Em jogo que interessa diretamente à seleção brasileira, Costa do Marfim e Portugal fizeram a abertura do grupo G na Copa do Mundo 2010. O placar de 0a0 se manteve do início ao fim, mas não faltaram emoções num jogo que foi, na maior parte do tempo, dominado pela equipe que trajava laranja claro: os marfinenses eram gigantes na marcação, ágeis na troca de passe e objetivos nos contra-ataques, tendo merecido sorte melhor do que a traduzida pelo resultado.
O início de partida foi eletrizante, com Portugal tomando a iniciativa e vendo Cristiano Ronaldo chamar a responsabilidade - ou os holofotes - para si. Aos 6 minutos, Didier Zokora deu carrinho frontal em Cristiano e foi punido com o cartão amarelo do árbitro uruguaio Jorge Luis Larrionda. Era o prenúncio de um jogo que seria "pegado". Aos 10', Cristiano Ronaldo deu corte seco, de letra, e bateu de fora da área, acertando a trave direita do goleiro Boubacar Barry. 2 minutos depois, Cristiano inventou de dar outro toque de letra, dessa vez desnecessário, e acabou armando o contra-ataque adversário. Ainda aos 12 minutos, com a bola recuperada por Portugal, Cristiano recebeu e foi desarmado, em carrinho limpo. No minuto seguinte, o primeiro chute africano: Siaka Tiéné cobrou falta pela esquerda, para fora. 3 minutos depois, contra-ataque para Costa do Marfim: em rápida e objetiva troca de passes curtos, Tiéné recebeu e chutou, novamente para fora.
O jogo não teve mais oportunidades claras de gol na primeira etapa, mas seguia quente. Aos 20 minutos, Guy Roland Demel deu carrinho faltoso em Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro. Jorge Larrionda mandou o jogo seguir, mas teve que interromper a partida para dar um cartão amarelo para Demel e outro para Cristiano, que se desentenderam no lance e não tiveram pudores em discutir. 8 minutos mais tarde e Larrionda ignorou pisão criminoso de Pedro Miguel da Silva Mendes em Emmanuel Eboué, que precisou de atendimento médico.
Apesar dos erros de uma arbitragem que não coibia a violência, o jogo foi para o intervalo sem maiores transtornos e voltou melhor e mais limpo na segunda etapa, quando a Costa do Marfim definitivamente assumiu as rédeas da partida.
Com 1 minuto, Gervais Yao Kouassi, o "Gervinho", fez jogada individual pela esquerda e bateu cruzado, com grande perigo, mas a bola atravessou a área portuguesa e saiu. Na marca de 3 minutos, Salomon Kalou, frente a frente com o gol, quase alcançou levantamento na área. 5 minutos depois, Kalou recebeu a Jabulani após jogada individual de Yaya Touré e chutou para defesa de Eduardo dos Reis Carvalho.
Carlos Queiroz, provavelmente assustado com a pressão, decidiu colocar sangue novo na equipe e trocou Daniel Miguel Alves Gomes, o "Danny", por Simão Pedro Fonseca Sabrosa.
E Portugal chegou com perigo 3 minutos depois, aos 12', em jogada brasileira: Anderson Luís de Souza, o "Deco", avançou e cruzou para Liédson da Silva Muniz, que parou em defesa de Barry. A resposta marfinense não demorou nem 2 minutos: Gervinho completou levantamento na área, mas por cima do gol.
Aos 18', Portugal fez sua segunda alteração: Deco por Tiago Cardoso Mendes. 2 minutos depois, Sven-Göran Eriksson fez sua primeira substituição: Kalou deu lugar a ninguém menos que Didier Drogba, lesionado no braço e, alguns dias atrás, considerado "corte certo" para a Copa.
No minuto seguinte a entrada de Drogba, Yaya Touré recebeu e chegou chutando, mas a bola foi para fora.
Aos 27', Cristiano Ronaldo, pendurado com o amarelo que recebera na primeira etapa, deu seqüência a uma jogada parada pela arbitragem e foi poupado de receber o 2º cartão e deixar sua seleção com um jogador a menos.
Com 32 minutos, Raul José Trindade Meireles recebeu passe lateral e chutou de primeira, à direita da meta. 2 minutos depois, Cristiano cobrou falta sofrida por ele próprio, mas a bola subiu mais do que ele desejava. Aos 36' e aos 42', a última mexida de cada seleção: Gervinho por Abdulkader Keita e Raul Meireles por Ruben Filipe Marques Amorim.
As duas últimas chances do jogo foram africanas. Aos 44', Tiéne pegou a sobra isolando a bola e aos 45', a melhor oportunidade: Keita passou para Drogba que, apostando na chegada de um companheiro, centralizou a bola. Mas ninguém chegou para completar. Era a típica bola que, de alguém do nível de Drogba, merecia ser chutada diretamente para o gol, apesar da dificuldade.
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