quarta-feira, 30 de junho de 2010

Copa 2010: Seleção Das Oitavas-de-finais

Concluída a fase de oitavas-de-final, vamos a algumas observações sobre os acontecimentos nessa Copa do Mundo 2010.

[1] É de caráter prioritário que a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) traçe um plano de metas onde a introdução da tecnologia eletrônica no futebol esteja no topo da lista. Os "erros" de Jorge Luis Larrionda Pietrafesa, Roberto Rosetti e companhia podem ser evitados pelo uso de acessórios já existentes em outras práticas esportivas. É uma questão de ética e justiça, e acredito que esses dois valores não devam ser submetidos àquele papo de que "o futebol vive da polêmica";

[2] Pela primeira vez na história das Copas, a América do Sul terá mais representantes que a Europa na fase de quartas-de-final. Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai chegam até aqui como líderes de seus grupos e não somam uma única derrota no torneio. Mas verdade seja dita: talvez com a exceção dos uruguaios, todos os outros terão sua maior prova no Mundial na próxima partida;

[3] Argentina e Holanda são as únicas seleções com 100% de aproveitamento. Os próximos compromissos são de alto grau de dificuldade, e uma nova vitória as colocaria definitivamente com o nome no topo da lista de favoritos;

[4] Gana, a única remanescente do continente-sede, sonha em ser a primeira africana da história das Copas a alcançar a fase semifinal. É zebra diante do Uruguai, mas está em seu 'habitat natural';

[5] Não que seja tão trágico quanto o horripilante mecanismo do "gol de ouro", mas a definição da classificação nas penalidades é uma pancada dolorosa naquele que perde. Um chute no travessão separar classificado de eliminado após mais de duas horas de disputa com igualdade persistente é, no mínimo, algo a ser discutido com cautela;

[6] Holanda e Brasil. Promessa de gols e de boa partida. São duas seleções que não sofreram 1a0 de ninguém, isto é, se acostumaram a abrir o placar diante dos adversários. Como trata-se de um duelo longe de ter uma cara de zero-a-zero, como se comportaria a seleção que saísse atrás no marcador? Detalhe: nas oitavas, quem fez o primeiro gol do jogo sempre se classificou;

[7] Das classificadas, a Alemanha teve o adversário mais difícil das oitavas e já pega outra candidata a título nas quartas. Está com um futebol vistoso, contrastante com aquilo que é tradicional de vermos nas antigas seleções alemães. Até onde poderão ir os comandados do revolucionário Joachim Löw?;

[8] A Espanha jogou contra duas retrancas, perdendo na estréia e vencendo na fase eliminatória. Quando pegou um time que gosta de atacar, venceu novamente. Aparentemente, o Paraguai será uma presa fácil, apesar de só ter sofrido um gol no Mundial (de bola parada, na estréia diante dos italianos). Gerardo Martino, fã de Marcelo Bielsa, armará um time para atacar os espanhóis ou se baseará nos contra-ataques? O fato é que, surpresas à parte, tudo indica que a Espanha avance e continue a encantar os fãs do futebol bem jogado.

Vamos à seleção das oitavas.

Titulares

Goleiro: Maarten Stekelenburg (Holanda)
Lateral direito: Sergio Ramos (Espanha)
Zagueiro: Carles Puyol (Espanha)
Zagueiro: Marcus Túlio Tanaka (Japão)
Lateral esquerdo: Carlos Salcido (México)
Volante: Gilberto Silva (Brasil)
Volante: Ramires (Brasil)
Meia: Thomas Müller (Alemanha)
Meia: Wesley Sneijder (Holanda)
Atacante: Carlos Tévez (Argentina)
Atacante: David Villa (Espanha)
Técnico: Vicente Del Bosque (Espanha)

Suplentes

Goleiro: Eduardo (Portugal)
Lateral direito: Cha Du-Ri (Coréia do Sul)
Zagueiro: Francisco Rodríguez (México)
Zagueiro: Nicolás Burdisso (Argentina)
Lateral esquerdo: Giovanni van Bronckhorst (Holanda)
Volante: Mark van Bommel (Holanda)
Volante: Sami Khedira (Alemanha)
Meia: Xavi Hernández (Espanha)
Meia: Landon Donovan (Estados Unidos)
Atacante: Arjen Robben (Holanda)
Atacante: Luis Suárez (Uruguai)
Técnico: Joachim Löw (Alemanha)

Menção honrosa: Diego Forlán (Uruguai), Park Chu-Young (Coréia do Sul), Richard Kingson e Asamoah Gyan (Gana), Michael Bradley e Bob Bradley (Estados Unidos), Nigel De Jong, Dirk Kuyt e Bert van Marwijk (Holanda), Ján Mucha, Radoslav Zabavník e Juraj Kucka (Eslováquia), Lúcio, Juan, Michel Bastos, Kaká, Robinho e Dunga (Brasil), Humberto Suazo, Jean Beausejour e Marcelo Bielsa (Chile), Gabriel Heinze, Javier Mascherano e Lionel Messi (Argentina), Rafa Márquez, Javier Hernández e Javier Aguirre (México), Manuel Neuer, Bastian Schweinsteiger, Mesut Özil, Miroslav Klose e Lukas Podolski (Alemanha), Steven Gerrard e Frank Lampard (Inglaterra), Néstor Ortigoza (Paraguai), Joan Capdevila, Gerard Piqué e Andrés Iniesta (Espanha), Fábio Coentrão e Tiago (Portugal).

Destaque

No dia em que a arbitragem roubou a cena (no sentido mais pejorativo que o verbo admitir), Thomas Müller conseguiu a proeza de também ter se destacado na partida diante da Inglaterra. Com uma atuação de altíssimo nível, se Müller fosse inglês talvez nem Jorge Larrionda conseguiria evitar o avanço do English Team.

Mas não, aquele camisa 13 de andar elegante, grande visão de jogo e exímia precisão para passes e finalizações é cidadão alemão, para felicidade geral daquela nação. No segundo gol, ele não apenas deu a assistência para o chute de Podolski como tivera participado anteriormente na construção da jogada. O 3º e o 4º foram concluídos por ele próprio, ratificando a força do contra-ataque alemão com oportunismo digno de centroavante. Como se não bastasse, o Instituto DataFolha aponta que o meia ainda realizou 4 desarmes no jogo.

Na 1ª imagem, finalizando para fazer o 3º gol; na 2ª, comemorando logo após marcar o 4º da Alemanha na partida.

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