredientes, o camisa 9 ainda dava trabalho em finalizações de longa distância, como uma aos 41 minutos, quando mandou forte no canto direito e forçou Romero a saltar para rebater. Dois minutos depois, Falcao tocou para Dayro Moreno e o camisa 17 mandou belo chute de fora da área (bem melhor que aquele dado sem goleiro) e parou em ótima intervenção de Romero, que espalmou em escanteio.
Veio o segundo tempo e, se a Argentina conseguia se soltar pouco mais, era a Colômbia quem seguia encaixando as principais jogadas: aos 19 minutos, Fredy Guarín deu passe magistral em diagonal para Pablo Armero, que chutou cruzado mandando rente à trave esquerda. Passados dois minutinhos, novo passe sensacional de Guarín: dessa vez encontrando Falcao García - reeditando a parceria arrebatadora exibida no Porto - e o atacante chutou firme, à meia-altura, mas sem conseguir superar o goleiro Romero.
As mexidas de Sergio Batista mostram como pensa pequeno esse treinador argentino: tirou de campo Esteban Cambiasso e Ezequiel Lavezzi, e colocou Fernando Gago e Sergio Agüero. Estarrecedor que um time da qualidade dessa equipe que Batista tem em mãos possa abdicar de utilizar um jogador como Javier Pastore numa partida onde claramente o time está devendo no setor de criação. Onze minutos mais tarde, aos 26, Batista fez a última mexida trocando Éver Banega por Gonzalo Higuaín - agora sim seria jogo para explorar as características de Lavezzi, que teria um centroavante de ofício na grande área para finalizar suas investidas pela ponta. Mas não, Lavezzi já estava no banco e o que se via era o camisa 9 atuando pelo flanco direito - posição que não é a dele, mas sim a de Lavezzi - mostrando que naquela altura a casa argentina estava pra lá de desarrumada (se é que em algum momento chegou a estar em ordem). Mesmo assim, aos 31 minutos Higuaín recebeu de Carlos Tévez, invadiu a área pelo lado esquerdo e chutou forte, rasteiro, parando em defesa de Martínez.
Aos 48 minutos, o apito final do brasileiro Sálvio Spínola Fagundes Filho decretou a igualdade em 0a0 no estádio "Cemitério dos Elefantes". O futebol colombiano está em boas mãos no comando de Hernán Darío Gómez e na batuta da dupla portista Guarín-Falcao, podendo traçar vôos altos na competição. Já a seleção argentina, independente de como termine a Copa América (seja com o título, seja com uma eliminação precoce), me parece absolutamente comprometida caso insista num projeto de alguém com a mentalidade apresentada por Sergio Batista. Com esse futebol e essa visão tática, creio que o melhor que possa acontecer para o futebol argentino seja uma troca no comando técnico. Do contrário, poderão estar condenados a um destino semelhante ao brasileiro na Copa do Mundo 2010, fruto de uma insistência na "Era Dunga" que se baseava muito mais em resultados do que em procedimentos.
O jogo
Atuando com duas linhas de 4 (uma na defesa e outra encostando no atacante Falcao García), a Colômbia desde o início da partida passava a sensação de saber exatamente do que precisava para neutralizar as investidas argentinas e ainda levar perigo ao adversário. Melhor em campo e praticamente anulando a participação de Lionel Messi (a opção de Sergio Daniel Batista por 3 meio-campistas de características mais defensivas em detrimento da escolha de um homem de criação deixou o craque mais isolado que o recomendado, tornando-o presa fácil para a competente marcação colombiana), a Colômbia teve grande oportunidade de abrir o placar aos 25 minutos: pressionado, Gabriel Milito errou a tentativa de recuo para o goleiro Sergio Romero, Adrián Ramos interceptou, cortou Romero e caiu após choque causado pelo carrinho de Nicolás Burdisso. Pênalti? Que nada, melhor ainda: sem goleiro e com a bola rolando pedindo para ser chutada, Dayro Moreno tinha a baliza à sua frente para empurrar a redonda pra dentro. Mas o camisa 17 conseguiu o menos provável, estufando a rede pelo lado de fora e transformando em tiro-de-meta uma jogada que visualmente era um gol inevitável. Em outras palavras, Dayro Moreno foi mais (in)competente que toda a defesa argentina para evitar que a Colômbia abrisse o placar em Santa Fé.
Com a saída de bola sufocada por 5 homens que pressionavam o toque de bola desde antes da linha que divide o campo, a seleção argentina passava maus bocados diante de sua fanática torcida. Mas teve um bom momento aos 33 minutos, por obra da genialidade de Messi: o melhor jogador da modalidade enfiou no capricho para Ezequiel Lavezzi, deixando o atacante napolitano na cara do goleiro Luis Martínez, que conseguiu evitar o gol esticando a perna direita e rebatendo a finalização cruzada do camisa 21.
Goleador na última edição da Liga Europa, Falcao García atormentava a defesa argentina com seu grande senso de posicionamento entre os zagueiros aliado a um compromisso tático que o tornava o primeiro homem a dar combate à saída de bola alvi-celeste. Como se não bastassem esses dois ingredientes, o camisa 9 ainda dava trabalho em finalizações de longa distância, como uma aos 41 minutos, quando mandou forte no canto direito e forçou Romero a saltar para rebater. Dois minutos depois, Falcao tocou para Dayro Moreno e o camisa 17 mandou belo chute de fora da área (bem melhor que aquele dado sem goleiro) e parou em ótima intervenção de Romero, que espalmou em escanteio.
Veio o segundo tempo e, se a Argentina conseguia se soltar pouco mais, era a Colômbia quem seguia encaixando as principais jogadas: aos 19 minutos, Fredy Guarín deu passe magistral em diagonal para Pablo Armero, que chutou cruzado mandando rente à trave esquerda. Passados dois minutinhos, novo passe sensacional de Guarín: dessa vez encontrando Falcao García - reeditando a parceria arrebatadora exibida no Porto - e o atacante chutou firme, à meia-altura, mas sem conseguir superar o goleiro Romero.
As mexidas de Sergio Batista mostram como pensa pequeno esse treinador argentino: tirou de campo Esteban Cambiasso e Ezequiel Lavezzi, e colocou Fernando Gago e Sergio Agüero. Estarrecedor que um time da qualidade dessa equipe que Batista tem em mãos possa abdicar de utilizar um jogador como Javier Pastore numa partida onde claramente o time está devendo no setor de criação. Onze minutos mais tarde, aos 26, Batista fez a última mexida trocando Éver Banega por Gonzalo Higuaín - agora sim seria jogo para explorar as características de Lavezzi, que teria um centroavante de ofício na grande área para finalizar suas investidas pela ponta. Mas não, Lavezzi já estava no banco e o que se via era o camisa 9 atuando pelo flanco direito - posição que não é a dele, mas sim a de Lavezzi - mostrando que naquela altura a casa argentina estava pra lá de desarrumada (se é que em algum momento chegou a estar em ordem). Mesmo assim, aos 31 minutos Higuaín recebeu de Carlos Tévez, invadiu a área pelo lado esquerdo e chutou forte, rasteiro, parando em defesa de Martínez.
Aos 48 minutos, o apito final do brasileiro Sálvio Spínola Fagundes Filho decretou a igualdade em 0a0 no estádio "Cemitério dos Elefantes". O futebol colombiano está em boas mãos no comando de Hernán Darío Gómez e na batuta da dupla portista Guarín-Falcao, podendo traçar vôos altos na competição. Já a seleção argentina, independente de como termine a Copa América (seja com o título, seja com uma eliminação precoce), me parece absolutamente comprometida caso insista num projeto de alguém com a mentalidade apresentada por Sergio Batista. Com esse futebol e essa visão tática, creio que o melhor que possa acontecer para o futebol argentino seja uma troca no comando técnico. Do contrário, poderão estar condenados a um destino semelhante ao brasileiro na Copa do Mundo 2010, fruto de uma insistência na "Era Dunga" que se baseava muito mais em resultados do que em procedimentos.
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quarta-feira, 6 de julho de 2011
Brasileiras 100% Classificadas
Pela 3ª rodada na fase de grupos do Mundial feminino 2011, Brasil e Guiné Equatorial se encontraram no estádio Commerzbank-Arena, em Frankfurt, na Alemanha. Após um primeiro tempo pouco atraente, as meninas brasileiras deslancharam na etapa complementar e asseguraram o 1º lugar na chave com 100% de aproveitamento, vencendo o jogo por 3a0. A seleção da Guiné Equatorial, aplicada taticamente mas limitada tecnicamente, conheceu sua terceira derrota na competição e despediu-se do torneio na lanterna do grupo D.
O jogo
Se excluíssemos da partida o primeiro tempo e começássemos a analisá-la a partir da volta do intervalo, muito pouco seria perdido. Tudo bem que o blogueiro só foi começar a acompanhar a transmissão com 29 minutos no cronômetro, mas a julgar pelos comentários de Neto (que a bem da verdade não costumam servir de parâmetro) e pela falta de entusiasmo de Luciano do Valle, é como se o Brasil só fosse acordar para o jogo a partir do segundo tempo. Marta estava sempre bem marcada por Bruna e o resto da seleção parecia carecer de criatividade e também de empenho, talvez por influência de já entrarem em campo classificadas à próxima fase. Do time adversário, além da aplicação tática - especialmente de Bruna - merece destaque a habilidade da camisa 10 da equipe, a capitã Genoveva Añonma, de 20 anos de idade e bastante consciente no trato com a bola.
Veio a segunda etapa, e com ela o crescimento flagrante no rendimento brasileiro - apesar de não chegar a apresentar um futebol encantador. Aos 3 minutos, um golaço: Érika pegou sobra de bola, chapelou a adversária com a perna direita e emendou um voleio com a perna esquerda sem deixar a redonda sequer ir de encontro ao gramado. Fiquei particularmente contente com a obra-prima pelo fato de vir de uma figura bastante simpática, que tive a felicidade de conhecer semanas atrás durante o festival de cinema sobre futebol denominado "CineFoot".
Passados mais cinco minutos e foi a vez de Cristiane desencantar na competição: Marta desceu pela esquerda em velocidade, gesticulou pedindo a aproximação no primeiro poste e mandou a bola ali. Cristiane parece ter entendido o recado e concluiu o lance direitinho, mandando pro fundo da rede.
Com a vitória aparentemente sob controle (salvo um ou outro ataque guineense, o sistema defensivo não teve tanto trabalho para conter as investidas adversárias), a seleção brasileira administrou a partida retornando próximo ao ritmo melancólico visto no primeiro tempo. A arbitragem já havia apontado 3 minutos como acréscimo, o 2a0 parecia consolidado, mas eis que Marta conseguiu escapar da implacável marcação de Bruna, entrando na área e sofrendo pênalti da camisa 2. Se alguém pensou que a melhor jogadora da modalidade fosse pegar a bola e reforçar suas estatísticas pessoais, surpreendeu-se quando viu Cristiane na cobrança - a atacante marcou seu 2º gol no jogo e no torneio. Ainda houve tempo para Añonma cair na área pedindo pênalti. Até gostaria de ver um gol de honra da esforçada equipe guinéu-equatoriana, mas a árbitra alemã orientou que o jogo seguisse e, segundos depois, decretou o encerramento da partida.
Muitos afirmam que "o Brasil é o país do futebol". Se for, talvez seja o do masculino. Só. Porque enquanto "nossas" meninas suam a camisa na Alemanha na disputa de um Mundial, o que mais se vê na imprensa esportiva brasileira é comentário a respeito da Copa América, disputada na Argentina. Até sobre as obras para 2014 ouve-se falar mais. Enfim, boa sorte a essa equipe, que representa uma pátria cujos filhos deste solo não lhe prestam a devida homenagem.
Outros resultados (entre parênteses a classificação final em cada grupo)
Terça-feira
Inglaterra (1ºB) 2a0 Japão (2ºB)
Nova Zelândia (4ºB) 2a2 México (3ºB)
França (2ºA) 2a4 Alemanha (1ºA)
Canadá (4ºA) 0a1 Nigéria (3ºA)
Quarta-feira
Austrália (2ºD) 2a1 Noruega (3ºD)
Suécia (1ºC) 2a1 Estados Unidos (2ºC)
Coréia do Norte (3ºC) 0a0 Colômbia (4ºC)
O jogo
Se excluíssemos da partida o primeiro tempo e começássemos a analisá-la a partir da volta do intervalo, muito pouco seria perdido. Tudo bem que o blogueiro só foi começar a acompanhar a transmissão com 29 minutos no cronômetro, mas a julgar pelos comentários de Neto (que a bem da verdade não costumam servir de parâmetro) e pela falta de entusiasmo de Luciano do Valle, é como se o Brasil só fosse acordar para o jogo a partir do segundo tempo. Marta estava sempre bem marcada por Bruna e o resto da seleção parecia carecer de criatividade e também de empenho, talvez por influência de já entrarem em campo classificadas à próxima fase. Do time adversário, além da aplicação tática - especialmente de Bruna - merece destaque a habilidade da camisa 10 da equipe, a capitã Genoveva Añonma, de 20 anos de idade e bastante consciente no trato com a bola.
Veio a segunda etapa, e com ela o crescimento flagrante no rendimento brasileiro - apesar de não chegar a apresentar um futebol encantador. Aos 3 minutos, um golaço: Érika pegou sobra de bola, chapelou a adversária com a perna direita e emendou um voleio com a perna esquerda sem deixar a redonda sequer ir de encontro ao gramado. Fiquei particularmente contente com a obra-prima pelo fato de vir de uma figura bastante simpática, que tive a felicidade de conhecer semanas atrás durante o festival de cinema sobre futebol denominado "CineFoot".
Passados mais cinco minutos e foi a vez de Cristiane desencantar na competição: Marta desceu pela esquerda em velocidade, gesticulou pedindo a aproximação no primeiro poste e mandou a bola ali. Cristiane parece ter entendido o recado e concluiu o lance direitinho, mandando pro fundo da rede.
Com a vitória aparentemente sob controle (salvo um ou outro ataque guineense, o sistema defensivo não teve tanto trabalho para conter as investidas adversárias), a seleção brasileira administrou a partida retornando próximo ao ritmo melancólico visto no primeiro tempo. A arbitragem já havia apontado 3 minutos como acréscimo, o 2a0 parecia consolidado, mas eis que Marta conseguiu escapar da implacável marcação de Bruna, entrando na área e sofrendo pênalti da camisa 2. Se alguém pensou que a melhor jogadora da modalidade fosse pegar a bola e reforçar suas estatísticas pessoais, surpreendeu-se quando viu Cristiane na cobrança - a atacante marcou seu 2º gol no jogo e no torneio. Ainda houve tempo para Añonma cair na área pedindo pênalti. Até gostaria de ver um gol de honra da esforçada equipe guinéu-equatoriana, mas a árbitra alemã orientou que o jogo seguisse e, segundos depois, decretou o encerramento da partida.
Muitos afirmam que "o Brasil é o país do futebol". Se for, talvez seja o do masculino. Só. Porque enquanto "nossas" meninas suam a camisa na Alemanha na disputa de um Mundial, o que mais se vê na imprensa esportiva brasileira é comentário a respeito da Copa América, disputada na Argentina. Até sobre as obras para 2014 ouve-se falar mais. Enfim, boa sorte a essa equipe, que representa uma pátria cujos filhos deste solo não lhe prestam a devida homenagem.
Outros resultados (entre parênteses a classificação final em cada grupo)
Terça-feira
Inglaterra (1ºB) 2a0 Japão (2ºB)
Nova Zelândia (4ºB) 2a2 México (3ºB)
França (2ºA) 2a4 Alemanha (1ºA)
Canadá (4ºA) 0a1 Nigéria (3ºA)
Quarta-feira
Austrália (2ºD) 2a1 Noruega (3ºD)
Suécia (1ºC) 2a1 Estados Unidos (2ºC)
Coréia do Norte (3ºC) 0a0 Colômbia (4ºC)
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domingo, 3 de julho de 2011
Marcelo Elizaga Salva A Pátria Equatoriana
Nada de gol na primeira rodada pelo grupo B na Copa América 2011. Se na partida entre Brasil e Venezuela foram diversos os fatores para o placar seguir inalterado (vide postagem), no encontro entre Paraguai e Equador houve um personagem preponderante para que a rede não balançasse: o goleiro equatoriano Marcelo Ramón Elizaga Ferrero, de 39 anos de idade e vinculado ao Deportivo Quito. A julgar pelo desempenho de ambas as equipes - principalmente a paraguaia -, a missão brasileira de passar de fase não será nada fácil.
O jogo
Admirador confesso do técnico Marcelo "El Loco" Bielsa, o também argentino Gerardo Martino honrou a alcunha de discípulo de seu compatriota: armou um Paraguai solto, arisco, envolvente, dinâmico e buscando o ataque a todo momento. Com uma dupla de ataque que se movimentava bastante - Lucas Barrios por ambos os flancos e Roque Santa Cruz mais pela zona central - e com as constantes aproximações de outros jogadores (Édgar Barreto, Néstor Ortigoza e Marcelo Estigarribia pareciam incansáveis indo e voltando ao ataque), o time paraguaio foi envolvendo o Equador com relativa naturalidade. Mas os comandados de Reinaldo Rueda também mostravam seus recursos, encaixando contra-ataques velozes (como um aos 21 minutos, quando "Chucho" Benítez passou como quis por Paulo da Silva, driblou também o goleiro Justo Villar, mas ficou sem ângulo para a finalização) e soltando chutes na maioria das vezes muito bem direcionados, principalmente quando saíam dos pés de Segundo Castillo.
Antes do final do primeiro tempo, uma contusão em Barreto forçou a primeira substituição paraguaia. Dizem que "há males que vêm para o bem". E acho que esse dito popular foi encarnado pela entrada de Enrique Vera aos 38 minutos: o meio-campista conseguiu se sair ainda melhor que o camisa 8, dando maior movimentação ao time e parecendo desdobrar-se dentro de campo ao desempenhar com maestria a função de proteger a defesa e sair para o jogo com notável qualidade. Foi no embalo da boa atuação de Vera que o Paraguai passou a dominar a partida no segundo tempo, contando com a subida de produção de Estigarribia para fortalecer as jogadas pelo lado esquerdo. Mas bastou um atleta equatoriano para frustrar a tentativa paraguaia de chegar à vitória: o arqueiro Elizaga. Se na primeira etapa o camisa 1 já havia realizado grandes defesas (aos 12 minutos pegou chute de Barreto dado praticamente da marca do pênalti, após linda jogada individual de Estigarribia, e aos 18 minutos foi buscar finalização de Ortigoza dada da pequena área no canto esquerdo), na etapa complementar Elizaga foi ainda mais espetacular ao conseguir catar um cabeceio certeiro de Roque Santa Cruz no canto esquerdo, após nova linda jogada de Estigarribia. Em outras palavras, se foi um pecado o Paraguai não conseguir chegar ao gol da vitória, por outro lado foi muito bacana ver o poder que tem uma atuação impecável de um goleiro em simplesmente salvar a equipe da derrota. Deu gosto de ver.
O jogo
Admirador confesso do técnico Marcelo "El Loco" Bielsa, o também argentino Gerardo Martino honrou a alcunha de discípulo de seu compatriota: armou um Paraguai solto, arisco, envolvente, dinâmico e buscando o ataque a todo momento. Com uma dupla de ataque que se movimentava bastante - Lucas Barrios por ambos os flancos e Roque Santa Cruz mais pela zona central - e com as constantes aproximações de outros jogadores (Édgar Barreto, Néstor Ortigoza e Marcelo Estigarribia pareciam incansáveis indo e voltando ao ataque), o time paraguaio foi envolvendo o Equador com relativa naturalidade. Mas os comandados de Reinaldo Rueda também mostravam seus recursos, encaixando contra-ataques velozes (como um aos 21 minutos, quando "Chucho" Benítez passou como quis por Paulo da Silva, driblou também o goleiro Justo Villar, mas ficou sem ângulo para a finalização) e soltando chutes na maioria das vezes muito bem direcionados, principalmente quando saíam dos pés de Segundo Castillo.
Antes do final do primeiro tempo, uma contusão em Barreto forçou a primeira substituição paraguaia. Dizem que "há males que vêm para o bem". E acho que esse dito popular foi encarnado pela entrada de Enrique Vera aos 38 minutos: o meio-campista conseguiu se sair ainda melhor que o camisa 8, dando maior movimentação ao time e parecendo desdobrar-se dentro de campo ao desempenhar com maestria a função de proteger a defesa e sair para o jogo com notável qualidade. Foi no embalo da boa atuação de Vera que o Paraguai passou a dominar a partida no segundo tempo, contando com a subida de produção de Estigarribia para fortalecer as jogadas pelo lado esquerdo. Mas bastou um atleta equatoriano para frustrar a tentativa paraguaia de chegar à vitória: o arqueiro Elizaga. Se na primeira etapa o camisa 1 já havia realizado grandes defesas (aos 12 minutos pegou chute de Barreto dado praticamente da marca do pênalti, após linda jogada individual de Estigarribia, e aos 18 minutos foi buscar finalização de Ortigoza dada da pequena área no canto esquerdo), na etapa complementar Elizaga foi ainda mais espetacular ao conseguir catar um cabeceio certeiro de Roque Santa Cruz no canto esquerdo, após nova linda jogada de Estigarribia. Em outras palavras, se foi um pecado o Paraguai não conseguir chegar ao gol da vitória, por outro lado foi muito bacana ver o poder que tem uma atuação impecável de um goleiro em simplesmente salvar a equipe da derrota. Deu gosto de ver.
Marcelo Elizaga em ação durante a partida entre Paraguai e Equador: aos 39 anos de idade, arqueiro equatoriano foi decisivo para a manutenção do 0a0 com uma performance irretocável.
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Sem Tremer E Jogando Bola, Venezuela Segura O Brasil
Brasil e Venezuela fizeram suas estréias na Copa América 2011 empatando em 0a0 no bonito estádio de La Plata, província da capital argentina Buenos Aires. Se na história do confronto entre essas seleções as 18 primeiras partidas terminaram todas elas com o mesmo vencendor, nos últimos três encontros o que tivemos foi uma vitória venezuelana e dois empates, em três jogos onde a seleção brasileira sequer marcou gol no outrora "freguês".
O jogo
Procurando desenvolver um futebol vistoso desde o apito inicial, o Brasil deteve 68% do tempo de posse de bola, trocava passes e de fato chegava ao ataque, apesar da reduzida participação do camisa 10 Paulo Henrique Ganso. Foram pelo menos três chances claras de gol na primeira etapa: uma bela finalização de Alexandre Pato carimbando o travessão, um chute de Neymar colocado para fora e um remate de Robinho que passou pelo goleiro Renny Vicente Vega mas não pelo defensor Oswaldo Augusto Vizcarrondo Araújo, que interceptou com uma bonita intervenção e evitou o que seria um gol certo.
A Venezuela não conseguia chegar tantas vezes quanto o Brasil, mas ficaria muito perto de abrir o placar aos 45 minutos de jogo. Só que o árbitro boliviano Raúl Orozco ignorou a "lei da vantagem" e interrompeu um ataque venezuelano onde Tomás Eduardo Rincón Hernández ficaria de frente com o goleiro Júlio César - a marcação da falta e o cartão amarelo exibido ao zagueiro Thiago Silva acabaram beneficiando o infrator.
As equipes voltaram para o segundo tempo sem qualquer substituição, mas percebeu-se uma mudança no panorama da partida: é que a Venezuela passou a conseguir sair com maior desenvoltura com a bola nos pés, encaixando trocas de passes que a bem da verdade já vinham sendo ensaiadas na etapa inicial. Bem postado defensivamente e valente com a bola nos pés, o time comandado por César Farías mostrou-se um adversário e tanto para a seleção brasileira, que em alguns momentos era inclusive dominada pelo oponente. As mexidas de Mano Menezes não surtiram o efeito desejado (primeiro entrou Fred no lugar de Robinho e depois foram colocados Elano e Lucas nos lugares de Ramíres, contundido, e Alexandre Pato) e o jogo caminhou para um 0a0, com direito a gritos de "olé!" em trocas de passes venezuelanos.
Quem achou que veria show de Ganso ou Pato, acabou vendo um cachorro como grande atração da partida: um simpático indivíduo quadrúpede passeou pelo gramado e foi o centro das atenções durantes os alguns segundos em que circulou pelo terreno de um jogo naquele momento paralisado. Foi talvez um dos melhores momentos da partida.
O jogo
Procurando desenvolver um futebol vistoso desde o apito inicial, o Brasil deteve 68% do tempo de posse de bola, trocava passes e de fato chegava ao ataque, apesar da reduzida participação do camisa 10 Paulo Henrique Ganso. Foram pelo menos três chances claras de gol na primeira etapa: uma bela finalização de Alexandre Pato carimbando o travessão, um chute de Neymar colocado para fora e um remate de Robinho que passou pelo goleiro Renny Vicente Vega mas não pelo defensor Oswaldo Augusto Vizcarrondo Araújo, que interceptou com uma bonita intervenção e evitou o que seria um gol certo.
A Venezuela não conseguia chegar tantas vezes quanto o Brasil, mas ficaria muito perto de abrir o placar aos 45 minutos de jogo. Só que o árbitro boliviano Raúl Orozco ignorou a "lei da vantagem" e interrompeu um ataque venezuelano onde Tomás Eduardo Rincón Hernández ficaria de frente com o goleiro Júlio César - a marcação da falta e o cartão amarelo exibido ao zagueiro Thiago Silva acabaram beneficiando o infrator.
As equipes voltaram para o segundo tempo sem qualquer substituição, mas percebeu-se uma mudança no panorama da partida: é que a Venezuela passou a conseguir sair com maior desenvoltura com a bola nos pés, encaixando trocas de passes que a bem da verdade já vinham sendo ensaiadas na etapa inicial. Bem postado defensivamente e valente com a bola nos pés, o time comandado por César Farías mostrou-se um adversário e tanto para a seleção brasileira, que em alguns momentos era inclusive dominada pelo oponente. As mexidas de Mano Menezes não surtiram o efeito desejado (primeiro entrou Fred no lugar de Robinho e depois foram colocados Elano e Lucas nos lugares de Ramíres, contundido, e Alexandre Pato) e o jogo caminhou para um 0a0, com direito a gritos de "olé!" em trocas de passes venezuelanos.
Quem achou que veria show de Ganso ou Pato, acabou vendo um cachorro como grande atração da partida: um simpático indivíduo quadrúpede passeou pelo gramado e foi o centro das atenções durantes os alguns segundos em que circulou pelo terreno de um jogo naquele momento paralisado. Foi talvez um dos melhores momentos da partida.
Simpático cachorro passeia pelo gramado no estádio Ciudad de La Plata: possivelmente o personagem de participação mais marcante na partida entre Brasil e Venezuela.
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