A Argentina voltou a apresentar um belo futebol, foi pra cima do adversário, criou as ocasiões de gol e conquistou um resultado que a coloca muito perto das oitavas-de-finais. Houve gol de bola parada, gol irregular, gol de contra-ataque e gol administrando a posse de bola. A Coréia do Sul ameaçou em raras oportunidades e somente chegou ao gol graças a um descuido da zaga argentina em lance isolado. Perguntado por um jornalista sobre uma manchete para caracterizar o jogo, Diego Armando Maradona sugeriu: "Argentina jogou uma grande partida e foi implacável".
Se na estréia Gonzalo Higuaín ora falhava na pontaria, ora esbarrava na grande atuação do goleiro nigeriano, dessa vez o camisa 9 argentino saiu da partida demonstrando oportunismo e assumindo a artilharia isolada na Copa do Mundo 2010, com 3 gols.
O jogo
Com 3 minutos, Carlos Alberto Tévez passou para Ángel Di María, que chutou à direita do gol. Aos 7 minutos, Lionel Messi recuperou a posse de bola no campo de ataque, passou para Carlitos Tévez, que tocou para Higuaín chutar para fora em lance que sugeria um cruzamento. Aos 14', Di María foi agarrado pelo lateral direito Oh Beom-Seok: falta. Messi cobrou e, na linha da pequena área, a Jabulani encontrou a caneleira de Park Chu-Young e foi parar dentro do gol sul-coreano.
Com 22 minutos, Walter Samuel - que havia sentido a coxa minutos antes - deu lugar a Nicolás Andrés Burdisso.
A Coréia do Sul não conseguia se aproximar do gol de Sergio Romero e os chutes de fora da área não ofereciam perigo. A Argentina, pelo contrário, tramava boas jogadas e instalava o pânico na defesa asiática, que recorria a parar as jogadas com falta. Numa delas, aos 27', Messi foi derrubado por Cho Yong-Hyung, a 29 metros do gol. Na cobrança, o camisa 10 passou da bola e rolou para trás com a sola da chuteira para Tévez soltar um foguete que passou muito perto do travessão. Beom-Seok era o exemplo mais fiel do nervosismo sul-coreano, errando saída de bola e passe curto em intervalo inferior a um minuto. E foi um minutinho após o segundo desperdício da posse de bola do camisa 2 que a Argentina chegou ao 2º gol, nascido novamente com a bola parada, em falta cometida por Kim Jung-Woo em Tévez. Maximiliano Rubén Rodríguez cobrou curto para Messi, recebeu de volta e colocou a bola na área. Burdisso, de costas para o gol, cabeceou para trás e a redonda encontrou Higuaín em posição legal, que não desperdiçou e marcou também usando a cabeça.
Aos 39', Higuaín avançou com a bola pela direita e cruzou na área. Jung Sung-Ryong espalmou mas sem afastar o perigo: a bola sobrou para Di María, que caprichou num chute que somente não entrou devido a boa defesa de Sung-Ryong. 5 minutos depois, Messi protagonizou maravilhosa jogada quando recebeu de Tévez, se livrou de 3 marcadores dando 3 toques na bola, arrumou e chutou perto da trave esquerda.
Aos 45 minutos os sul-coreanos acharam um gol: o goleiro rifou a bola da própria grande área e Chu-Young ajeitou de cabeça. A bola foi para domínio de Martín Gastón Demichelis, que se descuidou no lance e acabou permitindo que Lee Chung-Yong recuperasse a bola e estufasse a rede de Romero.
Na volta do intervalo, substituição por parte de Huh Jung-Moo: Ki Sung-Yong por Kim Nam-Il. Mas era a Argentina quem continuava ditando o ritmo da música. Aos 6 minutos, Tévez deu belo passe para Di María, que serviu Higuaín para uma defesaça do goleiro Sung-Ryong. Aos 8', Tévez recebeu na esquerda, avançou, chutou a um passo da linha da grande área e Sung-Ryong rebateu.
Na marca de 12 minutos, a Coréia do Sul teve sua única chance real de empatar a partida e ameaçar o triunfo argentino. Em contra-ataque sensacional, bela troca de passes entre Chu-Young e Yeom Ki-Hun que teve início na altura do meio do campo e seguiu em velocidade com a finalização passando perto da trave esquerda.
Com 29 minutos, Maradona tirou Tévez e colocou Sergio Leonel Agüero del Castillo para fazer sua estréia no Mundial. E ela foi em grande estilo. 2 minutos depois, linda troca de passes entre Messi e Agüero, com o camisa 10 recebendo cara-a-cara com o goleiro sul-coreano, que rebateu o chute. A bola retornou aos pés de Messi, que dessa vez finalizou acertando a trave. Quase como na lei do magnetismo, a redonda encontrou Higuaín totalmente livre, porém em impedimento não flagrado, que limitou-se a dar um toquinho e ampliar a vantagem.
3 minutos depois veio o 4º gol argentino: Messi deu lindo passe para Agüero, que, com o lado de fora do pé, deu cruzamento magistral para Higuaín cabecear no contrapé de Sung-Ryong. No minuto seguinte, o novo artilheiro da Copa dava lugar a Mario Áriel Bolatti.
Aos 46' o genro de Maradona quase fez o dele: Messi roubou a bola, passou para Agüero e este arrancou em velocidade dando dois cortes em Lee Jung-Soo e chutando alto e cruzado, rente à trave direita. Seria a azeitona na empada de alguém que mostrou em menos de 20 minutos mais futebol do que muitos em partidas inteiras.
Alguns imaginavam que a ausência de Juan Sebastián Verón no jogo de hoje levaria Maradona a fechar um pouco mais o time, colocando Burdisso na linha de zaga e adiantando Jonás Manuel Gutiérrez para a função de volante. Ledo engano: "Don Diego" tornou sua seleção ainda mais ofensiva optando por Maxi Rodríguez e o que se viu foi mais uma exibição encantadora da equipe.
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