terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Jéfferson Brilha No Tempo Regulamentar E Felipe Nos Pênaltis

No duelo dos invictos no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, Flamengo e Botafogo mantiveram a invencibilidade em partida onde o líder do grupo 1 foi melhor no 1º tempo enquanto o 2º tempo foi de domínio do vice-líder do grupo 2. Como somente um deles poderia fazer a final com o Boavista, a decisão da vaga aconteceu nas penalidades máximas, onde o Flamengo triunfou com 3 cobranças convertidas diante de uma do Botafogo.

O jogo

Uma simulação de pênalti por parte de Fernando (que caiu na área sem ser tocado por Antônio Carlos) logo com 1 minuto de partida já deu o sinal de que o clima na semifinal entre Flamengo e Botafogo era de disputa por título. Talvez em função de o adversário na decisão da Taça Guanabara ser uma equipe de menor porte (o Boavista), talvez pelo fato de desde 2007 essas duas equipes estarem decidindo títulos estaduais em confrontos diretos.

A primeira finalização da partida foi alvi-negra: aos 8 minutos, Alessandro cobrou escanteio pela direita e Márcio Rozário subiu alto, cabeceando por cima do travessão. O próprio Márcio Rozário protagonizaria um dos mais belos lances da partida quando, aos 12 minutos, chapelou Thiago Neves e saiu jogando de cabeça erguida, dando a entender que aquela jogada de efeito fosse algo corriqueiro como tocar uma bola de lado. Entre um lance e outro, aos 10 minutos houve um desentendimento áspero entre Germán Herrera e Willians, com o árbitro Luís Antônio Silva Santos exibindo o cartão amarelo para ambos os jogadores.

Na primeira finalização rubro-negra, o gol que abriu o placar: aos 14 minutos, Thiago Neves cobrou escanteio pela direita e Ronaldo Angelim desviou de cabeça mandando no canto direito. 1a0 Flamengo.

O Botafogo pareceu assimilar rapidamente a desvantagem no placar e embora concedesse espaços ao adversário, também conseguia criar chances, como uma aos 29 minutos, quando Sebastián "El Loco" Abreu escorou cabeceando um lançamento e encontrou Márcio Azevedo, que de bicicleta parou em defesa de Felipe. Mas o Flamengo também tinha seus recursos, e não abriu uma vantagem de dois gols por falta de pontaria de Leonardo Moura (que chutou por cima aos 37 minutos após receber passe de Deivid) e pela intervenção sensacional de Jéfferson (que com os dedos da mão esquerda desviou um cabeceio de Thiago Neves que aparentava ser indefensável).

No intervalo, Joel Santana optou por trocar Márcio Azevedo - um dos destaques botafoguenses na etapa inicial, participando bastante das jogadas de ataque - para colocar o meio-campista Éverton. Dessa forma, Somália preencheria o lado esquerdo e Renato Cajá ganharia alguém com quem dialogar no setor de criação. E o Botafogo, de fato, começou o 2º tempo criando. Com 1 minuto, Somália enfiou para Herrera, que recuou para "Loco" Abreu e o camisa 13 chutou cruzado uma bola que veio a ser espalmada por Felipe no canto esquerdo. Na marca de 3 minutos, Abreu recebeu bela enfiada de bola de Alessandro e dessa vez finalizou no canto direito, rasteiro, empatando a partida no estádio Olímpico João Havelange.

A virada quase aconteceu aos 11 minutos, quando o participativo atacante uruguaio cabeceou um cruzamento dado por Éverton a partir do lado esquerdo e Felipe defendeu. Percebendo que o adversário era superior, Vanderlei Luxemburgo mexeu no time aos 13 minutos, trocando Deivid por Negueba, jovem que, sob os olhares de Luxemburgo, fez o gol do título flamenguista na Copa São Paulo de Juniores, mês passado. E Negueba não demorou a mostrar serviço: aos 17 minutos, deu uma caneta no uruguaio Arévalo Ríos mas mandou à direita uma bola difícil de caracterizar como chute ou cruzamento. Aos 18 minutos Negueba fez melhor, escapando de Arévalo e Somália pelo lado direito, centralizando com Ronaldinho Gaúcho, mas melhor ainda foi o zagueiro Antônio Carlos, que desarmou o camisa 10 na bola e facilitou a intervenção de Jéfferson, que recolheu a redonda. Na marca de 19 minutos Negueba apareceu de novo, sempre pelo lado direito, mas novamente ficou complicado entender se ele cruzou ou chutou - o fato é que Jéfferson alcançou uma bola que tinha o endereço da rede.

Naquele momento o Flamengo era melhor e quase chegou ao desempate novamente contando com uma jogada de escanteio: aos 21 minutos, Thiago Neves cobrou pela direita, Ronaldinho recolheu na esquerda, girou e deu de trivela. O goleiro Jéfferson esticou corpo, braço, mão e dedos e a bola passou raspando a trave esquerda, em sutil desvio do camisa 1.

Aos 30 minutos, Joel trocou Herrera por Caio, jogador que na semifinal desse mesmo torneio (só que na edição passada) marcou o gol da virada sobre o próprio Flamengo. No minuto seguinte ao de sua entrada, o Botafogo conseguiu chance incrível de virar o jogo: Somália recolheu na esquerda uma bola cruzada da direita, tocou para Éverton e o meia tratou de chutar cruzado, à meia-altura. A bola viajou passando muito perto de ser desviada na cabeça de Abreu e também muito perto da trave esquerda, para alívio de Felipe, que acompanhou tudo isso como espectador.

Com 36 minutos, Luxemburgo ousou e optou por colocar o atacante Diego Maurício no lugar de Ronaldo Angelim, que atuava pelo lado esquerdo da defesa, função passada para Renato Abreu. Por falar em Renato, mas no botafoguense Cajá, aos 39 minutos o camisa 10 cobrou falta com força e colocação, encaminhando a bola para o ângulo direito. Mas Felipe saltou e espalmou para escanteio. Na marca de 40 minutos, o Renato flamenguista interceptou com o braço uma bola tocada de Antônio Carlos para Abreu. O braço, cabe dizer, estava amplamente aberto. Toque involuntário? Talvez. Mas quem abre o braço daquela forma dentro da área obtém um ganho de espaço, no mínimo, suspeito. O jogo seguiu...

Aos 41 minutos, Ronaldinho abriu na direita com Negueba e o chute cruzado foi defendido brilhantemente por Jéfferson. Aos 45, Arévalo, exausto, saiu para entrada de Araruama. Houve ainda uma chance derradeira de gol: em cobrança de falta aos 47, Ronaldinho tirou da barreira e mandou no canto esquerdo. Mas quem estava entre as traves era Jéfferson, que foi até lá e defendeu novamente.

A parada precisou ser resolvida nos pênaltis, algo que esses clubes já vivenciaram em 2007 e 2009. E, pela 3ª vez consecutiva nessa situação, deu Flamengo. Márcio Rozário converteu com um chute forte, estufando o quadrante 3. Esse seria o único pênalti bem-sucedido do Botafogo, que desperdiçaria com Éverton (defesa de Felipe no canto direito), Somália (defesa de Felipe na esquerda) e Renato Cajá (que deslocou o goleiro mas mandou para fora, à esquerda). Pelo Flamengo, Leonardo Moura viu Jéfferson acertar o canto, alcançar a bola, mas ela foi parar dentro do gol. Já Renato e Fernando colocaram a redonda no quadrante 15, enquanto o goleiro alvi-negro saltou para o canto direito. Final: 1a1 no tempo normal e 3a1 nos pênaltis.

Outro resultado

Sábado

Fluminense 2a2 Boavista (2a4 nos pênaltis)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Arsenal Esbarra No Leyton Orient E Classificação Na Copa Da Inglaterra É Adiada

O Arsenal foi a campo pela Copa da Inglaterra (a "FA Cup") com um único titular que tenha iniciado a partida na vitória por 2a1 sobre o Barcelona (o volante camaronês Alexandre Song). O adversário era o também londrino Leyton Orient, equipe que disputa a terceira divisão inglesa. E, dentro de casa, um gol aos 43 minutos do segundo tempo deu ao Leyton o empate e, com ele, o direito de jogar uma nova partida valendo vaga na próxima fase, a ser disputada no Emirates Stadium.

O jogo

O espanhol Manuel Almunia estava de volta ao gol. O marroquino Marouane Chamakh, ao ataque. Essas e algumas outras novidades, como a escalação do jovem defensor espanhol Ignasi Miquel Pons, de 18 anos, poderiam sugerir um Arsenal desentrosado. Mas até que o time comportou-se bem: o russo Andrey Arshavin conduzia o time ao ataque e contava com a boa movimentação de Nicklas Bendtner para tentar alguma jogada de penetração na defesa oponente. Nos raros momentos em que o Arsenal conseguia entrar na defesa do Leyton Orient, surgia algo de interessante, como aos 38 minutos, quando Arshavin passou para Bendtner, o dinamarquês carregou a bola atraindo a marcação adversária, devolveu a bola para Arshavin e, pela direita, o habilidoso meia-atacante chutou à esquerda. Antes disso, houve finalizações de Chamakh (defendida por Jamie Jones com 1 minuto), de Bendtner (chute que passou à esquerda, aos 5 minutos), novamente de Chamakh (chute fraco defendido por Jones aos 12 minutos), todos esses lances com participação ativa de Andrey Arshavin. Aos 34 minutos, o russo recebeu de Tomas Rosicky, abriu na esquerda com Kieran Gibbs, que mandou cruzado e Chamakh desviou à esquerda.

Com base no parágrafo anterior, percebe-se que o placar de 0a0 no intervalo de jogo não estava registrado por falta de oportunidades. E se no 1º tempo a bola não entrou, aos 7 minutos da 2ª etapa a rede finalmente balançaria: Bendtner chutou, a bola voltou nele e o dinamarquês decidiu ir em direção à linha-de-fundo e cruzar atrás. Lá na área, atrás da marca do pênalti, estava o tcheco Rosicky para cabecear no canto esquerdo e abrir o placar. O curioso é que as aptidões de Bendtner e Rosicky sugeririam que o segundo colocasse a bola na cabeça do primeiro, mas o gol do Arsenal aconteceu com o atacante gandalhão cruzando com precisão e o meio-campista de criação cabeceando cheio de estilo.

Na marca de 17 minutos, ocorreu uma substituição que viria a mudar o destino do jogo: Russell Slade promoveu a entrada do francês Jonathan Téhoué no lugar de Scott McGleish. Sete minutos depois de entrar em campo, Jonathan Téhoué já daria trabalho em contra-ataque, quando avançou pelo lado direito escapando de Song e Gibbs, centralizou o lance mas a finalização passou à esquerda. Um minuto antes, Arshavin estava na linha-de-fundo pela direita, quando tocou atrás e Rosicky finalizou duas vezes - a primeira com um chute rebatido por Jones e a segunda com um cabeceio novamente defendido pelo goleiro. Voltando a falar em Téhoué, aos 36 minutos o francês iniciou novamente pelo lado direito uma jogada que terminou sendo bloqueada pelo seu compatriota Sébastien Squillaci, que levou uma bolada no rosto.

Aos 41 minutos, Arshavin avançou pela direita, resistiu ao empurrão que poderia tê-lo derrubado e descolou um chute cruzado que tocou na trave direita. Seria a bola que daria tranqüilidade para os minutos finais. Não entrou por detalhe. E um outro detalhe aconteceu aos 43 minutos: Téhoué recebeu dominando no peito, passou entre Gibbs e Miquel do jeito que quis e com um chute rasteiro colocou a bola no fundo do gol, empatando a partida e levando o público ao delírio.

Provavelmente focado no jogo de quarta-feira, quando enfrentará o Stoke City pela "Premiership", Wenger não realizou nenhuma substituição e manteve os onze iniciais na totalidade da partida. Ao Leyton Orient, fica o gostinho do empate histórico e a expectativa para o reencontro com o Arsenal, agendando para o dia 2 de março.
Jogadores e até o mascote comemoram o momento de glória com Jonathan Téhoué: o atual 11º colocado na terceira divisão inglesa arrancou um empate com o atual vice-líder na "Premiership".

Jogando Bem, Lecce Vence Juventus E Mostra Fortes Condições De Permanecer Na Série A

O Lecce recebeu a Juventus na 26ª rodada do Campeonato Italiano e, mesmo bastante desfalcado (entre lesões e suspensões, pelo menos seis jogadores não puderam atuar pela equipe da casa no domingo), conquistou uma vitória por 2a0 jogando melhor que o tradicional adversário.

O resultado deve ter esfriado o ânimo juventino (a equipe vinha de vitória por 1a0 sobre a Internazionale), deixando a equipe na 6ª posição e com prejuízo de sete pontos para a zona de classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões da Europa. Já para o Lecce, o placar - e talvez principalmente a atuação - dá ao elenco um aumento de confiança na disputa pela permanência na Série A (a equipe está em 16º lugar, com 4 pontos acima da zona de descenso).

O jogo


No 12º minuto de partida, uma bola enfiada deixou David Di Michele em liberdade para abrir o placar em favor dos donos da casa. Para evitar o gol, Gianluigi Buffon saiu da área e tocou com a mão, rendendo a manutenção do 0a0 mas também a expulsão do goleiro "bianconero". O treinador Luigi Del Neri optou por tirar o sérvio Milos Krasic para colocar o goleiro Marco Storari no jogo, o que não considero uma escolha feliz. Se o Lecce já era melhor antes disso (teve chances de inaugurar o placar aos 2 e aos 9 minutos), com a vantagem numérica bastou ter calma e tranqüilidade para construir a vitória.

E o gol inaugural aconteceu na marca de 31 minutos: após lançamento primoroso de Gianni Munari, o argelino Djamel Mesbah dominou no peito e chutou por baixo de Marco Storari para marcar seu primeiro gol na presente temporada. Seis minutos depois, Giulio Donati recolheu a bola na área pela direita, três jogadores juventinos acompanharam passivamente o lance e o chute de Donati saiu à direita. Após a saída de bola, Felipe Melo mostrou-se nervoso com a marcação de seus companheiros.

Com 39 minutos, a Juventus foi ao ataque na base do talento de Alessandro Matri, que fez fila em três adversários e após bate-rebate a bola sobrou para Claudio Marchisio, que chutou prensado e o goleiro Antonio Rosati defendeu. Três minutos depois, o participativo Giorgio Chiellini apresentou-se pelo lado esquerdo, efetuou um cruzamento rasteiro e Alberto Aquilani acabou furando a tentativa de finalizar com um chute de primeira. Naquele mesmo minuto, o Lecce respondeu: Djamel Mesbah recebeu, chutou cruzado à meia-altura da entrada da área e Storari espalmou.

Se por um lado os 10 homens da Juventus tinham mais posse de bola (15 minutos e 11 segundos diante de 12 minutos e 29 segundos dos donos da casa), eram os 11 do Lecce que finalizaram mais na etapa inicial: 8a4. Provavelmente visando transformar a posse em oportunidades de gol, Luigi Del Neri trocou no intervalo o atacante Luca Toni pelo camisa 10 Alessandro Del Piero. É a típica substituição que acusa um arrependimento do treinador por ter tirado Krasic em vez do próprio Toni, afinal, faltava alguém pra fazer a bola chegar lá na frente.

E logo no início do segundo o tempo o time da casa chegou ao segundo gol: Giuseppe Vives lançou, Di Michele - livre da marcação de Andrea Barzagli - ajeitou de cabeça, Marchisio ficou pelo caminho e Andrea Bertolacci completou pra rede, fazendo a alegria dos torcedores no estádio Via del Mare. E quase rolou o 3º gol 3 minutos depois: em contra-ataque iniciado com toque de calcanhar de Munari, ficaram 3 jogadores do Lecce contra um da Juventus, a bola acabou chegando na direita com o uruguaio Carlos Javier Grossmüller e o goleiro Storari conseguiu bloquear a finalização.

Aos 7 minutos, Di Michele deu lugar para o experiente atacante uruguaio Ernesto Javier Chevantón Espinosa, que rapidamente ganharia destaque no jogo com bonitos lances individuais. Na marca de 10 minutos, Ernesto Chevantón ficou muito perto de encostar numa bola cruzada por Davide Brivio, mas quem conseguiu completar foi seu compatriota Grossmüller, que estufou a rede pelo lado externo e gerou um alarme falso do que quase foi o 3º gol "giallorossi".

A fraca atuação do dinamarquês Frederik Sorensen e a necessidade de sair para o jogo induziram Del Neri a trocá-lo pelo atacante Vincenzo Iaquinta aos 13 minutos. Acontece que o Lecce era organizado o suficiente para neutralizar as investidas juventinas, fazendo de Iaquinta mais um figurante na partida.

Aos 21 minutos, Vives derrubou Del Piero após ser driblado pelo camisa 10 e recebeu cartão amarelo. Dois minutos depois, o mesmo Vives atingiu Chiellini com um carrinho, o defensor gritou de dor, olhou pro árbitro Paolo Silvio Mazzoleni e logo ficou de pé quando viu que Vives estava sendo expulso pelo segundo cartão amarelo.

O jogo voltou a ficar em igualdade numérica (agora com 20 jogadores em campo) e era o Lecce quem seguia melhor: aos 31 minutos, Munari aplicou uma caneta de letra pra cima de Chiellini e sofreu falta do camisa 3, que dessa vez não podia simular dores, embora deva ter doído levar aquele drible desconcertante na quina do campo, pertinho da bandeira de escanteio.

Na marca de 33 minutos, uma bola recuada "na fogueira" para Storari acabou sendo chutada pelo goleiro em cima de um adversário: eis que a bola sobrou para Chevantón, que deu de voleio e mandou perto da trave esquerda, na tentativa de marcar um golaço. Pra não dizer que a Juve não chegava ao ataque, houve uma chance aos 37 minutos, quando Del Piero cobrou falta pela direita e Iaquinta quase desviou para dentro. Mas era basicamente só isso.

O treinador Luigi De Canio resolveu fazer suas últimas duas substituições nos minutos finais, em ambos os casos tirando os autores dos gols: aos 40 minutos Mesbah deu lugar para Andrea Rispoli e 6 minutos depois foi a vez de Bertolacci sair para a entrada de Manuel Coppola. Mesmo com menos tempo de posse de bola (6 minutos a menos que os 29:13 sob domínio juventino), o Lecce foi plenamente merecedor da vitória e mostrou potencial para manter-se na Série A italiana.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Napoli E Villarreal Se Anulam E Decisão Fica Pra Espanha

Num dos duelos mais aguardados nessa fase na Liga Europa 2010-1, Napoli e Villarreal fizeram um jogo equilibrado no estádio San Paolo, com bastante movimentação entre as intermediárias e poucas jogadas de penetração. O resultado de 0a0 deixa a decisão totalmente em aberto para o jogo de volta, a ser disputado no estádio El Madrigal, casa do Villarreal.

O jogo

Walter Mazzarri surpreendeu em suas escolhas na escalação: figuras consideradas titulares (como Michele Pazienza e Marek Hamsik) começaram a partida no banco de suplentes, dando lugares para Hassan Yebda e Giuseppe Mascara entre os onze iniciais. Se por um lado parecia que tais alterações tornariam a equipe napolitana mais ofensiva, por outro o que se viu foi Mascara com dificuldades para criar algo de interessante e Yebda praticamente sem ser notado no gramado.

Com Edinson Cavani tentando se desvencilhar da marcação e os alas Christian Maggio e Andrea Dossena apresentando dificuldades para acionarem o atacante uruguaio, o Napoli contava basicamente com o talento de Ezequiel Lavezzi para tentar produzir algo de diferente. Como nem sempre era possível parar o argentino com desarmes certeiros, acabou sobrando cartão amarelo para Joan Capdevila e Gonzalo, que o derrubaram faltosamente.

Finalizações mesmo foram escassas: Campagnaro tentou duas vezes de fora da área, primeiro mandando por cima do travessão (aos 11 minutos) e depois chutando novamente de longe e, após desvio, vendo a bola ser defendida por Diego López (aos 27 minutos). O Villarreal incomodava menos ainda, com sua única chance no primeiro tempo acontecendo aos 13 minutos, quando Nilmar recebeu de Borja Valero, chutou prensado e Morgan De Sanctis defendeu.

Pouca coisa mudou na volta do intervalo, com os sistemas defensivos seguindo levando vantagem na maioria dos lances. Aos 15 minutos, cada treinador realizou sua primeira substituição no jogo: Mascara por Hamsik e Marcos Senna por Carlos Marchena. 3 minutos depois das mexidas simultâneas, Nilmar esboçou um pouco da sua grande habilidade quando passou por três adversários e acabou sendo obstruído por Salvatore Aronica, que recebeu cartão amarelo pela falta cometida.

Se aos 26 minutos Valero teve chance de abrir o placar para os visitantes quando chutou à direita uma bola recebida pelo lado esquerdo, o Napoli respondeu no mesmo minuto mandando a bola pra dentro do gol: Hamsik tocou na esquerda, veio o levantamento pra área e Cavani cabeceou no canto direito. O placar seguiu inalterado pois a arbitragem flagrou impedimento do uruguaio, que de fato estava adiantado no momento do passe.

O Napoli, empurrado por sua fanática torcida, chegou novamente ao ataque já no minuto seguinte: Maggio lançou Lavezzi invertendo da direita para a esquerda, o argentino chutou e Diego López desviou para escanteio. O jogo melhorava visivelmente naquele momento e o Villarreal tentava responder às investidas napolitanas: aos 30 minutos, Nilmar recebeu de Valero na direita e chutou cruzado, mas sem direção.

No minuto seguinte, o atacante Giuseppe Rossi saiu para entrada de Marco Ruben no time espanhol. Aos 33 minutos, o uruguaio Walter Gargano deu lugar para o argentino José Ernesto Sosa, passando a braçadeira de capitão para Lavezzi. Minutos antes, Mazzarri havia trocado Yebda por Pazienza, o que conservou a formação tática proposta desde o início da partida, não gerando uma alternativa de jogo para a equipe "Azzurri".

Se nos instantes finais do jogo poderíamos imaginar um abafa napolitano na busca pelo gol da vitória (coisa que aconteceu diversas vezes nessa temporada, como na própria Liga Europa, quando Cavani marcou o gol da classificação sobre o Steaua Bucareste nos acréscimos do segundo tempo), o que se viu foi o Villrreal mais solto, dando trabalho para De Sanctis em chute de Valero aos 43 minutos.

Antes do apito final houve tempo para Aronica derrubar Nilmar e ser expulso pelo segundo cartão amarelo. Na partida de volta, Aronica cumprirá suspensão e quem deve retornar à defesa é Paolo Cannavaro, que havia recebido cartão vermelho diante do Steaua e por isso não foi relacionado nessa partida. Cabe ao Villarreal vencer dentro de casa para avançar às oitavas. Simples? Que nada: o Napoli é um dos visitantes mais perigosos da Europa. O jogo de volta promete.

Outros resultados

Aris 0a0 Manchester City
Rubin Kazan 0a2 Twente
Metalist 0a4 Bayer Leverkusen
Anderlecht 0a3 Ajax
Lech Poznan 1a0 Braga
Besiktas 1a4 Dynamo de Kiev
Benfica 2a1 Stuttgart
BATE Borisov 2a2 Paris Saint-Germain
PAOK 0a1 CSKA Moscou
Sevilla 1a2 Porto
Rangers 1a1 Sporting Lisboa
Sparta Praga 0a0 Liverpool
Basel 2a3 Spartak Moscou
Young Boys 2a1 Zenit St. Petersburgo
Lille 2a2 PSV

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cuca Comanda Uma Aula De Futebol Diante Do Estudiantes: 5a0

Um time escalado com foco no ataque. Um estilo de jogo envolvente. Um primoroso esquema de marcação. Dois talentos individuais para bagunçar a defesa adversária. Foi mais ou menos com essa receita que o "mestre" Cuca preparou um Cruzeiro encantador e arrasador, que com total merecimento aplicou uma goleada de 5a0 na estréia celeste na Copa Libertadores. O adversário era o Estudiantes, campeão na edição 2009 diante do próprio clube mineiro, um oponente qualificado mas que simplesmente não tinha muito o que fazer diante da memorável exibição da equipe da casa. Os repetidos e ecoantes cânticos de "olê, olê, olê, olá... Cuca, Cuca!" retrataram muito bem a relação campo-arquibancada, numa justa homenagem dos torcedores cruzeirenses para um técnico de primeira linha, fiel representante do futebol ofensivo.

O jogo

Muitos treinadores teriam aquela "pulga-atrás-da-orelha" de como escalar um time que conta no elenco com jogadores como Gilberto, Montillo e Roger, todos aptos à criação de jogadas. Usar qual dos três? Deixar quem deles no banco? Pois Cuca mostrou ser possível e viável utilizar-se de todos eles ao mesmo tempo. Com Gilberto atuando pelo flanco esquerdo e a dupla Montillo-Roger deslocando-se por praticamente toda a extensão do campo de ataque, o Cruzeiro não demorou a sufocar o Estudiantes.

Com 56 segundos de bola rolando, um desarme de Wellington Paulista próximo da área argentina passou pelos pés de Roger e chegou até Wallyson, que finalizou da proximidade da meia-lua e, após desvio na marcação, viu a bola subir e encobrir o goleiro Agustín Ignacio Orión. 1a0 Cruzeiro.

A equipe visitante, que contava com o talento de Juan Sebastián Verón no meio-campo, tentava buscar a igualdade ora com bolas levantadas na área (como em cobrança de falta pela esquerda aos seis minutos, que terminou em defesa de Fábio), ora com lançamentos longos (como em lance aos oito minutos em que Fábio vacilou ao sair da área mas a defesa cruzeirense deu conta de cortar a finalização).

Lembra da frase 'dois talentos individuais para bagunçar a defesa adversária'? Pois ela ganhou forma aos 17 minutos, quando o argentino Walter Damián Montillo recuperou a bola na defesa, avançou com ela dominada e passou para Roger, que carregou e chutou na paralela, estufando a rede no canto direito. 2a0 Cruzeiro.

No minuto seguinte, Verón tentou diminuir o prejuízo com chute de fora da área, defendido por Fábio. O experiente meio-campista parecia perceber que seria difícil penetrar na defesa cruzeirense, muito bem representada pela dupla formada por Gil e o uruguaio Victorino.

Novas finalizações de Montillo (uma defendida por Orión aos 22 minutos e outra passando perto da trave direita após toque por cobertura aos 23 minutos) davam mostras de que estávamos na iminência de uma goleada. E aos 38 minutos, veio o 3° gol: em contra-ataque veloz e certeiro, três jogadores do Cruzeiro ficaram diante de dois do Estudiantes. Para aumentar o drama do time argentino, quem carregava a bola era Roger e quem se apresentava para receber era Montillo. E não deu outra: o argentino recebeu o passe, dominou ajeitando, driblou o goleiro e mandou pra dentro. Golaço.

Pra fechar o primeiro tempo com estilo, Roger tratou de chapelar um adversário aos 44 minutos com um toque desconcertante. O próprio Roger deve ter sentido o tom da humilhação e preferiu nem dar continuidade ao lance, talvez temendo uma resposta de ordem física (já que de ordem técnica seria difícil responder à altura).

Veio o segundo tempo e o espetáculo teve continuidade: aos 14 minutos, o Cruzeiro trocava passes fazendo valer aquela frase 'um estilo de jogo envolvente' e Montillo pegou de primeira uma bola afastada pela defesa, soltando um chute cruzado que quicou antes de chegar ao gol e dificultou a ação de Orión. 4a0 Cruzeiro, em novo belo gol de Montillo.

Trocando Gilberto por Diego Renan (aos 20 minutos), Roger por Dudu (aos 25) e Wellington Paulista por Thiago Ribeiro (aos 32 minutos), Cuca colocava três elementos novos e mantinha o time com uma aplicação tática sensacional. Quando apontei 'um primoroso esquema de marcação', estava me referindo a uma dinâmica de jogo que simplesmente não permitia ao Estudiantes que trocasse passe. Os deslocamentos de Henrique e Marquinhos Paraná aliados à disposição impressionante de Wallyson foram fundamentais para que essa tática funcionasse e o Cruzeiro rapidamente recuperasse a posse de bola. E se Wallyson havia aberto o placar no primeiro minuto, foi dele o gol que fechou a conta: aos 37 minutos, Thiago Ribeiro recebeu na direita, cruzou rasteiro, a bola rebateu na defesa do Estudiantes e foi de encontro ao voluntarioso atacante (ou seria um ala/meia?) para tomar o rumo da rede.

Com uma atuação coletiva altamente eficaz e as performances praticamente irrepreensíveis de Roger e Montillo, o Cruzeiro de Cuca apresenta-se como sério candidato ao título continental. O que, para os amantes do futebol ofensivo, seria muito legal.

Já É Tradição: Entre Arsenal E Barça Só Dá Jogão

Uma grande partida tivemos nessa quarta-feira em Londres. E não poderia ser de outra forma, já que as propostas de jogo do Arsenal de Arsène Wenger e do Barcelona de Josep Guardiola zelam por um estilo ofensivo, onde a bola é sempre bem tratada e as jogadas são trabalhadas com a objetividade de quem busca qualquer espaço para chegar aos gols.

Com o triunfo por 2a1 dentro de casa, o Arsenal vai ao Camp Nou podendo empatar a partida para seguir em frente na Liga dos Campeões da Europa. Expectativa de mais um grande duelo pela frente, num encontro com grande potencial para conhecermos o futuro campeão do torneio.

O jogo

Com o retorno do francês Samir Nasri (que não atuava desde 30 de janeiro e surpreendeu aos médicos por apresentar condições de jogo na partida com o Barcelona, onde atuou do início ao apito final), o Arsenal buscava vencer pela primeira vez o adversário com o qual já havia duelado 5 vezes (incluindo uma decisão de Liga dos Campeões da Europa). E o início de partida foi interessante: aos quatro minutos, Theo Walcott arrancou do campo defensivo da direita para o centro, buscou Robin van Persie com um passe para o lado direito mas a bola acabou saindo forte, tirando o holandês de ação. No minuto seguinte, Walcott encarou a marcação de Maxwell, tocou para Francesc Fàbregas, que serviu van Persie com um belo passe cavado e o holandês, que era acompanhado de perto por Gerard Piqué, girou o corpo com estilo e chutou bonito, parando em defesa de Victor Valdés.

Aos 6 minutos, o camaronês Alexandre Dimitri Song-Billong derrubou o argentino Lionel Messi e na sua primeira falta cometida acabou recebendo cartão amarelo. Talvez nervoso por já ficar pendurado ou assustado com a participação do melhor jogador do mundo (ou nem uma coisa nem outra, apenas um fato do jogo), aos 14 minutos Alexandre Song errou passe simples no meio-campo, Messi recebeu enfiada de David Villa, fintou o goleiro Wojciech Szczesny com o movimento do corpo e colocou de cavadinha perto da trave esquerda, quase marcando um golaço. Se naquele momento o goleiro polonês trabalhou tentando fechar o ângulo de Messi (o que fez muito bem), aos 18 minutos o camisa 53 mostrou bom tempo de bola para interceptar tentativa de passe de Andrés Iniesta para Villa. Com 22 minutos, uma bola perdida por Jack Wilshere perto da área deixou Messi em condições de finalizar novamente: dessa vez o argentino acertou o alvo mas facilitou a defesa de Szczesny com o chute fraco.

Aos 24 minutos, contra-ataque sensacional do Arsenal: Wilshere passou para Walcott, que arrancou e passou na direita para Fàbregas, que tirou de Victor Valdés e a bola só não chegou em Robin van Persie porque Eric Abidal cortou de forma providencial. No minuto seguinte, o gol barcelonista: Messi passou para Villa que, em condição legal, ficou de frente com o goleiro e chutou rasteiro para abrir o placar na capital inglesa.

3 minutos após marcar o 1° gol, Barça chegaria ao ataque novamente: Daniel Alves recebeu na direita, tocou para Villa, que deslocou-se em direção à linha-de-fundo e deu para Pedro Rodríguez, que finalizou com categoria mas parou em defesa de Szczesny. No mesmo minuto, resposta contundente do Arsenal: Wilshere puxou contra-ataque pelo meio e deu para van Persie, que acompanhado por Eric Abidal não conseguiu nada melhor que um chute para fora, à direita da meta.

Na marca de 37 minutos, uma jogada envolvendo Messi e Pedro acabou em finalização do argentino para dentro do gol, mas a arbitragem marcou impedimento no lance. 6 minutos depois, uma bola recuperada no ataque chegou aos pés de Nasri, que cruzou da esquerda e van Persie cabeceou por cima do travessão.

O árbitro italiano Nicola Rizzoli encerrou o primeiro tempo aos 45 minutos redondo, sem um segundo a mais. Jogos como esse merecem acréscimos generosos, mas fazer o quê... Estatísticas da primeira etapa mostravam que o Barcelona tinha mais a posse de bola (61%) mas era o Arsenal que chutava mais (6a5). E lá vieram os times com as mesmas formações para o segundo tempo, com o Arsenal já descolando uma finalização com 1 minuto: Wilshere tabelou com Cesc Fàbregas e chutou de perto da meia-lua para defesa de Valdés.

Se por um lado estava difícil o trabalho de Messi para criar jogadas agudas, por outro o talento da fera foi novamente colocado em evidência em lance no meio-campo: aos seis minutos, o argentino escapou de um carrinho de Song com um balão categórico, típico daquele seleto grupo dos grandes jogadores. Foi uma boa para Messi - que escapou ou de perder a bola ou de se machucar no lance -, foi uma boa para Song - que poderia ser expulso caso atingisse o adversário -, foi uma boa para o jogo, que ganhou ainda mais ares de espetáculo.

Aos 10 minutos, Fàbregas desarmou Sergio Busquets na defesa, Nasri ligou contra-ataque na esquerda com Walcott que, na segunda tentativa achou Robin van Persie, que chutou por cima. 3 minutos depois, um cartão amarelo para Piqué suspendeu o zagueiro do duelo de volta (a provável dupla de zaga tende a ser formada entre Carles Puyol, ausente hoje mas que deve retornar, e Eric Abidal). Naquele momento, a transmissão televisiva divulgou outro dado interessante: enquanto o Arsenal acertava 73% dos passes tentados, o Barcelona tinha um aproveitamento de 83% no fundamento. Mas o mais impressionante era o grande número de troca de passes da equipe catalã: enquanto o Arsenal trocou 203 toques de bola, o Barça já havia tocado 412 vezes - mais que o dobro!

Mas era o Arsenal que seguia chegando bem: aos 16 minutos, Cesc pegou sobra de bola, abriu na esquerda com Nasri, que centralizou e Piqué cortou. 3 minutos depois, van Persie recebeu de Wilshere, tabelou com Cesc Fàbregas e colocou no canto direito, para nova defesa de Valdés. Com 22 minutos, grande chance para Messi marcar seu primeiro gol em solo inglês: Iniesta enfiou a bola para o camisa 10 que, na cara do gol, mandou na rede pelo lado de fora, à direita.

Ainda na marca de 22 minutos, Arsène Wenger e Josep Guardiola efetuaram suas primeiras substituições no jogo. E cravo aqui que a partir desse exato momento a história da partida seria desenhada com tinta permanente: enquanto Guardiola trocava Villa por Seydou Keita, Wenger colocava Andrei Arshavin no lugar de Song. Perceba a diferença: no Barcelona, reduzia-se uma opção de ataque enquanto no Arsenal a equipe ganhava alternativas ofensivas, abrindo mão de um homem focado na marcação para a introdução de um russo conhecido pelo futebol insinuante e criativo.

Para fortalecer o ataque com uma presença de área, Wenger trouxe Nicklas Bendtner para campo aos 31 minutos, tirando Walcott, que embora tenha feito uma boa partida, vinha caindo de produção. Naquele mesmo minuto, Wilshere entrou na área pela esquerda tabelando com van Persie e Abidal voltou a intervir cortando. No minuto seguinte, o gol de empate: Wilshere passou para Gaël Clichy que, numa de suas primeiras aventuras além da linha que divide o campo, arrumou um bonito passe de primeira que chegou em van Persie. O resto do lance foi por conta do talento do camisa 10 que, praticamente sem ângulo, tratou de surpreender Victor Valdés e chutar diretamente ao gol. 1a1, para alegria da grande maioria dos 59.927 espectadores presentes no Emirates Stadium.

E se a alegria tomava conta das arquibancadas, cinco minutos depois a euforia foi contagiante: Fàbregas passou em profundidade na direita com Nasri, o francês olhou pra área, tocou para Arshavin e o russo tratou de pegar de primeira na bola, mandando no contrapé de Valdés e virando o jogo.

A torcida cantava de pé, estendendo faixas e criando uma atmosfera fantástica num jogo que ainda teria mais emoções reservadas ao amante do futebol. Aos 41 minutos, Bendtner escapou de Maxwell na esquerda, foi à linha final e chutou firme uma bola que veio a ser rebatida por Valdés. Aos 42, Messi carregou pelo centro com relativa liberdade e abriu na direita com Daniel Alves, que chutou à meia-altura e Szczesny rebateu. Na seqüência, Daniel Alves buscou Messi que, em posição de impedimento, não pegou na bola porque Szczesny mergulhou em bela antecipação.

Com 43 minutos, Iniesta deu lugar ao brasileiro Adriano no Barcelona. Aos 46, um recuo de Arshavin para Szczesny acabou sendo recolhido por Daniel Alves que achou Messi no meio da muvuca mas o argentino teve a finalização bloqueada. Foi aguardar o apito derradeiro e pensar que essa partidaça poderia facilmente ser a final da atual edição da Liga dos Campeões da Europa. Mas não é. O lado bom é que, se a decisão é em jogo único, o duelo entre Arsenal e Barcelona nas oitavas é disputado em ida-e-volta. Vem mais emoção por aí.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Equipe E Jogada Da Semana

Pedimos licença ao território italiano - de onde saíram todas as equipes da semana nesse ano de 2011 - e vamos até a América do Sul. Mais precisamente no Peru. Sendo ainda mais específico, em Arequipa. Foi por lá que o hexagonal final do Sul-Americano Sub-20 teve a realização de seus jogos. E a seleção brasileira, comandada por Ney Franco, partiu em direção ao título que lhe rendeu uma vaga no Mundial colombiano e na Olimpíada londrina com duas vitórias na semana passada: primeiro, em jogo difícil, derrotou o Equador por 1a0. Depois, diante da então líder seleção uruguaia, uma sapecada de 6a0, com direito a show de Lucas. O sonho do inédito ouro olímpico repousa em bons lençóis: vamos ver se conseguiremos acordar em 2012 com a medalha pendurada no peito.

Jogada da semana

Foi uma semana recheada de belos gols. O toque de cobertura de Wesley Sneijder na partida entre holandeses e austríacos, por exemplo, poderia figurar facilmente nessa postagem. Lucas, camisa 10 na seleção sub-20 brasileira, marcou três belos gols diante dos uruguaios e até uma jogada que não terminou em gol - por detalhe - também tinha condição de aqui estar representada. Mas, diante da bicicleta de Wayne Rooney que rendeu a vitória do United no clássico local com o City, pergunto: tem como não nomear esse golaço a jogada da semana?

Em Jogo Morno, Torcida Do Aris Rouba A Cena

Aris Thessaloniki e Manchester City duelaram na Grécia nessa terça-feira e não saíram de um empate por 0a0. Uns podem pensar que o resultado é interessante aos "Citizens", que dependem de uma vitória qualquer em Manchester para avançar às oitavas da Liga Europa. Outros podem achar que os gregos conseguiram um placar interessante, já que se garantirão na próxima fase caso empatem com gols na Inglaterra. Opiniões à parte, o fato é que somente assisti ao segundo tempo dessa partida de ida e achei o jogo lento, de poucas alternativas e, pelo menos naquilo que tange à etapa complementar, o resultado caiu como uma luva. Se os donos da casa atuavam com um único atacante (o argentino Raul Marcelo Bobadilla), o time comandado pelo italiano Roberto Mancini pouco criava, com o centroavante Edin Dzeko tendo de sair da área para ficar perto da bola. Como se não bastasse, Mancini no final do jogo trocou o bósnio pelo argentino Pablo Zabaleta, dando a entender que o 0a0 lhe agradava.

Se dentro das quatro linhas não havia muitas razões para nos empolgarmos (houve uma linda defesa do goleiro Michalis Sifakis em cabeceio de Dzeko, esse sim um lance digno de nota), nas arquibancadas o que se via era um espetáculo fantástico dos torcedores gregos. Olhando para aquele uniforme que incluía camisas amarelas e ouvindo os belos cânticos entoados pelos adeptos, parecia que a partida ocorria em La Bombonera. Mesmo com o time pouco inspirado e raramente dando trabalho para o goleiro Joe Hart, a torcida cumpriu o seu papel muito bem, cantando e vibrando mesmo após o apito final, quando pôde-se ver uma chuva de papéis brancos. E olha que o Aris está longe de ser uma das principais forças da Grécia: clubes como AEK Atenas, Olympiakos e Panathinaikos são os mais badalados por aquelas bandas. De toda forma, aí está o Aris, conservando uma invencibilidade de 40 anos (25 jogos) sem perder dentro de casa em partidas válidas por competições européias. Para alegria de uma belíssima torcida, que sonha voltar de Manchester com a classificação e poder retornar mais vezes ao estádio Harilaou Kleánthis Vikelídis.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Lucas Letal Conduz Brasil À Goleada Sensacional

A seleção brasileira fechou com chave-de-ouro a sua participação no Sul-Americano Sub-20: 6a0 pra cima da Celeste Olímpica. O título canarinho na competição aumenta as expectativas para uma inédita medalha de ouro olímpica, a ser disputada em Londres, no ano que vem.

O jogo

Sendo o empate um resultado que classificava ambas as seleções para as próximas Olimpíadas (o Uruguai, que entrou em campo já classificado, garantiria o título continental em caso de igualdade no placar), pode ter ficado no ar uma idéia de que teríamos um "jogo de compadres". Mas o que se viu em Arequipa (além de um gramado em condições horrorosas) foi uma partida movimentada e bastante disputada, parecendo em alguns momentos que o jogo já valia uma medalha dourada. Neymar foi uma das figuras mais perseguidas em campo: foi agarrado por Federico Platero, derrubado por CamiloMayada, levado ao chão por Diego Polenta, agredido por Leandro Cabrera e às vezes até prejudicado pelo árbitro paraguaio Antonio Arias, que leu alguns lances como simulação do brasileiro. Entradas como a de Casemiro em Polenta e a de Saimon em Federico Rodríguez davam o tom de que a histórica rivalidade semeada entre Brasil e Uruguai estava aflorada no Peru.

Mas houve também futebol. Principalmente quando a bola encontrava os pés de Lucas. A primeira chegada interessante ocorreu com oito minutos: em jogada são-paulina, Lucas recuperou a bola no ataque e tocou para Casemiro, que avançou e chutou à esquerda. Aos 28 minutos, o camisa 10 escapou pela direita, cruzou, Neymar escorregou e a bola chegou em Willian José, que com uma puxada mandou a bola à esquerda. Com 39 minutos, Neymar e Alex Sandro tabelaram pelo lado esquerdo e a redonda chegou em Lucas, que recebeu na meia-lua, puxou pra direita e chutou cruzado, no contrapé do goleiro Salvador Ichazo. 1a0 Brasil.

O blogueiro ainda tomava nota do belo lance que resultou no primeiro gol do jogo quando lá viria o segundo: aos 41 minutos, Lucas recebeu no meio-campo, arrancou escapando de dois adversários pela direita e chutou cruzado à meia-altura para marcar um golaço. E dois minutos depois a coisa ficou ainda pior para o lado uruguaio: Adrián Luna deu carrinho lateral e foi expulso de campo sem nem precisar ter um prévio cartão amarelo.

O intervalo veio em boa hora para os uruguaios e o treinador Juan Verzeri tratou de mexer no time: entraram Ricardo Pereira e Pablo Cepelini nos lugares de Ángel Cayetano e Federico Rodríguez. Logo aos 36 segundos, o que parecia um chute facilmente defensável dado de fora da área acabou sendo defendido com dificuldades por Gabriel. Com 1 minuto, Saimon agarrou Cepelini quando este entrava na área brasileira: pênalti e expulsão do zagueiro, que naquele momento levava seu segundo cartão amarelo no jogo. Na marca de 3 minutos, Matias Vecino cobrou a penalidade no meio e mandou por cima do travessão, para sorte de Gabriel, que escolheu se deslocar para o lado esquerdo.

O momento era tão positivo para os uruguaios que naquele momento o 2a0 tratava-se de uma vantagem nada confortável para os brasileiros. Foi então que o lateral-direito Danilo teve a felicidade de marcar o 3º gol e dar uma ducha de água fria nos planos uruguaios: o camisa 2 avançou pela direita passando por Cabrera e escapando de Pereira, chutou cruzado no canto direito uma bola que deixou dúvidas se havia intenção de cruzamento ou finalização, mas que foi parar no lugar onde deveria.

Aos 9 minutos, um escanteio cobrado pela esquerda encontrou Nicolás Prieto na área, que subiu bem e cabeceou perto da trave direita. Dois minutos depois, Lucas voltou a entrar em ação: o meia recebeu de Danilo, clareou o lance e deu assistência para Neymar, que deu de chapa na bola para marcar o 4º gol brasileiro, no contrapé de Ichazo.

Impressionava como o placar de 4a0 não reduzia o ímpeto uruguaio e tampouco a determinação dos comandados de Ney Franco. Aos 13 minutos, Vecino chutou alto de fora da área e Gabriel saltou realizando bonita defesa. Três minutos depois, um chute de Willian de fora da área foi rebatido por Ichazo e encontrou Neymar, que não desperdiçou o rebote e colocou 5a0 no placar.

Na marca de 19 minutos, Casemiro deu a braçadeira de capitão para Lucas e a vaga para Galhardo. Com 24 minutos, Neymar e Willian tabelaram à vontade e o goleiro Ichazo evitou o gol de Willian. Na marca de 28 minutos, Juan Verzeri fez sua substituição derradeira: Prieto por Ramon Arias. Quem não parava de fazer bonito era Lucas: aos 31 minutos ele se livrou de quatro adversários e quase driblou também o goleiro, ficando perto de marcar um golaço.

Com 33 minutos, Galhardo recebeu na direita e chutou perto do ângulo esquerdo. A disposição dos jogadores brasileiros impressionava, parecendo que ninguém queria saber de "jogo resolvido", ficando objetivado marcar mais gols sempre que fosse possível. E aos 35 minutos veio nova possibilidade: Galhardo recebeu lançamento na direita e deu toque curto para Lucas. E o camisa 10 voltou a mostrar do seu repertório de grandes jogadas, passando com extrema facilidade pela marcação de "6" e chutando cruzado para fazer 6a0 e alcançar o "hat-trick".

Aos 38 minutos, Ney Franco trocou Neymar por Diego Maurício. Aos 40, saiu Lucas para a entrada de Gabriel Silva. Para fazermos justiça ao desempenho do atleta são-paulino, deveríamos ter três mãos: duas para aplaudí-lo e outra para tirar o chapéu. Na marca de 45 minutos e 32 segundos, Antonio Arias soou pela última vez o apito no Sul-Americano Sub-20: o Brasil é campeão e vai cheio de moral para Londres-2012. Antes disso, tem o Mundial na Colômbia. Vida longa a esses jovens!

Outros resultados

Colômbia (6º) 0a2 (3º) Argentina
Equador (4º) 1a0 (5º) Chile

Para o Mundial Sub-20, as seleções sul-americanas presentes serão a Colômbia (país-sede), além de Brasil, Uruguai, Argentina e Equiador.

Para a Olimpíada, classificaram-se Brasil e Uruguai.

Campanha brasileira no Sul-Americano 2011

Fase de grupos

4a2 Paraguai
3a1 Colômbia
1a1 Bolívia
1a0 Equador

Hexagonal final

5a1 Chile
2a0 Colômbia
1a2 Argentina
1a0 Equador
6a0 Uruguai
Foto posada da seleção brasileira que começou o jogo diante do Uruguai: goleada de 6a0, 11º título sul-americano sub-20 e confirmação da vaga para os Jogos de Londres em 2012.

Após 17 Anos, Napoli Vence Roma Na Capital

Roma e Napoli duelaram no estádio Olímpico e, para alegria napolitana, os dois gols do atacante uruguaio Edinson Cavani garantiram uma vitória por 2a0 a favor da equipe visitante. O Napoli mantém-se na vice-liderança, a 3 pontos de distância do topo da tabela, com Cavani liderando a lista de goleadores com 20 tentos anotados. Já o "Giallorossi" aparece na 7ª colocação, na disputa por uma eventual 4ª vaga na próxima edição da Liga dos Campeões da Europa.

O jogo

Desfalcada de Adriano por questões físicas (o atacante brasileiro machucou o ombro no clássico com a Lazio, pela Copa da Itália) e de Francesco Totti por opção do treinador Claudio Ranieri (o meia somente foi a campo aos 32 minutos do segundo tempo), a equipe da Roma não demorou a perceber que o duelo com o Napoli seria duríssimo: além da aula de marcação dada pelos comandados de Walter Mazzarri, os jogadores napolitanos esbanjavam disposição nas disputas de bola, às vezes até com excesso, o que gerou alguns desentendimentos dentro das quatro linhas.

Com 4 minutos de jogo, uma disputa entre Fábio Simplício e Salvatore Aronica teve uma resvalada da chuteira do pé esquerdo do brasileiro no rosto do italiano. Felizmente, tudo bem com o napolitano, que foi atendido ali mesmo e continuou a partida normalmente.

Aos 15 minutos, Mirko Vucinic e Simplício tabelaram no ataque e o montenegrino entrou na área pela esquerda, conseguindo finalizar mas parando em defesa de Morgan De Sanctis. Embora com escassas oportunidades, o jogo era quente: aos 18 minutos, Rodrigo Taddei e Andrea Dossena se desentenderam. 2 minutos depois, foi a vez de Ezequiel Lavezzi e Marco Cassetti se estranharem asperamente, dessa vez sobrando cartão amarelo para ambas as partes. Com 21 minutos, uma cotovelada de Dossena em Taddei rendeu amarelo ao napolitano, em lance onde cabia expulsão. 3 minutos depois foi a vez de De Sanctis e Marco Borriello "trocarem carícias", tudo isso com o goleiro segurando a bola, como se fosse algo corriqueiro.

A partir daí, com a marcação do Napoli funcionando muito bem e a saída para o jogo melhorando aos poucos, as oportunidades começaram a aparecer. Na marca de 26 minutos, uma bola cruzada da direita quase foi desviada por Cavani, o que tiraria de ação o goleiro brasileiro Júlio Sérgio, que espalmou para o lado direito tão logo a bola nele chegou. No minuto seguinte, o volante uruguaio Walter Gargano cobrou falta pela esquerda conseguindo tirar da barreira mas não de Júlio Sérgio, que tornou a espalmar. Aos 32 minutos, Cavani avançou com a bola e tentou de fora da área, mandando à esquerda. Na marca de 33 minutos, Christian Maggio driblou Juan com um toque de letra e chutou por cima. Com 37 minutos foi a vez de Dossena aparecer para finalizar após pegar sobra de bola, mandando um chute cruzado que passou à esquerda da meta.

Envolvido pelo adversário e sem conseguir se desvencilhar do eficiente sistema defensivo napolitano, os donos da casa voltaram para o segundo tempo com o francês Jérémy Menez no lugar de Rodrigo Taddei. Mas era o Napoli quem seguia atacando: aos 2 minutos, "22" passou no capricho para o eslovaco Marek Hamsik, que antes de poder tentar alguma coisa foi derrubado por Juan: pênalti e cartão amarelo para o zagueiro brasileiro. Cavani efetuou a cobrança acertando as duas traves e estufando a rede no rebote: 1a0 Napoli e comemoração de Daniele De Rossi. Mas como assim "comemoração de Daniele De Rossi"? É que o capitão romano, ciente da regra de que o cobrador não pode pegar rebote de chute na trave, vibrou com o fato que anularia a jogada. Anularia, não fosse um detalhe: após tocar na trave direita, a bola foi até o poste esquerdo tendo atravessado discretamente a linha final, já caracterizando o gol antes que Cavani estufasse a rede. No momento do lance até pensei que a bola tivesse tocado em Júlio Sérgio - o que legitimaria o rebote do uruguaio - mas nem houve necessidade de nova finalização, pois a bola já havia entrado.

Talvez sob efeito da frustração, De Rossi deu uma rasteira em Cavani aos 8 minutos e foi corretamente punido com cartão amarelo. Aos 12 minutos, Simone Perrotta derrubou Walter Gargano e também foi amarelado pelo árbitro "". No minuto seguinte, Mazzarri trocou Dossena por Juan Zúñiga, em mexida muito interessante: naquele momento, saía um jogador com cartão amarelo para dar lugar a um atleta de velocidade, aumentando as chances de melhor explorar os contra-ataques pelo flanco esquerdo. Com 20 minutos, um sinal de que a alteração foi acertada: em jogada iniciada por Zúñiga pela esquerda, a bola terminou no fundo do gol romano. Mas foi detectado impedimento no momento do passe do colombiano, em nova marcação acertada da arbitragem em lance difícil.

Com 27 minutos, Marek Hamsik deu lugar para o argelino Hassan Yebda, na segunda substituição napolitana. A Roma, sem conseguir penetrar numa zaga altamente protegida pelos volantes Michele Pazienza e Walter Gargano, não tinha outro recurso que não fosse os remates de fora da área: aos 29 minutos, Menez chutou firme e De Sanctis espalmou no canto esquerdo. No minuto seguinte, resposta napolitana: após bola lançada do campo de defesa - como lançam bem os jogadores do Napoli! - Lavezzi recebeu, ajeitou, preparou o drible mas foi desarmado pelo goleiro Júlio Sérgio. Cavani chegou na sobra mas chutou para fora.

Na marca de 32 minutos, Ranieri promoveu uma dupla troca: saíram Simplício e Vucinic, entraram Leandro Greco e Totti. Perdendo o jogo dentro de casa, o treinador poderia tranqüilamente tirar Perrotta e manter Vucinic na equipe, mas seja lá por qual motivo for (se é que há algum), preferiu conservar a tática que tomava um nó do Napoli.

E o 2º gol "Azzurri" veio aos 37 minutos: após inversão de jogo que levou a bola com precisão para o flanco direito, Lavezzi ajeitou de cabeça para Paolo Cannavaro, que como se fosse um ponta direita efetuou cruzamento pra área, encontrando Cavani infiltrado entre 3 adversários. Mesmo se tratando de uma escorada com a canela, cravo aqui: golaço. Pela inversão, pela ajeitada, pelo cruzamento. E, como diria Dadá Maravilha, se "feio é não fazer o gol", então valeu a finalização oportunista do uruguaio.

Aos 39 minutos, Cavani deu lugar para Giuseppe Mascara (contratado na janela de janeiro junto ao Catania). Após 4 minutos dados como acréscimo, o apito final de Mauro Bergonzi colocou fim a um tabu de 17 anos (11.09.1993 era a data da última vitória do Napoli sobre a Roma no estádio Olímpico). E um dado estatístico chamou minha atenção: enquanto os romanos tiveram a posse de bola por 29 minutos e 18 segundos, os napolitanos mantiveram a redonda sob seus domínios por 22 minutos e 20 segundos. Quase 7 minutos de diferença, mas a impressão que deu é que o Napoli ficou mais com a bola do que o time da casa. Por isso, senhoras e senhores, não basta ter a bola no pé: é preciso saber o que fazer com ela. A objetividade e aplicação tática dos visitantes fizeram do 2a0 um placar justo e mostraram que nem só de estatísticas vive a análise futebolística.

Outros resultados

Sábado

Milan (1º) 4a0 (15º) Parma

Domingo

Palermo (7º) 2a4 (10º) Fiorentina
Cagliari (9º) 4a1 (11º) Chievo
Bari (20º) 0a0 (13º) Genoa
Brescia (18º) 0a2 (3º) Lazio
Catania (16º) 3a2 (17º) Lecce
Cesena (19º) 0a3 (5º) Udinese
Sampdoria (12º) 3a1 (14º) Bologna
Juventus (6º) 1a0 (4º) Internazionale

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entrevista Com Marcos Timóteo

Conforme prometido no início desse mês de fevereiro de 2011 (quando este blógui completou 10 meses de inaugurado), aqui está a mais nova seção do Jogada De Efeito: uma área onde serão feitas entrevistas com pessoas que de alguma maneira tenham algum tipo de ligação com o futebol.

Com alegria e satisfação, venho com prazer anunciar que a "estréia" dessa série de entrevistas foi feita com o simpaticíssimo Marcos Timóteo Rodrigues de Sousa, preparador de goleiros, o qual tive oportunidade de conhecer recentemente através do blógui "Goleiros Mais Goleiros" e que aceitou prontamente participar desse espaço, concedendo gentilmente a entrevista. Uma curiosidade: para quem acredita em coincidência, fui descobrir depois da entrevista que, assim como eu, Marcos Timóteo também é formado em Geografia.

Espero que todos os eventuais leitores que passarem por esse presente tópico possam saborear essa breve conversa, que a mim possibilitou aprendizado como pessoa, como blogueiro e também como mero "curioso do futebol". Divirtam-se!

Apresentando o entrevistado

Nome: Marcos Timóteo Rodrigues de Sousa
Idade: 40 anos
Preparador de Goleiros das categorias de base do Flamengo de Guarulhos/SP
Professor da Faculdade Unicid e Uniban
Especializado em Fisiologia do Esporte
Trabalhou no AD Guarulhos e no Esporte Clube Itaúna/MG
Foi goleiro na década de 1980 nas categorias infantil e juvenil no Nacional e na Portuguesa em São Paulo
Administra o blógui "Goleiros Mais Goleiros" e faz trabalho de "personal trainner" com goleiros e lutadores (Jiu-Jitsu, Judô e Boxe)
Formado em Engenharia de Transportes pela Unicamp

A entrevista

Jogada De Efeito: Muitos analistas do futebol afirmam que o passe é o fundamento básico desse esporte. No trabalho como preparador de goleiros, quais são os atributos mais exigidos do atleta que está treinando?

Marcos Timóteo: Os atributos básicos são variações de defesas rasteira, meia-altura e alta. Cada tipo de defesa tem um tipo de fundamento que é treinado desde as categorias de base até o profissional. Para efetuar estes tipos de defesa é necessário que o goleiro tenha uma boa performance física e técnica. Quanto à questão do passe, acredito que todos os goleiros também devam ter um bom fundamento de jogadas com os pés. Atualmente a boa batida na bola na reposição não é mais um diferencial, e sim, fundamental para as pretensões de um goleiro.

Jogada De Efeito: Na Copa SP de Juniores, o Flamengo conquistou o título (2a1 sobre o Bahia) numa partida que ficou marcada pela grande atuação do goleiro César. Gostaria de saber quais foram os goleiros que mais lhe chamaram atenção na competição e onde eventualmente podem chegar a médio ou longo prazo.

Marcos Timóteo: Realmente o César é um goleiro diferenciado, com certeza ele terá boa carreira. Vários goleiros se destacaram, podemos citar os atletas do Desportivo Brasil, Vitória e América/MG, mas, posso especificamente apontar o goleiro Renan do Bahia, acredito que o clube deva apostar neste jovem atleta.
César, campeão com o Flamengo na Copa São Paulo de Juniores 2011: na visão de Marcos Timóteo, o goleiro terá uma promissora carreira pela frente.

Jogada De Efeito: Recentemente, o treinador Luiz Felipe Scolari deu declarações à imprensa elogiando o jovem goleiro Fábio, que está na base do Palmeiras e que, segundo Felipão, poderá se tornar um dos maiores goleiros da história do clube. Na sua opinião, esse tipo de comentário vindo do treinador da equipe principal desempenha um papel motivacional ou coloca pressão sobre o garoto? Aproveitando o embalo da pergunta, gostaria de saber se considera mais benéfico para um jovem goleiro ser reserva num time de maior expressão ou atuar regularmente em competições menos badaladas.

Marcos Timóteo: Com certeza, a motivação é um dos melhores remédios para o desempenho dos atletas. O goleiro do Palmeiras não pode se iludir e nem ficar apenas na motivação, ele deve trabalhar muito e ficar tranqüilo em relação às cobranças, todos os atletas devem ser cobrados e exigidos, se ele agüentar a pressão, estará pronto para assumir diversos problemas. Sobre a questão da reserva no grande time ou a titularidade em menores clubes penso da seguinte forma. Veja o exemplo do Lauro, atualmente no Internacional. Ele foi titular por um bom tempo na Ponte Preta e logo foi contratado pelo Cruzeiro. Não teve muitas oportunidades no clube mineiro, ou seja, por algum motivo não pode mostrar seu trabalho. Depois vi o Lauro jogando o campeonato paulista como titular do Sertãozinho, perfeito, ele veio para um time de menor expressão e teve paciência. Logo estava no Internacional como titular, perdeu a vaga e pode reconquistá-la. Este é um clássico exemplo de persistência e visão de profissional.
Lauro, hoje no Internacional: "é um clássico exemplo de persistência e visão de profissional".

JdE: Hoje o bom condicionamento físico é parte fundamental para o sucesso do atleta futebolístico. No último Campeonato Brasileiro, um único jogador de linha atuou nas 38 partidas da competição (o argentino Darío Conca, meio-campista do Fluminense e nomeado "Craque do Brasileirão"). Você acha que o calendário atual (que atende a uma demanda televisiva de dois jogos semanais, às vezes sob o sol escaldante do verão brasileiro) pode repercutir negativamente na saúde do atleta? Se sim, como reverter esse cenário?

MT: Realmente, o calendário do futebol brasileiro, em muitas ocasiões, atende aos anseios da televisão e dos anunciantes. Acredito que este tipo de entrave está muito longe das nossas mãos. Nossas que eu digo, preparadores, treinadores e atletas, pois, a briga lá em cima é muito forte. Para resolver este problemão a solução é ter um grande elenco. Um bom elenco com uma boa estrutura logística e médica. Infelizmente é uma das soluções mais rápidas.

JdE: Parece-me raro (mas posso estar enganado) ver um treinador de futebol que na carreira como jogador tenha atuado na posição de goleiro. Como explicar esse "fenômeno", tendo em vista que, pelo menos teoricamente, o goleiro é exatamente aquele indivíduo que assiste a partida de uma posição privilegiada, com a visão quase total do campo à sua frente.

MT: Vamos lembrar alguns nomes que estão em atividade: Leão, Sérgio Guedes, Geninho, PC Gusmão, Zetti, Veloso e Mazzaropi. Tem poucos ex-goleiros atuando em grande clubes como treinador. O goleiro tem uma boa visão de jogo e com grande freqüência sabe se expressar muito bem. Acredito que isso se deva a maior quantidade de atletas de linha em comparação com a quantidade goleiros. Outro fator é que boa parte dos ex-goleiros logo vão trabalhar como preparador de goleiros.

JdE: A pergunta que não podia faltar: quem são, na sua opinião, os melhores jogadores de cada posição na atualidade? Pode escalar o seu "time dos sonhos" com a tática que preferir.

MT: Um time dos "sonhos" ou um time "guerreiro" 4-4-2
Casillas, Maicon, Puyol, Lúcio e Bale. Van Bommel, Xavi, Iniesta e Messi. Neymar e Drogba.
Espanhol Iker Casillas, um dos destaques na Copa do Mundo 2010, é o goleiro titular na escalação de Marcos Timóteo.

Jogada De Efeito: Obrigadão, parabéns pelo trabalho e pelo ótimo blógui. Fique à vontade para deixar uma mensagem para os leitores e amantes do futebol.

Marcos Timóteo: As perguntas foram bem legais e isso faz com exercitamos o nosso cérebro. Além de divertido também faz parte da nossa profissão. Obrigado pela oportunidade e respeito. Parabéns e vida longa ao seu site/blog.

(entrevista realizada entre os dias 30 e 31 de janeiro de 2011)

Brasil Passa Perrengue Mas Vence O Equador: 1a0

Com o habitual pequeno público presente no estádio da Universidade Nacional San Agustín e o estado do gramado "pra lá de Marrakech" (provavelmente devido à seqüência de jogos no mesmo campo), o Brasil somou 3 pontos diante dos equatorianos e praticamente garantiu a vaga nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

A partida foi equilibrada e houve tantas oportunidades para ambos os lados que o placar de 1a0 esconde a trabalheira que tiveram os goleiros Gabriel e Jaramillo, além também dos sistemas defensivos, diversas vezes envolvidos pelas jogadas adversárias.

O jogo

A partida entre essas duas seleções na fase de grupos (a qual foi intitulada "Valeu Pela Vitória, Não Pelo Futebol") mostrou a mim uma característica do time equatoriano que se confirmou no reencontro com o Brasil no hexagonal final: não ter vergonha de chutar a gol. Talvez em função dos desfalques na zaga (Bruno Uvini está fora do Sul-Americano após fraturar a fíbula direita diante da Argentina e Juan cumpre suspensão após expulsão naquela mesma partida), o Brasil cedeu muitos espaços para o Equador ora trabalhar a bola, ora arriscar de longe. A primeira investida deu-se aos 5 minutos, quando Juan Ramón Cazares Sevillano chutou de fora da área e Gabriel encaixou. Mas aos 7 minutos a seleção brasileira conseguiu abrir o placar: Oscar cobrou falta pela direita com um levantamento e Casemiro apareceu em liberdade para cabecear na pequena área. 1a0 Brasil.

Aos 9 minutos, uma saída de bola equivocada por parte do equatoriano Mario Alberto Pineida Martínez (faça-se justiça: trata-se de um jogador que no geral distribui passes com qualidade) deu a bola de presente para Oscar, que avançou e serviu Diego Maurício. O atacante ficou cara-a-cara com o goleiro John Jaramillo e desperdiçou a oportunidade chutando à esquerda.

Mostrando que o ritmo de jogo era intenso, lá foi o Equador ao ataque aos 11 minutos, quase empatando a partida em duas ocasiões: primeiro, a bola passou pelo goleiro Gabriel mas foi cortada por Danilo e depois o chute de Fernando Gaibor passou perto da trave esquerda, em lance onde Gabriel saltou mas não apresentou condições de fazer a defesa caso a bola tivesse o endereço da rede. 6 minutos depois, uma jogada iniciada com passe de trivela de Pineida pela direita terminaria novamente passando por Gabriel e, mais uma vez, sendo interceptada pela defesa brasileira.

O Brasil responderia aos 26 minutos, e em dose dupla: primeiro, Lucas avançou driblando pelo lado esquerdo, chutou rasteiro e Jaramillo rebateu; depois, Diego Maurício recebeu de Lucas em liberdade, chutou cruzado e Jaramillo defendeu mais uma vez. Com 32 minutos, Diego Maurício finalmente balançaria a rede, mas a posição de impedimento do atacante no rebote do chute de Casemiro foi flagrada, anulando a jogada. Casemiro, por sinal, voltaria a chutar aos 37 e aos 39 minutos, mandando primeiro a bola por cima do travessão e depois parando em defesa de Jaramillo.

Movido pela determinação de buscar o resultado, o treinador Sixto Rafael Vizuete Toapanta tratou de fazer duas mexidas no intervalo, trocando dois meio-campistas por dois atacantes: Marcos Caicedo e Marlon de Jesus entraram nos lugares de Jonathan de la Cruz e Juan Cazares.

O segundo tempo começou lá e cá, com ambos os times tirando proveito dos espaços que tinham para jogar. Aos 15 minutos, Alex Renato Ibarra Mina cruzou da direita e Gaibor desviou de cabeça mandando perto da trave direita, quase empatando a partida. O quase que valia para o empate passou dois minutos depois a valer para a ampliação da diferença: Lucas recebeu em velocidade, escapou de três adversários e, desequilibrado, teve a finalização abafada por Jaramillo.

Aos 18 minutos, Willian José deu lugar para Henrique na seleção brasileira. 4 minutos depois de entrar em campo, Henrique deu chute cruzado que passou perto da trave esquerda. Mas antes disso, aos 21 minutos, o Equador ficou próximo de igualar o marcador: Caicedo cortou Danilo pela esquerda, passou também por Saimon, cruzou por baixo e Edson Eli Montaño Angulo chutou, mas foi travado por Romário. Com 23 minutos, Danilo deixaria o campo para a entrada de Galhardo, que seria a próxima vítima de Caicedo nas investidas pelo lado esquerdo.

Aos 28 minutos, De Jesus recebeu de Edson Montaño, girou, chutou no canto direito e Gabriel defendeu. Percebendo a superioridade equatoriana e a inoperância de Diego Maurício, Ney Franco trocou o atacante pelo meio-campista Alan Patrick aos 30 minutos, em substituição praticamente simultânea à 3ª equatoriana, que consistiu na troca de Ibarra pelo também atacante Cristian Pinilla.

É bem verdade que Henrique teve duas chances de gol (parando em defesa de Jaramillo aos 37 minutos e chutando para fora aos 44 minutos, quando era acompanhado por John Narvaez), mas os minutos finais ficaram concentrados no campo de defesa do Brasil. Contabilizei 3 chances para o Equador: aos 34 minutos, Montaño recebeu livre, girou, chutou e Gabriel rebateu; aos 36 minutos, após cobrança de escanteio pela esquerda a bola passou por Saimon e De Jesus mandou à direita; e aos 38 minutos De Jesus tocou atrás, Caicedo chutou cruzado e a bola passou à esquerda.

Ao mesmo tempo que o empate me parecia um placar mais justo, seria mais interessante para a última rodada porque enfrentaríamos o Uruguai na necessidade de vencer o jogo. Mas a persistência do 1a0 até o apito final do árbitro peruano Victor Carrillo deu ao Brasil o direito de garantir ingresso em Londres-2012 com um empate diante dos uruguaios. E com um (teórico) facilitador: a Celeste já está garantida na próxima Olimpíada, selando seu retorno olímpico após 84 anos de afastamento. Será que teremos um "jogo de compadres"? A Argentina, que antes de mais nada precisará vencer a Colômbia para seguir sonhando, torcerá para o Uruguai...

Outros resultados

Colômbia (6º) 1a3 (5º) Chile
Argentina (3º) 0a1 (1º) Uruguai

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

4 Gols De Cabeça Decretam Empate Entre Fluminense E Argentinos Juniors

Não foi como os tricolores haviam planejado, mas o empate na estréia do atual campeão brasileiro na Copa Libertadores da América 2011 acabou ficando de bom tamanho para o Fluminense: pouco produtiva no ataque e vacilante na marcação, a equipe comandada por Muricy Ramalho precisou correr atrás da igualdade por duas vezes e, após conseguir o 2a2, viu seu treinador trocar um meia de criação por um homem de contenção aos 43 minutos do segundo tempo.

Se na campanha do vice-campeonato continental em 2008 a equipe então comandada por Renato Gaúcho (hoje no Grêmio) ganhou todos os 7 jogos que fez com o mando de campo, esse início com um empate dentro de casa não deve ter animado tricolor nenhum. Quer dizer, pelo menos não o das Laranjeiras.

O jogo

Se era esperado um Fluminense começando a partida no ataque no estádio Olímpico João Havelange, o Argentinos Juniors tratou de mostrar que não seria bem assim: com 1 minuto de jogo, uma bola lançada da direita só não chegou em Gustavo Oberman porque Mariano efetuou um desarme em carrinho por trás, arriscando-se a cometer uma penalidade e ser expulso de campo.

10 minutos depois, Santiago Salcedo - atacante paraguaio que fazia sua estréia na equipe argentina - recebeu na entrada da área e chutou de primeira, com Diego Cavalieri defendendo no canto esquerdo. Apenas aos 21 minutos foi possível ver uma chegada interessante por parte dos donos da casa: Rafael Moura recebeu de Mariano, chutou, Nicolás Gastón Navarro rebateu e recolheu a bola após tentativa mal-sucedida de bola afastada pela defesa.

Aos 35 minutos ocorreu a chance mais clara de abertura do placar no Engenhão: Salcedo desceu pela direita, cruzou rasteiro, o zagueiro Gum dividiu com o atacante Franco Niell e ia marcando gol contra, mas antes que a bola atravessasse totalmente a linha final apareceu o também zagueiro André Luís para evitar o gol.

Na marca de 43 minutos, não teve André Luís nem ninguém para evitar o tento argentino: em cobrança de falta originada por toque de mão de Carlinhos, Oberman levantou da direita e Niell cabeceou livre, com a bola desviando em Diguinho e enganando Diego Cavalieri. Um metro e sessenta e dois centímetros é a estatura do autor do gol de cabeça, talvez por isso encontrando-se livre na jogada aérea.

Se já era ruim ir para o intevalo com a derrota por 1a0, poderia ter sido pior para o Fluminense: no minuto seguinte ao gol, uma nova bola cruzada da direita passou atravessando a área e assustando Cavalieri, mas sem ninguém completar. Aos 45 minutos, Rafael Moura dominou no peito e deu de bicicleta de fora da área, mandando à direita.

No intervalo, Muricy trocou Willians por Rodriguinho. Aos 2 minutos, Souza levantou na área em falta pela esquerda, Juan Ignacio Mercier cabeceou desviando para trás e Nicolás Navarro espalmou na esquerda. Com 12 minutos, veio o empate: Carlinhos cruzou da esquerda, Rafael Moura se antecipou e cabeceou para o gol.

Já no minuto posterior, Mariano deu chute de fora da área e Navarro deu um tapa no alto para desviar. Aos 18 minutos, Oberman deu lugar a Pedro Pablo Hernández, na primeira substituição de Pedro Antonio Troglio. Naquele mesmo minuto, Rodriguinho chutou pela direita e a bola descaiu depois do gol, em nova finalização tricolor. Como que para esfriar os ânimos de time e torcida, o Argentinos Juniors tratou de retomar a frente no placar aos 25 minutos: Salcedo avançou pela direita aos trancos e barrancos, cruzou, Cavalieri não cortou e Niell cabeceou observado por Gum. É isso mesmo: o Fluminense levava o segundo gol de cabeça de um jogador de 1,62m de altura.

Aos 27 minutos, Muricy tomou coragem e trocou André Luís por Marquinho. Um minuto depois, veio a recompensa: após bola lançada da direita, Marquinho centralizou da esquerda com cabeceio, a bola passou por Rafael Moura e chegou na direita para Mariano, que cruzou dali e dessa vez a bola não passou por Rafael Moura - chegou no centroavante e tomou o caminho da rede, no quarto gol do "He-Man" em dois jogos nesse retorno ao Fluminense (havia marcado os dois gols tricolores na derrota por 3a2 para o Botafogo, domingo, quando fazia sua reestréia no clube das Laranjeiras).

Daí em diante, Salcedo, Marquinho e Darío Conca tiveram cada um a sua chance de mexer novamente no placar. Após essas oportunidades, Pedro Troglio promoveria duas substituições (Mauro Bogado no lugar de Germán Rodrigo Basualdo, aos 40 minutos, e Sergio Daniel Escudero por Nicolás Berardo, aos 44 minutos), mas a mexida mais melancólica seria a de autoria de Muricy Ramalho, que aos 43 minutos tirou Souza de campo para colocar o colombiano Erwin Armando Valencia Rodríguez. O atacante Araújo estava no banco, mas parece que o treinador não estava exatamente procurando um novo gol naquele momento...

Na segunda rodada pelo grupo 3, o Fluminense atuará novamente no Rio de Janeiro, quando no dia 23 receberá o Nacional, do Uruguai. No dia seguinte, o Argentinos Juniors terá sua primeira partida como mandante diante do América, do México.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Argentina Vence Brasil E Embola Hexagonal Final

A seleção brasileira sub-20 conheceu na 3ª rodada do hexagonal final a sua primeira derrota no Sul-Americano 2011. Não foi para um time qualquer e nem numa situação comum: diante da Argentina, o Brasil atuou com um homem a menos desde os 5 minutos de partida (Juan cometeu pênalti e foi expulso no mesmo lance).

O jogo

Não estou lembrado de alguma vez ter assistido uma partida de futebol onde uma mesma equipe realizasse duas substituições com 8 minutos de jogo, além de ter tido um jogador expulso nesse período. Pois foi isso que aconteceu ao time de Ney Franco. Por motivos físicos, o zagueiro Bruno Uvini deu o lugar e também a braçadeira de capitão para Saimon aos 5 minutos. No mesmo minuto, Juan foi expulso no lance em que cometeu pênalti. Aos 6 minutos, veio a cobrança de Rogelio Gabriel Funes Mori, que mandou um chute forte no meio do gol, com Gabriel se direcionando para o canto direito. Aos 8 minutos, por questão tática, Romário entrou no lugar de Oscar.

Oscar é um jogador que vem me agradando nesse torneio e à primeira vista poderia parecer ruim a mexida de Ney. Mas a seleção reagiu bem à alteração, por muitas vezes não dando a entender que estava em desvantagem numérica. Um jogador que estava "sentindo o clima" da partida era Neymar: bastante inquieto e às vezes agressivo, o atacante santista protagonizou lances onde demonstrava destempero emocional, como quando empurrou Lucas Nahuel Rodríguez aos 10 minutos. Embora fosse um jogo tenso, o Brasil conseguiu uma bela chance de empatar ainda no primeiro tempo: aos 34 minutos, Danilo passou por um adversário pela direita dando-lhe uma meia-lua, cruzou e Neymar fechou livre para cabecear no canto direito e parar em brilhante defesa de Esteban Andrada.

No segundo tempo, um erro de Saimon logo no primeiro minuto quase rendeu o segundo gol argentino, mas Gabriel conseguiu defender o chute de Funes Mori. Aos 3 e aos 7 minutos, Lucas protagonizou duas belas jogadas individuais: na primeira, entrou na área pela esquerda e chutou para defesa de Andrada; na segunda, fez fila pela direita driblando Nicolás Tagliafico e Leandro González e chutou cruzado perto do ângulo direito. Se faltava o detalhe do gol, aos 9 minutos não faltou mais: Neymar rolou para Willian José, que ajeitou e chutou de fora da área mandando no quadrante 15. Diria que foi um golaço, mas o sutil desvio na marcação argentina diminuiu minha empolgação com a finalização.

Com 15 minutos, a Argentina mexeu pela primeira vez: Bruno Zuculini por Adrián Cirigliano. E 6 minutos depois, Wálter Perazzo promoveu a segunda troca: Facundo Ferreyra no lugar de Mori. No minuto seguinte, foi a vez de Ney Franco realizar sua 3ª modificação, colocando Diego Maurício no lugar de Willian. Diego Maurício mal havia pisado em campo e, ainda na marca de 22 minutos, já veria a Argentina conseguir o desempate: Juan Manuel Iturbe Arévalo recebeu na intermediária, escapou de dois na base da velocidade e finalizou rasteiro. 2a1 Argentina.

Após tantas estripulias, aos 29 minutos Neymar finalmente recebeu o cartão amarelo quando empurrou o goleiro Andrada com a bola parada (cumprirá suspensão na próxima rodada). Se Neymar mostrava imaturidade, Iturbe demonstrava empenho com novo chute aos 30 minutos, dessa vez travado por Romário. Tanto empenho teve fim ali mesmo, pois o jogador caiu aparentemente sentindo cãimbras e foi substituído por Mauro Díaz.

Aos 39 minutos, Lucas ia fazendo fila até sofrer falta de Díaz. Casemiro caprichou na cobrança: a bola viajou carimbando o travessão e batendo nas costas do goleiro Andrada antes de sair em escanteio. Houve ainda uma oportunidade aos 47 minutos: Lucas colocou a bola na área e o cabeceio brasileiro foi defendido por Andrada. Naquela altura, até o goleiro Gabriel freqüentava a área argentina. Mas não deu para evitar a derrota. Agora, Brasil e Argentina encontram-se com 6 pontos ganhos e logo atrás do líder Uruguai, que aparece com 7. São duas vagas em jogo para as Olimpíadas de Londres em 2012.

Outros resultados

Uruguai (1º) 1a0 (6º) Chile
Equador (4º) 0a0 (5º) Colômbia

Reviravoltas E Muitas Emoções No "Clássico Vovô"

Fluminense e Botafogo fizeram nesse domingo, no estádio Olímpico João Havelange, o que pode ser considerado o melhor jogo da fase de grupos da Taça Guanabara 2011. Pênaltis, expulsões, gols, provocações, tudo isso fez parte do espetáculo. Infelizmente, também houve espaço para violência: por volta das 19:20h (pouco antes do jogo ter início), um confronto entre torcedores nas proximidades da bilheteria Norte terminou em dois tricolores detidos por policiais (ambos com sinais de ferimento). Se houve algum outro incidente - torço para que não - não fiquei sabendo. Mas aquele ali assisti de perto.

O jogo

Quando duas equipes vão ao campo dispostas a atacar e buscar gols, quem ganha com isso costuma ser o próprio jogo. Com a inspiração de Renato Cajá e os apoios constantes dos laterais Alessandro e Márcio Azevedo, foi o Botafogo quem conseguiu abriu o placar. Aos 22 minutos, Renato Cajá cobrou falta com precisão rara de ser vista até no videogame, colocando a bola no ângulo direito e fazendo explodir de alegria os setores Norte e Oeste do Engenhão.

A pontaria de Renato Cajá estava mesmo especial: 3 minutos depois, o meio-campista recebeu de "Loco" Abreu, deu chute de fora da área e a bola carimbou o travessão, quicando na grama e causando dúvidas se a bola entrou ou não. Enquanto a FIFA não implementa a tecnologia eletrônica no futebol para tirar dúvidas como essa, os torcedores ficam na patética situação de ver que nem árbitro, nem auxiliares podiam passar a certeza do ocorrido (além dos famosos "bandeirinhas", esse Estadual RJ conta também com indivíduos nas linhas-de-fundo).

Rafael Moura, que fazia sua reestréia no Fluminense, tratou de acabar com as dúvidas e marcar dois gols, virando a partida ainda no primeiro tempo. O primeiro aconteceu aos 28 minutos: após tabela entre Mariano e Fred, o lateral-direito finalizou em liberdade e Jéfferson fez bela defesa com o pé direito para mandar em escanteio. Veio a cobrança e Rafael Moura se antecipou à marcação no primeiro poste para desviar pra dentro. O segundo foi aproveitando rebote após bola resvalada por Fred: Jéfferson ainda conseguiu chegar na bola e impedir que balançasse a rede, mas não que atravessasse a linha.

Entre o empate e a virada, houve outro bom chute de Renato Cajá (pertinho do ângulo esquerdo) e muita confusão pela expulsão de Valência (o volante recebeu o segundo cartão amarelo somente depois das reivindicações de Sebastián "El Loco" Abreu, que também recebeu amarelo). Pouco depois do 2º gol tricolor, Marcelo Mattos chegou atrasado para dividir com Darío Conca e acabou derrubando o argentino: para revolta botafoguense, o volante foi expulso de campo sem nem receber anteriormente um cartão amarelo.

O jogo que era bom ficou ainda melhor na volta para o segundo tempo: as equipes, com mais espaço para jogar, mantiveram posturas ofensivas e conseguiram oportunidades diversas. Aos 6 minutos, a puxada que Rafael Moura deu na camisa de Abreu dentro da área resultou em pênalti para o Alvinegro. O próprio atacante uruguaio foi pra cobrança e... Diego Cavalieri segurou a cavadinha sem sair do lugar!

Três minutos depois, Bruno Tiago foi empurrado por Edinho na área, o árbitro Gutemberg de Paula Fonseca esperou pela "lei da vantagem", mas o chute para fora o fez marcar a penalidade máxima. E adivinha quem foi pra cobrança... ele: Abreu. E acredite se quiser: com nova cavadinha! Dessa vez foi bola pro canto esquerdo e goleiro pro canto direito: 2a2 no placar.

Aos 18 minutos, uma bela enfiada de bola de Renato Cajá colocou o atacante argentino Germán Herrera em ótimas condições e o camisa 17 não desperdiçou: virou o jogo chutando da meia-lua, com direito a leve desvio no goleiro Diego Cavalieri antes de a bola chegar na rede.

Com 20 minutos, Márcio Azevedo lançou da esquerda, Germán Herrera escorou de cabeça ajeitando para Abreu e o uruguaio chutou forte, parando em bonita defesa de Cavalieri.

No retorno da parada técnica, Muricy Ramalho tratou de colocar o atacante Araújo no lugar do meio-campisa Souza, retornando a uma formação de dois centroavantes, já que Rafael Moura havia dado lugar para Fernando Bob. E o próprio Araújo só não reempatou a partida porque Jéfferson agiu brilhantemente: após cruzamento de Mariano pela direita, Araújo cabeceou e o goleiro botafoguense impediu que a bola entrasse em intervenção que aliou reflexo com agilidade num nível somente exibido pelos grandes goleiros. Outras chances vieram com Fred e Carlinhos (duas vezes), mas Jéfferson voltou a realizar grandes defesas e tornou-se o maior responsável pela manutenção do resultado, que recoloca o Botafogo na liderança do grupo 2 e leva o Fluminense para o segundo posto, faltando uma rodada para a definição dos cruzamentos semifinais na Taça Guanabara 2011. O segundo colocado nessa chave terá pela frente o Flamengo, única equipe até o momento com 100% de aproveitamento.

Lanternas Wolves Detonam Invencibilidade Do Líder United

Está acabada a invencibilidade do Manchester United na "Premiership" temporada 2010-1. O mais incrível é que foi justamente o último colocado da competição quem conseguiu o feito de superar os comandados de Alex Ferguson: com uma vitória merecida por 2a1 no estádio Molineux, o Wolverhampton causou surpresa a um público de 28.811 espectadores, levando os adeptos ao delírio e fazendo também a alegria de torcedores de equipes como o Arsenal, o Manchester City e o Chelsea, fortes concorrentes na disputa pelo título.

O jogo

Na primeira chance que teve, o Manchester United mostrou a eficiência que o faz líder no Campeonato Inglês: aos 2 minutos, o meia português Nani recebeu, encarou a marcação de Elokobi e chutou na paralela, estufando o canto esquerdo da rede. Foi muito mais mérito de Nani do que algum tipo de falha do sistema defensivo: uma análise do lance mostra que todos os jogadores do Manchester que poderiam receber a bola estavam sendo acompanhados de perto, restando ao português partir pra jogada individual - no que ele foi muito feliz.

Uma finalização de Wayne Rooney defendida pelo goleiro galês Wayne Robert Hennessey aos 4 minutos e um novo chute de Nani aos 6 minutos (para nova defesa de Wayne Hennessey) podiam criar a impressão de que a parada seria fácil para os líderes. Mas na primeira chegada interessante do Wolverhampton, saiu o gol de empate: aos 9 minutos, uma bola cruzada da esquerda encontrou o somalí naturalizado camaronês George Elokobi, que aproveitou-se do erro de posicionamento por parte do sérvio Nemanja Vidic e cabeceou bem, mandando no canto esquerdo.

Em nova jogada individual, Nani voltou a levar perigo, dessa vez mandando um chute que passou perto do ângulo direito, aos 28 minutos. Aos 30 foi a vez de Ronald Zubar cruzar rasteiro e Edwin van der Sar rebater com os pés, evitando que a bola atravessasse a pequena área. Com a marcação bem encaixada e um ímpeto ofensivo crescente, os Wolves cresceram na partida ao ponto de conseguirem virar o placar aos 39 minutos: o sérvio Nenad Milijas cruzou da direita, a bola passou por Christophe Berra e foi cabeceada por Kevin Doyle para o fundo do gol. Atrevo-me a dizer que se Doyle não fizesse, Elokobi, que estava presente no lance, faria. 2a1 Wolvehampton.

A última chance no primeiro tempo foi dos visitantes: aos 44 minutos, o lateral-direito brasileiro Rafael cruzou na área e Nani estava livre de marcação, numa das poucas falhas de posicionamento dos mandantes. Mas o português cabeceou por cima e não aproveitou a oportunidade de empatar a partida.

No intervalo, Ferguson promoveu a entrada de Paul Scholes no lugar de Michael Carrick.

Aos 10 minutos, um contra-ataque dos donos da casa quase piorou o cenário para o Manchester United: Matthew Jarvis carregou a bola atraindo a marcação e passou para Jamie O'Hara, que teve o chute bloqueado na defesa do United. Com 12 minutos, mais um cruzamento de Rafael pela direita deu nova possibilidade de empate: dessa vez o brasileiro mandou por baixo e quem apareceu para completar foi Scholes, mas o carrinho levou a bola à direita da meta.

Aos 13 minutos, o irlandês Mick McCarthy promoveu sua primeira substituição no jogo, trocando O'Hara pelo irlandês Kevin Foley. 6 minutos depois, McCarthy partiu pra sua segunda mexida ao passo que Ferguson já fez suas duas últimas a que tinha direito: enquanto nos Wolves Adam Hammill deu lugar a Stephen Ward (aumentando o número de compatriotas do treinador dentro de campo), no United Jonathan Evans e Dimitar Berbatov tiveram as vagas preenchidas por Chris Smalling e Javier Hernández.

O Manchester tentava furar o bloqueio laranja que estava montado e simplesmente não conseguia atravessar aquela barreira. Empolgava a maturidade e consciência tática dos jogadores do Wolverhampton, que mantinham-se firmes mesmo sob pressão e davam poucas opções a um líder vazio de inspiração. Aos 39 minutos, uma bola alçada terminou em finalização de Scholes que foi defendida magnificamente por Hennessey. Mas com um detalhe: Scholes usou aos mãos no lance, o árbitro Michael Oliver viu e deu cartão amarelo ao inglês. No minuto seguinte, Patrice Evra cruzou da esquerda e, dentro da área, Zubar tocou com a mão na bola. Michael Oliver provavelmente viu, e se viu, acertou ao entender como toque involuntário e deixar o jogo seguir, apesar das reclamações do lateral-esquerdo francês.

Com 42 minutos, o jogo já havia sido parado pelo árbitro e Kevin Doyle fez uma graça conduzindo a bola. Quem não achou graça foi o galês Ryan Giggs, que agrediu Doyle com um pontapé. No meu entendimento, o cartão amarelo aplicado poderia tranqüilamente ser substituído pelo de cor vermelha. Mas o lance teve o valor simbólico de mostrar que o United estava sentindo que a primeira derrota da equipe aconteceria naquela noite no estádio Molineux: se o experiente Giggs estava desequilibrado, é sinal que o time como um todo não estava com a mente tranqüila. Aos 43 minutos, McCarthy mexeu pela última vez ao trocar Nenad Milijas por Sylvan Ebanks-Blake.

O árbitro prometeu 5 minutos como acréscimo, tempo suficiente para se criarem algumas chances e gerar um drama. Só que não diante do gigante Elokobi e companhia: bolas interceptadas no tempo exato, marcações que impediam que a posse fosse trabalhada e posicionamentos praticamente impecáveis garantiram esse épico desfecho, onde o lanterna derrubou a invencibilidade do líder (some-se a isso o fato de os Lobos terem cometido apenas 6 faltas na partida inteira, contra 12 do United). Com toda justiça, a torcida celebrou o feito como se fosse um título. Matematicamente, a diferença de 30 pontos entre os extremos da tabela indica que o caneco não irá para Wolverhampton. Mas essa façanha conquistada em 5 de fevereiro de 2011 já me torna um torcedor da equipe para que o clube consiga escapar do descenso. Alguém duvida que eles consigam?

Outros resultados

Sábado

Stoke City (9º) 3a2 (7º) Sunderland
Aston Villa (14º) 2a2 (12º) Fulham
Everton (13º) 5a3 (15º) Blackpool
Manchester City (3º) 3a0 (17º) West Bromwich
Newcastle (10º) 4a4 (2º) Arsenal
Tottenham (5º) 2a1 (8º) Bolton
Wigan (18º) 4a3 (11º) Blackburn

Domingo

West Ham (20º) 0a1 (16º) Birmingham
Chelsea (4º) 0a1 (6º) Liverpool