Italianos e paraguaios fizeram o 2º duelo que colocou europeus e sul-americanos em lados opostos. E, a exemplo de França e Uruguai, a partida terminou empatada. Sem conseguirem arrumar grandes coisas com a bola rolando, ambas as seleções fizeram a festa de suas torcidas em lances de bola parada, que decretaram o 1a1 no placar.
Logo com 24 segundos de partida, o mexicano Benito Archundia deu sinais de que não é um árbitro que zela pela integridade física dos atletas: Riccardo Montolivo sofreu entrada violentíssima e o cidadão encarregado da responsabilidade de apitar o jogo sequer assinalou falta. Talvez em represália a essa complacência com a violência, a partida passou a ser contemplada com uma chuva que precipitava dos céus.
O jogo seguiu truncado e pegado até os 18 minutos, quando Paulo César da Silva Barrios acompanhou Alberto Gilardino e o impediu de alcançar o cruzamento realizado por Gianluca Zambrotta, mostrando que a marcação paraguaia seria implacável, no melhor estilo italiano.
Aos 21', Enrique Daniel Vera Torres errou na saída de bola e com o agravante de ser o último homem. Montolivo recuperou, avançou, mas acabou chutando sem força suficiente para superar o goleiro Justo Wilmar Villar Viveros. Aos 22' o Paraguai chegou bem, mas o chute de Aureliano Torres saiu prensado no gramado e saiu ao lado da trave esquerda. Aos 23' a Itália chegou mais uma vez: Simone Pepe levantou na área, a defesa paraguaia afastou, Claudio Marchisio recuperou pelo flanco esquerdo e novamente a bola foi levantada na área, mas o cabeceio de Gilardino foi para fora.
Se o negócio é levantar na área, então o Paraguai mostrou para a Itália como é que se faz. Aos 38', o juíz inventou falta a favor da equipe sul-americana, em lance que Giorgio Chiellini era absolutamente inocente na queda de Nelson Antonio Haedo Valdez. Torres fez a cobrança com precisão e mais preciso ainda foi o salto e o cabeceio de Antolin Viveros Alcáraz, que colocou a Jabulani fora de alcance para o goleiro, mesmo se tratando de Gianluigi Buffon. A bela imagem proporcionada pela câmera lenta mostrou que não houve erro de marcação da boa defesa italiana, pois Fabio Cannavaro e Daniele de Rossi também saltaram no lance - méritos para o cruzamento de Torres e a movimentação de Alcáraz, mas que seja colocado na conta de Archundia.
No intervalo, por motivos físicos, Marcello Lippi "queimou" uma substituição, trocando o goleiro Buffon por Federico Marchetti. A preponderância italiana na segunda etapa foi tamanha que Marchetti não seria exigido uma única vez. Tudo que o Paraguai criou de algum perigo aconteceu aos 6', aos 9' e aos 20': primeiro, Vera pegou a sobra de cobrança de escanteio isolando a bola; depois, o próprio Vera voltou a aparecer no ataque para pegar outra sobra e chutar perto; por último, Lucas Ramón Barrios foi até a linha-de-fundo e rolou para Jonathan Santana, que não conseguiu pegar bem na Jabulani. De resto, só Itália.
Aos 7', Zambrotta levantou na área e por pouco a bola não foi alcançada acrobaticamente por Pepe, que saltou do jeito que dava, sem sucesso. Com 10', imediatamente respondendo ao perigoso chute de Vera já mencionado, Montolivo tentou resolver em jogada individual, mas foi perdendo o equilíbrio e o chute foi tranqüilamente defendido por Justo Villar. 3 minutos depois, procurando melhor conexão entre meio e ataque, Lippi trocou Marchisio por Mauro Germán Camoranesi. Bastou 1 minuto em campo para Camoranesi dar belo cruzamento para a área, mas Villar chegou na redonda antes de Pepe, que fatalmente faria o gol. No minuto seguinte, Gerardo Daniel Martino decidiu mexer no time e colocou Santana no lugar de Torres.
Com 16 minutos, eis que surge o primeiro cartão amarelo das mãos de Archundia: Victor Javier Cáceres deu violento carrinho em Montolivo, justificando inclusive uma expulsão.
1 minuto depois, o gol de empate. Se não vai com a bola rolando, dá-lhe escanteio. Pepe partiu pra cobrança, cruzou fechado e Villar não achou nada. De Rossi mostrou grande reflexo e esticou a perna para colocar a bola no fundo do gol e deixar tudo igual.
Entre o minuto 23 e o 30, ambos os técnicos decidiram colocar sangue novo no setor de ataque. Martino trocou Valdez por Roque Santa Cruz (23') e Barrios por Oscar Cardozo (30') enquanto Lippi colocou Antonio di Natale no lugar de Gilardino, aos 27'. Nesse meio tempo, nada foi criado, mas Camoranesi não "perdeu viagem" ao atingir Vera, em velocidade, e também levar o amarelo.
Aos 34', Pepe conduziu a bola e, ciente da dificuldade em penetrar na zaga paraguaia, chutou de fora, para defesa de Villar. 3 minutos mais tarde foi a vez de De Rossi rolar para Montolivo que, da intermediária, deu bonito chute: Villar mergulhou para espalmar em escanteio.
No minuto seguinte, Camoranesi, pendurado com o cartão amarelo, deu carrinho por trás. Archundia marcou a falta mas o camisa 16 seguiu em campo.
Com o resultado e o desempenho apresentados, a Azzurra dá fortes sinais de que, embora com o espírito de campeã, necessitará de algo mais para defender o caneco. A presença de Andrea Pirlo, atualmente contundido, seria um grande passo nessa direção. De toda forma, com a escassa criatividade do setor de meio-campo, parece injustificável a não-convocação de atletas do calibre de Alessandro Del Piero e Francesco Totti.
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