No encontro entre duas equipes eliminadas prematuramente na Liga dos Campeões da Europa, o Atlético de Madrid foi ao Anfield Road e conquistou, na prorrogação, a classificação para a final da UEFA Europa League 2009-10. Tudo leva a crer que os dias de Rafael Benítez no comando do Liverpool estejam contados e expirem ao término da atual temporada, onde o clube fracassou em todas as competições que disputou, ficando inclusive fora da zona de classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões.
Os "Reds" foram a campo com improvisações em ambas as laterais: o direito Glen Johnson jogou pelo lado esquerdo, com o volante Javier Mascherano atuando na lateral direita - função que exerceu muito bem. A pouca inspiração de Steven Gerrard aliada a partida apagadíssima de Ryan Babel foram determinantes negativos para um time que, claramente, mostra-se dependente de seu principal jogador, Fernando Torres, ausente por lesão. Mesmo assim, a equipe da casa chegou ao primeiro gol: Alberto Aquilani finalizou com categoria jogada iniciada pelo flanco direito, aos 44 minutos da etapa inicial. Antes disso, aos 30', Daniel Agger já havia balançado as redes, mas o auxiliar foi competente ao flagrar impedimento do dinamarquês.
Na etapa complementar, as equipes criaram algumas chances, mas aparentemente ambos se mostravam satisfeitos com o fato de a partida encaminhar para a prorrogação. A primeira substituição aconteceu somente aos 89', quando Benítez tirou o autor do gol Aquilani para colocar o marroquino Nabil El Zhar.
Prorrogação iniciada e o Atlético de Madrid mostrava-se mais inteiro fisicamente. A torcida do Liverpool até tentava empurrar o time entoando aqueles cânticos sensacionais, como o "You'll Never Walk Alone", mas a verdade é que o time da capital espanhola se mostrava bem a vontade pelo gramado inglês. Porém, o Liverpool conseguiu achar o 2º gol: Lucas deu lindo passe para Yossi Benayoun, que chutou cruzado, superando o jovem goleiro David De Gea, aos 95'.
O treinador Quique Flores não pestanejou e fez uma substituição muito inteligente, tirando o volante Paulo Assunção (pendurado com um cartão amarelo) e colocando o meia José Manuel Jurado (que fez uma boa partida de ida, tendo dado a assistência para o único gol naquele encontro). A partir daí, o Atlético passou a ter a bola nos pés e criou 3 chances de gol em 5 minutos. Na 3ª delas, aos 102', a bola encontrou o uruguaio Diego Forlán livre na área. E não deu outra: bola na rede.
No segundo tempo da prorrogação, Rafael Benítez se superou na arte de fazer substituições incompreensíveis: aos 110', trocou Mascherano por Phillip Degen e aos 114' tirou de campo Benayoun (que marcara gol na prorrogação!) para pôr Daniel Pacheco. Entre uma cagada e outra, aos 112', o Atlético de Madrid quase definiu o jogo, mas Simão Sabrosa chutou para fora uma grande oportunidade após contra-ataque fulminante.
Nos últimos minutos, o Liverpool não mostrava poder de criação para colocar alguém em boas condições de fazer o gol salvador, e o Atlético de Madrid conseguiu manter a bola longe da sua meta, aguardando pelo apito final que o colocou, pela primeira vez na história, numa decisão de UEFA. O adversário será o Fulham, que virou o jogo pra cima do Hamburgo, em Londres. Os visitantes saíram na frente numa linda cobrança de falta de Mladen Petric, aos 22 minutos de jogo. Na segunda etapa, Simon Davies fez um golaço, com direito a chapéu no marcador adversário, aos 69'. Com 76', Zoltan Gera virou o jogo e levou a galera presente no Craven Cottage à loucura. O Hamburgo acaba lamentando o desperdício da oportunidade de decidir uma competição continental dentro de seu campo, já que o HSH Nordbank Arena tinha sido o estádio escolhido como sede da grande final desse ano.
Hoje, não me atrevo a dar um palpite para esse Fulham e Atlético. O que posso antecipar é que gostei muito de ver os comandados de Quique Flores em ambas as partidas diante do Liverpool. Trata-se de um time leve e que tem muita facilidade em chegar ao ataque, contando com um zagueiro de muita qualidade (o colombiano Perea) e um goleiro promissor, anotem o nome do jogador espanhol de 19 anos: David De Gea. Não vi o Fulham jogar nessa atual temporada, mas os resultados que o clube conquistou na Liga Europa são bastante interessantes, como por exemplo a virada aplicada nas oitavas-de-final: perdeu o jogo de ida pra Juventus por 3a1, perdia por 1a0 dentro de casa, mas conseguiu a classificação com uma goleada por 4a1!
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