Num estádio Soccer City lotado e aquecido pelo som das cornetas, Johannesburgo e o mundo assistiram o 1º jogo de Copa do Mundo em solo africano.
O México começou dominando as ações, comandado pela agilidade e habilidade de Giovani dos Santos: numa das principais chances da equipe que vestia preto da cabeça aos pés - exceto por algumas chuteiras coloridas -, o jovem de 21 anos e 1 mês arrancou em velocidade e chutou rente à trave direita defendida por Itumeleng Khune. Guillermo Franco era soberano no jogo aéreo, cabeceando duas bolas para fora e outra que Carlos Vela completou para o gol, mas a arbitragem teve olhos de lince para flagrar impedimento do atacante do Arsenal.
No últimos minutos do 1º tempo, a África do Sul finalmente cresceu no jogo e por alguns centímetros (ou centésimos de segundo), Katlego Mphela não conseguiu concluir de cabeça o bom cruzamento que partiu da esquerda, em jogada que tinha cheiro de gol. A grande jogada da primeira etapa, porém, foi mexicana: Vela precisou de um pequeno espaço de gramado para enfiar excelente bola no espaço vazio, onde apareceu Franco, que dominou no peito e chutou tirando de Khune. O goleiro sul-africano assemelhou-se a um gato para impedir, com o antebraço direito, o que seria o primeiro gol da Copa.
E o primeiro gol da Copa estava guardado para depois do intervalo: em rápido contra-ataque, a seleção da casa tramou belíssima troca de passes até a bola chegar em Siphiwe Tshabalala, que finalizou com um lindo chute cruzado, de pé esquerdo, no ângulo de Óscar Pérez. Dancinha coreografada na comemoração e o estridente som das vuvuzelas para celebrar o 1a0, aos 9 minutos da segunda etapa.
5 minutos depois, outro chute tinha o endereço do ângulo: Giovani dos Santos bateu bonito na bola e Khune realizou grande defesa, mandando para escanteio e evitando o empate. Aos 20', Rafa Márquez saiu jogando errado, a África do Sul novamente encaixou o contra-ataque, mas Teko Modise chutou, livre, para fora. Foi então que o técnico Javier Aguirre fez duas substituições que mudaram o rumo da partida: aos 23', saiu o jovem Carlos Vela para a entrada do experiente Cuauhtémoc Blanco e aos 27' foi a vez do experiente Guillermo Franco dar lugar ao jovem Javier Hernández. Com 33 minutos, bola lançada na área sul-africana, e a linha de impedimento foi traída pelo posicionamento do capitão Aaron Mokoena, que acabou dando condições a 3 jogadores mexicanos. Entre eles, Rafa Márquez, que dominou a bola e chutou para estufar as redes e empatar o jogo em 1a1, silenciando o ensurdecedor estádio Soccer City.
Aos 38', Carlos Alberto Parreira optou por trocar Steven Pienaar por Bernard Parker, puxando Tshabalala mais para o centro. E aos 44 minutos veio a grande chance da equipe anfitriã de sair com a vitória: Mphela foi lançado, ganhou de toda a zaga mexicana na velocidade e chutou no pé da trave.
Um personagem que merece destaque foi Teko Tsholofelo Modise. Na primeira etapa, uma entrada dura de carrinho poderia ter resultado em sua expulsão, mas o árbitro Ravshan Irmatov, do Uzbequistão, apenas assinalou a infração sem levantar qualquer cartão. No segundo tempo, aos 24 minutos, Modise ficou cara a cara com Pérez mas foi atingido por Francisco Javier Rodríguez Pinedo em pênalti que, se fosse marcado, poderia mudar a história da partida. Sem esquecer que, 4 minutos antes, havia desperdiçado grande oportunidade de fazer o gol que daria uma vantagem de 2a0 no placar.
Agora, os olhos ficam voltados para outro jogo pelo Grupo A. Na Cidade do Cabo, as seleções azul-e-branca de Uruguai e França se enfrentam às 15:30 de Brasília sabendo que, caso haja um vencedor, esse já assume a liderança da chave.
A Copa está apenas começando!
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