A Espanha, mais uma vez, sobrou em campo. Porém, diferentemente da partida de estréia, do outro lado estava uma seleção com fragilidades defensivas perceptíveis. Houve também outro fator que fez a diferença: David Villa Sánchez. Inspirado nas jogadas individuais e servindo bem os companheiros, o camisa 7 compensou a fraca atuação de Fernando José Torres Sanz e, mesmo desperdiçando pênalti quando o jogo já estava resolvido, foi o melhor jogador no campo do estádio Ellis Park.
Honduras tornou-se a 3ª e última seleção a chegar na última rodada da fase de grupos sem chances de classificação. Mas, caso pontue diante da Suíça, poderá definir um novo rumo para o Mundial, classificando Chile e Espanha para a próxima fase. Em caso de nova derrota, a partida entre chilenos e espanhóis será nada mais, nada menos, que um confronto direto por vaga nas oitavas-de-finais. Como as seleções de mesmo grupo entrarão em campo simultaneamente, o jogo entre sul-americanos e europeus tem tudo para ser o duelo mais atraente de toda a primeira fase.
O jogo
Vicente del Bosque decidiu modificar duas peças em relação ao onze iniciais da estréia: Iniesta e David Silva deram lugar a Jesús Navas e Fernando Torres. O jeito de jogar, porém, era conservado e a Espanha foi pra cima desde o início.
Com 4 minutos jogados, David Villa já dava mostras do que viria pela frente: pelo lado esquerdo, deu bom passe para Fernando Torres. Mas o camisa 9, também dando mostras do que seria sua performance, chutou fraco para defesa de Noel Eduardo Valladares Bonilla.
Aos 6 minutos, Villa chutou de fora e a bola foi no travessão. Na marca de 8 minutos, Xavi Hernández Creus cobrou falta pela esquerda levantando a bola na área: Sergio Ramos García deslocou-se para receber e foi empurrado por Sergio Giovany Mendoza Escobar, mas a arbitragem do japonês Yuichi Nishimura não viu o pênalti.
As coisas aconteciam de 2 em 2 minutos: na marca de 10', novo levantamento de Xavi vindo da esquerda e Sergio Ramos dessa vez consegue chegar na bola, mas o cabeceio vai por cima do travessão. Na queda pela disputa no alto, o goleiro Noel Valladares chocou o rosto com o joelho do espanhol e precisou de atendimento. Felizmente, tudo bem.
Aos 13 minutos, Villa recebe inversão na esquerda, finta Mendoza e chuta para fora. Com 16', Honduras esboçou um ataque: tabela entre Walter Julián Martínez Ramos e Óscar David Suazo Velázquez, mas Iker Casillas Fernández saiu para interceptar. A resposta espanhola foi imediata: Gerard Piqué Bernabéu lançou Villa no lado esquerdo de ataque, o camisa 7 mostrou habilidade e objetividade ao passar entre Amado Guevara e Mendoza, cortou Osmán Danilo Chávez Guity e chutou colocado, cruzado, no alto, tirando do goleiro Valladares e marcando um golaço.
Na marca de 19 minutos, Villa driblou Mendoza e dessa vez foi derrubado. Falta que Xavi cobrou na cabeça de Ramos, mas o lateral havia empurrado Maynor Alexis Figueroa Róchez, em falta dessa vez flagrada pelo árbitro Nishimura. Aos 23 minutos, Jesús Navas González pega sobra e cruza certeiro para Xavi, que não alcança por uma questão de centímetros - talvez milímetros.
Com 32 minutos, Ramos dá meia-lua ("drible-da-vaca") pelo setor direito e cruza para Torres, que cabeceia para o chão e vê a bola sair por cima do travessão. No minuto seguinte, Torres recupera a posse após erro na saída de bola hondurenha, entra na área e chuta por cima.
Aos 39', Jesús Navas recebe de Xabier Alonso Olana e tenta servir Villa, mas a defesa hondurenha consegue cortar para escanteio. Um minuto depois, instalou-se um bate-boca na área hondurenha: com a bola parada, Emilio Arturo Izaguirre Girón pisou em Villa, que revidou com um tapa na face. Após alguma discussão, o jogo seguiu como se nada tivesse acontecido.
Na marca de 45', em contra-ataque, Villa recebeu com espaço pelo lado esquerdo, tocou para Torres na área e a finalização foi na marcação hondurenha, na última chance antes do intervalo.
Reynaldo Rueda voltou para a segunda etapa com uma substituição: o meio-campo Roger Espinoza Ramírez deu lugar ao atacante Georgie Wilson Welcome Collins. Perdendo um homem de meio para isolar mais um no ataque, Honduras estava condenada a ser (ainda mais) envolvida pelo bom toque de bola espanhol.
Aos 5 minutos, a Espanha encaixou belo contra-ataque para chegar ao 2a0: Xabi Alonso carregou a Jabulani e abriu na direita com Navas. Espanhóis e hondurenhos disputavam espaço na grande área e somente um cidadão teve a idéia de pedir a bola fora dela: Navas viu e passou a redonda para ele. Era David Villa, que, da meia-lua, chutou e contou com o leve desvio em Chávez para superar Valladares.
Aos 6', Sergio Ramos carrega, tem a opção de passar para Torres, mas prefere chutar ele próprio, à esquerda do gol. No minuto seguinte, Navas vai levando a bola para o centro, mas chuta onde estava posicionado o goleiro Valladares, que encaixa.
Com 9 minutos, Xavi inicia contra-ataque roubando bola na defesa e, perto da área hondurenha, recebe passe de calcanhar de Torres, abre na esquerda: Navas cruza mas a defesa hondurenha consegue mandar para escanteio.
Na marca de 15 minutos, Navas avança pelo lado direito e, dentro da área, interrompe a corrida, sendo calçado por Izaguirre - pênalti. Na cobrança, Villa manda a bola para o lado esquerdo, Valladares pula para o direito, mas a redonda vai fora, rente à trave.
Após o lance, a segunda substituição hondurenha: Danilo Elvis Turcios Funes por Ramón Fernando Núñez Reyes. 2 minutos depois, David Suazo carregou a bola pelo comando de ataque, teve opção de passe mas preferiu chutar, mandando à direita.
Aos 20', a primeira substituição pelo lado espanhol: entrou Francesc Fàbregas Soler no lugar de Xavi. E a entrada do camisa 10 deu nova dinâmica à Fúria: segundos após entrar em campo, recebeu bom lançamento, driblou o goleiro Valladares e chutou para o gol - Chávez tirou de carrinho. Na cobrança do escanteio, Cesc Fàbregas rolou curto para Navas levantar: a defesa hondurenha afastou e Ramos chutou a sobra de primeira, para novo escanteio após desvio.
Para imprimir ainda mais velocidade, Del Bosque tirou Torres e colocou Juan Manuel Mata García, aos 24 minutos. Aos 27', Navas passou para Mata, que tentou de fora e mandou por cima. 2 minutos depois, Villa abre na direita com Navas, pede de volta e Navas atende, mas o passe sai forte demais.
Com 31', a última mexida da Espanha foi uma troca na lateral direita: Ramos deu lugar a Álvaro Arbeloa Coca. A seleção espanhola tirou o pé do acelerador e passou a aceitar o jogo de Honduras. Ainda na marca de 31', Núñez chutou de fora e a bola foi à direita. Aos 36', Guevara cruzou e o cabeceio de Welcome foi à direita da meta. No minuto seguinte, uma chance para cada lado: Figueroa apareceu para desviar cruzamento vindo da esquerda e que tinha Villa como alvo; na seqüência, Mendoza cruzou na área e Arbeloa cabeceou para ceder escanteio.
Aos 38', a última substituição da partida foi de um atacante por outro: o camisa 11 Suazo deu lugar a Jerry Nelson Palacios Suazo, com a número 10.
Na marca de 41 minutos, Navas recebeu bola na direita, arrancou com ela dominada e serviu Villa, que dominou, chutou e viu Mendoza cortar no carrinho. 3 minutos depois, Mata passou para Alonso e receberia de volta, mas Valladares chegou antes e ficou com a bola.
Está concluída a 2ª rodada da 1ª fase da Copa do Mundo 2010.
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